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Índice
Parte I – Conteúdos programáticos
– 10.º ano
Preparação ao longo do ano
1. 
Conselhos úteis 6
1.1.	
Métodos e estratégias de trabalho
e de estudo 6
1.2. Testes de avaliação 8
1.3. Recursos de apoio ao estudo 8
1.4. Estrutura do Exame Final Nacional 9
2. Conteúdos programáticos 10
Capítulo I – Leitura
Apresentação geral 15
Conteúdos essenciais 16
1. Relato de viagem 16
2. Exposição sobre um tema 19
3. Apreciação crítica 22
4. Cartoon 25
Síntese de conteúdos 26
Exercícios resolvidos 27
Capítulo II – Escrita
Apresentação geral 35
Conteúdos essenciais 36
1. Síntese 36
2. Exposição sobre um tema 41
3. Apreciação crítica 44
Síntese de conteúdos 46
Exercícios resolvidos 47
Capítulo III – Educação Literária
1. Poesia trovadoresca 50
Apresentação geral 51
Conteúdos essenciais 52
1.	
Contextualização histórico-literária /
Espaços medievais, protagonistas
e circunstâncias 52
2. Representações de afetos e emoções 56
3. Linguagem, estilo e estrutura 57
4. Cantigas de amigo 59
5. Cantigas de amor 67
6. Cantigas de escárnio e maldizer 71
Síntese de conteúdos 75
Exercícios resolvidos 76
2. 
Fernão Lopes, Crónica
de D. João I 79
Apresentação geral 80
Conteúdos essenciais 81
1. Contexto histórico 81
2.	
Afirmação da consciência coletiva 83
3. Atores individuais e coletivos 84
4. Capítulos 11, 115 e 148 da 1.ª Parte 85
Síntese de conteúdos 95
Exercícios resolvidos 96
3. Gil Vicente 98
Apresentação geral 99
Conteúdos essenciais 100
1. Contextualização histórico-literária 100
2. Características do texto dramático 104
Farsa de Inês Pereira 107
1. Natureza e estrutura da obra: a farsa 107
2.	
Caracterização das personagens /
Relações entre as personagens 110
3. A representação do quotidiano 121
4. A dimensão satírica 122
5. Linguagem e estilo 128
Síntese de conteúdos 130
3
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Auto da Feira 131
1. Natureza e estrutura da obra: o auto 131
2.	
Caracterização das personagens /
Relações entre as personagens 135
3. A representação do quotidiano 149
4.	
A dimensão religiosa 150
5.	
A representação alegórica 151
6. Linguagem e estilo 152
Síntese de conteúdos 155
Exercícios resolvidos 156
4. Luís de Camões, Rimas 160
Apresentação geral 161
Conteúdos essenciais 162
1. Contextualização histórico-literária 162
2. Linguagem, estilo e estrutura 166
3.	
Temáticas estruturantes do lirismo
camoniano 172
Síntese de conteúdos 187
Exercícios resolvidos 189
5. Luís de Camões, Os Lusíadas 191
Apresentação geral 192
Conteúdos essenciais 193
1. Contextualização histórico-literária 193
2. Visão global 194
3.	
Reflexões do Poeta 217
4. Linguagem e estilo 220
Síntese de conteúdos 224
Exercícios resolvidos 225
Capítulo IV – Gramática
Apresentação geral 228
Conteúdos essenciais 229
1.	
O português: génese, variação e mudança 229
Exercícios resolvidos 233
2.	Morfologia 234
Exercícios resolvidos 236
3. Classes de palavras 237
Exercícios resolvidos 241
4. Sintaxe 242
Exercícios resolvidos 247
5. Lexicologia 248
Exercícios resolvidos 249
6. Semântica 250
Exercícios resolvidos 251
7. Discurso, pragmática e linguística textual 252
Exercícios resolvidos 254
Recursos expressivos 255
Parte II – Exames-tipo 10.º ano
Apresentação geral 258
Exames-tipo
Exame-tipo 1 259
Exame-tipo 2 264
Sugestões de resolução 270
Capítulo III · Educação Literária
72
Caracterização temática
•	
A composição apresentada enquadra-se nas chamadas cantigas de escárnio já que se critica, de
forma indireta (o nome nunca é referido), a atitude, o comportamento de uma dona (aludindo-se,
assim, à senhor das cantigas de amor) que quer ser louvada, apesar de não possuir atributos para tal,
pois é “fea, velha e sandia”.
