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O LOUVOR
PERENE
2ª PARTE
Salmo 150
Louvai ao Senhor!
Louvai a Deus no seu
santuário;
louvai-o nos altos céus de
seu poder!
Louvai-o pelos seus feitos
grandiosos;
louvai-o por sua
Grandeza majestosa!
Louvai-o ao som de
trombeta;
louvai-o com saltério e
com harpa!
Louvai-o com a dança e
com a flauta;
louvai-o com os
címbalos sonoros!
Louve a Deus tudo o que
vive e que respira,
Tudo cante os louvores
do Senhor!
• Preliminarmente, é necessário, como para qualquer
outra oração, estar, ou colocar-se em clima
apropriado
• e mergulhar de coração nessa forma bíblica de orar.
• Junto com isso, como também em qualquer oração,
confiar no Espírito e entregar-se a Ele,
• a este Espírito "sob cuja inspiração os salmistas
cantaram“
• e que ajuda aos que rezam os salmo até hoje126.
• E ter presente a observação de Cassiano, que já
dizia:
• "não importa tanto a quantidade de salmos, quanto a
sua qualidade, sua compreensão e proveito
espiritual".
Lua e sol,
Bendizei o Senhor!
• Depois, procurar rezá-los sempre com disposições
positivas:
• "Com a reverência que convém à majestade de
Deus“
• com todo o sentimento do coração:
• "Com gozo da alma com doçura de caridade";
• saboreando o que se reza ( Salmodiai sabiamente);
• e com o coração aberto aos sentimentos que deles
brotam.
• Também é de grande valia estar atento aos vários
sentidos, às três já referidas leituras que deles se
pode fazer.
• Primeiro, o seu sentido literal, originário,
• que nos permite entrar nas circunstâncias
• da sua composição,captar sua natureza e
caracterização,
• penetrar em seu mundo de significados
• e sintonizar com sua linguagem.
• Para isso, podem ajudar perguntas:
• Em que circunstâncias históricas foi composto este
salmo?
• Em que situação pessoal estava o salmista ao compô-
lo?
• Qual o seu gênero literário?
• Qual a sua estrutura?
• Que antropologia e teologia
nele subjaz?
• Quem fala com quem no
salmo?
• Quais são os sentimentos que
expressam essa relação?
• Com que linguagem
(imagens...) o salmista a
descreve?
• Lendo o salmo todo ou em
parte, é possível lembrar
alguma outra passagem da
Bíblia que tem relação com
ele?
• Segundo:
• o sentido crístico,
messiânico,
• a sua leitura na perspectiva de
Jesus.
• Descobri-lo, perguntando,
por exemplo:
• Este salmo aparece no Novo
Testamento?
• Em que circunstâncias?
• Ele traduz a experiência de
Jesus, em sua missão,
• na sua relação com o Pai,
• sua experiência de morte-
ressurreição?
• Terceiro: o sentido cristão, a leitura que
personaliza e atualiza os salmos.
• Personalizá-los é assimilá-los como nossos,
• colocar-nos no lugar do salmista,
• do personagem ou personagens que neles falam:
• o doente que se queixa, pede ou agradece;
• o justo em dificuldades que se põe ao amparo do
escudo que o proteja129;
• o exilado que se recorda com saudades de sua
pátria e que aguarda esperançoso o regresso a
ela130;
• o pecador que se arrepende, se alegra com o
perdão, se compromete à fidelidade e à ação em
favor de Deus 131
Como a corça suspira
Pelas água correntes,
Assim suspira minha alma
por Vós,
Ó meu Deus!
• Personalizá-los é tentar experimentar
"verdadeiramente os sentimentos daqueles que
escreveram os salmos“.
• Cassiano deixou deixou escrito magnificamente:
"Aquele que tem um coração de pobre [...] põe-se
a cantá-los não porque o profeta os escreveu,
• mas como se ele mesmo os tivesse composto [...]
• Faz que eles jorrem do fundo de seu coração [...]
• Percebe que são dirigidos diretamente a ele.
• Esta assimilação das atitudes e sentimentos dos
salmos é recomendada de modo insuperável por
Santo Agostinho:
"Se o salmo reza, reze!
Se o salmo geme, gema!
Se se alegra, alegre-se!
Se espera, espere!
Se teme, tema!"
• Atualizá-los:
• Sem desconhecer seu sentido originário,
podemos e convém fixar-nos na sua relação
com nossa experiência atual de vida,
• especialmente de fé e oração.
• Para essa personalização e atualização
podemos perguntar:
• Quando rezamos este salmo sentimos que
ele fala de nós como pessoas, como Igreja e
como humanidade?
• de nossa dor, da nossa alegria, da nossa
sede de Deus?
• Que ressonâncias
ele tem em nosso
pensamento
e em nossos
sentimentos?
• O que Deus nos diz
hoje através de sua
mensagem?
• A que nos convidam
os conteúdos de
vária natureza nele
contidos?
• Carlos Mesters lembra e afirma:
• "Os salmos nasceram da vida, dos conflitos,
dos problemas, da caminhada.
• Nasceram da luta, da vontade de ser fiel ao
projeto de Deus.
• Por isso, quanto mais alguém procurar
aprofundar sua vida hoje,
• quanto mais procurar aprofundar e viver os
conflitos e evitar a superficialidade,
• tanto mais ele se aproximará da fonte de
onde nasceram os salmos e da chave de
compreensão destes".
• Estar atento aos vários sentidos...
• Em outros termos, para rezar bem os salmos, é
importante contar com uma boa iniciação à
Bíblia em geral, e aos próprios salmos em
particular.
• Motivar-se com a excelência dessa forma de
oração.
• Aceitar o lugar privilegiado que os salmos
sempre ocuparam e continuam ocupando na
oração cristã.
• Especialmente no que se refere à natureza dos
salmos,
• ter presente a sua condição de poemas
nascidos para serem cantados.
• Enquanto poesia,
embora ofereçam
elementos à nossa
mente,
• eles querem, sobretudo,
ser expressão de nosso
coração
• e são, Essencialmente,
um conteúdo e uma
forma literária
• tendentes a mover-nos,
mais que ao estudo, ao
louvor Contemplativo.
• "Aquele que tem um coração de pobre [...] aprende a
conhecer os sentimentos expressos nos salmos.
• Para nós, o sentido das palavras se esclarecerá,
• não porque o explicamos de forma inteligente,
• mas porque o conhecemos com o coração".
• Ver e rezar os salmos na globalidade bíblica e histórica
• O livro que os compendia não está justaposto aos
demais textos
• e, muito menos, é alheio à totalidade bíblica,
• além do que os salmos fazem oração de temas e
situações presentes em toda a História da Salvação
• em realização progressiva até a consumação.
• Rezar os salmos situando-os nesse conjunto
bíblico e nessa globalidade histórica
• é expandir e enriquecer a própria oração.
• • Recordando que a Liturgia é oração de
Cristo e oração da Igreja,
• rezar os salmos unindo-se a Jesus e a todo o
seu Corpo e rezá-los em nome deste.
• Interpretar cada salmo dentro do contexto
litúrgico em que ele é recitado.
• Dito de outra forma, procurar perceber e
sentir a sua conexão com a hora, o dia ou o
ciclo litúrgico que estão sendo celebrados.
• Explorar toda a variedade possível de formas de
rezar ou cantar os salmos.
• Oportunamente, usar salmos originais vazados,
porém, em linguagem atual.
