O documento discute diagnósticos e cuidados de enfermagem para pacientes com doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca congestiva. Ele explica os sintomas, causas e tratamentos destas condições, incluindo o uso de medicações como digitálicos e diuréticos. O documento também aborda edema agudo de pulmão, sua fisiopatologia e manejo.
1. Assistência de Enfermagem
ao Cliente com Doenças
Cardiovasculares – Parte II
Ensino Clínico em Saúde do Adulto e Idoso
Profª. Lívia Souza
2. Diagnósticos e Cuidados de Enfermagem
em Pacientes acometidos por Infarto Agudo
do Miocárdio
O diagnóstico de enfermagem é um julgamento clínico das respostas do
indivíduo, da família ou da comunidade a problemas de saúde/processos
vitais reais ou potenciais.
Proporciona a base para a seleção das intervenções de enfermagem,
visando ao alcance de resultados pelos quais o enfermeiro é responsável.
Os diagnósticos de enfermagem baseiam-se tanto nos problemas reais
(voltados para o presente) quanto nos problemas potenciais (voltados
para o futuro), que podem ser sintomas de disfunções fisiológicas,
comportamentais, psicossociais ou espirituais.
3.
4. Insuficiência Cardíaca Congestiva
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome caracterizada pela
incapacidade do coração em bombear sangue suficiente para atender às
necessidades metabólicas e teciduais do organismo.
É considerada como uma das maiores causas de incapacidade e
morbidade, impossibilitando a execução de atividades diárias e
profissionais, além de predispor a alterações emocionais, como a
depressão e a ansiedade.
Falência das câmaras cardíacas (Direita e Esquerda);
DC (débito cardíaco) = FC (frequência cardíaca) x VE (Volume de Ejeção);
Na insuficiência cardíaca ocorre alteração em um dos fatores do Volume
de Ejeção (Pré-carga, contratilidade e pós-carga;)
ICC - Lesão e falência das fibras musculares causando redução do VE.
5. Pré-carga e Pós-carga Cardíaca
A fração de ejeção sofre influência das chamadas pré-carga e pós-carga.
Pré-carga está relacionada ao momento antes da ejeção , e a pós-carga ao
momento durante a ejeção .
A pré-carga pode ser medida como o volume diastólico final , ou seja, quanto maior o
enchimento, maior será a quantidade de sangue ejetado, ou seja, a pré-carga será
aumentada. Quando se aumenta a pré-carga, normalmente há um aumento da ejeção
de sangue.
A pós-carga deve ser entendida como sendo a dificuldade enfrentada pelo ventrículo,
durante o processo de ejeção. Quanto maior a pressão arterial, maior é a pós-carga, ou
seja, mais difícil é a ejeção. O fator que mais interfere na pós-carga é a resistência
vascular periférica, porém como não se pode medir a resistência vascular periférica,
utiliza-se, como parâmetro para avaliar a resistência oferecida à pós-carga, a pressão
arterial.
Quando a resistência vascular periférica é aumentada, há um consequente aumento na
pós-carga, ou seja, para o mesmo volume de ejeção é necessário empreender uma
força muito maior.
Com relação ao efeito da pré-carga sobre a ejeção, quanto maior a pré-carga, maior
será a distensão das paredes ventriculares e, consequentemente, maior a ejeção.
6. Insuficiência Cardíaca Congestiva
Causas:
Primárias: Hipertensão Arterial sistêmica e/ou pulmonar, aterosclerose coronária
(IAM), doença do músculo cardíaco;
Secundárias: estenose de válvulas, tamponamento pericárdico (acúmulo de
líquido entre as duas membranas do pericárdio causando um bombeamento
ineficiente de sangue para os órgãos e tecidos do corpo, reduzindo a pressão
arterial), hipertensão maligna;
Fatores sistêmicos: febre (aumento do metabolismo), hipóxia e anemia
(aumento do trabalho cardíaco), distúrbios hidroeletrolíticos, acidose
respiratória e metabólica.
7. Insuficiência Cardíaca Congestiva
Manifestações Clínicas:
DC : tonteira, confusão, tonteira, fadiga, intolerância ao esforço,
extremidades frias, oligúria.
8. Insuficiência Cardíaca Congestiva
Insuficiência Cardíaca Congestiva Direita:
A insuficiência cardíaca direita (ICD) se apresenta em decorrência de falência
crônica da função ventricular direita.
• Congestão visceral e tecidual periféricas (Edema MMII);
• Aumento ponderal;
• Hepatomegalia;
• Distensão jugular e Ascite;
• Anorexia e Náuseas;
• Debilidade;
• Sinal de cacifo (depressão tecidual após compressão suave);
• Compressão diafragmática (devido a ascite) – angústia respiratória.
9. Insuficiência Cardíaca Congestiva
Insuficiência Cardíaca Congestiva Esquerda:
No caso de haver um aumento de pressão diastólica no ventrículo esquerdo,
como por exemplo, hipertensão arterial sistêmica, miocardiopatia hipertrófica,
ou no átrio esquerdo como nas insuficiências ou estenoses da valva mitral, esta
pressão é transmitida a toda árvore vascular pulmonar, provocando
congestão veno-capilar pulmonar com sintomas de falta de ar aos esforços e
mesmo em repouso, e nos casos mais graves o edema pulmonar.