•	
Por essa razão, esta cantiga é também considerada uma paródia do amor cortês, pois é uma imita-
ção de uma cantiga de amor com um propósito irónico e cómico.
•	
A ironia é, aliás, evidente ao longo da cantiga. Vejamos:
–	
a dona queixou-se de não ser louvada e manifestou um grande desejo em sê-lo; o poeta parece
aceder a esse desejo – “mais ora quero fazer um cantar / em que vos loarei todavia” (1.ª estrofe); “vos
quero já loar todavia; / e vedes qual será a loaçom” (2.ª estrofe); “mais ora já um bom cantar farei / em
que vos loarei todavia” (3.ª estrofe);
–	
no entanto, apesar de o sujeito poético louvar a dona, não o faz da maneira que esta pretenderia,
uma vez que o louvor repetido no refrão é: “dona fea, velha e sandia!”
•	
O refrão assinala, assim, o efeito cómico que se cria ao elogiar-se não uma dona bela, jovem e com
bom senso, como é habitualmente retratada nas cantigas de amor, mas antes uma mulher cuja ima-
gem é extramente negativa.
Marcas das cantigas de escárnio
•	
A crítica ao objeto de louvor – “dona fea, velha e sandia” –, evitando-se a identificação direta, aponta
para o escárnio e para a sátira.
•	
A linguagem rude (às vezes, grosseira) está identificada com a poesia satírica. Veja-se, a título de
exemplo, a tripla adjetivação do refrão: “fea, velha e sandia”.
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Ai dona fea, fostes-vos queixar
Ai dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv'en’[o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei todavia;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, se Deus mi pardom,
pois havedes [a]tam gram coraçom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero já loar todavia;
e vedes qual será a loaçom:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
em que vos loarei todavia;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
João Garcia de Guilhade
(B 1486, V 1097)
Graça Videira Lopes, Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores
e Jograis Galego-Portugueses, Lisboa, Editorial Estampa, 2002, p. 207
Glossário
v. 5 – loar – louvar
v. 6 – sandia – louca, doida
v. 8 – 
pois havedes [a]tam gram coraçom
– tendes tanto desejo
v. 9 – em esta razom – por este motivo
v. 14 – pero – ainda que, pois
5
10
15
Com esta distinção em mente, passemos à análise de algumas cantigas de cariz satírico.
73
1 · Poesia trovadoresca
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Roi Queimado morreu com amor
Roi Queimado morreu com amor
em seus cantares, par Santa Maria,
porũa dona que gram bem queria;
e por se meter por mais trobador,
porque lh’ela nom quis[o] bem fazer,
feze-s'el em seus cantares morrer;
mais ressurgiu depois ao tercer dia.
Esto fez el porũa sa senhor
que quer gram bem; e mais vos en diria:
porque cuida que faz i maestria,
en’os cantares que fez há sabor
de morrer i e des i d'ar viver.
Esto faz el, que x’o pode fazer,
mais outr’homem per rem nõn’o faria.
E nom há já de sa morte pavor,
senom sa morte mais la temeria,
mais sabe bem, per sa sabedoria,
que viverá, des quando morto for;
e faz-[s’] em seu cantar morte prender,
des i ar vive: vedes que poder
que lhi Deus deu – mais quen’o cuidaria!
E se mi Deus a mi desse poder
qual hoj’el há, pois morrer, de viver,
jamais [eu] morte nunca temeria.