• Conhecer e explorar os recursos que a Liturgia
emprega para facilitar a compreensão de cada salmo,
• isto é, os elementos coadjuvantes que o precedem.
• Se, na hora de sua reza, está difícil identificar-se com
o conteúdo do salmo rezado,
• lembrar das muitas outras pessoas que, nesse
momento, estão tendo a mesma experiência do
salmista; que, por exemplo,
• se lamentam, ou que pedem para bater palmas ou
gritar de alegria 133.
• No caso dos salmos inteiros ou das partes deles
com carga imprecatória,
• além de pensá-los como peças anteriores ao
Novo Testamento e a seus padrões,
• ou de vê-los como expressão de um povo aliado
a Deus
• e cujos inimigos eram os inimigos de ambos,
• podemos ter presente também que ainda hoje
nossa oração não é plenamente cristã,
plenamente filial;
• e que a luta entre o bem e o mal,
• o espírito e a carne, o amor e o egoísmo,
• os aliados e os inimigos de Deus, o justo e o
ímpio...
• continua sendo permanentemente travada.
• Fazer uma introdução, ao
conjunto deles ao iniciar a
oração, ou a cada um deles
antes de rezá-lo.
• Sendo, porém, esta introdução
breve e substanciosa, para que
não se torne uma aula, nem seja
cansativa.133.SI69;98,8. 120
• • Ao final, fazer oração sálmica,
• sintonizando a mensagem do
salmo, os sentimentos e as
atitudes nele expressos
• com Jesus, a Igreja, a
humanidade, a comunidade.
• Elementos coadjuvantes:
• Título
• O título é constituído por frase breve, em negrito, que
precede cada salmo.
• Já o saltério hebreu punha títulos a muitos de seus salmos.
• Os de nossa atual Liturgia das Horas são da edição da
Neovulgata
• publicada pela Comissão encarregada por Paulo VI.
• Os títulos estão pensados só "para a utilidade dos que
• Rezam os salmos", esclarece a IG135.
• (Portanto, não são para serem anunciados em voz alta.
• Em vista disso, antes do salmo, convém deixar um
momento de silêncio para que cada possa ler o título e
tomar consciência do seu conteúdo.)
• O título fornece a chave de compreensão original,
contextual do salmo.
• Informa sobre que espécie de salmo se vai rezar,
• ou seja, sobre sua natureza ou gênero:
• Se é sapiencial, meditando, por exemplo, sobre a lei,
• ou a ilusão das riquezas,
• ou o destino dos bons e dos malvados;
• se é histórico, fazendo objeto de oração o passado;
• se é profético, denunciando e admoestando o mal,
• ou anunciando bens vindouros;
• ou se é lírico ou imprecatório, gradual ou penitencial.
• No caso ser lírico, indica se é canto de louvor e celebração,
• Súplica, clamor de ajuda ou clemência, lamentação, ou
ação de graças pelos benefícios de Deus,
• e ressalta o sentimento que domina quem o compôs:
• se alegria e felicidade, ou tristeza e aflição;
• se temor ou confiança, se recordação e saudade,
• ou se anseio e sede de Deus...
• O título identifica ainda o sujeito que ora no salmo:
• o homem feliz e agradecido;
• o inocente afligido;
• o enfermo desejoso de cura;
• o exilado saudoso;
• o pecador arrependido.
• dá o tema, o motivo da reza que
vai seguir:
• Deus com seus atributos e sua
ação;
• o Messias e seu Reino;
• o povo aliado com Deus; a sua
cidade,
• Jerusalém, e seu templo;
• o culto que agrada a Deus;
• a criação inteira;
• os caminhos que se abrem ao
homem;
• e aqueles que trilham os justos e
os pecadores.
• E, finalmente, o título esclarece sobre as circunstâncias,
o momento do nascimento do salmo:
• manhã ou noite;
• momento de alegria, ou de dor,
• doença ou guerra;
• hora de peregrinação festiva,
• de entrada no templo,
• de núpcias reais,
• ou de devastação do templo e de exílio;
• tempo de vitórias e libertação,
• ou de dificuldades, perigos e calamidades,
• perseguição, traição ou derrota.
• Orienta o usuário do salmo a entrar de imediato no clima
deste.
• Ajuda-o, ao mesmo tempo, a sintonizar mais facilmente o
salmo com a vida em geral e com a sua vida pessoal,
• em ambas as quais costumam repetir-se experiências
iguais ou semelhantes àquelas rezadas pelo salmista.
• Sentença cristã
• A sentença cristã é a frase do Novo Testamento
• ou de um Padre da Igreja logo abaixo do título do salmo.
• De modo geral, pode-se dizer que esta sentença visa a
fomentar a oração dos salmos
• à luz da nova revelação,
• dar-lhe uma chave de leitura neotestamentária.
• a sentença cristã é auxílio para
entender os salmos na
perspectiva de Cristo,
• para dar-lhes uma caracterização
e um sentido crísticos,
• para ouvir neles a Palavra de
Cristo ao Pai, palavras da Igreja a
Cristo, ou sobre Cristo.
• A sentença cristã ajuda
igualmente a ouvir no salmo a voz
da Igreja
• e, inclusive, a nossa voz.
• Assim como os titulos, também a
sentença cristã facilita a conexão
dos salmos com a vida cristã,
• sobretudo naqueles salmos em que, por sua natureza,
essa conexão é mais difícil de se fazer.
• Ela é auxílio para atualizar os salmos,
• precisar melhor o seu sentido espiritual para nós, hoje.
• Poder-se-ia dizer que ela é o título cristão dos salmos.
• Alguns exemplos:
• O Salmo 21- ''Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?”:
• o título nos diz que se trata da "aflição do justo e sua
libertação".
• A sentença evangélica coloca a frase inicial do salmo na
boca de Cristo.
• Salmo 47 - "Povos todos do universo, batei palmas ":
Originariamente, é um canto à glória de Iahweh.
• A sentença é: "Está sentado à direita do Pai, e seu Reino
não terá fim".
Salmo 47
Batei palmas, todos os povos;
aclamai a Deus com voz de júbilo.
Porque o Senhor Altíssimo é
tremendo; é grande Rei sobre toda a
terra.
Ele nos sujeitou povos e nações sob
os nossos pés.
Escolheu para nós a nossa herança, a
glória de Jacó, a quem amou.
•Deus subiu entre aplausos, o Senhor subiu ao
som de trombeta.
•Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai
louvores ao nosso Rei, cantai louvores.
Pois Deus é o Rei de toda a
terra; cantai louvores com
salmo.
Deus reina sobre as nações;
Deus está sentado sobre o seu
santo trono.
Os príncipes dos povos se
reúnem como povo do Deus de
Abraão, porque a Deus
pertencem os escudos da terra;
ele é sumamente exaltado.
• O que refere o salmo à glorificação de Cristo,
• sobretudo em sua ascensão.
• Salmo 128 "Feliz és tu se temes o Senhor ":
• É salmo gradual, cantado pelos peregrinos a
caminho de Jerusalém.
• Termina com a bênção que os sacerdotes
pronunciavam sobre os peregrinos à Sua chegada.
• Pinta o quadro da felicidade doméstica que Deus
dá ao justo,
• o que é expresso no título "A paz do Senhor na
família".
• A sentença é: "De Sião, isto é, da sua Igreja, o
Senhor te abençoe".
• Nela, Sião se faz Igreja: atual lugar privilegiado
das bênçãos do Senhor.
• Salmo 114 - "Quando o povo de Israel saiu do
Egito ":
• Seu título e sua literalidade se referem à
experiência da libertação do povo judeu no
Êxodo.
