O documento descreve o contexto histórico e intelectual do Realismo e do Naturalismo no século XIX. As principais correntes de pensamento da época eram o Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo e o Marxismo. Escritores como Flaubert, Zola e Machado de Assis buscavam retratar a realidade de forma objetiva e científica, influenciados pelas novas ideias sobre a ciência e a evolução humana.
2. Na segunda metade do século XIX, a ciência impõe-se como única
explicação para todos os problemas da humanidade. A visão idealizada do
mundo e da sociedade é substituída por uma concepção de vida pautada
em atitudes materialistas e cientificistas.
Época de mudanças
A literatura, como expressão do homem no seu tempo, torna-se analista:
recorta o comportamento humano em busca de uma explicação metódica.
"O capital atropela não apenas os
limites máximos morais, mas também
os puramente físicos na jornada de
trabalho. Usurpa o tempo para o
crescimento, o desenvolvimento e a
manutenção sadia do corpo. Rouba o
tempo necessário para o consumo de
ar puro e luz solar."(Marx - O
capital,1867)
3. Dentre as correntes de pensamento, destacamos o
Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo, o Marxismo e a
Psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud
Sigmund Freud (1856-1939)
4. O DETERMINISMO DE TAINE
Todo o acontecimento é uma
consequência necessária de um
acontecimento ou de uma série de
acontecimentos anteriores. Hippolyte
Taine (1828 - 1893) defende que o
comportamento humano é determinado
por três fatores:
• o meio,
• a raça e
• o momento histórico.
5. Em 1848, os economistas e filósofos alemães Karl Marx (1818-1883) e
Friedrich Engels (1820 - 1895) publicaram o MANIFESTO
COMUNISTA.
Este manifesto era
destinado, sobretudo, à
classe operária, pretendendo
despertar a consciência de
classes.
O SOCIALISMO DE MARX
6. O EVOLUCIONISMO DE DARWIN
Darwin elaborou a teoria da seleção natural, defendendo que a
concorrência entre as espécies eliminaria os organismos mais fracos,
permitindo à espécie evoluir, graças às heranças genéticas favoráveis
dos indivíduos mais fortes e mais aptos
7. Flaubert (1821-1880) é o primeiro escritor a
pleitear para a prosa a preocupação científica com
o intuito de captar a realidade em toda sua
crueldade. Para ele a arte é impessoal e a
fantasia deve ser exercida através da observação
psicológica, enquanto os fatos humanos e a vida
comum são documentados, tendo como fim a
objetividade.
O romancista fotografa minuciosamente os
aspectos fisiológicos, patológicos e anatômicos,
filtrando pela sensibilidade o real. Flaubert critica
com sutil ironia a hipocrisia da educação
sentimental burguesa.
A literatura realista e naturalista surge na França com Flaubert (1821-
1880) e Zola (1840-1902).
8. Zola, por volta de 1870, busca aprofundar
o cientificismo, aplicando-lhe novos
princípios, negando o envolvimento
pessoal do escritor que deve, diante da
natureza, colocar a observação e
experiência acima de tudo. O subjetivo
cede lugar à observação objetiva e à
razão, sempre, aplicadas ao estudo da
natureza, orientando toda busca de
conhecimento.
9. O Realismo, no Brasil, nasceu em consequência da crise criada com a
decadência econômica açucareira, o crescimento do prestígio dos estados
do sul e o descontentamento da classe burguesa em ascensão na época, o
que facilitou o acolhimento dos ideais abolicionistas e republicanos.
O Realismo e o Naturalismo aqui se estabelecem com o aparecimento, em
1881, da obra realista Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado
de Assis, e da naturalista O Mulato, de Aluísio Azevedo, influenciados pelo
escritor português Eça de Queirós, com as obras O Crime do Padre
Amaro (1875) e Primo Basílio (1878).
CONTEXTO HISTÓRICO