Pero Garcia Burgalês
(B 1380, V 988)
Graça Videira Lopes, Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores
e Jograis Galego-Portugueses, Lisboa, Editorial Estampa, 2002, p. 412
Glossário
v. 1 – Roi Queimado – poeta trovador que viveu nos reinados de D. Afonso III e de D. Dinis
v. 4 – por se meter por mais trobador – para se dar ares de grande trovador
v. 5 – nom quis[o] bem fazer – corresponder ao seu amor
v. 7 – mais – mas
v. 10 – faz i maestria – faz versos como mestre
v. 11 – há sabor – tem prazer
v. 12 – e des i d'ar viver – e desde então torna a viver
v. 14 – per rem – por coisa nenhuma; nõn’o – não o
v. 20 – des i ar vive – depois disso volta a viver
v. 21 – mais quen’o cuidaria – mais do que poderia supor
v. 23 – pois morrer, de viver – (o poder…) de, depois de morrer, viver
Caracterização temática
•	
Nesta cantiga é feita uma crítica direta e explícita a um poeta – Roi Queimado – que, nas suas compo-
sições e por causa do amor por uma dona, estava sempre a morrer, mas continuava a viver. Trata-se,
por isso, de uma cantiga de maldizer, que põe a ridículo o comportamento desse poeta.
•	
Critica-se, assim, de forma mordaz e irónica, a morte de amor tão convencional, tão frequente e artifi-
cial das cantigas de amor:
–	
Roi Queimado afirmou nas suas cantigas que estava tão apaixonado por uma dona que, por ela,
morreu de amor;
–	
fez tudo isto para provar que era um trovador com grandes qualidades (“e por se meter por mais
trobador”);
–	
o problema é que parece ter ressuscitado ao terceiro dia, pois ainda está vivo (“mais ressurgiu depois
ao tercer dia”).
•	
Para satirizar o poder que Roi Queimado parece ter, o de morrer e depois viver, o sujeito poético
recorre à ironia: “mais ressurgiu depois ao tercer dia” (alusão à ressurreição de Jesus Cristo); “Esto faz el,
que x’o pode fazer, / mais outr’homem per rem nõn’o faria”; “vedes que poder / que Ihi Deus deu – mais
quen’o cuidaria!”. Aliás, na última estrofe, remate da cantiga (finda), o próprio sujeito poético revela o
desejo de também ele possuir esse poder.
5
10
15
20
Capítulo III · Educação Literária
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74
Caracterização temática
• Cantiga de maldizer, na qual o sujeito poético critica de forma direta o jogral Lopo e o seu cantar, que
é tão sem jeito que, na opinião do sujeito poético, mereceria mais que “três couces na garganta”.
•	
Ao mesmo tempo, também se faz aqui uma sátira, através do recurso à ironia, ao infanção miserável:
“Escasso foi o infançom / em seus couces partir em dom”.
Marcas das cantigas de maldizer
• Voz masculina que ridiculariza uma figura concreta – o jogral Lopo e o seu cantar.
• Uso de termos populares para criar um efeito cómico, por exemplo, “couces”.
Foi um dia Lopo jograr
Foi um dia Lopo jograr
a cas d’um infançom cantar;
e mandou-lh’ele por dom dar
três couces na garganta;
e fui-lh’escass’,a meu cuidar,
segundo com’el canta.
Escasso foi o infançom
em seus couces partir em dom,
ca nom deu a Lop[o], entom,
mais de três na garganta;
e mais merece o jograrom,
segundo com’el canta.
Martim Soares
(B 1366, V 974)
Graça Videira Lopes, Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores
e Jograis Galego-Portugueses, Lisboa, Editorial Estampa, 2002, p. 317
Glossário
v. 1 – jograr – jogral
v. 2 – infançom – designação dada aos membros da nobreza que tinham menos poder e recursos
v. 3 – por dom – como pagamento
v. 5 – fui – foi
v. 8 – partir – repartir
v. 11 – jograrom – designação depreciativa de jogral
•	
Por fim, podemos ainda considerar que os dotes poéticos de Roi Queimado são igualmente alvo de
crítica, já que se diz dele “por se meter por mais trobador” e “porque cuida que faz i maestria”.
• Esta cantiga demonstra o artificialismo dos trovadores e das convenções poéticas do amor cortês.
Marcas das cantigas de maldizer
•	
Voz masculina que manifesta a sua posição crítica perante o comportamento ridículo de um poeta
específico (Roi Queimado) e perante uma convenção – a morte por amor.
• Efeito cómico, obtido através das antíteses – “morrer” / “viver” (v. 12), “morrer” / “viver” (v. 23) e da ironia.
5
10
Representação de jogral e flautista, século XI.