• A sentença é de Santo Agostinho: "Sabei que
também vós, que renunciastes a este mundo,
saístes do Egito".
• Ela nos dá a pista para rezar o salmo a partir de
nossa fé cristã.
• Na tradição cristã, já desde o século III,
• encontramos manuscritos com salmos
precedidos de frases cristãs.
• E a IG 138 informa que, "seguindo esse método,
• os Santos Padres entenderam e comentaram
todo o saltério como profecia a respeito de Cristo
e da Igreja".
• Na atual Liturgia das Horas essas sentenças
cristãs são tão apreciadas
• que "no Ofício do Tempo Comum, sem canto,
em lugar" das "antífonas,
• podem ser usadas, se oportuno", essas "frases
que se antepõem a cada salmo“.
ANTÍFONAS
• A antífona é frase breve que antecede o
salmo e seus outros elementos
introdutórios:
• número, título e sentença cristã.
• Inicialmente, antífona não era um
elemento do Ofício, mas um modo de
salmodiar.
• Explicando: originariamente, "antifonar"
era cantar alternando um coro com outro
• (donde o modo "antifonado" de cantar os
salmos).
• Depois passou a significar só o estribilho
intercalado entre as estrofes,
• como era o costume já no tempo de São
Bento.
• E, finalmente, por brevidade, passou a ser
a frase curta
• dita ou cantada antes e depois do salmo e,
somente por vezes,
• também entre as estrofes do mesmo.
• Seu uso na Liturgia, sobretudo na salmodia da Liturgia
das Horas, existe pelo menos desde o século IV.
• Donde são extraídas as antífonas?
• Algumas são tomadas do próprio salmo ao qual
precedem e seguem:
• um clamor, um gemido, uma exclamação, uma
confissão...
• Neste caso, às vezes a antífona é igual à parte retirada
do salmo. Como:
• "Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor ",
• terceiro versículo do Salmo 87, usado tal e qual na
reza deste.
• Outras vezes, na antífona se introduz alguma variação
com relação à passagem do salmo fonte.
• Por exemplo, Salmo 88: Seu segundo versículo
diz: "A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo dia, e
de noite se eleva até vós meu gemido ".
• A antífona sintetiza: "De dia e de noite eu clamo
por vós".
• Esse é certamente o tipo mais antigo de antífona.
• Outro tipo é o das antífonas compostas por
pensamentos b´blicos.
• Destas antífonas bíblicas muitas são extraídas dos
Evangelhos e acompanham sobretudo o
Benedictus e o Magnificat, com frases que fazem
eco ao Evangelho do dia, sobretudo nos domingos.
• E, dessas antífonas evangélicas, muitas são tomadas
literalmente do texto escriturístico.
• Assim: Não podeis servir a Deus e ao dinheiro " texto
usado do Salmo 49 no Advento e no Tempo Comum,
• ou "Glória a Deus nos altos céus... "
• que acompanha o Benedictus do Natal.
• Outras são apenas inspiradas no Evangelho do dia.
• Como a antífona do Magnificat nas II Vésperas deste
dia:
• "Jesus Cristo hoje nasceu, apareceu o Salvador. Hoje
na terra os anjos cantam e se alegram os arcanjos.
Hoje exultam de alegria os homens justos a dizer:
Glória a Deus nos altos céus".
"Jesus Cristo hoje
nasceu, apareceu o
Salvador. Hoje na terra
os anjos cantam e se
alegram os arcanjos.
Hoje exultam de alegria
os homens justos a
dizer: Glória a Deus
nos altos céus".
• Um terceiro caso são as antífonas que aludem a
alguma característica ou acontecimento especial da
vida do santo
• ou da santa celebrados nas Horas.
• A esse tipo pertencem também as colhidas das Atas
dos Mártires.
• Por exemplo, as antífonas empregadas nas Laudes
da festa de São João Apóstolo e Evangelista:
• "São João Evangelista e Apóstolo amado e preferido
por Jesus".
• "Jesus, na cruz morrendo, confiou a Virgem Mãe ao
discípulo amado".
• "O discípulo amado disse aos outros: 'É o Senhor.
• Essas antífonas chamam-se históricas.
• Todas as não incluídas nas três categorias anteriores
são antífonas independentes.
• Quanto ao seu conteúdo, há quem distinga, de um
lado, as antífonas líricas, mais carregadas de poesia,
• e, de outro, as de caráter teológico.
• Estas últimas comunicam, de forma resumida, a
teologia do mistério celebrado.
• Esse caráter está muito presente nas antífonas que
iniciam ou usam o "hoje",
• antífonas que acentuam a permanência dos mistérios
salvíficos por meio da celebração litúrgica:
"Hoje, o
Verbo
divino...
por nós
se fez
homem".
"Chegou
hoje o
grande dia
do sagrado
Pentecostes,
aleluia".
• As antífonas do "Ó", rezadas com o Magnificat nos
últimos dias do Advento (17 a 23 de dezembro),
• apresentam essas duas características: são a um
tempo poéticas e teológicas: "Ó Sabedoria..." "Ó
Adonai..."
• E quais são os fins da inclusão das antífonas na
Liturgia das Horas e os efeitos que se esperam da
sua reza?
• Pode-se dizer que as antífonas são um recurso
pedagógico da Liturgia para a reza mais
consciente, cristã e sintonizada dos salmos.
• Reza mais consciente:
• As antífonas são como chaves de entendimento dos
salmos, luzes que iluminam o seu significado e sentido.
• Reza mais cristã:
• Da mesma forma como as sentenças cristãs, também
as antífonas podem contribuir para facilitar a reza dos
salmos em dimensão neotestamentária.
• Também elas, com frequência, desvendam o seu
sentido cristológico ou o comunicam a eles.
• É sabido que "especialmente nos dias festivos os
salmos foram escolhidos por alguma razão
cristológica".
• E "para sugeri-la" é que "se lhes antepõem geralmente
antífonas tiradas dos próprios salmos" cf Lc 2,14.
Jesus Cristo é o centro de
toda Ação Litúrgica
• Nessa função de caracterização cristã,
• por vezes, a antífona ilumina e manifesta
o papel tipológico, ou profético,
• que um personagem do Antigo
Testamento tem com relação a outro do
Novo.
• Por exemplo, o Salmo 112
• "Feliz o homem que respeita o Senhor e
que ama com carinho sua lei!
• Sua descendência será forte sobre a
terra “
• não fala diretamente de São José.
• Mas a antífona que o precede - "Sua mãe lhe
disse:
• 'Eu e teu pai te procurávamos aflitos'"
• nos permite rezá-lo vendo o "homem justo"
do salmo
• (o título, na Bíblia de Jerusalém, é "Elogio do
justo ")
• como figura típica, ou profética,
• daquele "homem justo " de que fala o
Evangelho.
• Essa antífona converte o salmo em canto
muito adequado para a festa de São José.
• Levanta-
te JOSÉ,
• Toma o
Menino e
sua Mãe
• E parte
para a
terra do
Egito...
• Reza mais sintonizada:
• A antífona anuncia a cor própria do salmo, o seu tom
peculiar, o seu clima de meditação moral, de confissão
penitencial, de canto laudatório...
• Ela ajuda a entrar em sintonia com o mistério que o salmo
contribui a celebrar.
• Auxilia na leitura litúrgica variada do mesmo salmo
• a dar-lhe tonalidade peculiar conforme o tempo ou a festa
em que ele é rezado.
