O documento discute materiais para proteção do complexo dentino-pulpar, especificamente hidróxido de cálcio e cimento de mineral trióxido agregado. Apresenta as propriedades, tipos e usos clínicos do hidróxido de cálcio, incluindo sua habilidade de estimular a formação de dentina e proteger a polpa contra estímulos térmicos e elétricos. Também descreve brevemente a história do uso do hidróxido de cálcio na odontologia.
1. Universidade Federal de Pelotas
Faculdade de Odontologia
Unidade de Pré-Clínica II
Evandro Piva
Wellington Luiz de Oliveira da Rosa
M A T E R I A I S P A R A P R O T E Ç Ã O D O C O M P L E X O D E N T I N O - P U L P A R
CIMENTO DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
E MINERAL TRIÓXIDO AGREGADO (MTA)
wellington_xy@outlook.com
I N T R O D U Ç Ã O
MINERAL TRIÓXIDO AGREGADO
(MTA)
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
INTRODUÇÃO AO
COMPLEXO DENTINO-PULPAR
1 2 3
I N T R O D U Ç Ã O A O C O M P L E X O D E N T I N O - P U L P A R
Esmalte
Dentina
Polpa
Vasos
Sanguíneos
Terminações
Nervosas
Órgão dental
Conhecimento da fisiologia do complexo dentina-polpa e
dos materiais e técnicas restauradoras
Exercício da Odontologia voltada à
mínima intervenção e máxima
preservação da estrutura dental.
2. I N T R O D U Ç Ã O A O C O M P L E X O D E N T I N O - P U L P A R
Esmalte
Dentina
Polpa
Vasos
Sanguíneos
Terminações
Nervosas
Órgão dental
C O M P O N E N T E S E S T R U T U R A I S
Dentina: dentina mineralizada e pré-dentina
não mineralizada
Polpa: tecido conjuntivo frouxo
Ambos tem mesma origem embriogênica e
atuam como uma entidade funcional única
I N T R O D U Ç Ã O A O C O M P L E X O D E N T I N O - P U L P A R
KATCHBURIAN, ARANA, 2004
Prolongamento odontoblástico
Dentina peritubular
Dentina
intertubular
Pré-dentina Camada de Odontoblastos
Zona pobre em células
Zona rica em células
Região central
Constituintes da periferia da polpa dentária
I N T R O D U Ç Ã O A O C O M P L E X O D E N T I N O - P U L P A R
FUNÇÕES DA POLPA
Formativa: Formação de dentina
Nutritiva: rica vascularização
Sensorial: responder com dor
Defensiva: se defende de estímulos
agressores (esclerose dentinária ou dentina terciária)
Prolongamento odontoblástico
KATCHBURIAN, ARANA, 2004
Dentina peritubular
Dentina
intertubular
Pré-dentina Camada de Odontoblastos
Zona pobre em células
Zona rica em células
Região central
Constituintes da periferia da polpa dentária
4 Proximidade da polpa: tem influência
no número e diâmetro dos túbulos,
idade e grau de mineralização da
dentina
A permeabilidade é proporcional ao
número e diâmetro dos túbulos
Quanto mais profunda a cavidade
Maior a permeabilidade
I N T R O D U Ç Ã O A O C O M P L E X O D E N T I N O - P U L P A R
KATCHBURIAN, ARANA, 2004
Fases iniciais da dentinogênese
PERMEABILIDADE
3. Proximidade da polpa: tem influência
no número e diâmetro dos túbulos,
idade e grau de mineralização da
dentina
A permeabilidade é proporcional ao
número e diâmetro dos túbulos
Quanto mais profunda a cavidade
Maior a permeabilidade
I N T R O D U Ç Ã O A O C O M P L E X O D E N T I N O - P U L P A R
KATCHBURIAN, ARANA, 2004
PROFUNDIDADE DAS
CAVIDADES
RASA
MÉDIA
PROFUNDA
MUITO PROFUNDA
PERMEABILIDADE
L E S Õ E S N Ã O - C A R I O S A S
L E S Õ E S P O R C Á R I E
A B R A S Ã O , A B F R A Ç Ã O , E R O S Ã O
T R A U M A T I S M O S P R E P A R O S C A V I T Á R I O S
F A T O R E S Q U E P O D E M L E V A R
A AGRESSÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR
M E C Â N I C O S Q U Í M I C O F Í S I C O B I O L Ó G I C O
F A T O R E S Q U E P O D E M L E V A R
A AGRESSÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR
M E C A N I S M O S D E D E F E S A
4. INFLAMAÇÃO PULPAR
DEPÓSITO DE
DENTINA TERCIÁRIA
ESCLEROSE DENTINÁRIA
1 2 3
M E C A N I S M O S D E D E F E S A
ESCLEROSE DENTINÁRIA
M E C A N I S M O S D E D E F E S A
Clinicamente: coloração escura da dentina
Produzida por agentes irritantes leves ou moderados, como cáries de
progressão lenta, traumatismo moderado após o preparo cavitário, abrasão,
erosão, atrição e avanço da idade.
