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O Realismo nas Relações
Internacionais e sua
cronologia
Realismo e Relações
Internacionais
Conceitos Principais
Anarquia: ausência de autoridade política, supranacional, capaz
de coordenar, mediar, as ações do atores do Sistema
Internacional.
Atores Estatais: São aqueles que tem características estatais
(soberania, monopólio legítimo de força, autonomia para
escolha de orientações políticas e econômicas, população e
território sobre sua tutela).
Realismo e Relações
Internacionais
Balança de Poder: Entendida como uma situação de simetria de
poder entre unidades estatais que lhes cria uma situação de
equilíbrio.
Capabilities : Capacidades internas de um Estado. Aquilo que em
seu conjunto auxilia na determinação do poder de um Estado.
Dilema de Segurança: Um Estado X começa a se armar tendo
em vista sua própria proteção e, conseqüentemente, sua auto-
preservação. Os demais Estados no sistema internacional adotam
uma postura agressiva em relação ao primeiro e também comecem
a adquirir armas.
Realismo e Relações
Internacionais
High Politics: temas considerados de maior importância pelos
atores internacionais dentro da agenda internacional. Geralmente
high politics se associam às questões de segurança e interesses
estratégicos.
Poder: Nas abordagens realistas poder é a variável predominante
nas relações entre os atores internacionais. Poder não só determina o
comportamento dos atores estatais, que segundo os realistas é
condicionado pela busca incessante de incremento de poder, como
também é uma característica inerente deles.
Soberania: Qualidade de ser soberano. Nas RI’s é a qualidade do
poder político de um Estado, que não está submetido a nenhuma
autoridade superior. Soberania é a suprema, independente autoridade
final. É o atributo de um Estado que se refere aos seus direitos de
exercer, completamente, jurisdição sobre seu próprio território.
Realismo e Relações
Internacionais
Cronologia: Realismo clássico
Derivadas dos pensamentos de:
Pressuposto básico: Natureza do homem é egoísta e má e o
recurso da força é algo inevitável .
Tucídides era um historiador grego que escreveu um tratado
político sobre a Guerra do Peloponeso na mesma época da guerra.
HobbesMaquiavélTucidides
471 a.C – 400 a.C 1469 – 1527 1588 -1679
Onde narra desde o apogeu até a decadência ateniense, tanto
do ponto de vista econômico quanto do da sua legitimidade
enquanto hegemônia, o que resultou na derrocada da fé
ateniense na democracia, onde a oligarquia promoveu um
golpe em 411 a.C. Em 404 a.C., o império Ateniense entraria
em colapso, sendo derrotado por Esparta.
Conclusão: Os impérios baseados apenas na força não tendem
a durar. Os hegemônicos não têm capacidade econômica e
militar para reprimir indefinidamente seus aliados.
Os hegemônicos têm de basear suas posições em alguma
afirmação ideológica e tangíveis, ou seja, os aliados têm de
perceber que também se beneficiam da hegemonia.
A existência de uma potência hegemônica por si só pode trazer
segurança internacional, porém, inevitavelmente, o grande
poder dessa potência acaba criando incertezas quanto à
segurança daqueles que não fazem parte do império, como era
o caso de Esparta.
O crescimento de uma potência hegemônica sempre atrairia a
desconfiança de potências menores ou emergentes que,
invariavelmente, tentariam reduzir o poder do hegemônico
para terem segurança.
Para Maquiavel, política é diferente devem comum, ética ou
bem estar, ela é a busca incessante pelo poder.
O Estado não pode abrir mão do poder pois, caso o faça, ele se
extinguirá.
Para Hobbes, o Estado é um sistema normativo que garante e gere
a liberdade humana. Para isso, possui monopólio legítimo da força
de forma a manter seu próprio poder e tornar eficaz sua
regulação.
Daí deriva-se a lógica de que o realismo é estato-cêntrico, ou seja, é
em torno das relações entre Estados que se configura o Sistema
Internacional.
Realismo e Relações
Internacionais
Quatro pressupostos básicos do Realismo:
1) Estados são os principais e mais importantes atores no sistema
internacional. Estado é portanto a unidade de análise chave.
