Guilhermina Suggia foi uma violoncelista portuguesa que nasceu em 1885 no Porto e começou a estudar violoncelo sob a supervisão de seu pai. Ela teve talento desde cedo e aos sete anos deu seu primeiro concerto, recebendo uma bolsa de estudos aos 16 anos para estudar na Alemanha. Suggia tornou-se uma violoncelista profissional internacional aos 17 anos.
1. Guilhermina Suggia
Guilhermina Suggia nasceu na cidade Invicta, no dia 27 de junho 1885. É aí que, sob a
supervisão do pai, começa a estudar violoncelo. Em criança, teve ainda a oportunida-
de de conhecer o violoncelista Pablo Casals, durante um concerto a que assistiu, ao
lado do progenitor, no Casino de Espinho. O músico ter-se-á interessado pela jovem
artista, então com 13 anos e influenciado a sua aprendizagem. Mais tarde, chegou
mesmo a tornar-se seu companheiro, algo de que falaremos mais à frente.
O talento de Suggia era tal que, aos sete anos, dá o seu primeiro concerto e alcança
notoriedade suficiente para, em 1901 – quando tinha cerca de 16 anos – receber uma
bolsa de estudo concedida pela Rainha D. Amélia para estudar no Conservatório de
Leipzig, Alemanha. Aos 17 anos, Guilhermina Suggia está então a iniciar uma carreira
internacional e a tornar-se, definitivamente, numa violoncelista profissional.
“Ela foi a primeira mulher a tocar violoncelo ao mais alto nível e a fazer carreira.” Con-
tou Henri Gourdin à Lusa, aquando do lançamento do livro biográfico (disponível ape-
nas em francês) com o título “La Suggia – L’ Autre Violoncelliste“. “Não foi fácil por-
que, na altura, o violoncelo era considerado um instrumento masculino. Ela teve de
lutar contra esses preconceitos. Foi o charme da sua personalidade e a sua música
que acabaram por convencer o público”, acrescentou.
Maria João Pires
Pianista portuguesa, nasceu em 1944, em Lisboa. Atuou em público, pela primeira
vez, com apenas quatro anos de idade e, com cinco anos, deu o seu primeiro
recital de piano. Pouco tempo depois, apresentou-se no Teatro Nacional de Ma-
drid. Estudou no Conservatório Nacional, onde se tornou professora de Piano.
Em 1970, em Bruxelas, conquistou o 1.º prémio no Concurso Internacional Be-
ethoven, promovido pela União Europeia de Radiodifusão. O seu talento artístico
foi reconhecido mais rapidamente no estrangeiro do que em Portugal, especial-
mente no Japão, onde obteve um enorme êxito. A sua gravação integral das so-
natas de Mozart foi distinguida com três prestigiosos galardões internacionais.
Também gravou várias obras de Chopin, de Bach e de Beethoven. Em 1984, foi
escolhida para tocar no Festival Mozart, de Salzburgo.
Reconhecida a nível mundial como uma excelente intérprete de composições de
Mozart, a pianista criou em Belgais, Castelo Branco, um centro para o estudo de
artes.
Em 2002, foi galardoada com o prémio do Conselho Internacional da Música
(IMC), organização pertencente à UNESCO, pelo empenho e dedicação, sempre
demonstrado, à música e ao seu ensino, e, em 2006, com o Prémio Internacional
de Música Dom Juan de Borbón, concedido pela fundação com o mesmo nome.
2. Joana Vasconcelos
Joana Vasconcelos nasceu em Paris, em 1971. Vive e trabalha em Lis-
boa. A natureza do processo criativo de Joana Vasconcelos assenta na
apropriação, descontextualização e subversão de objetos pré-existentes e
realidades do quotidiano. Esculturas e instalações, reveladoras de um
agudo sentido de escala e domínio da cor, assim como o recurso à perfor-
mance e aos registos vídeo ou fotográfico, colaboram na materialização de
conceitos desafiadores das rotinas programadas do quotidiano. Partindo
de engenhosas operações de deslocação, reminiscência do ready-made e
das gramáticas nouveau réaliste e pop, a artista oferece-nos uma visão
cúmplice, mas simultaneamente crítica, da sociedade contemporânea e
dos vários aspetos que servem os enunciados de identidade coletiva, em
especial aqueles que dizem respeito ao estatuto da mulher, diferenciação
classista, ou identidade nacional. Resulta desta estratégia um discurso
atento às idiossincrasias contemporâneas, onde as dicotomias artesanal/
industrial, privado/público, tradição/modernidade e cultura popular/cultura
erudita surgem investidas de afinidades aptas a renovar os habituais flu-
xos de significação característicos da contemporaneidade.
