Doença cardiovascular é um termo genérico que designa todas as alterações patológicas que afetam o coração e/ou os vasos sanguíneos. No termo inclui-se a doença cardíaca coronária (doença que afeta os vasos sanguíneos que irrigam o coração), a hipertensão e a arteriosclerose.
3. Anatomia do Sistema Cardiovascular
Coração: localizado no mediastino, entre os dois pulmões, no centro do
tórax.
Três camadas teciduais: Pericárdio (mais externo), miocárdio (músculo
cardíaco) e endocárdio (endotélio).
Quatro cavidades: Superiores – Átrio direito (AD) e átrio esquerdo (AE) /
Inferiores: Ventrículo direito (VD) e Ventrículo Esquerdo (VE)
AD e VD separados pela válvula tricúspide
AE e VE separados pela válvula bicúspide ou mitral
As válvulas permitem que o sangue flua dos átrios para os ventrículos.
Entre os ventrículos e as artérias também existem válvulas: VD e Artéria
Pulmonar – válvula semilunar pulmonar e VE e Artéria Aorta – válvula
semilunar aórtica.
5. Doenças Arteriais Coronarianas
ATEROSCLEROSE CORONARIANA
Acúmulo anormal de substâncias lipídicas e tecido fibroso na
parede das artérias coronárias (responsáveis pelo suprimento
de O2 e nutrientes ao miocárdio);
Leva a uma alteração na estrutura e função arterial;
Diminuição do fluxo de sangue para o miocárdio.
6. Aterosclerose Coronariana
Causas:
alterações do metabolismo lipídico;
alteração na coagulação do sangue;
alteração de propriedade biofísicas e bioquímicas nas paredes arteriais.
7. Aterosclerose Coronariana
Fisiopatologia:
Placas de Ateroma é uma lesão funcional do endotélio vascular, devido a
elevação de lipoproteínas (gorduras) aterogênicas (como o LDL- colesterol
ou "colesterol ruim") que são depositadas na camada íntima das grandes
artérias;
Este depósito interfere na absorção dos nutrientes pelas células endoteliais
que compõe o revestimento interno vascular;
Interfere no fluxo de sangue pela diminuição da luz do vaso;
Endotélio vascular necrótico torna-se fibroso (diminui a luz do vaso e o
fluxo de sangue) Pode levar a formação de coágulos (doença
trombolítica como complicação)
10. Aterosclerose Coronariana
Fatores de Risco:
Hiperlipidemia (colesterol e triglicerídeos
elevados) – LDL (lipoPTN de baixa densidade
– mais agressiva) e HDL (LipoPTN de alta
densidade – menos agressiva);
PA elevada (aumento do trabalho
miocárdico);
Tabagismo (aumento de CO no sangue –
aderência melhor com a hemoglobina do
que o O2 e nicotina aumenta a liberação
de catecolaminas – vasoconstrição arterial
o que também diminui o aporte de O2);
Diabetes Mellitus (hiperglicemia aumenta
agregação plaquetária - trombos): Lesão do
vaso;
Obesidade, inatividade física, estresse e
padrões de comportamento agressivo.
11. Aterosclerose Coronariana
Tratamento:
1) Farmacológico:
Nitroglicerina (nitratos): Dinitrato de Isosorbida (Isordil®)
Diminui o consumo de O2 pelo miocárdio, vasoativo (dilatador de veias e
artérias);
Diminui a Pré-carga (veias) – diminuindo o retorno venoso;
Diminui a Pós-carga (artérias) – diminui a PA;
Efeitos Colaterais: cefaleia, taquicardia e hipotensão
12. Aterosclerose Coronariana
Bloqueadores Beta Adrenérgicos: Cloridrato de propranolol (Inderal®)
Diminui o consumo de O2 pelo miocárdio bloqueando o estímulo
simpático;
Diminui a FC, PA e da contratilidade do miocárdio;
Efeitos Colaterais.: fraqueza do músculo esquelético, bradicardia e
hipotensão.