Deste modo, o estudo das ri’s é o estudo das relações entre essas
unidades. Obs: Demais atores não alcançam status de ator
independente.
2) O Estado é um ator unitário, se projeta no mundo como
unidade integrada e as divergências internas devem ser
resolvidas pelo governo de forma autoritária. A voz da nação
tem que ser somente uma.
Realismo e Relações
Internacionais
No realismo não há interesses nacionais difusos ou contraditórios
entre governo e sociedade. Desta forma, os Estados tem uma e
somente uma política em cada assunto particular.
3) O Estado é essencialmente um ator racional. O processo de
tomada de decisão envolve: I) determinação e articulação das
ações com os objetivos nacionais; II) avaliação das capacidades
disponíveis; III) avaliação das possibilidades de se alcançar
estes objetivos mediante alternativas; IV) análise de custos e
benefícios de cada alternativa.
Duas críticas derivadas dessa lógica: A) Racionalidade de todas
as decisões do Estados e; B) Informações e conhecimento
Realismo e Relações
Internacionais
Necessários à tomada de decisão. Afinal, R.I’s se dão entre
comunidades humanas e, portanto, as ações nem sempre são
passíveis de previsibilidade.
4) A agenda do Estado tem, em seu topo, a questão da segurança
nacional. Por isso, a agenda é hierarquizada, ou seja, as
questões de segurança tem primazia sobre todas as outras. O
ambiente internacional é conflitivo, portanto, os focos dos
estudos dos realistas são: I) a estabilidade/instabilidade do
sistema internacional; II) se a utilização de força é
solucionadora de conflitos; III) como se dá a preservação
e/ou a violação da integridade territorial.
Realismo e Relações
Internacionais
Em um sistema sem uma autoridade superior capaz de coordenar as
ações das unidades, o poder é o último arbítrio. Equilíbrio de poder,
que é o que impede um Estado de ser hegemon, é a única forma de
regular o sistema internacional.
Outras questões se acrescentam ao “credo” realista: 1) a política,
assim como a sociedade em geral, é governada por leis objetivas
que têm suas raízes na natureza humana (Hobbes/Maquiável). O
progresso humano começa com o entendimento dessas leis; 2) os
realistas crêem na possibilidade de desenvolver uma teoria racional
que reflete, ainda que de forma imperfeita, estas leis objetivas.
Realismo e Relações
Internacionais
Cronologia: Realismo moderno
1892 - 1982 1904 -1980
O Realismo Moderno nasce resgatando as ideias de realistas
clássicos como Tucídides, Hobbes e Maquiavel, não como um
movimento intelectual, mas como uma reação à falha empírica do
Idealismo em prevenir o aumento da violência, nacionalismo e...
Edward H. Carr Hans Morghentau
Realismo e Relações
Internacionais
violência, nacionalismo e agressão internacional que culminou com
a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, em última
instância, as bases teóricas do Idealismo Clássico, aplicadas
defendidas ao longo da década de 1920 pela academia de Relações
Internacionais e pelos estadistas que procuravam construir a Liga
das Nações em torno da ideia do respeito às regras do Direito
Internacional, mostraram-se falhas. Diante dos erros do Idealismo,
houve uma reação intelectual, que tem como seu exemplo mais
contundente a análise crítica de Edward H. Carr, por intermédio de
seu livro Vinte anos de crise: 1919-1939 publicado em 1939, e,
finalmente, foi complementada pelo trabalho A politica entre as
nações: a luta pelo poder e pela paz de Hans Morgenthau,
publicado em 1948, logo após a Segunda Guerra Mundial.
Realismo e Relações
Internacionais
Se Carr constrói a crítica ao Idealismo, é a Morgenthau que
devemos atribuir as bases teóricas do Realismo Moderno, que
acabou sendo o paradigma dominante de Relações Internacionais
desde seu lançamento até meados da década de 1970, isto é,
praticamente 30 anos. Mais do que uma teoria dominante
academicamente, o Realismo Moderno acabou por nortear a
formulação das políticas externas da maior parte dos países do
mundo em todo esse período.
