A indicação de medicamentos não faz parte das atribuições do profissional da Psicologia, mas muitos psicólogos, principalmente os ligados à área da saúde ou clínica, precisam de conhecimentos sobre psicofarmacologia em sua atuação. Isso é necessário porque é comum acompanhar pacientes que fazem uso constante de medicamentos prescritos por psiquiatras e outros médicos.
3. Em seu sentido mais amplo, a
Farmacologia (do Grego,
pharmakos , droga, e logos ,
estudo) é a ciência que aborda
o estudo das substâncias
químicas e a sua interação
com os sistemas biológicos.
Para compreender os efeitos de um medicamento no
organismo, foram necessários muitos anos de pesquisa
e investimento nesta área do conhecimento.
4. Na Antiguidade, as doenças
eram usualmente consideradas
como possessões demoníacas
ou resultantes da raiva dos
deuses. Para tratá-las, os povos
utilizavam produtos naturais e
rituais religiosos.
12. Farmacologia nasceu em meados do século XIX.
A partir de uma melhor compreensão da natureza das
enfermidades e o desenvolvimento da química orgânica,
com a identificação e isolamento das primeiras drogas,
foi possível a evolução da antiga disciplina de Matéria
Médica para a farmacologia moderna. A morfina foi a
primeira droga isolada, em 1805 por Sertüner, que a
extraiu do ópio. Em 1847, Rudolf Buchheim fundou o
primeiro Instituto de Farmacologia, na Universidade de
Dorpat, na Estônia.
13. Farmacologia é uma ciência que
compreende o entendimento
histórico, propriedades
Físico-químicas, composição,
bioquímica, efeitos
fisiológicos, mecanismo de ação,
absorção, distribuição, excreção
e terapêutica,relacionados a
substâncias químicas que são
capazes de alterar a função
normal do organismo.
É importante ressaltar que, embora seja diretamente voltada para o estudo dos efeitos
e mecanismos de ação das substâncias químicas, essa disciplina tem contribuído
bastante para o conhecimento do funcionamento dos seres vivos.
14.
15. Farmacologia Básica -
área da farmácia que estuda como as substâncias
químicas interagem com os sistemas biológicos.
estuda as substâncias químicas e a sua interação com os
sistemas biológicos.
Farmacologia Clínica -
16. estuda os efeitos fisiológicos dos fármacos nos organismos vivos, seus mecanismos de ação e a relação entre concentração do fármaco e efeitos desejados e indesejados.
estuda a atividade do antimicrobiano no interior do organismo a partir dos parâmetros de velocidade de absorção, distribuição e eliminação da droga e de seus metabólitos.
17. é praticada por farmacêuticos, e tem como alvo os princípios ativos naturais,
sejam animais ou vegetais.
18. é um ramo da farmácia, praticada por profissionais farmacêuticos,
e tem como objetivo a fabricação de medicamentos através de uma
forma farmacêutica ideal para maior absorção do princípio ativo,
conforme tratamento.
19.
20. é uma ciência multidisciplinar que tem como objeto de
estudo os efeitos adversos das substâncias químicas
sobre os organismos (cocaína, maconha, papola etc).
21.
22. De forma geral os medicamentos
promovem o controle dos sintomas,
não a cura do transtorno. Assim quando se
interrompe o uso continuo da medicação os
sintomas voltam a aparecer e interferem de
forma desfavorável na vida do paciente.
23. Características individuais (idade, sexo, peso, alimentação,
fatores genéticos).
Estados patológicos (disfunção hepática, cardíaca, infecções). Padrão
de uso (via de administração, dose, ambiente em que o fármaco é
usado, hora do dia da administração, interação medicamentosa,
uso de álcool ou tabaco).
Todo tratamento psicofarmacológico envolve as seguintes etapas:
início, estabilização, manutenção e retirada (quando
possível). Na fase inicial é importante orientar paciente e
família sobre os efeitos e evolução esperada. Embora a
resposta terapêutica demore alguns dias ou semana, os efeitos
colaterais mais freqüentemente ocorrem- quando ocorrem –
nos primeiros dias de uso ou nas ocasiões de aumento de dose.
24. É importante que se conheça
e se familiarize com os nomes
dos medicamentos ainda que
complicados para que de fato
possamos reconhecer os
“sinais de alerta”.
25. Psicofármacos
Componente crucial do
atendimento psiquiátrico
Principais classes
• Aplicações
• Efeitos esperados
• Efeitos colaterais
1.Hipnóticos e Ansiolíticos (BZD)
2. Antidepressivos
3. Estabilizadores de humor
4. Antipsicóticos
5. Fitoterápicos
26. Aspectos gerais
Psicofármacos
• São substâncias que alteram a
atividade psíquica, aliviando
sintomas de transtornos
psiquiátricos ou promovendo
alterações na percepção e no
pensamento.
Etapas de tratamento:
• Início
• Estabilização
• Manutenção
• Retirada
27. Hipnóticos e ansiolíticos
Benzodiazepínicos (BDZ)
Início de ação rápido
devem ser utilizados por mais de 8 semanas
(dependência)
Efeitos sobre a memória e aprendizagem
Indicações:
Adjuvantes no tratamento de transtornos ansiosos e
depressivos;
Síndrome de abstinência ao álcool
Anticonvulsivantes
Hipnóticos e relaxantes musculares
28. BZD: Aspectos gerais
Amplamente utilizados
Proporciona alivio dos sintomas como ansiedade e insônia
Evitar o uso concomitante com álcool, pois pode potencializar o efeito depressor sobre o SNC.
Deve-se proceder a retirada gradual para amenizar os sintomas de ansiedade rebote (abstinência).