Não ocorre com odontoblastos destruídos
Agressões externas
Primeiramente o tecido responde com esclerose local dos túbulos
Deposição contínua de dentina intratubular
(peritubular) nas regiões subjacentes às lesões cariosas
TORRES, 2013
DEPÓSITO DE DENTINA TERCIÁRIA
M E C A N I S M O S D E D E F E S A
Depende da atividade de lesão cariosa
TORRES, 2013
Agressões externas
Segunda linha de defesa:
Depósito de matriz de dentina terciária
reacional com o intuito de aumentar a distância entre
o agente agressor e o tecido pulpar
M E C A N I S M O S D E D E F E S A
TORRES, 2013
Agressões externas
Inflamação pulpar
Vasodilatação, aumento da pressãoo pulpar, dor
Inflamação pulpar irreversível
Intensidade e frequência da agressão estiverem acima da
capacidade defensiva da polpa
Pode levar a polpa a necrose
INFLAMAÇÃO PULPAR
TORRES, 2013
5. M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R
M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R
B A S E S F O R R A D O R E S
Material usado para proteger a polpa em cavidades
preparadas, conferindo isolamento térmico; uma
base também pode ter propriedades terapêuticas.
Materiais que cobrem o fundo de uma cavidade
preparada para proteger a polpa; são aplicados em
camadas finas
B A S E B A S E
F O R R A D O R
ANUSAVICE, 2013
M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R
IDEALSer biocompatível
Proteger choques termoelétricos
Agente bactericida ou inibir a atividade bacteriana
Aderir e liberar fluoretos à estrutura dental
Estimular a formação de dentina terciária
Prevenir a descoloração
Evitar a penetração de elementos tóxicos ou irritantes
Melhorar o vedamento marginal de restaurações
Adequada resistência mecânica
Baixa solubilidade
TORRES, 2013
M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R
Definição geral:
Capacidade de um biomaterial desempenhar a função esperada em relação a uma
terapia sem desencadear efeito indesejado local ou sistêmico no receptor ou beneficiário
dessa terapia, produzindo a resposta celular ou tecidual benéfica mais apropriada para
aquela situação específica.
ANUSAVICE, 2013
B I O C O M P A T I B I L I D A D E
6. M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R
Ser biocompatível
M I C R O I N F I L T R A Ç Ã O
BALDISSERA, 2013MANCHAMENTO MARGINAL
Definição geral:
Influxo de fluidos orais e bactérias nos espaços entre uma superfície dental
preparada e o material restaurador
ANUSAVICE, 2013
M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R
PROFUNDIDADE
DAS CAVIDADES
F O R R A D O R
ANUSAVICE, 2013
FATORES PARA INDICAÇÃO
B A S E
IDADE DO
PACIENTE
CONDIÇÃO
PULPAR
M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R
ANUSAVICE, 2013
FATORES PARA INDICAÇÃO
IDADE DO PACIENTE
M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R
FATORES PARA INDICAÇÃO TORRES, 2013
RASA
Sistema adesivo + Resina Composta
MÉDIA
Sistema adesivo + Resina Composta
PROFUNDA
CIV + Amálgama
CIV + Sistema Adesivo + Resina Composta
MUITO PROFUNDA
Ca(OH)2 + CIV + Amálgama
Ca(OH)2 + CIV + Sistema Adesivo + Resina Composta
Ca(OH)2 +CIV
B A S E
F O R R A D O R
7. H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O B R E V E H I S T Ó R I C O
B R E V E H I S T Ó R I C O
1920 1960
Hermann: Uso do Ca(OH)2 puro como pasta
semilíquida: mistura do pó com água
Cimentos de Hidróxido de
Cálcio que tomam presa
ANUSAVICE, 2013
1980 2000 20151930
Ca(OH)2 utilizado para proteção
do complexo destino-pulpar
Cimentos de Hidróxido de
Cálcio com duas pastas
Cimentos de Hidróxido
de Cálcio fotoativado
1990 2010
PARA QUE SERVE O HIDRÓXIDO DE CÁLCIO?