75
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Síntese de conteúdos
Síntese de conteúdos
Género Sujeito
poético
Representação
de afetos e
emoções
Espaços,
protagonistas e
circunstâncias
Linguagem,
estilo
e estrutura
Cantigas
de amigo
•	Voz feminina
(donzela, menina)
•	Variedade do
sentimento amoroso:
amor, saudade, tristeza,
mágoa, ansiedade,
alegria
•	Confidência amorosa
à Natureza, às amigas,
à mãe
•	
Relação com a
Natureza: confidente
(personificação),
em harmonia com o
estado de espírito
da donzela
•	Ambiente doméstico
e familiar, marcada-
mente feminino
(donzela ou menina
e as amigas, ou a mãe
e a filha)
•	Ambiente coletivo
(romaria, santuário)
•	
Ambiente rural e
natural (campo,
rio, mar)
• Paralelismo
• Refrão
•	Recursos
expressivos:
ex.: personificação,
comparação,
apóstrofe
Cantigas
de amor
•	Voz masculina
(trovador) que se
dirige à sua amada
(sua senhor)
•	
Coita de amor – paixão
infeliz, sofrimento por
amor, que pode levar
à morte por amor
•	
Elogio cortês – louvor
da senhor, modelo
de beleza e virtude
•	Ambiente aristocrático
(nobres, rei, senhores)
• Palácio
• Corte
•	Ambiente marcado
por um código e por
convenções (amor
cortês, a mesura,
a cortesia)
•	Cantiga de
mestria (sem
refrão) ou com
recurso a refrão
•	Recursos
expressivos:
ex.: adjetivação,
hipérbole,
comparação
Cantigas
de escárnio
e maldizer
•	Voz masculina
(trovador) que faz
uma crítica indireta
(cantiga de escárnio)
ou direta (cantiga de
maldizer)
•	
Paródia do amor cortês
(louvor da dona; morte
por amor)
•	
Crítica de costumes
(falta de dotes poéticos
de um trovador,
a miséria de elementos
da nobreza, etc.)
•	Ambiente palaciano
e da corte
• Sátira, cómico
•	Recursos
expressivos:
ex.: ironia

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  • 1. Português 10.º ano Oo A cópia ilegal viola os direitos dos autores. Os prejudicados somos todos nós.
  • 2. 2 CPEN-P10 © Porto Editora I S B N 9 7 8 - 9 7 2 - 0 - 0 0 2 4 9 - 5 Índice Parte I – Conteúdos programáticos – 10.º ano Preparação ao longo do ano 1. Conselhos úteis 6 1.1. Métodos e estratégias de trabalho e de estudo 6 1.2. Testes de avaliação 8 1.3. Recursos de apoio ao estudo 8 1.4. Estrutura do Exame Final Nacional 9 2. Conteúdos programáticos 10 Capítulo I – Leitura Apresentação geral 15 Conteúdos essenciais 16 1. Relato de viagem 16 2. Exposição sobre um tema 19 3. Apreciação crítica 22 4. Cartoon 25 Síntese de conteúdos 26 Exercícios resolvidos 27 Capítulo II – Escrita Apresentação geral 35 Conteúdos essenciais 36 1. Síntese 36 2. Exposição sobre um tema 41 3. Apreciação crítica 44 Síntese de conteúdos 46 Exercícios resolvidos 47 Capítulo III – Educação Literária 1. Poesia trovadoresca 50 Apresentação geral 51 Conteúdos essenciais 52 1. Contextualização histórico-literária / Espaços medievais, protagonistas e circunstâncias 52 2. Representações de afetos e emoções 56 3. Linguagem, estilo e estrutura 57 4. Cantigas de amigo 59 5. Cantigas de amor 67 6. Cantigas de escárnio e maldizer 71 Síntese de conteúdos 75 Exercícios resolvidos 76 2. Fernão Lopes, Crónica de D. João I 79 Apresentação geral 80 Conteúdos essenciais 81 1. Contexto histórico 81 2. Afirmação da consciência coletiva 83 3. Atores individuais e coletivos 84 4. Capítulos 11, 115 e 148 da 1.ª Parte 85 Síntese de conteúdos 95 Exercícios resolvidos 96 3. Gil Vicente 98 Apresentação geral 99 Conteúdos essenciais 100 1. Contextualização histórico-literária 100 2. Características do texto dramático 104 Farsa de Inês Pereira 107 1. Natureza e estrutura da obra: a farsa 107 2. Caracterização das personagens / Relações entre as personagens 110 3. A representação do quotidiano 121 4. A dimensão satírica 122 5. Linguagem e estilo 128 Síntese de conteúdos 130