13. Aterosclerose Coronariana
Antagonistas Bloqueadores do Cálcio: Nifedipina (Adalat®, Oxcord®),
Verapamil (Dilacoron®) e o Diltiazem (Cardizem®)
Com o bloqueio do Ca+ diminui a contração do tecido cardíaco e da
estimulação elétrica do mesmo;
Efeitos Colaterais: constipação, desconforto gástrico, tonteira e cefaléia.
2) Cirúrgico:
Revascularização do Miocárdio (RVM) - cirurgia cardíaca na qual uma ou mais
coronárias obstruídas recebem pontes com enxertos de safena e/ou de
mamária, com o objetivo de restabelecer o fluxo sanguíneo para as áreas
comprometidas do coração;
Angioplastia
3) Controle dos Fatores de Risco.
14. Angioplastia
Um cateter com um balão é introduzido, geralmente pela artéria femoral,
através de uma pequena incisão na virilha, e guiado até o local obstruído.
Lá, o balão é inflado, rompendo as placas e expandindo o diâmetro da
artéria.
A angioplastia também é feita comumente para colocar o stent, uma
pequena malha cilíndrica de aço cirúrgico que é deixada na região para
manter a artéria desbloqueada.
16. Infarto Agudo do Miocárdio
Infarto Agudo do Miocárdio: = Obstrução coronariana = Ataque cardíaco.
Processo isquêmico destrutivo do tecido miocárdico em virtude da
diminuição do fluxo de sangue pelas coronárias.
Causas: estreitamento da artéria coronária (aterosclerose) e obstrução da
artéria coronária por um trombo.
17. Infarto Agudo do Miocárdio
Manifestações Clínicas:
Dor torácica constritiva (persistente e não alivia com nitrato);
Aumento da Frequência Respiratória;
Palidez, sudorese, pele fria pegajosa, tonteira ou confusão mental, náusea
e vômito.
18. Infarto Agudo do Miocárdio
Avaliação Diagnóstica:
História do paciente (HDA e HDP e da família);
ECG (inversão da onda T e desnivelamento do seguimento S-T);
19. Infarto Agudo do Miocárdio
Enzimas cardíacas:
A insuficiência circulatória aguda provoca alterações celulares que podem variar
desde discretas perdas de algumas propriedades da membrana até a morte
celular. Em decorrência destas modificações, algumas substâncias intracelulares
ganham o espaço intersticial e a circulação sanguínea, resultando em aumento
transitório dos níveis circulantes. Estas substâncias incluem a aspartato
aminotranferase, a mioglobina, a creatina quinase, a desidrogenase láctica, as
troponinas, entre outras, e têm sido identificadas como marcadores de lesão
cardíaca. Os marcadores são a expressão bioquímica da lesão das fibras
cardíacas, mas não indicam a etiologia do processo.
Creatinoquinase – Três variações CK-MB (músculo cardíaco), CK–MM (músculo
esquelético) e CK-BB (tecido cerebral). A CK-MB é o principal indicador para o
diagnóstico de IAM, angina e insuficiência Coronariana;
20. Infarto Agudo do Miocárdio
Tratamento:
Trombolítico: dissolver trombo para evitar obstrução - O2
(estreptoquinase, ativador do plasminogênio tecidual e anitreplase;
Cirurgia: revascularização do miocárdio ou angioplastia
Controle de Sinais Vitais, Tempo de Coagulação, Sinais de Hemorragia e
monitorização do ECG.
21. Infarto Agudo do Miocárdio
Processo de Enfermagem:
Avaliação: HDA, dor torácica, dispneia, palpitações, desmaio e sudorese;
Exame Físico:
a) Nível de consciência;
b) Tamanho do coração (Focos Cardíacos – FP, FA, FT, FM (FApical);
c) Sons Cardíacos (B1-B2) - Ritmo e Frequência Cardíaca;
d) Ritmo Cardíaco (ECG);
e) Pulsos periféricos (freqüência e volume);
f) Estado da volemia (débito urinário);
g) Ruídos intestinais (trombose arterial mesentérica);
h) Ruídos pulmonares (estertores – ICC esquerda)