Planejamento, Implementação e Gestão de Cursos a Distância - UFF - Universidade Federal Fluminense - Ravel Gimenes
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Palavras chave: LIBRAS - EAD - RAVEL GIMENES - PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO - UFF - VOTUPORANGA - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - GESTÃO EAD
AMBIENTES VIRTUAIS - TUTORIA - DESENVOLVIMENTO CURSO EAD - APRENDIZAGEM -
1. Universidade Federal Fluminense
Especialização em Planejamento, Implementação e Gestão de Cursos a Distância
Ravel João da Silva Gimenes
APvou114
Vantagens e Desvantagens da EAD
UAB – Votuporanga
2014
2. É fato que a Educação à Distância cresce a cada dia. Hoje, com todos os
recursos que a tecnologia disponibiliza – como a internet – ela ficou mais acessível a
todas as classes em diferentes regiões do país. O seu crescimento também se deve ao
empenho de grandes universidades apostarem nessa forma de ensino, capacitando seus
professores e elaborando materiais de apoio específicos para esse fim.
Em concomitância temos o crescimento de diversas opiniões contra e à favor
da EAD. Aqueles que defendem os aspectos negativos desta modalidade de ensino (na
maioria das vezes) os fazem sem fundamentos concretos, exatamente por
desconhecerem a metodologia de ensino e os materiais utilizados.
Por isso, neste presente trabalho, objetiva-se mostrar “os dois lados da mesma
moeda”, abordando argumentos sólidos (ora baseados em minha própria vivência
pessoal, ora embasados por autores que respaldam os itens apresentados nesta pesquisa).
Inicialmente, temos como vantagem a flexibilidade de horários, em que o aluno
pode utilizar o seu tempo livre para o estudo, possibilitando ajustes nos horários para o
seu melhor desempenho. Porém ressalta-se o empenho e rigidez durante este período de
pesquisa e fixação do conteúdo, visto que é fundamental o policiamento do próprio
aluno em não se distrair com outros recursos que a internet disponibiliza.
Infelizmente, essa característica ocasiona o preconceito ou olhar depreciativo
daqueles apreciadores de um ambiente educativo nos moldes tradicionais (com a
cobrança constante do professor). Julgam que essa forma de estudo “sem supervisão”
resulta em um aluno a revelia.
Isso é errado, já que é sabido da exigência sofrida pelo aluno é maior do que o
estudante do ensino presencial (tanto no estudo dos materiais sugeridos, quanto na
participação ativa em fóruns e realização das tarefas, por exemplo). Uma forma de
combater esse preconceito seria repensar a relação entre as pessoas no sentido físico.
Conforme afirma Maraschin (2000):
Trata-se de uma tecnologia que suspende um tipo de distância [...]
Podemos ter acesso a ideias de pessoas que viveram mais de dois mil
anos atrás. Existem outras tecnologias que nos possibilitam uma
aproximação espacial. O telefone, por exemplo. [...] O que a
tecnologia faz em realidade é eliminar a distância, ou construir outras
interações diferentes daquela presencial. (p.25)
Ou seja, para quem prega a questão da distância como um empecilho a
aprendizagem, deve lembrar que tampouco os educandos do ensino presencial possuem
3. contato com os autores de livro estudados – e nem por isso o ensino ofertado é menos
digno. Além disso, a tecnologia está presente em todos os ambientes, e portanto, não
pode ser desconsiderada e nem desmerecida no ambiente educacional.
Outro aspecto fulcral a ser lembrado em favor da EAD diz respeito a sua
especificidade em atingir lugares remotos do país, onde não há estrutura – prédios e
professores – disponíveis. Neste sentido, existe mais uma vantagem citada por Oliveira
(2012, p. 25): “Ainda há casos de pessoas que já possuem prática em seu ofício, mas por
imposições do trabalho, por exemplo, necessitam de um diploma que as “qualifiquem
para o cargo”.”