  • 3. 3 CPEN-P10 © Porto Editora Auto da Feira 131 1. Natureza e estrutura da obra: o auto 131 2. Caracterização das personagens / Relações entre as personagens 135 3. A representação do quotidiano 149 4. A dimensão religiosa 150 5. A representação alegórica 151 6. Linguagem e estilo 152 Síntese de conteúdos 155 Exercícios resolvidos 156 4. Luís de Camões, Rimas 160 Apresentação geral 161 Conteúdos essenciais 162 1. Contextualização histórico-literária 162 2. Linguagem, estilo e estrutura 166 3. Temáticas estruturantes do lirismo camoniano 172 Síntese de conteúdos 187 Exercícios resolvidos 189 5. Luís de Camões, Os Lusíadas 191 Apresentação geral 192 Conteúdos essenciais 193 1. Contextualização histórico-literária 193 2. Visão global 194 3. Reflexões do Poeta 217 4. Linguagem e estilo 220 Síntese de conteúdos 224 Exercícios resolvidos 225 Capítulo IV – Gramática Apresentação geral 228 Conteúdos essenciais 229 1. O português: génese, variação e mudança 229 Exercícios resolvidos 233 2. Morfologia 234 Exercícios resolvidos 236 3. Classes de palavras 237 Exercícios resolvidos 241 4. Sintaxe 242 Exercícios resolvidos 247 5. Lexicologia 248 Exercícios resolvidos 249 6. Semântica 250 Exercícios resolvidos 251 7. Discurso, pragmática e linguística textual 252 Exercícios resolvidos 254 Recursos expressivos 255 Parte II – Exames-tipo 10.º ano Apresentação geral 258 Exames-tipo Exame-tipo 1 259 Exame-tipo 2 264 Sugestões de resolução 270
  • 4. Capítulo III · Educação Literária 72 Caracterização temática • A composição apresentada enquadra-se nas chamadas cantigas de escárnio já que se critica, de forma indireta (o nome nunca é referido), a atitude, o comportamento de uma dona (aludindo-se, assim, à senhor das cantigas de amor) que quer ser louvada, apesar de não possuir atributos para tal, pois é “fea, velha e sandia”. • Por essa razão, esta cantiga é também considerada uma paródia do amor cortês, pois é uma imita- ção de uma cantiga de amor com um propósito irónico e cómico. • A ironia é, aliás, evidente ao longo da cantiga. Vejamos: – a dona queixou-se de não ser louvada e manifestou um grande desejo em sê-lo; o poeta parece aceder a esse desejo – “mais ora quero fazer um cantar / em que vos loarei todavia” (1.ª estrofe); “vos quero já loar todavia; / e vedes qual será a loaçom” (2.ª estrofe); “mais ora já um bom cantar farei / em que vos loarei todavia” (3.ª estrofe); – no entanto, apesar de o sujeito poético louvar a dona, não o faz da maneira que esta pretenderia, uma vez que o louvor repetido no refrão é: “dona fea, velha e sandia!” • O refrão assinala, assim, o efeito cómico que se cria ao elogiar-se não uma dona bela, jovem e com bom senso, como é habitualmente retratada nas cantigas de amor, mas antes uma mulher cuja ima- gem é extramente negativa. Marcas das cantigas de escárnio • A crítica ao objeto de louvor – “dona fea, velha e sandia” –, evitando-se a identificação direta, aponta para o escárnio e para a sátira. • A linguagem rude (às vezes, grosseira) está identificada com a poesia satírica. Veja-se, a título de exemplo, a tripla adjetivação do refrão: “fea, velha e sandia”. CPEN-P10 © Porto Editora Ai dona fea, fostes-vos queixar Ai dona fea, fostes-vos queixar que vos nunca louv'en’[o] meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei todavia; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! Dona fea, se Deus mi pardom, pois havedes [a]tam gram coraçom que vos eu loe, em esta razom vos quero já loar todavia; e vedes qual será a loaçom: dona fea, velha e sandia! Dona fea, nunca vos eu loei em meu trobar, pero muito trobei; mais ora já um bom cantar farei em que vos loarei todavia; e direi-vos como vos loarei: dona fea, velha e sandia! João Garcia de Guilhade (B 1486, V 1097) Graça Videira Lopes, Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores e Jograis Galego-Portugueses, Lisboa, Editorial Estampa, 2002, p. 207 Glossário v. 5 – loar – louvar v. 6 – sandia – louca, doida v. 8 – pois havedes [a]tam gram coraçom – tendes tanto desejo v. 9 – em esta razom – por este motivo v. 14 – pero – ainda que, pois 5 10 15 Com esta distinção em mente, passemos à análise de algumas cantigas de cariz satírico.