• Por exemplo, o Salmo 48 ("A ilusão das riquezas ")
• que, no Tempo Comum, é precedido pela antífona
"Dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus",
• no Tempo Pascal é acompanhado pela orientação de
Paulo:
• "Procurai o que é do alto e não o que é da terra
• O caso mais rico dessa sintonização ocorre com
as antífonas caracterizadoras do Salmo 110
• ("Oráculo de Jahweh ao meu Senhor: senta-te à
minha direita").
• Ele é precedido de mais de vinte e cinco
antífonas diferentes,
• cada uma delas destacando a idéia do salmo
mais adequada ao tempo e à festa
comemorada:
• No Natal: "Tu és príncipe desde o dia em que
nasceste " (é o versículo três do salmo);
• na Páscoa: "O Senhor ressuscitou cheio de glória e
assentou-se à direita de Deus Pai“ o versículo 1 diz:
• "Senta-te à minha direita ")
• em Corpus Chris-ti: "Jesus Cristo, sacerdote eterno,
segundo a ordem do rei Melquisedec... " (repete o
versículo 4 do salmo).
• Essa função de dar a "tonalidade" é particularmente
evidenciada quando o salmo é cantado.
• A forma musical da antífona é diferente do salmo.
• Mas a antífona, neste caso, não somente dá a
tonalidade em termos de ideias;
• ela também já dá (literalmente) o tom melódico deste.
• Conforme a hora, a festa, o tempo, comunica-lhe um
matiz festivo, austero, expressivo ou contemplativo.
• Os textos oficiais dão algumas orientações
quanto ao uso da antífona:
• Quando para um só salmo há mais de uma
antífona, escolhe-se livremente a que se quer
usar.
• A antífona pode ser rezada ou cantada.
• Se rezada, pode ser recitada por uma pessoa
só;
• se cantada, é bom que toda a comunidade a
cante.
• Quando a antífona é cantada, o salmo pode
ser tanto cantado como rezado.
• Mas o ideal é que, assim como os salmos,
também as antífonas sejam cantadas:
• "Se musicalmente acertadas, podem ser ajuda
valiosa para que o canto dos salmos seja de
qualidade".
• Se a antífona é cantada, convém repeti-la ao
início e no fim.
• Se for rezada, pode ser omitida ao final,
• mas no começo deve ser sempre rezada.
• Isso pelo seu caráter introdutório
• e por causa de sua função de ajudar a rezar o
salmo mais consciente, cristã e
sintonizadamente.
• LOUVAREI O
SENHOR NA
PRESENÇA
DOS ANJOS
• Além disso, ela pode também, como em seus
inícios, ser repetida após cada estrofe ou após
cada grupo de estrofes.
• No Ofício do Tempo Comum sem canto, a
antífona pode ser substituída pela sentença
cristã.
• No caso de salmos divididos em duas ou três
partes,
• pode-se, ou rezar/cantar cada parte
separadamente, terminando cada um com o
Glória e sua antífona,
• ou rezar/cantar o salmo todo, suprimindo os
glória e antífona intermediários.
• Moção sálmica
• Eventualmente, o salmo pode ser precedido por
exortação ou moção sálmica.
• Esta não é acrescida aos outros elementos
introdutórios (título, sentenç a cristã, antífona).
• Ela integra as idéias neles contidas e, se útil, as
completa com outras pessoais de quem faz a
introdução
• Ela tambéim procura atender ao conjunto dos
fins e alcançar o conjunto dos efeitos que se
espera desses elementos:
• ajudar a rezar melhor o salmo,
• indicando aspectos como as circunstancias de sua
origem,
• sua natureza e sentido literal,
• seu(s) sujeito(s) e objeto(s);
• sua dimensão crística: sua relação com a hora, a
festa, o tempo;
• sua conexão com nossa experiência humana e
cristã.
• Ela não deve ser convertida em aula de exegese
nem em homilia.
• E deve ser dosada: breve quanto ao tempo;
• sóbria quanto ao número (normalmente, não antes
de cada um dos salmos da Hora)
• Os salmos concluem
sempre com o "Glória
ao Pai".
• Também ele "confere
à oração do Antigo
Testamento
• um sentido de louvor
cristológico e
trinitário“ IG 123
• Oração sálmica
• Uma das formas clássicas de rezar os salmos,
vinda desde a Igreja bem antiga,
• é acrescentar-lhe uma oração chamada sálmica.
• Testemunhos escritos, a partir do século IV,
• dão conta da prática bastante generalizada,na
Europa e na África,
• de intercalar uma oração entre um e outro salmo.
• Assim, São Basílio, pelo ano 375, em sua Epístola
207, diz que o povo, em algumas ocasiões,
passava a noite ocupado com a salmodia
intercalada da oração.
• A peregrina Etéria, no final do século IV,
• descrevendo o Oficio noturno a que assiste em
Jerusalém, escreve em seu "Itinerário":
• "Tendo o povo entrado, qualquer um dos presbíteros
presentes diz um salmo,
• e todos respondem (com o estribilho da antífona);
• depois se faz oração".
• Alguns textos "falam de oração silenciosa e pessoal
• que prolonga a recitação dos salmos num clima de
meditação e de aplicação à própria vida".
• A regra de São Columbano prescreve a seus monges,
depois de cada salmo, uma oração feita de joelhos e
em silêncio.
• "Também Santo Isidoro recomenda aos monges,
depois de cada salmo, uma oração feita de joelhos".
• "Mas essa oração silenciosa evoluiu em muitos lugares
para a formulação de uma coleta, oração em voz alta".
• Santo Atanásio, no século IV, dá normas às virgens
para a recitação dos salmos".
• E uma dessas recomendações é que "a cada um deles
deve seguir uma oração feita de joelhos, em voz alta,
por turno".
• "Cassiano, nos começos do século V, é quem mais
expressamente nos descreve o costume das coletas
sálmicas no ambiente monástico:
após cada salmo, segue um momento de oração
pessoal, feita em pé.
• Em seguida, vêm breve prostração.
• e o levantar para o prosseguimento da oração.
• Neste momento, o presidente conclui a oração com
uma fórmula que todos escutam, a coleta sálmica:
• o sacerdote 'recolhe a oração', ou seja,
• coleta as intenções pessoais de todos e de cada um
dos presentes".
• São também testemunhos destas orações várias
séries delas que foram conservadas:
• uma africana, datada do século V;
• outra romana ou itálica, possivelmente do século VI;
• e outra hispânica antiga, que remonta ao século VII.
• Indícios do interesse que ainda hoje há por tal tipo de
oração é o fato de a IG152 anunciar um suplemento
da Liturgia das Horas com uma coleção delas.
• Nesses testemunhos, transparecem elementos da
natureza dessas orações,
• do momento e do modo de rezá-las, das suas funções
ou finalidades e dos seus efeitos.
• Quanto à natureza, elas são orações (também
chamadas coletas)
• dirigidas a Deus a partir dos salmos.
• Com relação ao momento e ao modo de reza, de
acordo com a antiga tradição, a sequência normal
seria:
• reza do salmo - silêncio meditativo - coleta (oração)
sálmica.
• No referente à sua função, finalidade e também efeitos,
a oração sálmica,
• em primeiro lugar, faz com que os salmos sejam
rezados não de forma corrida uns após os outros,
• mas intercalados por espaços de silêncio, de reflexão
pessoal, de meditação personalizada.
• A sequência referida -
salmo, silêncio, coleta
- faz com que a reza
dos salmos seja
meditativa.
