Para conhecermos bem uma pessoa, temos que ter proximidade com ela. Chegarmos de mansinho, cada vez mais perto, ouvir a sua história, suas palavras, tocá-la de perto. Assim, vamos nos aproximar mais do Apóstolo Paulo, ele quer se revelar a nós hoje e tem “um dom espiritual para nos comunicar” (Rm 1,11).
Há três formas de conhecermos Paulo, através dos Atos dos Apóstolos, das suas cartas e por meio da Tradição Cristã.
O próprio apóstolo traça sua biografia
4. Há três formas de conhecermos Paulo,
através dos Atos dos Apóstolos, das
suas cartas e por meio da Tradição
Cristã.
O próprio apóstolo traça sua biografia
5. “Circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da
tribo de Benjamim, hebreu, filho de hebreus;
quanto à Lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor
da Igreja; quanto à justiça que há na Lei,
irrepreensível” ( Fl 3,5).
Através dessa descrição de Paulo, percebemos
vários elementos de sua vida, como por exemplo:
· Sua religião
· Qual a sua descendência familiar
· De qual movimento dentro do Judaísmo ele
pertencia
· Como era seu comportamento
7. Em uma cidade chamada Tarso, que é a
capital da Cilícia, situada na Ásia Menor,
região que hoje corresponde à Turquia.
8. • Tarso era uma importante cidade da
Ásia Menor, com uma grande
universidade e um centro intelectual
para aqueles que desejavam estudar.
• Segundo estudiosos, tinha
aproximadamente 300 mil habitantes.
Era também uma cidade portuária, com
economia próspera e vida urbana
agitada. Por Tarso passava a estrada
romana que fazia ligação entre o oriente
e o ocidente.
10. Os judeus da diáspora costumavam ter
dois nomes SAULO (hebraico) e PAULO
(grego)
11. Shaúl = implorado, desejado
Paulo = Pequeno
Saul, o primeiro rei de Israel, era o
personagem mais importante da Tribo de
Benjamim, a qual a família de Paulo
descendia. Certamente, os pais usavam
colocar esse nome em seus filhos
recordando o grande rei Saul.
12. Após seu encontro com o Cristo e na
missão em meio aos gentios o
“grande” Saulo, prefere ser chamado
apenas de “pequeno”. Os judeus da
diáspora eram aqueles que moravam
fora da Palestina.
14. Como era tradição de sua época,
Paulo deve ter recebido a formação
básica como judeu, primeiro, na casa
dos pais e, logo após, na sinagoga
local de Tarso e na escola ligada a
sinagoga.
15. Segundo estudiosos, se quiséssemos
traçar uma cronologia dos estudos de
Paulo, seria mais ou menos assim:
16. · Aos 7 anos, Saulo entrou na escola da
sinagoga, no bairro judeu de Tarso, onde
aprendeu a ler a língua grega;
• Aos 10 anos, concluiu o curso primário,
e aos 11, sabendo ler bem o grego,
começou o secundário;
17. • Aos 15 anos terminou o
ensino secundário;
• Dos 16 aos 20 anos é provável
que Saulo tenha escolhido um
mestre da Universidade;
• Aos 20 anos, Saulo escolheu
especializar-se na cultura e religião
de seu povo de origem, e foi para
Jerusalém e lá tem como seu mestre
Gamaliel (cf. At 22,3).
19. O título que Saulo recebeu ao nascer em
Tarso era o de terceira categoria. Havia
uma escala de direitos na cidadania
romana:
20. · Cidadãos plenos eram os que
participavam do senado romano ou
descendiam de famílias de imperadores ou
senadores;
· Cidadãos patrícios eram de famílias
ricas e comandavam os exércitos e as
batalhas ou dedicavam-se à vida
intelectual e ao magistério;
21. · Cidadãos plebeus eram livres, mas haviam
sido escravos e depois libertos, ou seus
descendentes que, mesmo nascendo livres,
herdavam o título romano plebeu e sobreviviam
com dificuldade, de um ofício manual.
22. Os cidadãos romanos plebeus eram
desprezados pelas outras duas classes,
porque faziam trabalho braçal.
Gozavam de poucos privilégios e eram
alvos das arbitrariedades dos juízes
romanos. Como cidadão de Roma,
Paulo gozava de alguns privilégios: não
poderia ser flagelado, não podia ser
crucificado, podia apelar para o
Supremo Tribunal em Roma.
24. · Paulo queria tornar-se um
intelectual e subir na escala
social, por isso escolheu o curso
para ser doutor da Lei.
· Depois do seu encontro com
Jesus, porém, Paulo aprendeu a
trabalhar com couro, fabricava
sandálias, cintos, tendas, bolsas
etc.
25. · O trabalho com o couro era impuro para os
judeus. Paulo, como missionário itinerante opta
por ser um “trabalhador que anuncia o
Evangelho”, por onde vai, procura um trabalho.
Isso não faz de Paulo um rico comerciante, pelo
contrário, Paulo faz a opção de ser escravo,
trabalha para os outros. O apóstolo não quer ser
pesado para ninguém.
27. Saulo era judeu e frequentou a
escola farisaica. Professava a fé na
ação de Deus na história por meio
daqueles que fossem fiéis ao seu
projeto e procurassem o direito e a
justiça.
28. • Como fariseu, Saulo considerava Jesus
um traidor;
• Acreditava que Jesus era um falso mestre;
• Pensava que Jesus tinha recebido a morte
que merecia (a cruz);
• Achava que os seguidores de Jesus
tinham sido seduzidos por falsas promessas
e deveriam voltar atrás.
O que Saulo pensava sobre Jesus?
30. Encontro com uma pessoa
Algumas Narrativas
• At 9, 1-22 – Narrativa de Lucas.
• At 22, 4-16 – Lucas narra Paulo falando de
sua conversão ao povo.
• At 26, 9-18 – Lucas narra Paulo falando de
sua conversão ao rei Agripa e demais
presentes.
31. Alguns textos de Paulo em suas cartas que
aludem ao fato
• Gl 1, 11-16 – ... Quando, porém, aquele que me
separou desde o seio materno e me chamou por
sua graça.
• 1 Cor 15, 8-10 – Apareceu também a mim como
um abortivo.
• Fl 3, 6-12 – Pois eu também fui alcançado por
Cristo Jesus.
32. A pergunta de Jesus à Saulo
- Saulo, Saulo, porque você me persegue?
- Quem és tu, Senhor?
- Eu sou Jesus, a quem você está perseguindo.
(At 9,4-5)
Jesus se identifica com a comunidade
perseguida.
33. Paulo se dirigia para Damasco e lá iria
prender e torturar os cristãos.
“...subitamente uma luz do céu brilhou
ao seu redor, e, caindo por terra , ouviu
uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo,
porque me persegues?” (Atos 9:3c)
35. Após sua conversão Paulo foi para Arábia,
depois para Jerusalém encontrar-se com os
apóstolos; de lá, retornou para Tarso por onde
permaneceu por longos anos até ser chamado
por Barnabé para ir à Antioquia da Síria e de lá
com Barnabé (cf. At 13,2 ss) é enviado em
missão.
36. Durante sua vida, Paulo realiza quatro
grandes viagens missionárias, funda
comunidades, anima os cristãos, enfrenta
muitas dificuldades (cf. 2 Cor 11, 23-28),
escreve animando e orientando as
comunidades.
37. Paulo foi martirizado por volta dos anos 64 a
68 em Roma, por ser cidadão Romano, foi
decapitado.
“Combati o bom combate, terminei minha
carreira, conservei a fé.” (2Tm 4,7).