  • 5. 73 1 · Poesia trovadoresca CPEN-P10 © Porto Editora Roi Queimado morreu com amor Roi Queimado morreu com amor em seus cantares, par Santa Maria, porũa dona que gram bem queria; e por se meter por mais trobador, porque lh’ela nom quis[o] bem fazer, feze-s'el em seus cantares morrer; mais ressurgiu depois ao tercer dia. Esto fez el porũa sa senhor que quer gram bem; e mais vos en diria: porque cuida que faz i maestria, en’os cantares que fez há sabor de morrer i e des i d'ar viver. Esto faz el, que x’o pode fazer, mais outr’homem per rem nõn’o faria. E nom há já de sa morte pavor, senom sa morte mais la temeria, mais sabe bem, per sa sabedoria, que viverá, des quando morto for; e faz-[s’] em seu cantar morte prender, des i ar vive: vedes que poder que lhi Deus deu – mais quen’o cuidaria! E se mi Deus a mi desse poder qual hoj’el há, pois morrer, de viver, jamais [eu] morte nunca temeria. Pero Garcia Burgalês (B 1380, V 988) Graça Videira Lopes, Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores e Jograis Galego-Portugueses, Lisboa, Editorial Estampa, 2002, p. 412 Glossário v. 1 – Roi Queimado – poeta trovador que viveu nos reinados de D. Afonso III e de D. Dinis v. 4 – por se meter por mais trobador – para se dar ares de grande trovador v. 5 – nom quis[o] bem fazer – corresponder ao seu amor v. 7 – mais – mas v. 10 – faz i maestria – faz versos como mestre v. 11 – há sabor – tem prazer v. 12 – e des i d'ar viver – e desde então torna a viver v. 14 – per rem – por coisa nenhuma; nõn’o – não o v. 20 – des i ar vive – depois disso volta a viver v. 21 – mais quen’o cuidaria – mais do que poderia supor v. 23 – pois morrer, de viver – (o poder…) de, depois de morrer, viver Caracterização temática • Nesta cantiga é feita uma crítica direta e explícita a um poeta – Roi Queimado – que, nas suas compo- sições e por causa do amor por uma dona, estava sempre a morrer, mas continuava a viver. Trata-se, por isso, de uma cantiga de maldizer, que põe a ridículo o comportamento desse poeta. • Critica-se, assim, de forma mordaz e irónica, a morte de amor tão convencional, tão frequente e artifi- cial das cantigas de amor: – Roi Queimado afirmou nas suas cantigas que estava tão apaixonado por uma dona que, por ela, morreu de amor; – fez tudo isto para provar que era um trovador com grandes qualidades (“e por se meter por mais trobador”); – o problema é que parece ter ressuscitado ao terceiro dia, pois ainda está vivo (“mais ressurgiu depois ao tercer dia”). • Para satirizar o poder que Roi Queimado parece ter, o de morrer e depois viver, o sujeito poético recorre à ironia: “mais ressurgiu depois ao tercer dia” (alusão à ressurreição de Jesus Cristo); “Esto faz el, que x’o pode fazer, / mais outr’homem per rem nõn’o faria”; “vedes que poder / que Ihi Deus deu – mais quen’o cuidaria!”. Aliás, na última estrofe, remate da cantiga (finda), o próprio sujeito poético revela o desejo de também ele possuir esse poder. 5 10 15 20