Realismo e Relações
Internacionais
Em Vinte anos de Crise de E. H. Carr e o primeiro ataque à
corrente idealista. Para Carr, até então, no campo das RI’s,
prevaleceu o desejo ao invés do pensamento, generalização ao invés
de pensamento. Idealismo não preocupou com os eventos que
ocorreram no período e sim com o que se buscava alcançar no
futuro.
Desenvolvimento dos estudos que avaliavam as relações
causa/efeito – note a centralidade da questão da guerra/paz.
O realismo assume que seu ponto não é o que o mundo deveria ser
e sim como ele de fato é.
Realismo e Relações
Internacionais
Três pilares fundamentais realistas emCarr:
1) A história é uma seqüência de causas e conseqüências, cujo
curso é agarrado não pela imaginação mas pelo esforço intelectual
2) A teoria realista não cria prática, mas é criada pela prática.
3) As políticas internacionais “não são uma função da ética,
entretanto, essa ética é uma função de política, e a moral é o
produto do Poder. Princípios morais servem à conduta dos
indivíduos e não às expressões e ações dos governos.
Realismo e Relações
Internacionais
Politica entre as nações de Hans Morgenthau:
Política poder ser abordada de duas maneiras: A) ordem moral e
racional podem ser criadas a partir de um conjunto de princípios
morais universalmente aceitos ou; B) tratar os eventos políticos
como resultado de forças inerentes à natureza humana. Relações
Internacionais são um meio onde há forças subjacente produzindo
comportamento (Quatro pressupostos básicos do Realismo).
História Externa do pensamento de Morgenthau: I)
Emergência dos EUA como potência. Prática (política dos EUA)
precisa ser comprovada por bases acadêmicas para justificar o
confronto com a URSS; II) reverência geral à ciência nos EUA.
Assim se controlaria o fenômeno internacional e as práticas nessa
arena; III) a influência de pensadores imigrantes europeus que
buscavam entender os eventos que mudaram suas vidas.
SEIs princípios da teoria de Morgenthau:
1) Políticas são governadas por leis objetivas que têm sua
origem na natureza humana.
2) Há como se criar um guia a respeito disso e este guia, baseado
no conceito de interesse, deve ser definido em termos do conceito
de poder. Poder é o centro e as considerações éticas são de pouca
valia. Ainda que nem todas as decisões política sejam
perfeitamente racionais haverá um equilíbrio racional provocado
pela balança de poder.
3) A forma e natureza do poder não são fixas mas variam com
o meio onde o poder é exercido. Poder é uma categoria
fluida porém a objetividade do interesse político pode servir
como ponto de partida universal para compreender os
eventos.
4) Não se aplica a ação do Estado valores morais; política tem
mais relação com prudência que com ética.
5) A moral é particular a varia de acordo com os interesses
nacionais. Entretanto, qualquer ordem internacional pressupõe
uma substancial dose de consenso geral, não havendo poder
desmedido.
6) Há autonomia da esfera politica.
Para os realistas clássicos, soberania é característica do Estado e a
história é cíclica, ou seja, é sempre a articulação feita pelo jogo de
forças, que sempre tende ao equilíbrio.
As alianças se dão por interesses egoístas e a guerra é uma
manifestação natural uma vez que a força é seu elemento
constitutivo.
“Poder político é uma relação psicológica entre aqueles que o
exercem e aqueles sobre os quais é exercido. Ele dá ao primeiros o
domínio sobre certos atos dos segundos através da influência que
os primeiros exercem na mente dos segundo.” ARENAL,Celestino.
Realismo e Relações
Internacionais
O Direito Internacional para os realistas é letra morta. A lei que
predomina é a do mais forte. A diplomacia praticada é a impeditiva
visto que os Estados atuam no meio internacional de modo a
aumentarem seu poder e a impedir que os demais façam o mesmo.
O desarmamento é impossível. Interesse nacional identifica-se com
a sobrevivência do Estado, ou seja, proteção de sua identidade
física, política e cultural contra os ataques dos demais.
Realismo e Relações
Internacionais
Três tipos de política básicas naS
Relações Internacionais
1) Política do status quo (conservação de poder)
2) Política imperialista (incrementar poder)
3) Política de prestígio (demonstrar poder)
O Realismo nega o progresso e o Equilíbrio de Poder é a única
forma de manter uma certa ordem no Sistema.