Helena Abreu
Nasceu em 1924, em Seia. O seu percurso académico versou pela Li-
cenciatura em Desenho pela Escola Superior de Belas Artes do Porto e
Universidade do Porto e Coimbra, o Curso especial de Pintura pela Es-
cola Superior de Belas Artes do Porto e o Curso de Pintura e Fresco
dirigido pelo mestre Dórdio Gomes. Em 1945 e 1946 recebeu o Prémio
Rodrigues Júnior. Em 1978 e 1980 recebeu as Menções Honrosas no
“Salon des Artistes”, Paris. Em 1980 foi admitida como sócia da “Société
des Artistes Français”. É autora de livros didáticos para o 2º e 3º ciclos
do liceu e foi agraciada com a medalha de prata pela Câmara Municipal
do Porto. Realizou até ao momento várias exposições em várias cidades
portuguesas e outras como Paris, Vigo, Maputo ou Monte Carlo. Está
representada em várias instituições públicas e privadas, entre as quais:
Fundação Eng. António de Almeida, Porto; Museu de Arte Contemporâ-
nea, Lisboa; Museu Nacional de Aveiro; Ministério da Justiça; Câmara
Municipal do Porto; Câmara Municipal de Matosinhos; Câmara Municipal
de Maputo, Moçambique; Câmara Municipal de Seia; Palácio de S. Ben-
to; e Assembleia da República.
3. Olga Roriz
Natural de Viana do Castelo teve como formação artística na área da
dança o curso da Escola de Dança do Teatro Nacional de S. Carlos
com Ana Ivanova e o curso da Escola de Dança do Conservatório
Nacional de Lisboa. De 1976 a 1992 integrou o elenco do Ballet Gul-
benkian sob a direção de Jorge Salavisa, onde foi primeira bailarina e
coreógrafa principal. Em Maio de 1992 assumiu a direção artística da
Companhia de Dança de Lisboa. Em Fevereiro de 1995 fundou a
Companhia Olga Roriz, da qual é diretora e coreógrafa. O seu reportó-
rio na área da dança, teatro e vídeo é constituído por mais de 90
obras, onde se destacam as peças Treze Gestos de um Corpo, Isolda,
Casta Diva, Pedro e Inês, Propriedade Privada, Electra, Pets, Interna-
cionalmente os seus trabalhos foram apresentados nas principais ca-
pitais Europeias, assim como nos E.U.A., Brasil, Japão, Egito, Cabo
Verde, Senegal, Tailândia, Macau, Moçambique e Coreia do Sul.
Simone de Oliveira
As personalidades artísticas não são muito frequentes. Artistas sim,
mas personalidades... é outra coisa. Personalidade nunca faltou a Simo-
ne de Oliveira. Um temperamento marcado, inequivocamente, pelo ex-
cesso: excesso de talento, de vontade, de querer. Excesso de expres-
são e de paixão. Dela poderá dizer-se o que de muito poucos se disse:
É uma daquelas pessoas maiores do que a vida. O seu repertório de
cançonetista não fugirá, nesses primeiros anos de carreira, aos estereó-
tipos criativos dos compositores consagrados da época. Desses tempos
iniciais guardam-se vivas memórias de prémios e consagrações suces-
sivos, e de uma mediática rivalidade (tão real quanto encenada) com
Madalena Iglésias. Mas Simone, a inquieta Simone, quererá sempre
mais da sua arte. Por sua iniciativa (e pela iniciativa dos que nela viram
a intérprete de exceção) vai procurar cada vez melhores compositores e
letristas. Aproximou-se, assim, dos grandes nomes que despontavam,
numa clara linha de oposição ao Regime. Com Desfolhada, de Ary dos
Santos e Nazareth Fernandes, Simone fará história: história da música
popular urbana, é claro. Mas, também, a história das mentalidades.