Apresentam efeitos colaterais. (droga de abuso – em 2005, 5,6% de uso na vida)
31. Hipnóticos não-BDZ
Menor potencial de abuso
Tratamento da insônia
Início rápido de ação
Ansiolítico não-BDZ
Menor potencial de abuso
Efeito terapêutico de 2 a 4 semanas
Zolpiden
zopiclona
Buspirona
32. Hipnóticos e ansiolíticos - BZD
Efeitos adversos
• Sonolência
• Cansaço
• Redução da atenção
• Diminuição da coordenação psicomotora
• Amnésia anterógrada
• Interfere no trabalho com máquinas ou
direção de veículos
• Contra-indicado para apnéia do sono
Toxicidade e dependência
• Alta margem de segurança (exceto
quando associado com álcool)
• Dependência após uso prolongado
e/ou após doses superiores às
terapêuticas
• Sintomas de abstinência
33. Antidepressivos – Principais aspectos
• Quadros depressivos (unipolares, bipolares,
esquizofrenia, demência)
• Transtornos ansiosos (transtorno do pânico,
ansiedade generalizada,TOC e estresse pós-
traumático)
• Incontinência urinária, dor crônica,
nevralgias, enxaqueca,
• Bulimia, transtorno do déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH).
Indicações:
Risco para superdosagem (ideação suicida)
Exige restrição do consumo de álcool
Evitar retirada abrupta
• (insônia, pesadelos, inquietação psicomotora e
ansiedade rebote)
36. Usado no tratamento de depressões
atípicas.
• Efeitos colaterais mais intensos.
Requer restrição dietética do consumo
de queijos, vinho e outros alimentos
ricos em tiramina, sob risco de grave
crise hipertensiva.
Antidepressivos IMAO – inibidores das
monoaminooxidases
37. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina
Medicações mais modernas e mais utilizados.
Melhor perfil de tolerabilidade, menos efeitos colaterais e menor risco de toxicidade em casos
de superdosagem.
Fármacos de 1ª escolha
39. Eficácia 70% com remissão completa
40 a 50% não atingem remissão no primeiro tratamento
• 10 a 20% permanecem sintomáticos mesmo após múltiplas tentativas medicamentosas ou até ECT
• ECT indicada devido a latência para o aparecimento dos efeitos terapêuticos, para obtenção de
alívio imediato (impulsos suicidas)
Fases de tratamento:
Aguda (6 a 12 semanas)
• atingir a remissão dos sintomas
Continuação (4 a 9 meses)
• atingir a recuperação total e impedir as recaídas
Manutenção (> 1 ano)
• Impedir as recorrências
Terapêutica antidepressiva
40. Utilizados primariamente na emergência ou na recorrência do
• transtorno afetivo bipolar.
Devem ser mantidos como profiláticos
Eficaz em 80% dos casos de mania aguda
Efeitos colaterais:
• Tremores, problemas dermatológicos, ganho de peso e alterações da função tireoidiana.
Ação demora cerca de 2 semanas (associado com antipsicóticos)
Dose terapêutica próxima da dose tóxica
• Monitoramento periódico dos níveis séricos
• Sinais de Intoxicação:
• Diarréia, vômitos, sudorese, instabilidade de PA, arritmia, distúrbios hidroeletrolíticos,
convulsão e perda de consciência.
Estabilizadores de humor – aspectos principais
42. Usados no controle de delírios e alucinações em clientes
• psicóticos.
Eficazes no controle da agitação (tranquilizantes maiores)
Indicações:
• Esquizofrenia
• Episódios de mania; Estados mistos maníaco-depressivos
• Depressões psicóticas
• Comportamento de violência impulsiva
• Distúrbios de comportamento em doença de Alzheimer e Parkinson
• Psicoses orgânicas
Antipsicóticos (ou neurolépticos)
aspectos gerais
43. Eficazes no combate dos sintomas positivos
(delírios e alucinações)
• Efeitos colaterais extrapiramidais: tremores, rigidez,
muscular, inquietação psicomotora e parkinsonismo.
Associação para minimizar
efeitos colaterais.
pimozida
trifluperazina
44. Medicação de 1ª escolha
• Eficazes também nos sintomas
negativos (apatia e falta de
motivação)
• Causam menos efeitos colaterais
• Atentar para hipertermia,
tremores, alterações no nível de
consciência e convulsões
ziprazidona
51. Até 1950: insulinoterapia, ECT e
fisioterapia;contenção e vigilância dos clientes.
Após 1950: Clorpromazina (mudança radial)
Benefícios dos Psicoativos:
• Propiciou a remissão mais efetiva dos sintomas.
• Abreviaram o tempo de internação hospitalar.
• Possibilitaram o tratamento em hospital dia e ambulatorial.
-
• Permitiram o convívio na comunidade e família.
ECT (Eletroconvulsoterapia).
•
52. Conhecer os resultados dos exames laboratoriais.
Orientação e preparo do cliente e família para adesão ao tratamento.
Anamnese:
• observação completa do comportamento (constante)
• Parâmetro para o acompanhamento da evolução do tratamento.
• Dados: gravidez, convulsões, uso abusivo de drogas, doenças cardíacas, hepática ou
renal.
• peso, padrão de sono e deambulação.
• Conhecer os efeitos desejados, colaterais, adversos ou tóxicos, contra
-
indicações
,
superdosagem.
• Comunicação terapêutica (confiança)
53. Boca seca
Visão turva
Alterações cardiovasculares
Diminuição do hábito intestinal
Retenção urinária
Disfunção sexual
Hipotensão postural e tontura