Congestão pulmonar;
Aumento da pressão pulmonar;
Dispneia, fadiga, taquicardia, ansiedade ( O2) e ortopneia (dificuldade
respiratório quando deitado);
Tosse (seca, improdutiva, úmida e escarro espumoso)
10. Insuficiência Cardíaca Congestiva
Tratamento Clínico:
O principal objetivo do tratamento é manter a estabilidade clínica, reduzir o
tempo de internação, além de promover melhores condições de vida,
aumentando a sobrevida dos pacientes.
a) Farmacológico:
Digitálicos (Digoxina): inotrópico positivo e cronotrópico negativo, DC, da
pressão venosa, da diurese ( edema) – atentar para intoxicação digitálica
(náuseas, vômitos e frequência cardíaca irregular;
Diuréticos: favorece excreção de H2O e Na+;
Vasodilatadores: nitroprussiato de Na+ e nitroglicerina (vasoativas) - da
pré-carga.
b) Orientação Dietética: controle de Na+ (dieta hipossódica) para evitar edema,
frutas ricas em potássio.
11. Insuficiência Cardíaca Congestiva
Avaliação de Enfermagem:
Ausculta respiratória;
Ausculta cardíaca anormal (frequência, ritmo e bulhas);
Nível de consciência;
Edema de MMII, abdominal, distensão de veias jugulares;
Débito urinário
12. Insuficiência Cardíaca Congestiva
Cuidados de Enfermagem
Proporcionar repouso na posição semi Fowler;
Observar sinais e sintomas da redução de perfusão tecidual como pele fria, palidez
facial;
Auscultar os campos pulmonares para sibilos e estertores de base;
Observar o aumento da frequência respiratória;
Estimular o paciente a mudar de decúbito frequentemente pra se evitar atelectasia e
pneumonia;
Administrar oxigênio e diuréticos, conforme prescrito;
Realizar balanço hídrico;
Administrar líquidos EV cuidadosamente, pra se evitar sobrecarga hídrica;
Monitorar edema nos membros inferiores;
Monitorar a FC do paciente durante os momentos do auto cuidado;
Explicar o significado da doença ao paciente e os cuidados que ele precisa manter
durante o tratamento.
13. Edema Agudo de Pulmão
Acúmulo anormal de líquidos nos pulmões (espaço intersticial e alvéolos);
Líquido extravasa da parede capilar ocupando as vias respiratórias
(dispnéia);
Congestão pulmonar: ocorre quando a circulação pulmonar recebe mais
sangue do VD do que o VE pode acomodar e bombear.
Causas: inalações tóxicas, intoxicações por drogas (fatores não
cardiogênicos); Aterosclerótica, hipertensão, valvular ou miopática
(fatores cardiogênicos).
14. Edema Agudo de Pulmão
Fisiopatologia:
Sobrecarga do VE: Hipertensão Arterial ou valvulopatia aórtica;
Edema com lesão do músculo cardíaco (IAM);
Aumento da pressão do VE e elevação da pressão venosa pulmonar (aumento
da transudação de líquido);
Diminuição da drenagem linfática;
Capilares pulmonares congestionados pelo excesso de sangue que o VE não
consegue bombear;
Ocorre extravasamento de líquido seroso e sangue mais tarde em direção aos
alvéolos (através dos brônquios e bronquíolos comunicantes);
Líquido se mistura com o ar e agitado pelos movimentos respiratórios;
Aumento do líquido pulmonar (rígido) e diminuição da expansibilidade
dificultando a hematose;
Hipóxia.
15.
16. Edema Agudo de Pulmão
Manifestações Clínicas:
Dispneia, sensação de asfixia
Mãos frias e úmidas
Cianose
Veias jugulares distendidas
Tosse com escarro mucoide
Respiração ruidosa
17. Edema Agudo de Pulmão
Tratamento:
Oxigenação: avaliação da gasometria arterial, sinais de hipóxia e
dispneia;
Farmacológico:
Morfina: diminui a ansiedade e a resistência periférica ( da transudação,
pressão pulmonar e FR); observar sinais de depressão respiratória;
Diuréticos: Lasix (furosemida) – Causa vasodilatação e armazenamento
venoso periférico ( do retorno venoso), Aumento do débito urinário
(cateter vesical de demora), PA.
18. Edema Agudo de Pulmão
Tiazídicos: hidroclorotiazida, higroton (eleva excreção de Na+ e K+);
Diuréticos Poupadores de K+: espironolactona (Aldactone – Eleva
excreção de Na+);
Diuréticos Potentes: lasix (furosemida – Eleva excreção de Na+ e K+).
Digitálicos: FC e Força de contração – melhora o débito do VE ( DC),
favorece a diurese e Diminui a pressão capilar do pulmão e a transudação
de líquido para os alvéolos.
Cuidados com digitálicos: Monitorar os efeitos tóxicos (anorexia, náusea,
vômito, bradicardia e cefaléia); Avaliar os níveis séricos de K; Verificar o
pulso.
Aminofilina: broncodilatador.
19. Leitura para a próxima semana
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO EMERGENCIAL AO PACIENTE
VÍTIMA DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NA SALA VERMELHA: uma
revisão de literatura.