4. Amália Rodrigues
Amália da Piedade Rebordão Rodrigues (Lisboa, 23 de Julho ou 1 de Julho de
1920 — 6 de Outubro de 1999) foi uma fadista, cantora e actriz portuguesa,
considerada o exemplo máximo do fado, comummente aclamada como a voz
de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras mundiais do século XX. Está
sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.
Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e, por consequên-
cia, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa,
é considerada por muitos como a sua melhor embaixadora no mundo. Partici-
pou em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não só cantou
fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda canções
contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música
de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, etc.). Marcante contri-
buição sua para a história do Fado, foi a novidade que introduziu de cantar poe-
mas de grandes autores portugueses consagrados, depois de musicados. Teve
ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos maiores poetas e letristas
seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Me-
llo, Ary dos Santos, entre outros.
Mariza
Nenhum outro artista português desde Amália Rodrigues construiu uma carreira
internacional com semelhante sucesso, acumulando êxito após êxito nos palcos
mundiais de maior prestígio, referências entusiásticas dos críticos musicais mais
exigentes e uma sucessão infindável de prémios e distinções internacionais.
Como sempre, os seus parceiros musicais continuam a ser apenas os melhores:
Jacques Morelenbaum e John Mauceri, José Merced e Miguel Poveda, Gilberto
Gil e Ivan Lins, Lenny Kravitz e Sting, Cesária Évora e Tito Paris, Rui Veloso e
Carlos do Carmo. E o seu repertório, embora permaneça firmemente ancorado
no Fado clássico e contemporâneo, expandiu-se para incluir mornas cabo-
verdianas, clássicos do Rhythm & Blues e quaisquer outras melodias que lhe
sejam queridas.
Nos últimos doze anos, Mariza ultrapassou já de muito longe a fase em que po-
deria constituir apenas um mero episódio exótico na cena da World Music, capaz
de ser substituído por qualquer novo fenómeno colorido que aparecesse num
outro canto geográfico do mercado da indústria discográfica. Provou ser já uma
grande artista internacional, de forte originalidade e de enorme talento, de quem
muito há que esperar no futuro. A menina de Moçambique criada no bairro popu-
lar lisboeta da Mouraria apropriou-se das raízes da sua cultura musical e conver-
teu-se numa artista universal capaz de se abrir ao mundo sem perder a consci-
ência intensa da sua identidade portuguesa. E o público português é o primeiro a
reconhecer o seu triunfo e a pagar-lhe com um amor e uma gratidão sem limites.
5. Natália Correia
Natália Correia foi uma poeta, dramaturga e romancista açoriana, nasci-
da em Fajã de Baixo, a 13 de setembro de 1923. É a autora da letra do
Hino dos Açores. Também editora, foi condenada a três anos de prisão,
com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa
Erótica e Satírica, por Ofensa ao pudor" e ainda processada por respon-
sabilidade na edição das Novas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel
Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Coordenou por
anos a Editora Arcádia. Entre seus livros, mencionamos Anoiteceu no
Bairro (romance, 1946), Rio de Nuvens (poesia, 1947), Sucubina ou a
Teoria do Chapéu (teatro, 1952), Dimensão Encontrada (poesia,
1957), O Homúnculo, tragédia jocosa (teatro, 1965), As Maçãs de Ores-
tes (Poesia, 1970), Epístola aos Iamitas (poesia, 1976) e A Ilha de Cir-
ce (romance, 1983), entre outros. Natália Correia morreu em Lisboa, a
16 de março de 1993.
Mariana Rey Monteiro
Nascida em Lisboa, no ano de 1922, os seus pais foram duas figuras cen-
trais do teatro português: Felisberto Robles Monteiro (1889—1958), ator,
encenador e empresário teatral e Amélia Rey Colaço (1898—1990), gran-
de atriz e também encenadora, ambos fundadores da Companhia Rey
Colaço - Robles Monteiro, que durou mais de 40 anos, permanecendo co-
mo a companhia de teatro mais duradoura da Europa. A sua carreira artís-
tica começa com a peça Antígona, de Sófocles, em 1946, no Teatro Nacio-
nal D. Maria II, integrando a companhia teatral dirigida pelos pais, a Com-
panhia Rey Colaço-Robles Monteiro. Em 1962, recebeu o Óscar da Im-
prensa pela sua participação no filme Um dia de vida.Na televisão, tornou-
se conhecida do grande público na série "Gente fina é outra coisa" e em
novelas como Vila Faia (1982), Origens (1983) e Chuva na Areia (1984).