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Realismo nas Relações Internacionais e sua cronologia

  • 1. O Realismo nas Relações Internacionais e sua cronologia
  • 2. Realismo e Relações Internacionais Conceitos Principais Anarquia: ausência de autoridade política, supranacional, capaz de coordenar, mediar, as ações do atores do Sistema Internacional. Atores Estatais: São aqueles que tem características estatais (soberania, monopólio legítimo de força, autonomia para escolha de orientações políticas e econômicas, população e território sobre sua tutela).
  • 3. Realismo e Relações Internacionais Balança de Poder: Entendida como uma situação de simetria de poder entre unidades estatais que lhes cria uma situação de equilíbrio. Capabilities : Capacidades internas de um Estado. Aquilo que em seu conjunto auxilia na determinação do poder de um Estado. Dilema de Segurança: Um Estado X começa a se armar tendo em vista sua própria proteção e, conseqüentemente, sua auto- preservação. Os demais Estados no sistema internacional adotam uma postura agressiva em relação ao primeiro e também comecem a adquirir armas.
  • 4. Realismo e Relações Internacionais High Politics: temas considerados de maior importância pelos atores internacionais dentro da agenda internacional. Geralmente high politics se associam às questões de segurança e interesses estratégicos. Poder: Nas abordagens realistas poder é a variável predominante nas relações entre os atores internacionais. Poder não só determina o comportamento dos atores estatais, que segundo os realistas é condicionado pela busca incessante de incremento de poder, como também é uma característica inerente deles. Soberania: Qualidade de ser soberano. Nas RI’s é a qualidade do poder político de um Estado, que não está submetido a nenhuma autoridade superior. Soberania é a suprema, independente autoridade final. É o atributo de um Estado que se refere aos seus direitos de exercer, completamente, jurisdição sobre seu próprio território.
  • 5. Realismo e Relações Internacionais Cronologia: Realismo clássico Derivadas dos pensamentos de: Pressuposto básico: Natureza do homem é egoísta e má e o recurso da força é algo inevitável . Tucídides era um historiador grego que escreveu um tratado político sobre a Guerra do Peloponeso na mesma época da guerra. HobbesMaquiavélTucidides 471 a.C – 400 a.C 1469 – 1527 1588 -1679
  • 6. Onde narra desde o apogeu até a decadência ateniense, tanto do ponto de vista econômico quanto do da sua legitimidade enquanto hegemônia, o que resultou na derrocada da fé ateniense na democracia, onde a oligarquia promoveu um golpe em 411 a.C. Em 404 a.C., o império Ateniense entraria em colapso, sendo derrotado por Esparta. Conclusão: Os impérios baseados apenas na força não tendem a durar. Os hegemônicos não têm capacidade econômica e militar para reprimir indefinidamente seus aliados. Os hegemônicos têm de basear suas posições em alguma afirmação ideológica e tangíveis, ou seja, os aliados têm de perceber que também se beneficiam da hegemonia.
  • 7. A existência de uma potência hegemônica por si só pode trazer segurança internacional, porém, inevitavelmente, o grande poder dessa potência acaba criando incertezas quanto à segurança daqueles que não fazem parte do império, como era o caso de Esparta. O crescimento de uma potência hegemônica sempre atrairia a desconfiança de potências menores ou emergentes que, invariavelmente, tentariam reduzir o poder do hegemônico para terem segurança.
  • 8. Para Maquiavel, política é diferente devem comum, ética ou bem estar, ela é a busca incessante pelo poder. O Estado não pode abrir mão do poder pois, caso o faça, ele se extinguirá. Para Hobbes, o Estado é um sistema normativo que garante e gere a liberdade humana. Para isso, possui monopólio legítimo da força de forma a manter seu próprio poder e tornar eficaz sua regulação. Daí deriva-se a lógica de que o realismo é estato-cêntrico, ou seja, é em torno das relações entre Estados que se configura o Sistema Internacional.