B A S E
F O R R A D O R
Tratamento expectante
Remoção parcial de
dentina cariada
Limpeza e hemostasia
VAN NOORT, 2007
Capeamento Pulpar
Direto e Indireto
8. PARA QUE SERVE O HIDRÓXIDO DE CÁLCIO?
CIMENTAÇÃO DE
COROAS PROVISÓRIAS ?
P R O P R I E D A D E S
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
pH alcalino
Ação antimicrobiana
Estimula a formação de dentina esclerosada ou terciária
Protege a polpa de estímulos térmicos e elétricos
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
A P R E S E N T A Ç Ã O
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
PASTA
TORRES, 2013
PÓ(Pró-análise ou P.A.)
SOLUÇÃO CIMENTO
Deve se limitar ao local da exposição pulpar
Como em pó ou pasta não toma presa, é necessário recobrí-lo com uma
cobertura de cimento de hidróxido de cálcio e, sobre ele, uma camada de CIV.
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
PÓ(Pró-análise ou P.A.)
Forma Pura
Hidróxido de Cálcio p.a. Cimento de Hidróxido de Cálcio Restauração provisória de CIV
T I P O S
9. 1920: Descrito pela primeira vez por Hermann
Apresenta pH alcalino
Formulação pré-preparada:
Atualmente utilizado como medicamento intracanal
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
PASTA
T I P O S
Pode ser preparada com água
destilada e pó de Ca(OH)2 p.a.
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
TORRES, 2013
SOLUÇÃO ALCALINA
(Água de Cal)
Limpeza de Cavidades
Neutralização do Meio
Ação hemostática
Hidróxido de Cálcio p.a. (10g)
+
Água destilada/Soro (100ml)
Solução alcalina
T I P O S
Não agitar!
Água de Cal com Precipitado
Os ingredientes responsáveis pela presa são o
Hidróxido de Cálcio e um Salicilato
Reagem para formar um dissalicilato de cálcio amorfo.
Radiopacidade: Tungstato de Cálcio ou Sulfato de Bário
CRAIG, 2002
CIMENTO
Tungstato de cálcio, fosfato de cálcio tribásico, e óxido de zinco em salicilato de glicol.
Pasta base
Pasta catalisadora
Hidróxido de cálcio, óxido de zinco e estearato de zinco em sulfonamida de etileno tolueno.
T I P O S
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
pH menor que o pó pelo menor teor de Ca(OH)2
Maior resistência que o pó e pasta
Menor solubilidade que pó e pasta
CRAIG, 2002
CIMENTO
Tungstato de cálcio, fosfato de cálcio tribásico, e óxido de zinco em salicilato de glicol.
Pasta base
Pasta catalisadora
Hidróxido de cálcio, óxido de zinco e estearato de zinco em sulfonamida de etileno tolueno.
T I P O S
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
10. ANUSAVICE, 2013
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
A U T O A T I V A D O F O T O A T I V A D O
CRAIG, 2002; ANUSAVICE, 2013
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
Tempos de presa
Variam de 2,5 a 5,5 minutos
Solubilidade
Contaminação local e aumento da infiltração marginal com selamento deficiente
Perda do material e até o completo desaparecimento sob restaurações com selamento
marginal deficientes: espaço vazio na interface e a diminuição da resistência à fratura de
restaurações.
A U T O A T I V A D O
CRAIG, 2002; ANUSAVICE, 2013
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
A U T O A T I V A D O
Baixos valores de resistência a tração e compressão.
Baixo módulo de elasticidade (restringe seu uso apenas para
áreas não críticas para suportar as restaurações).
Não é sugerida uma espessura maior que 0,5mm
Características gerais
ANUSAVICE, 2013
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
A U T O A T I V A D O F O T O A T I V A D O
11. H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
CRAIG, 2002; ANUSAVICE, 2013
Controle do tempo de trabalho
Baixa dissolução em ácido (<0,5%)
Baixa solubilidade após 24h em água (<0,1%)
Alta resistência a compressão (80 MPa)
Resina polimérica permite melhor união a materiais
restauradores resinosos
Características gerais
F O T O A T I V A D O
Comprimentos iguais de duas pastas de cores diferentes são
dispensados num bloco de papel e depois misturados até
atingirem cor uniforme.