• E isso permite que os
mesmos se carreguem
de ressonâncias
especiais na
intimidade do coração
de cada um dos que
os rezam.
• Depois, a oração que os segue recolhe, sintetiza e
conclui as ideias e sentimentos,
• ecos interiores despertados pelos salmos na mente e
no coração dos integrantes da comunidade orante.
• E, ao mesmo tempo, os traz para hoje.
• Faz a ponte entre a literalidade e o contexto originário
do salmo e a vida e história atuais dos orantes.
• Com a particularidade que essa transposição do texto
vétero-testamentário que é o salmo para o aqui e o
agora do orante
• é feita em clave de fé, a partir do sentido crístico,
eclesial e cristão.
• Essa nova
clave
"cristianiza"
• os salmos de
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2 louvor-perene

  • 2. Salmo 150 Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o nos altos céus de seu poder! Louvai-o pelos seus feitos grandiosos; louvai-o por sua Grandeza majestosa!
  • 3. Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa! Louvai-o com a dança e com a flauta; louvai-o com os címbalos sonoros!
  • 4. Louve a Deus tudo o que vive e que respira, Tudo cante os louvores do Senhor!
  • 5. • Preliminarmente, é necessário, como para qualquer outra oração, estar, ou colocar-se em clima apropriado • e mergulhar de coração nessa forma bíblica de orar. • Junto com isso, como também em qualquer oração, confiar no Espírito e entregar-se a Ele, • a este Espírito "sob cuja inspiração os salmistas cantaram“ • e que ajuda aos que rezam os salmo até hoje126. • E ter presente a observação de Cassiano, que já dizia: • "não importa tanto a quantidade de salmos, quanto a sua qualidade, sua compreensão e proveito espiritual".
  • 7. • Depois, procurar rezá-los sempre com disposições positivas: • "Com a reverência que convém à majestade de Deus“ • com todo o sentimento do coração: • "Com gozo da alma com doçura de caridade"; • saboreando o que se reza ( Salmodiai sabiamente); • e com o coração aberto aos sentimentos que deles brotam. • Também é de grande valia estar atento aos vários sentidos, às três já referidas leituras que deles se pode fazer.
  • 8. • Primeiro, o seu sentido literal, originário, • que nos permite entrar nas circunstâncias • da sua composição,captar sua natureza e caracterização, • penetrar em seu mundo de significados • e sintonizar com sua linguagem. • Para isso, podem ajudar perguntas: • Em que circunstâncias históricas foi composto este salmo? • Em que situação pessoal estava o salmista ao compô- lo? • Qual o seu gênero literário?
  • 9. • Qual a sua estrutura? • Que antropologia e teologia nele subjaz? • Quem fala com quem no salmo? • Quais são os sentimentos que expressam essa relação? • Com que linguagem (imagens...) o salmista a descreve? • Lendo o salmo todo ou em parte, é possível lembrar alguma outra passagem da Bíblia que tem relação com ele?
  • 10. • Segundo: • o sentido crístico, messiânico, • a sua leitura na perspectiva de Jesus. • Descobri-lo, perguntando, por exemplo: • Este salmo aparece no Novo Testamento? • Em que circunstâncias? • Ele traduz a experiência de Jesus, em sua missão, • na sua relação com o Pai, • sua experiência de morte- ressurreição?
  • 11. • Terceiro: o sentido cristão, a leitura que personaliza e atualiza os salmos. • Personalizá-los é assimilá-los como nossos, • colocar-nos no lugar do salmista, • do personagem ou personagens que neles falam: • o doente que se queixa, pede ou agradece; • o justo em dificuldades que se põe ao amparo do escudo que o proteja129; • o exilado que se recorda com saudades de sua pátria e que aguarda esperançoso o regresso a ela130; • o pecador que se arrepende, se alegra com o perdão, se compromete à fidelidade e à ação em favor de Deus 131
  • 12. Como a corça suspira Pelas água correntes, Assim suspira minha alma por Vós, Ó meu Deus!
  • 13. • Personalizá-los é tentar experimentar "verdadeiramente os sentimentos daqueles que escreveram os salmos“. • Cassiano deixou deixou escrito magnificamente: "Aquele que tem um coração de pobre [...] põe-se a cantá-los não porque o profeta os escreveu, • mas como se ele mesmo os tivesse composto [...] • Faz que eles jorrem do fundo de seu coração [...] • Percebe que são dirigidos diretamente a ele. • Esta assimilação das atitudes e sentimentos dos salmos é recomendada de modo insuperável por Santo Agostinho:
  • 14. "Se o salmo reza, reze! Se o salmo geme, gema! Se se alegra, alegre-se! Se espera, espere! Se teme, tema!"
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19. • Atualizá-los: • Sem desconhecer seu sentido originário, podemos e convém fixar-nos na sua relação com nossa experiência atual de vida, • especialmente de fé e oração. • Para essa personalização e atualização podemos perguntar: • Quando rezamos este salmo sentimos que ele fala de nós como pessoas, como Igreja e como humanidade? • de nossa dor, da nossa alegria, da nossa sede de Deus?
  • 20. • Que ressonâncias ele tem em nosso pensamento e em nossos sentimentos? • O que Deus nos diz hoje através de sua mensagem? • A que nos convidam os conteúdos de vária natureza nele contidos?
  • 21. • Carlos Mesters lembra e afirma: • "Os salmos nasceram da vida, dos conflitos, dos problemas, da caminhada. • Nasceram da luta, da vontade de ser fiel ao projeto de Deus. • Por isso, quanto mais alguém procurar aprofundar sua vida hoje, • quanto mais procurar aprofundar e viver os conflitos e evitar a superficialidade, • tanto mais ele se aproximará da fonte de onde nasceram os salmos e da chave de compreensão destes".
  • 22. • Estar atento aos vários sentidos... • Em outros termos, para rezar bem os salmos, é importante contar com uma boa iniciação à Bíblia em geral, e aos próprios salmos em particular. • Motivar-se com a excelência dessa forma de oração. • Aceitar o lugar privilegiado que os salmos sempre ocuparam e continuam ocupando na oração cristã. • Especialmente no que se refere à natureza dos salmos, • ter presente a sua condição de poemas nascidos para serem cantados.
  • 23. • Enquanto poesia, embora ofereçam elementos à nossa mente, • eles querem, sobretudo, ser expressão de nosso coração • e são, Essencialmente, um conteúdo e uma forma literária • tendentes a mover-nos, mais que ao estudo, ao louvor Contemplativo.
  • 24. • "Aquele que tem um coração de pobre [...] aprende a conhecer os sentimentos expressos nos salmos. • Para nós, o sentido das palavras se esclarecerá, • não porque o explicamos de forma inteligente, • mas porque o conhecemos com o coração". • Ver e rezar os salmos na globalidade bíblica e histórica • O livro que os compendia não está justaposto aos demais textos • e, muito menos, é alheio à totalidade bíblica, • além do que os salmos fazem oração de temas e situações presentes em toda a História da Salvação • em realização progressiva até a consumação.
  • 25. • Rezar os salmos situando-os nesse conjunto bíblico e nessa globalidade histórica • é expandir e enriquecer a própria oração. • • Recordando que a Liturgia é oração de Cristo e oração da Igreja, • rezar os salmos unindo-se a Jesus e a todo o seu Corpo e rezá-los em nome deste. • Interpretar cada salmo dentro do contexto litúrgico em que ele é recitado. • Dito de outra forma, procurar perceber e sentir a sua conexão com a hora, o dia ou o ciclo litúrgico que estão sendo celebrados.