  • 6. Capítulo III · Educação Literária CPEN-P10 © Porto Editora 74 Caracterização temática • Cantiga de maldizer, na qual o sujeito poético critica de forma direta o jogral Lopo e o seu cantar, que é tão sem jeito que, na opinião do sujeito poético, mereceria mais que “três couces na garganta”. • Ao mesmo tempo, também se faz aqui uma sátira, através do recurso à ironia, ao infanção miserável: “Escasso foi o infançom / em seus couces partir em dom”. Marcas das cantigas de maldizer • Voz masculina que ridiculariza uma figura concreta – o jogral Lopo e o seu cantar. • Uso de termos populares para criar um efeito cómico, por exemplo, “couces”. Foi um dia Lopo jograr Foi um dia Lopo jograr a cas d’um infançom cantar; e mandou-lh’ele por dom dar três couces na garganta; e fui-lh’escass’,a meu cuidar, segundo com’el canta. Escasso foi o infançom em seus couces partir em dom, ca nom deu a Lop[o], entom, mais de três na garganta; e mais merece o jograrom, segundo com’el canta. Martim Soares (B 1366, V 974) Graça Videira Lopes, Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores e Jograis Galego-Portugueses, Lisboa, Editorial Estampa, 2002, p. 317 Glossário v. 1 – jograr – jogral v. 2 – infançom – designação dada aos membros da nobreza que tinham menos poder e recursos v. 3 – por dom – como pagamento v. 5 – fui – foi v. 8 – partir – repartir v. 11 – jograrom – designação depreciativa de jogral • Por fim, podemos ainda considerar que os dotes poéticos de Roi Queimado são igualmente alvo de crítica, já que se diz dele “por se meter por mais trobador” e “porque cuida que faz i maestria”. • Esta cantiga demonstra o artificialismo dos trovadores e das convenções poéticas do amor cortês. Marcas das cantigas de maldizer • Voz masculina que manifesta a sua posição crítica perante o comportamento ridículo de um poeta específico (Roi Queimado) e perante uma convenção – a morte por amor. • Efeito cómico, obtido através das antíteses – “morrer” / “viver” (v. 12), “morrer” / “viver” (v. 23) e da ironia. 5 10 Representação de jogral e flautista, século XI.
  • 7. 75 CPEN-P10 © Porto Editora Síntese de conteúdos Síntese de conteúdos Género Sujeito poético Representação de afetos e emoções Espaços, protagonistas e circunstâncias Linguagem, estilo e estrutura Cantigas de amigo • Voz feminina (donzela, menina) • Variedade do sentimento amoroso: amor, saudade, tristeza, mágoa, ansiedade, alegria • Confidência amorosa à Natureza, às amigas, à mãe • Relação com a Natureza: confidente (personificação), em harmonia com o estado de espírito da donzela • Ambiente doméstico e familiar, marcada- mente feminino (donzela ou menina e as amigas, ou a mãe e a filha) • Ambiente coletivo (romaria, santuário) • Ambiente rural e natural (campo, rio, mar) • Paralelismo • Refrão • Recursos expressivos: ex.: personificação, comparação, apóstrofe Cantigas de amor • Voz masculina (trovador) que se dirige à sua amada (sua senhor) • Coita de amor – paixão infeliz, sofrimento por amor, que pode levar à morte por amor • Elogio cortês – louvor da senhor, modelo de beleza e virtude • Ambiente aristocrático (nobres, rei, senhores) • Palácio • Corte • Ambiente marcado por um código e por convenções (amor cortês, a mesura, a cortesia) • Cantiga de mestria (sem refrão) ou com recurso a refrão • Recursos expressivos: ex.: adjetivação, hipérbole, comparação Cantigas de escárnio e maldizer • Voz masculina (trovador) que faz uma crítica indireta (cantiga de escárnio) ou direta (cantiga de maldizer) • Paródia do amor cortês (louvor da dona; morte por amor) • Crítica de costumes (falta de dotes poéticos de um trovador, a miséria de elementos da nobreza, etc.) • Ambiente palaciano e da corte • Sátira, cómico • Recursos expressivos: ex.: ironia