M A N I P U L A Ç Ã O
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
CRAIG, 2002
MISTURA PASTA-PASTA
TEMPO DE PRESA: 2-3min
Aumento de umidade e temperatura diminui tempo de
presa e trabalho. Em boca o tempo de presa é menor!
M A N I P U L A Ç Ã O
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
CRAIG, 2002
Pasta Base + Pasta Catalisadora
Partes igueis
Mistura entre 10-15seg até obter
mistura uniforme Inserção na cavidade
CRAIG, 2002
Aplicador de Hidróxido de Cálcio/Instrumento de Caulk
Beija-Flor: Pó de Hidróxido de Cálcio
M A N I P U L A Ç Ã O
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
12. M E C A N I S M O D E A Ç Ã O
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
M E C A N I S M O D E A Ç Ã O
Necrose superficial (pH > 12)
A pasta em contato com a polpa causa a formação de
uma camada de tecido necrótico de cerca de 1,0-1,5
mm de espessura que por fim desenvolve uma camada
calcificada.
Efeito antimicrobiano: pH alcalino.
GRAHAM, 2006; VAN NOORT, 2007; ANUSAVICE, 2013
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
ACORRINTE, 2008
PONTE DE DENTINA
M E C A N I S M O D E A Ç Ã O
Necrose superficial (pH > 12)
A pasta em contato com a polpa causa a formação de
uma camada de tecido necrótico de cerca de 1,0-1,5
mm de espessura que por fim desenvolve uma camada
calcificada.
Efeito antimicrobiano: pH alcalino.
H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
O material poderia solubilizar e estimular a liberação
de moléculas dentinárias bioativas que estimulam a
formação de tecido calcificado (BMPs, TGF-B1)
ACORRINTE, 2008
PONTE DE DENTINA
GRAHAM, 2006; VAN NOORT, 2007; ANUSAVICE, 2013
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
13. B R E V E H I S T Ó R I C O
B R E V E H I S T Ó R I C O
1878 1993 1995 1998
Witte publica relato de caso na Alemanha
sobre o uso de cimento de construção
para preencher canais radiculares.
Primeiro relato de
Mineral Trióxido
Agregado
(Lee et al., 1993)
Primeira
Patente do MTA
depositada
CAMMILERI, 2005; ANUSAVICE, 2013; TAWII, 2015
Aprovação
do FDA nos EUA e
Patente Publicada
ProRoot MTA lançado no
mercado (Dentsply, EUA)
1999 2001
MTA Angelus com
reduzido tempo de presa
é lançado no Brasil
2011
MTA Angelus recebe
aprovação do FDA e é
lançado nos EUA
2010
Depósito da Patente
do MTA Fillapex
(Angelus, Brasil)
2014
Patente do MTA
Fillapex concedida
nos EUAMTA Branco é
lancádo
2002
B R E V E H I S T Ó R I C O
P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
14. I N D I C A Ç Õ E S
P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
Capeamento
pulpar
Reparo de
lesão de furca
ANUSAVICE, 2013; TAWII, 2015
Reaborção
radicular
Reparo de
perfuração
ApicificaçãoRetro-obturação
I N D I C A Ç Õ E S
P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
Capeamento
pulpar
Reparo de
lesão de furca
ANUSAVICE, 2013; TAWII, 2015
Reaborção
radicular
Reparo de
perfuração
ApicificaçãoRetro-obturação
CAPEAMENTO PULPAR
Capeamento direto: Exposições pulpares
Capeamento indireto: Próximo a polpa, sem exposição
REPARO DE LESÃO DE FURCA
Lesão em região de furca em função de cárie ou traumatismo
durante preparo ou abertura coronária
REPARO DE PERFURAÇÕES
Perfurações no canal radicular, em especial durante
procedimentos endodônticos, o que permite o correto
vedamento do canal
I N D I C A Ç Õ E S
P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
ANUSAVICE, 2013; TAWII, 2015
RETRO-OBTURAÇÃO
Abordagem microcirúrgica extraradicular para abordar a porção final
da raiz. Permite a vedação física e promove proliferação de células
diretamente sobre o cemento.