  • 26.
  • 27. • Explorar toda a variedade possível de formas de rezar ou cantar os salmos. • Oportunamente, usar salmos originais vazados, porém, em linguagem atual. • Conhecer e explorar os recursos que a Liturgia emprega para facilitar a compreensão de cada salmo, • isto é, os elementos coadjuvantes que o precedem. • Se, na hora de sua reza, está difícil identificar-se com o conteúdo do salmo rezado, • lembrar das muitas outras pessoas que, nesse momento, estão tendo a mesma experiência do salmista; que, por exemplo, • se lamentam, ou que pedem para bater palmas ou gritar de alegria 133.
  • 28. • No caso dos salmos inteiros ou das partes deles com carga imprecatória, • além de pensá-los como peças anteriores ao Novo Testamento e a seus padrões, • ou de vê-los como expressão de um povo aliado a Deus • e cujos inimigos eram os inimigos de ambos, • podemos ter presente também que ainda hoje nossa oração não é plenamente cristã, plenamente filial; • e que a luta entre o bem e o mal, • o espírito e a carne, o amor e o egoísmo, • os aliados e os inimigos de Deus, o justo e o ímpio... • continua sendo permanentemente travada.
  • 29. • Fazer uma introdução, ao conjunto deles ao iniciar a oração, ou a cada um deles antes de rezá-lo. • Sendo, porém, esta introdução breve e substanciosa, para que não se torne uma aula, nem seja cansativa.133.SI69;98,8. 120 • • Ao final, fazer oração sálmica, • sintonizando a mensagem do salmo, os sentimentos e as atitudes nele expressos • com Jesus, a Igreja, a humanidade, a comunidade.
  • 30. • Elementos coadjuvantes: • Título • O título é constituído por frase breve, em negrito, que precede cada salmo. • Já o saltério hebreu punha títulos a muitos de seus salmos. • Os de nossa atual Liturgia das Horas são da edição da Neovulgata • publicada pela Comissão encarregada por Paulo VI. • Os títulos estão pensados só "para a utilidade dos que • Rezam os salmos", esclarece a IG135. • (Portanto, não são para serem anunciados em voz alta. • Em vista disso, antes do salmo, convém deixar um momento de silêncio para que cada possa ler o título e tomar consciência do seu conteúdo.)
  • 31. • O título fornece a chave de compreensão original, contextual do salmo. • Informa sobre que espécie de salmo se vai rezar, • ou seja, sobre sua natureza ou gênero: • Se é sapiencial, meditando, por exemplo, sobre a lei, • ou a ilusão das riquezas, • ou o destino dos bons e dos malvados; • se é histórico, fazendo objeto de oração o passado; • se é profético, denunciando e admoestando o mal, • ou anunciando bens vindouros; • ou se é lírico ou imprecatório, gradual ou penitencial.
  • 32. • No caso ser lírico, indica se é canto de louvor e celebração, • Súplica, clamor de ajuda ou clemência, lamentação, ou ação de graças pelos benefícios de Deus, • e ressalta o sentimento que domina quem o compôs: • se alegria e felicidade, ou tristeza e aflição; • se temor ou confiança, se recordação e saudade, • ou se anseio e sede de Deus... • O título identifica ainda o sujeito que ora no salmo: • o homem feliz e agradecido; • o inocente afligido; • o enfermo desejoso de cura; • o exilado saudoso; • o pecador arrependido.
  • 33. • dá o tema, o motivo da reza que vai seguir: • Deus com seus atributos e sua ação; • o Messias e seu Reino; • o povo aliado com Deus; a sua cidade, • Jerusalém, e seu templo; • o culto que agrada a Deus; • a criação inteira; • os caminhos que se abrem ao homem; • e aqueles que trilham os justos e os pecadores.
  • 34. • E, finalmente, o título esclarece sobre as circunstâncias, o momento do nascimento do salmo: • manhã ou noite; • momento de alegria, ou de dor, • doença ou guerra; • hora de peregrinação festiva, • de entrada no templo, • de núpcias reais, • ou de devastação do templo e de exílio; • tempo de vitórias e libertação, • ou de dificuldades, perigos e calamidades, • perseguição, traição ou derrota.
  • 35. • Orienta o usuário do salmo a entrar de imediato no clima deste. • Ajuda-o, ao mesmo tempo, a sintonizar mais facilmente o salmo com a vida em geral e com a sua vida pessoal, • em ambas as quais costumam repetir-se experiências iguais ou semelhantes àquelas rezadas pelo salmista. • Sentença cristã • A sentença cristã é a frase do Novo Testamento • ou de um Padre da Igreja logo abaixo do título do salmo. • De modo geral, pode-se dizer que esta sentença visa a fomentar a oração dos salmos • à luz da nova revelação, • dar-lhe uma chave de leitura neotestamentária.
  • 36. • a sentença cristã é auxílio para entender os salmos na perspectiva de Cristo, • para dar-lhes uma caracterização e um sentido crísticos, • para ouvir neles a Palavra de Cristo ao Pai, palavras da Igreja a Cristo, ou sobre Cristo. • A sentença cristã ajuda igualmente a ouvir no salmo a voz da Igreja • e, inclusive, a nossa voz. • Assim como os titulos, também a sentença cristã facilita a conexão dos salmos com a vida cristã,
  • 37. • sobretudo naqueles salmos em que, por sua natureza, essa conexão é mais difícil de se fazer. • Ela é auxílio para atualizar os salmos, • precisar melhor o seu sentido espiritual para nós, hoje. • Poder-se-ia dizer que ela é o título cristão dos salmos. • Alguns exemplos: • O Salmo 21- ''Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”: • o título nos diz que se trata da "aflição do justo e sua libertação". • A sentença evangélica coloca a frase inicial do salmo na boca de Cristo. • Salmo 47 - "Povos todos do universo, batei palmas ": Originariamente, é um canto à glória de Iahweh. • A sentença é: "Está sentado à direita do Pai, e seu Reino não terá fim".
  • 38. Salmo 47 Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo. Porque o Senhor Altíssimo é tremendo; é grande Rei sobre toda a terra. Ele nos sujeitou povos e nações sob os nossos pés. Escolheu para nós a nossa herança, a glória de Jacó, a quem amou.
  • 39. •Deus subiu entre aplausos, o Senhor subiu ao som de trombeta. •Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores.
  • 40. Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com salmo. Deus reina sobre as nações; Deus está sentado sobre o seu santo trono. Os príncipes dos povos se reúnem como povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele é sumamente exaltado.
  • 41. • O que refere o salmo à glorificação de Cristo, • sobretudo em sua ascensão. • Salmo 128 "Feliz és tu se temes o Senhor ": • É salmo gradual, cantado pelos peregrinos a caminho de Jerusalém. • Termina com a bênção que os sacerdotes pronunciavam sobre os peregrinos à Sua chegada. • Pinta o quadro da felicidade doméstica que Deus dá ao justo, • o que é expresso no título "A paz do Senhor na família".
  • 42. • A sentença é: "De Sião, isto é, da sua Igreja, o Senhor te abençoe". • Nela, Sião se faz Igreja: atual lugar privilegiado das bênçãos do Senhor. • Salmo 114 - "Quando o povo de Israel saiu do Egito ": • Seu título e sua literalidade se referem à experiência da libertação do povo judeu no Êxodo. • A sentença é de Santo Agostinho: "Sabei que também vós, que renunciastes a este mundo, saístes do Egito". • Ela nos dá a pista para rezar o salmo a partir de nossa fé cristã.