Entrou também em Cinzas (1992), Verão Quente (1993), Roseira Bra-
va (1995) e Vidas de Sal (1996), tendo este sido o seu último trabalho. A
sua versátil voz que, usava com uma cadência, timbre e sonoridade incon-
fundíveis, marcaram-na positivamente ao longo de toda a sua carreira.
6. Amélia Rey– Colaço
Atriz e encenadora de teatro. Portuguesa, filha de um pianista de renome, Alexandre
Rey Colaço, que foi professor do último rei de Portugal D. Manuel II. Teve quatro fi-
lhas e todas educou nas artes. Amélia desde jovem que se apaixonou pela arte de
representar. Aos catorze anos já sabia que ia ser atriz e o pai proporcionou-lhe aulas
com o mestre ator Augusto Rosa. Casou em 1920 com Manuel Teles Jordão Robles
Monteiro e tiveram uma filha, também atriz. O casal criou, em 1921, a Companhia
com o nome de ambos que atuou de início no Teatro Nacional de São Carlos, depois
Politeama, o Ginásio, seguiu-se o Trindade e, em 1929, estavam no Teatro Nacional
D. Maria II, onde transformaram uma casa velha numa verdadeiro sala de teatro. A nº
1 de Lisboa. A Companhia extinguiu-se em 1974, mas a vida como atriz continuou até
ao fim. Amélia Rey Colaço teve uma carreira fulgurante onde se contam sucessos
nas peças "Salomé", "Outono em Flor", "Um Marido Ideal", "Romeu e Julieta". "A Visi-
ta da Velha Senhora" e "As Árvores Morrem de Pé". A atriz e a sua Companhia foram
também uma preciosa escola de atores. Coube a Amélia Rey Colaço a iniciativa de
levar ao público peças de autores portugueses como António Ferreira (O Judeu) José
Régio, Alfredo Cortez, Virgínia Vitorino, Carlos Selvagem, Romeu Correia, Bernardo
Santareno, Luís de Stau Monteiro, entre outros. Foi muito acarinhada na sua carreira
tendo sido amiga pessoal da rainha D. Amélia de Orleães e Bragança e depois da
queda da monarquia de todos os que amam o teatro. Fez ainda, no cinema mudo, o
papel de Luísa no filme "O Primo Basílio" de Eça de Queiroz. Com mais de 80 anos
entrou na série de humor da RTP, "Gente Fina é Outra Coisa". O último grande papel
desempenhou-o aos 87 anos na figura de D. Catarina na peça de José Régio "El Rei
D. mais populares.
Ana Zanatti
Ana Zanatti nasceu em Lisboa a 26 de Junho de 1949. É uma escritora, ac-
triz e apresentadora de televisão.
Frequentou um colégio católico e mais tarde o histórico Liceu Pedro Nunes.
Chegou a frequentar o curso superior de Filologia Românica (ciência que
estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão histórica,
a partir de documentos escritos) que acabou por abandonar, para se dedicar
ao teatro, rádio, televisão e cinema.
Com uma longa carreira na televisão e no cinema, Ana Zanatti foi apresenta-
dora de diversos Festivais da Canção, na RTP, em parceria com Eládio Clí-
maco. Também dá voz a vários documentários e são conhecidas as suas
participações em projetos musicais.
Ana Zanatti adora animais (quase todos): "Adoro cães, gatos, vacas, burros,
águias, cegonhas, falcões, golfinhos, todos os bichos, quase todos. Descul-
pem-me os morcegos, os ratos, as moscas, as baratas." - Ana Zanatti.
Assumiu - se como homossexual recentemente, mas rumores de há alguns
anos já davam conta de que Ana era lésbica. Assumiu - se, pois diz estar a
lutar pelos seus direitos e diz "não vou desistir [dos seus direitos] por ser
uma minoria".