REABSORÇÃO RADICULAR
Processo multifatorial que resulta na perda de estrutura dental, em
conseqüência da atividade não-controlada de células clásticas presentes
no ligamento periodontal. Origem fisiológica (movimentos ortodônticos,
traumas, dentes inclusos ou inflamações) ou idiopática.
Reabsorção apical radicular e tratamento
endodôntico insatisfatório (JACOBOVITZ, 2009)
I N D I C A Ç Õ E S
P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
APICIFICAÇÃO
Tratamento de polpa necrótica em raiz imatura (canal amplo com
paredes divergentes na região apical) para estimular a formação
de barreira apical calcificada.
A pasta de hidróxido de cálcio necessita de várias aplicações
durante meses no tratamento da apicificação.
Ápice aberto e perda óssea na crista distal em dente
com fratura coronorradicular (GRÜNDLING, 2010)
15. P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
1g MTA =
Para que utilizar um material de alto custo?
TORRES, 2013
276g Ca(OH)2
816g Ca(OH)2 p.a.
Alto custo
I N D I C A Ç Õ E S
P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
I N D I C A Ç Õ E S
Reparo de perfurações de furca com MTA Branco(Roberts, 2007)
P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
I N D I C A Ç Õ E S
Retro-obturação com MTA no tratamento de reabsorção apical externa (JACOBOVITZ, 2009)
Após 34 mesesImediatamente após aplicação do MTACirurgia parendodôntica com apicectomia e
curetagem periapical
Reabsorção apical radicular e
tratamento endodôntico insatisfatório
P A R A Q U E S E R V E O M T A ?
são tratamentos avançados que envolvem microcirurgias periapicais, reparo de
perfurações, retro-obturação, tratamentos de apicificação.
2 4 M I L H Õ E Sde procedimentos endodônticos realizados anualmente só nos EUA
Mais de
5,5%
TAWIL, 2015
I N D I C A Ç Õ E S
16. C O M P O S I Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
Água estéril
LÍQUIDO
ANUSAVICE, 2013
PÓ
Principais Componentes
Cargas Radiopacas
Outros componentes
+
C O M P O S I Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
Silicato tricálcico
Silicato dicálcico
PRINCIPAIS
COMPONENTES
Óxido de Bismuto
ou Óxido de Tantálio
Aluminato de Cálcio
Gesso
CARGAS
RADIOPACAS
OUTROS
Hidraulicamente ativos: Tomam presa com água
Aglomerante hidráulico: Toma presa através de reação
com água, e forma um produto resistente à água.
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
COMPOSIÇÃO DO PÓ
Reação: Hidratação dos silicatos
CARGAS
RADIOPACAS
C O M P O S I Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
OUTROS
Composição do Mineral Trióxido Agregado
Fases Cerâmicas % em Peso
Silicato tricálcico: (CaO)3, SiO2 45-75
Silicato dicálcico: (CaO)2, SiO2 7-32
Cargas radiopacas: Bi2O3 ou Ta2O5 20-35
Aluminato tricálcico: (CaO)3.Al203 0-13
Tetracálcio aluminoferrita: (CaO)4.Al2O3.Fe2O3 0-18
Gesso: CaSO4.2H2O 2-10
ANUSAVICE, 2013
PRINCIPAIS
COMPONENTES
Água
estéril+
C O M P O S I Ç Ã O
V S . C I M E N T O P O R T L A N D
Análise elementar comparando Cimento Portland e o
Cimento ProRoot MTA Branco (% em peso)
Elemento Cimento Portland MTA Branco
O 48,1 38
Ca 40,3 37,1
Si 6,7 6,5
Al 2,1 0,6
S 1,5 0,9
K 0,9 -
Mg 0,3 -
Fe 1,0 -
Bi 0 16,9
ROBERTS, 2007
Partículas de tamanho reduzido e padronizado
Poucos metais pesados tóxicos (como cobre, manganês, estrôncio e arsênico)
Segue rigorosos processo de manufatura e produção
Padronização na purificação e composição
MTA
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
17. C O M P O S I Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
B R A N C O V S . C I N Z A
ROBERTS, 2007
Principal diferença: proporção relativa de óxido de ferro que o MTA branco tem 90,8% menos
quando comparado com o original MTA cinza.
Mesmo com modificações, o MTA branco ainda possui propriedades semelhantes ao MTA cinza.