  • 43.
  • 44. • Na tradição cristã, já desde o século III, • encontramos manuscritos com salmos precedidos de frases cristãs. • E a IG 138 informa que, "seguindo esse método, • os Santos Padres entenderam e comentaram todo o saltério como profecia a respeito de Cristo e da Igreja". • Na atual Liturgia das Horas essas sentenças cristãs são tão apreciadas • que "no Ofício do Tempo Comum, sem canto, em lugar" das "antífonas, • podem ser usadas, se oportuno", essas "frases que se antepõem a cada salmo“.
  • 46. • A antífona é frase breve que antecede o salmo e seus outros elementos introdutórios: • número, título e sentença cristã. • Inicialmente, antífona não era um elemento do Ofício, mas um modo de salmodiar. • Explicando: originariamente, "antifonar" era cantar alternando um coro com outro • (donde o modo "antifonado" de cantar os salmos).
  • 47. • Depois passou a significar só o estribilho intercalado entre as estrofes, • como era o costume já no tempo de São Bento. • E, finalmente, por brevidade, passou a ser a frase curta • dita ou cantada antes e depois do salmo e, somente por vezes, • também entre as estrofes do mesmo.
  • 48. • Seu uso na Liturgia, sobretudo na salmodia da Liturgia das Horas, existe pelo menos desde o século IV. • Donde são extraídas as antífonas? • Algumas são tomadas do próprio salmo ao qual precedem e seguem: • um clamor, um gemido, uma exclamação, uma confissão... • Neste caso, às vezes a antífona é igual à parte retirada do salmo. Como: • "Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor ", • terceiro versículo do Salmo 87, usado tal e qual na reza deste. • Outras vezes, na antífona se introduz alguma variação com relação à passagem do salmo fonte.
  • 49. • Por exemplo, Salmo 88: Seu segundo versículo diz: "A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo dia, e de noite se eleva até vós meu gemido ". • A antífona sintetiza: "De dia e de noite eu clamo por vós". • Esse é certamente o tipo mais antigo de antífona. • Outro tipo é o das antífonas compostas por pensamentos b´blicos. • Destas antífonas bíblicas muitas são extraídas dos Evangelhos e acompanham sobretudo o Benedictus e o Magnificat, com frases que fazem eco ao Evangelho do dia, sobretudo nos domingos.
  • 50. • E, dessas antífonas evangélicas, muitas são tomadas literalmente do texto escriturístico. • Assim: Não podeis servir a Deus e ao dinheiro " texto usado do Salmo 49 no Advento e no Tempo Comum, • ou "Glória a Deus nos altos céus... " • que acompanha o Benedictus do Natal. • Outras são apenas inspiradas no Evangelho do dia. • Como a antífona do Magnificat nas II Vésperas deste dia: • "Jesus Cristo hoje nasceu, apareceu o Salvador. Hoje na terra os anjos cantam e se alegram os arcanjos. Hoje exultam de alegria os homens justos a dizer: Glória a Deus nos altos céus".
  • 51. "Jesus Cristo hoje nasceu, apareceu o Salvador. Hoje na terra os anjos cantam e se alegram os arcanjos. Hoje exultam de alegria os homens justos a dizer: Glória a Deus nos altos céus".
  • 52. • Um terceiro caso são as antífonas que aludem a alguma característica ou acontecimento especial da vida do santo • ou da santa celebrados nas Horas. • A esse tipo pertencem também as colhidas das Atas dos Mártires. • Por exemplo, as antífonas empregadas nas Laudes da festa de São João Apóstolo e Evangelista: • "São João Evangelista e Apóstolo amado e preferido por Jesus". • "Jesus, na cruz morrendo, confiou a Virgem Mãe ao discípulo amado". • "O discípulo amado disse aos outros: 'É o Senhor.
  • 53. • Essas antífonas chamam-se históricas. • Todas as não incluídas nas três categorias anteriores são antífonas independentes. • Quanto ao seu conteúdo, há quem distinga, de um lado, as antífonas líricas, mais carregadas de poesia, • e, de outro, as de caráter teológico. • Estas últimas comunicam, de forma resumida, a teologia do mistério celebrado. • Esse caráter está muito presente nas antífonas que iniciam ou usam o "hoje", • antífonas que acentuam a permanência dos mistérios salvíficos por meio da celebração litúrgica:
  • 55. "Chegou hoje o grande dia do sagrado Pentecostes, aleluia".
  • 56. • As antífonas do "Ó", rezadas com o Magnificat nos últimos dias do Advento (17 a 23 de dezembro), • apresentam essas duas características: são a um tempo poéticas e teológicas: "Ó Sabedoria..." "Ó Adonai..." • E quais são os fins da inclusão das antífonas na Liturgia das Horas e os efeitos que se esperam da sua reza? • Pode-se dizer que as antífonas são um recurso pedagógico da Liturgia para a reza mais consciente, cristã e sintonizada dos salmos.
  • 57. • Reza mais consciente: • As antífonas são como chaves de entendimento dos salmos, luzes que iluminam o seu significado e sentido. • Reza mais cristã: • Da mesma forma como as sentenças cristãs, também as antífonas podem contribuir para facilitar a reza dos salmos em dimensão neotestamentária. • Também elas, com frequência, desvendam o seu sentido cristológico ou o comunicam a eles. • É sabido que "especialmente nos dias festivos os salmos foram escolhidos por alguma razão cristológica". • E "para sugeri-la" é que "se lhes antepõem geralmente antífonas tiradas dos próprios salmos" cf Lc 2,14.
  • 58. Jesus Cristo é o centro de toda Ação Litúrgica
  • 59. • Nessa função de caracterização cristã, • por vezes, a antífona ilumina e manifesta o papel tipológico, ou profético, • que um personagem do Antigo Testamento tem com relação a outro do Novo. • Por exemplo, o Salmo 112 • "Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho sua lei! • Sua descendência será forte sobre a terra “ • não fala diretamente de São José.
  • 60. • Mas a antífona que o precede - "Sua mãe lhe disse: • 'Eu e teu pai te procurávamos aflitos'" • nos permite rezá-lo vendo o "homem justo" do salmo • (o título, na Bíblia de Jerusalém, é "Elogio do justo ") • como figura típica, ou profética, • daquele "homem justo " de que fala o Evangelho. • Essa antífona converte o salmo em canto muito adequado para a festa de São José.
  • 61. • Levanta- te JOSÉ, • Toma o Menino e sua Mãe • E parte para a terra do Egito...
  • 62. • Reza mais sintonizada: • A antífona anuncia a cor própria do salmo, o seu tom peculiar, o seu clima de meditação moral, de confissão penitencial, de canto laudatório... • Ela ajuda a entrar em sintonia com o mistério que o salmo contribui a celebrar. • Auxilia na leitura litúrgica variada do mesmo salmo • a dar-lhe tonalidade peculiar conforme o tempo ou a festa em que ele é rezado. • Por exemplo, o Salmo 48 ("A ilusão das riquezas ") • que, no Tempo Comum, é precedido pela antífona "Dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus", • no Tempo Pascal é acompanhado pela orientação de Paulo: • "Procurai o que é do alto e não o que é da terra
  • 63. • O caso mais rico dessa sintonização ocorre com as antífonas caracterizadoras do Salmo 110 • ("Oráculo de Jahweh ao meu Senhor: senta-te à minha direita"). • Ele é precedido de mais de vinte e cinco antífonas diferentes, • cada uma delas destacando a idéia do salmo mais adequada ao tempo e à festa comemorada: • No Natal: "Tu és príncipe desde o dia em que nasceste " (é o versículo três do salmo);
  • 64. • na Páscoa: "O Senhor ressuscitou cheio de glória e assentou-se à direita de Deus Pai“ o versículo 1 diz: • "Senta-te à minha direita ") • em Corpus Chris-ti: "Jesus Cristo, sacerdote eterno, segundo a ordem do rei Melquisedec... " (repete o versículo 4 do salmo). • Essa função de dar a "tonalidade" é particularmente evidenciada quando o salmo é cantado. • A forma musical da antífona é diferente do salmo. • Mas a antífona, neste caso, não somente dá a tonalidade em termos de ideias; • ela também já dá (literalmente) o tom melódico deste. • Conforme a hora, a festa, o tempo, comunica-lhe um matiz festivo, austero, expressivo ou contemplativo.