  • 9. Realismo e Relações Internacionais Quatro pressupostos básicos do Realismo: 1) Estados são os principais e mais importantes atores no sistema internacional. Estado é portanto a unidade de análise chave. Deste modo, o estudo das ri’s é o estudo das relações entre essas unidades. Obs: Demais atores não alcançam status de ator independente. 2) O Estado é um ator unitário, se projeta no mundo como unidade integrada e as divergências internas devem ser resolvidas pelo governo de forma autoritária. A voz da nação tem que ser somente uma.
  • 10. Realismo e Relações Internacionais No realismo não há interesses nacionais difusos ou contraditórios entre governo e sociedade. Desta forma, os Estados tem uma e somente uma política em cada assunto particular. 3) O Estado é essencialmente um ator racional. O processo de tomada de decisão envolve: I) determinação e articulação das ações com os objetivos nacionais; II) avaliação das capacidades disponíveis; III) avaliação das possibilidades de se alcançar estes objetivos mediante alternativas; IV) análise de custos e benefícios de cada alternativa. Duas críticas derivadas dessa lógica: A) Racionalidade de todas as decisões do Estados e; B) Informações e conhecimento
  • 11. Realismo e Relações Internacionais Necessários à tomada de decisão. Afinal, R.I’s se dão entre comunidades humanas e, portanto, as ações nem sempre são passíveis de previsibilidade. 4) A agenda do Estado tem, em seu topo, a questão da segurança nacional. Por isso, a agenda é hierarquizada, ou seja, as questões de segurança tem primazia sobre todas as outras. O ambiente internacional é conflitivo, portanto, os focos dos estudos dos realistas são: I) a estabilidade/instabilidade do sistema internacional; II) se a utilização de força é solucionadora de conflitos; III) como se dá a preservação e/ou a violação da integridade territorial.
  • 12. Realismo e Relações Internacionais Em um sistema sem uma autoridade superior capaz de coordenar as ações das unidades, o poder é o último arbítrio. Equilíbrio de poder, que é o que impede um Estado de ser hegemon, é a única forma de regular o sistema internacional. Outras questões se acrescentam ao “credo” realista: 1) a política, assim como a sociedade em geral, é governada por leis objetivas que têm suas raízes na natureza humana (Hobbes/Maquiável). O progresso humano começa com o entendimento dessas leis; 2) os realistas crêem na possibilidade de desenvolver uma teoria racional que reflete, ainda que de forma imperfeita, estas leis objetivas.
  • 13. Realismo e Relações Internacionais Cronologia: Realismo moderno 1892 - 1982 1904 -1980 O Realismo Moderno nasce resgatando as ideias de realistas clássicos como Tucídides, Hobbes e Maquiavel, não como um movimento intelectual, mas como uma reação à falha empírica do Idealismo em prevenir o aumento da violência, nacionalismo e... Edward H. Carr Hans Morghentau
  • 14. Realismo e Relações Internacionais violência, nacionalismo e agressão internacional que culminou com a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, em última instância, as bases teóricas do Idealismo Clássico, aplicadas defendidas ao longo da década de 1920 pela academia de Relações Internacionais e pelos estadistas que procuravam construir a Liga das Nações em torno da ideia do respeito às regras do Direito Internacional, mostraram-se falhas. Diante dos erros do Idealismo, houve uma reação intelectual, que tem como seu exemplo mais contundente a análise crítica de Edward H. Carr, por intermédio de seu livro Vinte anos de crise: 1919-1939 publicado em 1939, e, finalmente, foi complementada pelo trabalho A politica entre as nações: a luta pelo poder e pela paz de Hans Morgenthau, publicado em 1948, logo após a Segunda Guerra Mundial.
  • 15. Realismo e Relações Internacionais Se Carr constrói a crítica ao Idealismo, é a Morgenthau que devemos atribuir as bases teóricas do Realismo Moderno, que acabou sendo o paradigma dominante de Relações Internacionais desde seu lançamento até meados da década de 1970, isto é, praticamente 30 anos. Mais do que uma teoria dominante academicamente, o Realismo Moderno acabou por nortear a formulação das políticas externas da maior parte dos países do mundo em todo esse período.