Composição química do MTA Branco e MTA Cinza (% em peso)
Fases Cerâmicas MTA Branco MTA Cinza
CaO 44,23 40,45
SiO2 21,20 17
Bi2O3 16,13 15,90
Al203 1,92 4,26
MgO 1,35 3,10
SO3 0,53 0,51
Cl 0,43 0,43
FeO 0,40 4,39
P2O5 0,21 0,18
TiO2 0,11 0,06
H2O+CO2 4,49 13,72
TAWIL, 2015
M E C A N I S M O D E A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
M E C A N I S M O D E A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
MTA + Água Estéril
Formação de Ca(OH)2
Alta alcalinidade após a hidratação
TORRES, 2013
M E C A N I S M O D E A Ç Ã O
Colabora na adesão e proliferação celular
Cria um meio alcalino antibacteriano e antifúngico
Modula a produção de citocinas
Promove a diferenciação e migração de células
produtoras de tecido duro
Forma apatia carbonatada quando exposto a soluções
fisiológicas, promovendo o reparo biológico
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
MTA + Água Estéril
Formação de Ca(OH)2
Alta alcalinidade após a hidratação
Hidróxido de Cálcio formado libera íons Cálcio:
TORRES, 2013
18. M E C A N I S M O D E A Ç Ã O
Dissolução de moléculas bioativas que potencialmente
influenciam eventos de regeneração e reparo dentinário
(Tomson, 2007)
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
MTA + Água Estéril
Formação de Ca(OH)2
Alta alcalinidade após a hidratação
TOMSON, 2007
M E C A N I S M O D E A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
LEITES, 2011
Menor resposta inflamatória observada após 7 dias
da aplicação do MTA em suínos com deposição inicial
de dentina (seta, 40x)
Resposta inflamatória observada após 7 dias da
aplicação de Ca(OH)2 em suínos. Uma formação inicial
de dentina pode ser notada com algumas células
odontoblastóides na região (seta, 100x)
MTA Ca(OH)2
M A N I P U L A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
Maioria: 3:1 (Pó:Água)
De 2:1 a 4:1
Fabricante
P R O P O R Ç Ã O
Presa inicial: 165 min
Presa final: Aprox. 6h
Imediato: 10,2
3h: 12,5
T E M P O D E P R E S A pH
Toma presa pela reação com água, forma um cimento altamente alcalino, composto
de uma matriz rígida de hidrato de silicato de cálcio e hidróxido de cálcio.
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
A P L I C A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
O material é misturado com água estéril para obter uma mistura arenosa e
granulada que pode ser cuidadosamente colocada na área desejada.
19. M A N I P U L A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
Considerações Gerais
Sangramento não controlado: MTA sofre descoloração pela infiltração de sangue
Sangramento
Se não usado imediatamente: gaze umedecida sobre cimento previne desidratação.
Cimento seco: pode ser reconstituído com água na primeira hora
Umidade
Incorporar o pó gradualmente no líquido até que uma
consistência de massa de vidraceiro seja obtida.
Consistência
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
M A N I P U L A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
Considerações Gerais
Resinas compostas ou uma restauração provisória de CIV
podem ser diretamente aplicadas sobre o MTA.
O condicionamento ácido não deve ser aplicado diretamente
antes da presa do MTA porque o ácido destrói a integridade do
material e impede que tome presa.
Forramento
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
Um forramento com ionômero de vidro modificado por resina pode
ser efetuado e fotopolimerizado
Restaurações
Não é solúvel em água como o Hidróxido de Cálcio
Vantagens
Baixa solubilidade
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
Biocompatibilidade
Menos citotóxico que os cimentos de Hidróxido de Cálcio e Óxido de Zinco e Eugenol reforçados
Antimicrobiano e Antifúngico
Após a espatulação o pH sobe e ocorre liberação de Hidróxido de Cálcio, o
que torna o material antimicrobiano e antifúngico
M A N I P U L A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
Única sessão: Aplicação de um forrador cavitário e base protetora (CIV ou
CIV modificado por resina) para realizar a restauração na mesma sessão.
Duas sessões clínicas:
1a sessão: proteção direta com MTA, bolinha de algodão estéril umedecida
em água destilada ou solução fisiológica sobre o MTA para permitir o
endurecimento do cimento, e realiza-se uma restauração provisória.
2a sessão: remove-se a restauração provisória e a bolinha de algodão, e
realiza-se a restauração definitiva.