  • 65. • Os textos oficiais dão algumas orientações quanto ao uso da antífona: • Quando para um só salmo há mais de uma antífona, escolhe-se livremente a que se quer usar. • A antífona pode ser rezada ou cantada. • Se rezada, pode ser recitada por uma pessoa só; • se cantada, é bom que toda a comunidade a cante. • Quando a antífona é cantada, o salmo pode ser tanto cantado como rezado.
  • 66. • Mas o ideal é que, assim como os salmos, também as antífonas sejam cantadas: • "Se musicalmente acertadas, podem ser ajuda valiosa para que o canto dos salmos seja de qualidade". • Se a antífona é cantada, convém repeti-la ao início e no fim. • Se for rezada, pode ser omitida ao final, • mas no começo deve ser sempre rezada. • Isso pelo seu caráter introdutório • e por causa de sua função de ajudar a rezar o salmo mais consciente, cristã e sintonizadamente.
  • 67. • LOUVAREI O SENHOR NA PRESENÇA DOS ANJOS
  • 68. • Além disso, ela pode também, como em seus inícios, ser repetida após cada estrofe ou após cada grupo de estrofes. • No Ofício do Tempo Comum sem canto, a antífona pode ser substituída pela sentença cristã. • No caso de salmos divididos em duas ou três partes, • pode-se, ou rezar/cantar cada parte separadamente, terminando cada um com o Glória e sua antífona, • ou rezar/cantar o salmo todo, suprimindo os glória e antífona intermediários.
  • 69. • Moção sálmica • Eventualmente, o salmo pode ser precedido por exortação ou moção sálmica. • Esta não é acrescida aos outros elementos introdutórios (título, sentenç a cristã, antífona). • Ela integra as idéias neles contidas e, se útil, as completa com outras pessoais de quem faz a introdução • Ela tambéim procura atender ao conjunto dos fins e alcançar o conjunto dos efeitos que se espera desses elementos:
  • 70. • ajudar a rezar melhor o salmo, • indicando aspectos como as circunstancias de sua origem, • sua natureza e sentido literal, • seu(s) sujeito(s) e objeto(s); • sua dimensão crística: sua relação com a hora, a festa, o tempo; • sua conexão com nossa experiência humana e cristã. • Ela não deve ser convertida em aula de exegese nem em homilia. • E deve ser dosada: breve quanto ao tempo; • sóbria quanto ao número (normalmente, não antes de cada um dos salmos da Hora)
  • 71. • Os salmos concluem sempre com o "Glória ao Pai". • Também ele "confere à oração do Antigo Testamento • um sentido de louvor cristológico e trinitário“ IG 123
  • 72. • Oração sálmica • Uma das formas clássicas de rezar os salmos, vinda desde a Igreja bem antiga, • é acrescentar-lhe uma oração chamada sálmica. • Testemunhos escritos, a partir do século IV, • dão conta da prática bastante generalizada,na Europa e na África, • de intercalar uma oração entre um e outro salmo. • Assim, São Basílio, pelo ano 375, em sua Epístola 207, diz que o povo, em algumas ocasiões, passava a noite ocupado com a salmodia intercalada da oração.
  • 73. • A peregrina Etéria, no final do século IV, • descrevendo o Oficio noturno a que assiste em Jerusalém, escreve em seu "Itinerário": • "Tendo o povo entrado, qualquer um dos presbíteros presentes diz um salmo, • e todos respondem (com o estribilho da antífona); • depois se faz oração". • Alguns textos "falam de oração silenciosa e pessoal • que prolonga a recitação dos salmos num clima de meditação e de aplicação à própria vida".
  • 74. • A regra de São Columbano prescreve a seus monges, depois de cada salmo, uma oração feita de joelhos e em silêncio. • "Também Santo Isidoro recomenda aos monges, depois de cada salmo, uma oração feita de joelhos". • "Mas essa oração silenciosa evoluiu em muitos lugares para a formulação de uma coleta, oração em voz alta". • Santo Atanásio, no século IV, dá normas às virgens para a recitação dos salmos". • E uma dessas recomendações é que "a cada um deles deve seguir uma oração feita de joelhos, em voz alta, por turno".
  • 75. • "Cassiano, nos começos do século V, é quem mais expressamente nos descreve o costume das coletas sálmicas no ambiente monástico: após cada salmo, segue um momento de oração pessoal, feita em pé. • Em seguida, vêm breve prostração. • e o levantar para o prosseguimento da oração. • Neste momento, o presidente conclui a oração com uma fórmula que todos escutam, a coleta sálmica: • o sacerdote 'recolhe a oração', ou seja, • coleta as intenções pessoais de todos e de cada um dos presentes".
  • 76. • São também testemunhos destas orações várias séries delas que foram conservadas: • uma africana, datada do século V; • outra romana ou itálica, possivelmente do século VI; • e outra hispânica antiga, que remonta ao século VII. • Indícios do interesse que ainda hoje há por tal tipo de oração é o fato de a IG152 anunciar um suplemento da Liturgia das Horas com uma coleção delas. • Nesses testemunhos, transparecem elementos da natureza dessas orações, • do momento e do modo de rezá-las, das suas funções ou finalidades e dos seus efeitos.
  • 77. • Quanto à natureza, elas são orações (também chamadas coletas) • dirigidas a Deus a partir dos salmos. • Com relação ao momento e ao modo de reza, de acordo com a antiga tradição, a sequência normal seria: • reza do salmo - silêncio meditativo - coleta (oração) sálmica. • No referente à sua função, finalidade e também efeitos, a oração sálmica, • em primeiro lugar, faz com que os salmos sejam rezados não de forma corrida uns após os outros, • mas intercalados por espaços de silêncio, de reflexão pessoal, de meditação personalizada.
  • 78.
  • 79. • A sequência referida - salmo, silêncio, coleta - faz com que a reza dos salmos seja meditativa. • E isso permite que os mesmos se carreguem de ressonâncias especiais na intimidade do coração de cada um dos que os rezam.
  • 80. • Depois, a oração que os segue recolhe, sintetiza e conclui as ideias e sentimentos, • ecos interiores despertados pelos salmos na mente e no coração dos integrantes da comunidade orante. • E, ao mesmo tempo, os traz para hoje. • Faz a ponte entre a literalidade e o contexto originário do salmo e a vida e história atuais dos orantes. • Com a particularidade que essa transposição do texto vétero-testamentário que é o salmo para o aqui e o agora do orante • é feita em clave de fé, a partir do sentido crístico, eclesial e cristão.
  • 81. • Essa nova clave "cristianiza" • os salmos de origem hebraica.