O documento discute as principais correntes teórico-metodológicas da fenomenologia, marxismo e suas aplicações nas ciências sociais. A fenomenologia enfatiza a experiência vivida e a subjetividade, buscando compreender os fenômenos tal como percebidos pelos sujeitos. O marxismo analisa a sociedade a partir das relações de produção e luta de classes, vendo a realidade como totalidade histórica e dialética definida pelas condições materiais.
1. Correntes teórico-
metodológicas
1- FENOMENOLOGIA
Ênfase no mundo da vida cotidiana. Volta ao
mundo da vida, no confronto com o mundo dos
valores;
Husserl – fundador da fenomenologia moderna
(filosofia), escritor e filósofo de grande influência
sobre o existencialismo e as Ciências Sociais;
Objeto de estudo são as coisas como se
apresentam na experiência, na consciência,
buscando seus verdadeiros significados (essência)
2. Fenomenologia Husserl
O fenômeno integra a consciência e a realidade
Para chegar no fenômeno deve-se observar como o
indivíduo o percebe, o experimenta e o constrói
Método – abertura para compreender o fenômeno a
partir dos significados e vivências atribuídas pelo
sujeito
Análise dos fenômenos subjetivos, o que tem
importância é a experiência vivida no cotidiano
Volta-se à análise dos relatosdescrição dos sujeitos
que vivenciaram o fenômeno em questão
3. Fenomenologiamétodo
Fenômeno tem um lado externo (objetivo e observável):
comportamentos e valores; lado interno(subjetivo): as
emoções, pensamentos, sensações, emoções,
significados;
Apreensão do fenômeno de segunda mão, por meio do
relato do sujeito
Descobrir os sentidos menos aparentes
A redução fenomenológica visa à maior aproximação
possível da essência dos fenômenos investigados, na
apreensão da parcela invariável, da experiência vivida
comum a todos.
4. Fenomenologia apresenta:
A) uma critica radical ao objetivismo da ciência
e propõe a subjetividade como fundante do
sentido;
B) uma demonstração da subjetividade como
sendo constitutiva do ser social e inerente ao
âmbito da autocompreensão objetiva;
C) propõe a descrição fenomenológica como
tarefa da sociologia
5. Fenomenologia nas Ciências
Sociais
Principal representantes Schutz
Propõe como objeto de estudo o mundo da vida
cotidiana
Espaço-tempo: presente e a relação face a face
Método: primeiro nível é o mundo da cotidianidade, tal
como é experimentado pelo homem em “atitude natural”.
Se apresenta através de tipificações, tipos-ideiais
(construto de primeira ordeminterpretação)
Segundo nível é o conhecimento científico – construto de
segunda ordem, uma reinterpretação (diferença pela
consistência lógica, coerência)
6. Fenomenologia nas Ciências
Sociais
Categorias e princípios: intersubjetividade,
compreensão, intencionalidade, subjetividade,
cotidiano
A compreensão do mundo vivido deve apreender
as coisas sociais como significativas;
A racionalidade e interacionalidade: mundo
construído sempre por ações e interações que
obedecem a usos, costumes e regras.
7. Críticas ao positivismo
A) nas explicações totalizantes e
invariáveis;
B) separação fatos sociais e valores;
C) a pretensão de construir conhecimentos
objetivos e neutros;
D) à coerção da sociedade sobre o
indivíduo
8. Críticas à fenomenologia
Não inclui os fenômenos estruturais,
os conflitos de classes, discussão de
dominação, poder, correlação de
forças;
Atomiza a realidade social
Não considera a historicidade dos
fatos sociais
9. Marxismo
Fundado por Karl Marx e Frederico Engels
Três fontes do marxismo
A) A filosofia alemã
B) a economia política
C) o socialismo utópico
Categorias principais: modo de produção,
formação social, alienação, trabalho, totalidade,
dentre outras
10. A) Filosofia Alemãidealismo
Parte da crítica a Hegel e aos novos hegelianos
Neles encontra a dialética de cabeça para baixo, onde as
idéias, os pensamento e os conceitos produzem,
determinam a vida real dos homens, seu mundo material,
suas relações reais;
Base material como fundadora das condições de vida, da
consciência e da política;
Diferenças entre ser e consciência. Não é a consciência
que determina a vida, mas a vida que determina a
consciência
Ultrapassa o materialismo do século XVIII e XIX que não
pensa a atividade humana enquanto práxis e a
historicidade da vida social;
Homens como sujeitos históricos e revolucionários;
11. b) A economia política clássica
Parte das idéias de A. Smith e Ricardo do valor-
trabalho;
Teoria da mais-valia, concorrência
intercapitalista, crises cíclicas do capitalismo (leis
do funcionamento do capitalismo);
Demonstrou que o valor de toda mercadoria é
determinado pelo tempo de trabalho socialmente
necessário à sua produção;
Onde os economistas burgueses viam relações
entre objetos, descobriu relações entre homens;
Teoria da mais-valia – fonte dos lucros
12. c) Socialismo Utópico
Socialismo da época era utópico
Criticava a sociedade capitalista, condenava-a,
maldizia-a, sonha aboli-la, procurava persuadir os
ricos da imoralidade da exploração;
Mas não tinha a saída, nem explicava a natureza das
desigualdades, nem conhecia as leis do
funcionamento do capitalismo, nem a força motriz
capaz de criar uma nova sociedade;
Proletários como sujeito revolucionário (organização e
lutas)
Sociedade dos produtores associados
13. Materialismo histórico-
dialético
Compreensão da realidade na sua dimensão
histórica (dinamicidade, provisoriedade e
transformação);
A dialética exprime o movimento contraditório do
real e suas tendências de negatividade e
transformação
Realidade como uma totalidade de fenômenos
econômicos, políticos e sociais inter-relacionados
(modo de produção)
Totalidade é uma unidade de contrários
Consciência como produto das condições materiais;
14. Materialismo histórico-
dialético
Enquanto o materialismo histórico representa o
caminho teórico que aponta a dinâmica do real na
sociedade, a dialética refere-se ao método de
abordagem deste real, é a lógica do real, do seu
movimento
Realidade como criação dos homens sob condições
determinadas realidade tem seu movimento
contraditório e dialético
Homens enquanto classe podem promover
mudanças nas condições de produção, e na
superestrutura
15. Materialismo histórico-
dialético
Concepção dialética e materialista da realidade (materialismo
dialético);
Interpretação da história a partir das relações sociais de
produção e da luta de classe (materialismo histórico);
Superestrutura deriva da infraestrutura econômico-social;
Teoria da práxis como modelo da atuação humana;
Valor supremo do trabalhoprotoforma da práxis e sua alienação
no capitalismo;
Triunfo final do proletariadoRevolução radical
Ditadura do proletariado (socialismo)
Fim das alienações e do Estado (comunismo)
Propriedade coletiva dos meios de produção
16. Marxismo
Método – visa através da perspectiva histórica
captar a gênese e a estrutura do objeto; cercar o
objeto de conhecimento através de todas as suas
mediações e correlações;
Objeto existe fora e independente do sujeito que
pesquisa;
Processo de pesquisa visa a explicação do
particular no geral e vice-versa
(singularparticulargeral);
Estudo de totalidades parciais buscando suas
conexões orgânicas, determinações essenciais e as
condições e efeitos de suas manifestações
17. Relação dialética entre:
Fenômenos e sua essência;
imaginação e a razão;
Base material e consciência;
Teoria e prática
Objetivo e subjetivo
Indução e dedução