7. Helena Vieira Da Silva
Pintora figurativa e abstrata portuguesa radicada em França e naturalizada francesa. Nasceu
na noite de Stº António, filha de Marcos e Maria da Graça Vieira da Silva, pai embaixador, foi
educada pela mãe após a morte do pai, quando contava apenas três anos. Estudou pintura
em Portugal em 1919 e frequentou Belas Artes em Paris, a partir de 1928, data em que pas-
sou a viver com a mãe na Cidade Luz. Casou com o pintor húngaro Arpad Szenes, numa forte
relação e veneração, em 1930 paixão que só foi interrompia com a morte dele em 1985. Maria
Helena expôs pela primeira vez no Salon de Paris, em 1933 e em 1935 expôs pela primeira
vez em Portugal. Viveu no Brasil de 1940 a1947, dado o marido ser judeu e para fugir as per-
seguições nazis. O Brasil recebeu-os de braços abertos e Paris também, quando regressou. O
Estado francês comprou-lhe diversos quadros, nomeadamente "La Bibliothèque" e a famosís-
sima "La Partie d'Écheques". Vieira da Silva é provavelmente a mais famosas e cotada pintora
portuguesa já desaparecida. Deixou também tapeçarias, vitrais para a cidade de Reims, gra-
vuras, ilustrações de livros infantis e cenários de teatro. Maria Helena Vieira da Silva dedicou
a sua vida à pintura e só depois da democracia em Portugal, em 1974 foi mais divulgada a sua
obra, esquecida e pouco reconhecida durante o regime do Estado Novo. No entanto, o profes-
sor de arte José Augusto França escreveu, em 1958 uma monografia essencial sobre a pinto-
ra. Em 1960 França concedeu-lhe o grau de cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras. O
seu cartaz do 25 de Abril é conhecido de toda a gente, com o título "A Poesia está na Rua".
Em 1977 recebeu a mais alta condecoração, não militar, portuguesa - a grã-cruz da Ordem de
Santiago da Espada. Lisboa tem, no Jardim das Amoreiras, um museu que lhe é dedicado,
com o seu nome. Entre outros prémios a pintora recebeu, em 1961 o Prémio da Bienal de São
Paulo. A estação de Metro da Cidade Universitária tem azulejos da sua autoria e a estação do
Rato (Lisboa) ostenta um painel de azulejos também seu. Do lado oposto, no mesmo átrio,
outro painel de seu marido, como que eternizando aquele amor de cinquenta e seis anos de
união perfeita.
Paula Rego
Paula Rego é um dos nomes de maior destaque na arte europeia. Nascida
em Portugal em 1935, estudou na Slade School of Fine Art, em Londres.
Foi a primeira Artista Associada da National Gallery e recebeu o título de
Doutora honoris causa pelas universidades de St. Andrews, East Anglia,
Rhode Island School of Design, The London Institute, Oxford, Roehampton
e Cambridge. Foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'Iago da
Espada pelo Presidente da República em 2005 e nomeada Dame Comma-
nder of the Order of the British Empire pela Rainha do Reino Unido em
2010, logo após a abertura da Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais,
um novo museu projetado por Eduardo Souto de Moura.
Realizaram-se retrospetivas e exposições da obra de Paula Rego na Fun-
dação Calouste Gulbenkian, Lisboa e Paris; na Casa de Serralves, Porto;
na Tate Gallery Liverpool; na Dulwich Picture Gallery, Londres; na Univer-
sity Art Gallery, Universidade de Massachusetts, Dartmouth, EUA; na Abbot
Hall Art Gallery, Kendal; no Yale Center for British Art, New Haven, Connec-
ticut; no Tate Britain; no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Ma-
drid; no National Museum of Women in the Arts, Washington DC; no Museo
de Arte Contemporáneo de Monterrey, México; e no Pinacoteca do Estado
de São Paulo, Brasil.
Uma pintora de “histórias”, os personagens de Paula Rego desempenham
uma variedade de papéis e retratam tensões inquietantes por baixo da su-
perfície. O seu trabalho, grandes pinturas em pastel, águas-fortes nitida-
mente desenhadas e litografias elaboradas, expressa uma diversidade ex-
traordinária de emoções e experiências.