  • 16. Realismo e Relações Internacionais Em Vinte anos de Crise de E. H. Carr e o primeiro ataque à corrente idealista. Para Carr, até então, no campo das RI’s, prevaleceu o desejo ao invés do pensamento, generalização ao invés de pensamento. Idealismo não preocupou com os eventos que ocorreram no período e sim com o que se buscava alcançar no futuro. Desenvolvimento dos estudos que avaliavam as relações causa/efeito – note a centralidade da questão da guerra/paz. O realismo assume que seu ponto não é o que o mundo deveria ser e sim como ele de fato é.
  • 17. Realismo e Relações Internacionais Três pilares fundamentais realistas emCarr: 1) A história é uma seqüência de causas e conseqüências, cujo curso é agarrado não pela imaginação mas pelo esforço intelectual 2) A teoria realista não cria prática, mas é criada pela prática. 3) As políticas internacionais “não são uma função da ética, entretanto, essa ética é uma função de política, e a moral é o produto do Poder. Princípios morais servem à conduta dos indivíduos e não às expressões e ações dos governos.
  • 18. Realismo e Relações Internacionais Politica entre as nações de Hans Morgenthau: Política poder ser abordada de duas maneiras: A) ordem moral e racional podem ser criadas a partir de um conjunto de princípios morais universalmente aceitos ou; B) tratar os eventos políticos como resultado de forças inerentes à natureza humana. Relações Internacionais são um meio onde há forças subjacente produzindo comportamento (Quatro pressupostos básicos do Realismo). História Externa do pensamento de Morgenthau: I) Emergência dos EUA como potência. Prática (política dos EUA) precisa ser comprovada por bases acadêmicas para justificar o confronto com a URSS; II) reverência geral à ciência nos EUA.
  • 19. Assim se controlaria o fenômeno internacional e as práticas nessa arena; III) a influência de pensadores imigrantes europeus que buscavam entender os eventos que mudaram suas vidas. SEIs princípios da teoria de Morgenthau: 1) Políticas são governadas por leis objetivas que têm sua origem na natureza humana. 2) Há como se criar um guia a respeito disso e este guia, baseado no conceito de interesse, deve ser definido em termos do conceito de poder. Poder é o centro e as considerações éticas são de pouca valia. Ainda que nem todas as decisões política sejam perfeitamente racionais haverá um equilíbrio racional provocado pela balança de poder.
  • 20. 3) A forma e natureza do poder não são fixas mas variam com o meio onde o poder é exercido. Poder é uma categoria fluida porém a objetividade do interesse político pode servir como ponto de partida universal para compreender os eventos. 4) Não se aplica a ação do Estado valores morais; política tem mais relação com prudência que com ética. 5) A moral é particular a varia de acordo com os interesses nacionais. Entretanto, qualquer ordem internacional pressupõe uma substancial dose de consenso geral, não havendo poder desmedido. 6) Há autonomia da esfera politica.
  • 21. Para os realistas clássicos, soberania é característica do Estado e a história é cíclica, ou seja, é sempre a articulação feita pelo jogo de forças, que sempre tende ao equilíbrio. As alianças se dão por interesses egoístas e a guerra é uma manifestação natural uma vez que a força é seu elemento constitutivo. “Poder político é uma relação psicológica entre aqueles que o exercem e aqueles sobre os quais é exercido. Ele dá ao primeiros o domínio sobre certos atos dos segundos através da influência que os primeiros exercem na mente dos segundo.” ARENAL,Celestino.
  • 22. Realismo e Relações Internacionais O Direito Internacional para os realistas é letra morta. A lei que predomina é a do mais forte. A diplomacia praticada é a impeditiva visto que os Estados atuam no meio internacional de modo a aumentarem seu poder e a impedir que os demais façam o mesmo. O desarmamento é impossível. Interesse nacional identifica-se com a sobrevivência do Estado, ou seja, proteção de sua identidade física, política e cultural contra os ataques dos demais.
  • 23. Realismo e Relações Internacionais Três tipos de política básicas naS Relações Internacionais 1) Política do status quo (conservação de poder) 2) Política imperialista (incrementar poder) 3) Política de prestígio (demonstrar poder) O Realismo nega o progresso e o Equilíbrio de Poder é a única forma de manter uma certa ordem no Sistema.