Desvantagens
Tempo de Presa Prolongado
Alto custo
Maior custo quando comparado com Cimento de Hidróxido de Cálcio
TORRES, 2013; ANUSAVICE, 2013
M A N I P U L A Ç Ã O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
20. C O M T E M P O D E P R E S A R E D U Z I D O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
TAWIL, 2015
C O M T E M P O D E P R E S A R E D U Z I D O
TAWIL, 2015
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
Propriedades similares com menor tempo de presa
MTA
Tradicional
MTA
Angelus
ENDOCEM
MTA
2-3h (165min) 10-15min 2-4min
Concentração mais baixa de sulfato de cálcio
Substância responsável pela maior tempo de presa na formulação original.
(Angelus, Brasil) (Maruchi Co. Ltd., Coreia do Sul)
Procedimentos restauradores
podem ser feitos na mesma sessão
MTA Angelus ENDOCEM MTA
C I M E N T O O B T U R A D O R E N D O D Ô N T I C O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
RAWTIYA, 2013
D E S C O L O R A Ç Ã O
T E M P O D E P R E S A L O N G O
B A I X A F L U I D E Z
R E S I S T Ê N C I A A C O M P R E S S Ã O
I N A D E Q U A D A
D I F Í C I L
D I S S O L U Ç Ã O
Desvantagens
RAWTIYA, 2013
C I M E N T O O B T U R A D O R E N D O D Ô N T I C O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
MTA Fillapex (Angelus, Brasil)
EndoSeal MTA (Maruchi, Coréia do Sul)
ProRoot Endo Sealer (Dentsply Tulsa Dental Specialties, Suíça).
CPM Sealer (EGEO SRL, Argentina)
MTA Obtura (Angelus, Brasil)
21. VITTI, 2013; RAWTIYA, 2013
C I M E N T O O B T U R A D O R E N D O D Ô N T I C O
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
Pasta base
Pasta catalisadora
Pode ser removido com técnicas convencionais
de remoção de guta-percha.
Tempo de trabalho: 23 minutos
Presa inicial: 2h - 2h30min
Presa final: 4h 30min
Mais fluido que o MTA tradicional
Resina salicilato, resina natural, tungstato de cálcio, sílica nanoparticulada, pigmentos.
Resina diluente, MTA, sílica nanoparticulada, pigmentos
E V I D Ê N C I A S C I E N T Í F I C A S
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O V S . H I D R Ó X I D O D E C Á L C I O
E V I D Ê N C I A S C I E N T Í F I C A S
O MTA teria taxa de sucesso comparável
com do Hidróxido de Cálcio
CAPEAMENTO PULPAR DIRETO
ACORRINTE, 2008; MENTE, 2010; HILTON, 2011; MENTE, 2014
M I N E R A L T R I Ó X I D O A G R E G A D O
E V I D Ê N C I A S C I E N T Í F I C A S
O MTA apresenta taxa de sucesso comparável
com do Hidróxido de Cálcio
PULPOTOMIA
YIN, 2010; MORO, 2013; SYED, 2014
APICIFICAÇÃO
RETRO-OBTURAÇÃO
O MTA seria melhor que amálgama e guta-
percha, e similar com IRM
22. P E R S P E C T I V A S F U T U R A S
E C O N S I D E R A Ç Õ E S F I N A I S
P A R A Q U E S E R V E M O S M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R ?
P A R A Q U E S E R V E M O S M A T E R I A I S D E P R O T E Ç Ã O P U L P A R ?
Capeamento
pulpar
Reparo de
lesão de furca
ANUSAVICE, 2013; TAWII, 2015
Reaborção
radicular
Reparo de
perfuração
ApicificaçãoRetro-obturação
Custo-benefício
Considerar cada caso clínico
Vantagens e Desvantagens
Situações clínicas em que o Hidróxido de Cálcio não é tão
eficaz quando o MTA por causa da alta solubilidade ou
menores propriedade mecânicas: retro-obturação,
apicificação, reparo de perfuração e lesão de furca
P E R S P E C T I V A S F U T U R A S
E C O N S I D E R A Ç Õ E S F I N A I S
PIVA, 2014
P E R S P E C T I V A S F U T U R A S
E C O N S I D E R A Ç Õ E S F I N A I S
LI, 2014
P E R S P E C T I V A S F U T U R A S
E C O N S I D E R A Ç Õ E S F I N A I S