O documento discute o conceito de virtualização apresentado por Lévy. Ele define virtualização como "dessubstanciação" e descreve sua relação com subjetivação e objetivação. Também apresenta o "quadrívio ontológico" com os modos de ser real, possível, atual e virtual, e como eles se transformam através de quatro processos.
1. LÉVY: O QUE É O VIRTUAL?
Cap. 9 - O quadrívio ontológico
Epílogo: bem-vindos aos caminhos do virtual
2. “A virtualização, ou passagem à problemática, não é de modo algum um
desaparecimento no ilusório, nem uma desmaterialização. Convém antes
assimilá-la a uma “dessubstanciação", como pudemos verificar nos exemplos
do corpo-chama, do texto-fluxo e da economia dos acontecimentos.” (p. 135)
3. Subjetivação e objetivação
• “(…) implicação de dispositivos tecnológicos,
semióticos e sociais no funcionamento psíquico e
somático individual. Simetricamente, a objetivação
será definida como a implicação mútua dos atos
subjetivos ao longo de um processo de construção
de um mundo comum. Subjetivação e objetivação
são assim dois movimentos complementares da
virtualização.” (p. 135)
4. Virtualização está acelerada, mas
não é recente
• Operações de
virtualização: gramaticais,
dialéticas, retóricas
• O quadrívio ontológico: o
real, o possível, o atual e o
virtual
5. Quatro modos
de ser
Possível e virtual = latentes
Real e atual = patentes, manifestos
Articulação entre virtual e atual =
dialética do acontecimento, do ser
como criação - polo do acontecimento
Por sua vez, a realização seleciona
entre possíveis predeterminados, já
definidos. “(…) o possível é uma
forma à qual uma realização confere
uma matéria” (p. 137) - polo da
substância
6. Quadrívio
• O real (substância, coisa) subsiste, resiste
• O possível contém formas não manifestas,
determinações que insistem
• O virtual tem essência na saída, ele existe
• O atual acontece, sua operação é a ocorrência
8. Quatro passagens
• “Essas maneiras de ser passam constantemente de
uma para a outra, donde a definição de quatro
movimentos ou transformações principais, que
correspondem cada uma a formas de causalidade e
de temporalidade diferentes.” (p. 138)
• Analogia com as 4 causas de Aristóteles: causa
material (real), causa formal (possível) [seleção,
molar], causa eficiente (atual) e causa final (virtual)
[invenção, molecular].
9. Transformação Definição Ordem Causalidade Temporalidade
Realização
Eleição, queda
de potencial
Seleção Material Mecanismo
Potencializaçã
o
Produção de
recursos
Seleção Formal Trabalho
Atualização
Resolução de
problemas
Criação Eficiente Processo
Virtualização
Invenção de
problemas
Criação Final Eternidade
10. • As quatro transformações só podem ser distintas
conceitualmente.
• Mistura inextricável das quatro causas - Todas as
transformações são necessárias e complementares
umas das outras.
• “Longe de constituir os termos de uma classificação
exclusiva, a oposição possível/virtual nunca se
encontra definitivamente resolvida e se recria a cada
nova distinção.” (p. 141)
• “Real, possível, atual e virtual são quatro modos de ser
diferentes, mas quase sempre operando juntos em cada
fenômeno concreto que se pode analisar.” (p. 142)
11. • Os processos de potencialização e de realização só
adquirem sentido pela dialética da atualização e da
virtualização.
• Do mesmo modo, a realização e a potencialização
condiciona e influencia a criação.
• Polo do acontecimento e polo da substância criam
um ao outro. Há acontecimento. Há substâncias
permanentes e duráveis.
12. Epílogo: bem-vindos aos caminhos
do virtual
• A virtualização é o movimento pelo qual se
constituiu e continua a se criar a espécie humana.
• Porém, é frequentemente vivida como inumana.
• Emergência de uma nova virtualização, acelerada e
forte.
• Desterritorialização, turbilhão, acontecimento.
Nova morada do gênero humano. Caminhos do
virtual.