Com a introdução da EAD, moradores desses territórios têm a oportunidade de
estudar ou se especializar. Para aqueles trabalhadores atuantes em suas respectivas
áreas, é muito mais vantajoso (e justo) que se formem em menos tempo, pois apesar de
possuírem a prática, há a necessidade de conhecimento teórico complementar a sua
práxis.
Em contrapartida, os Polos para encontros presenciais ainda necessitam de uma
maior distribuição – já que existem muitas regiões não abrangidas, devido à imensidão
territorial –. Não podemos esquecer da questão tecnológica, pois vários lugares do país
ainda possuem rede de Internet deficitária ou equipamentos de má qualidade técnica que
dificultam (e até mesmo inviabilizam) a EAD.
Minha opinião é que os responsáveis pela criação destes locais necessitam
estudar atentamente este aspecto, para que haja um equilíbrio entre o oferecimento
destes cursos nas diversas regiões do Brasil, em especial das áreas norte e nordeste do
país. Ao mesmo tempo, é preciso investir no desenvolvimento operacional destes
cursos, para que não careçam de falta de conectividade, item extremamente importante
nesta modalidade.
Outro ponto, esse já negativo é a falta de fiscalização das instituições, cursos e
materiais. Segundo Martins (2009), o governo não possui pessoal e equipamentos
disponíveis para este trabalho. Torna-se importante disponibilizar um contato direto
entre os alunos e o órgão fiscalizador, fazendo uma triagem – com base nas reclamações
– para a devida intervenção sendo ela estrutural ou de profissionais.
Existe também a questão empresarial, em que algumas corporações tem receio
de contratar profissionais formados pela EAD. Essa situação é bem contraditória, afinal
é sabido que a avaliação do ENADE possui o mesmo grau de dificuldade (tanto para
4. alunos do ensino presencial quando no à distância). Ou seja, o conhecimento adquirido
em ambas as situações é avaliado da mesma forma.
No entanto, existem empresas que já optam por contratar alunos formados em
instituições EAD devido ao seu esforço, capacidade de estudo e aprendizado. Estas
qualidades nem sempre se aplicam ao estudante do ensino presencial, habituado a
possuir um perfil mais passivo.
Devido essa autossuficiência que o estudo de EAD deve possuir esse
preconceito está sendo quebrado. Uma forma de minimizar essa conjuntura seria o
investimento por parte do Governo Federal em difundir melhor a estrutura e os
conceitos da EAD, existindo até a possibilidade de incentivo ao estudo com ampliações
dos cursos oferecidos em especial os tecnológicos – principalmente no ensino técnico –.
Concluindo a análise aqui apresentada, acredito que inverdades ou mitos
sempre vão existir – já que elas são fruto do desconhecido. Quando não conhecemos
algo existe o medo, dúvidas e incertezas, e afirmo isso porque foram exatamente estas
palavras que demonstram o quê vivenciei no início do meu curso na EAD.
Assim como muitos, tinha uma opinião preconceituosa com essa estrutura de
ensino, e pior, sem ter tido nenhum contato. Esse paradigma está sendo quebrado com
muito esforço de instituições e profissionais sérios que acreditam na democratização do
ensino. Um ensino que não deve ficar atrelado a um espaço físico, já que o
conhecimento não tem fronteiras e nem pátria.
5. REFERÊNCIAS
MARASCHIN, Cleci. A sociedade do conhecimento e a educação à distância. In:
CAPISANI, Dulcimira. Educação e arte no mundo digital. Campo Grande:
EAD/UFMS, 2000.
MARTINS. A.R. MOÇO. A. Educação a Distância vale a pena?. Revista Nova Escola.
Ed.227.Nov.2009. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/vale-
pena-entrar-nessa-educacao-distancia-diploma-prova-emprego-rotina-aluno-
teleconferencia-chat-510862.shtml> Acesso em: 13.07.2014.
OLIVEIRA, Elaine Cristina Ferreira de. Alfabetização em estudo: Uma análise
comparativa entre instituições de ensino superior. 2012. Monografia (Especialização em
Educação) - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO (UNIRP), São José do Rio
Preto, 2012.