8. Daniela Ruah
Daniela Ruah nasceu em Boston a 2 de dezembro de 1983. Mas aos 5 anos, a sua família
mudou-se para Portugal, onde iniciou a sua carreira de atriz. Aos 16 anos entra na novela
da TVI «Jardins Proibidos» e a partir daí nunca mais parou. Protagonizou várias telenovelas
até acabar o liceu. E aos 18 anos, decidiu estudar artes da representação na London Me-
tropolitan University, em Londres, onde acabou como melhor aluna do ano. Esteve lá dois
anos.
De seguida, regressa a Portugal com o objetivo de desenvolver a sua carreira profissional,
destacando-se em papéis na televisão, cinema e teatro. Nessa altura, participou no progra-
ma da RTP Dança Comigo (versão portuguesa de Dancing with the Stars da ABC). Foi a
vencedora da 1ª temporada.
Em 2007 decidiu ir para Nova Iorque com o intuito de estudar e começar uma carreira inter-
nacional. Tinha 23 anos e foi estudar representação no Lee Strasberg Theater and Film
Institute. Logo no primeiro casting para cinema foi escolhida para representar uma italiana
sedutora no filme «Red Tails», a última história de George Lucas sobre os Tuskegee Air-
men, os primeiros pilotos afro-americanos a entrar em combate pelos EUA (na II Guerra
Mundial). Depois estreou-se no teatro no papel de Catherine na peça «Proof de David Au-
burn», no Hayworth Theatre.
Em 2009, dá-se o grande salto para o pequeno ecrã. Daniela começa a dar a vida à agente
especial Kensi Blye na série norte-americana Investigação Criminal: Los Angeles. A série já
vai na 9ª temporada e a atriz portuguesa continua a ser uma das protagonistas.
Entretanto, foi considerada uma das 100 mulheres mais sexys do mundo pela revista norte-
americana Esquire. E além do seu trabalho como atriz, Daniela apresentou o prémio People
Choice Awards em 2012 e foi coapresentadora dos Super Bowl’s Greatest Commercials na
CBS em 2016.
Aurélia de Sousa
Filha de emigrantes portugueses no Brasil e no Chile, Aurélia de Sou-
sa nasceu em Valparaíso, filha de António Martins de Sousa e de Olin-
da Peres. Era a quarta de sete filhos do casal. Mudou-se pa-
ra Portugal, juntamente com os pais, com apenas três anos. Passou a
habitar a Quinta da China, junto ao rio Douro, no Porto, comprada por
seu pai, que veio a falecer em 1874, quando Aurélia tinha apenas oito
anos.
Aos dezasseis anos, começou a ter lições de desenho e pintura
com António da Costa Lima e pintou o seu primeiro auto-retrato.
Em 1893, entrou para a Academia de Belas-Artes do Porto, onde foi
aluna de João Marques de Oliveira, o qual muito influenciou a sua
obra. Em 1898, Aurélia mudou-se para Paris onde frequentou,
na Academia Julian, os cursos de Jean-Paul Laurens e de Jean-
Joseph Benjamin-Constant
9. Teresa Villaverde
Filha de Alberto Villaverde Cabral e de sua mulher Marília Pereira Morais e sobri-
nha paterna de Manuel Villaverde Cabral.O seu primeiro filme, A Idade Maior,
de 1989, teve estreia mundial na secção Fórum do Jovem Cinema da Berlinale e
foi premiado no Festival de Dunquerque, em França (com os prémios de Melhor
Atriz e Prémio CICAE), e no Festival de Valência, em Espanha (Prémio Especial
do Júri). Três anos mais tarde, Três Irmãos (1992) deu o Prémio para a Melhor
Atriz a Maria de Medeiros, no Festival de Veneza, atribuição repetida nos festi-
vais de Cancun e Valência, onde o filme seria distinguido também com os pré-
mios para a melhor realização e melhor fotografia. Os Mutantes (1998), apresen-
tado na Seleção Oficial Un Certain Regard, do Festival de Cannes, foi a obra
decisiva na projeção internacional da realizadora que, no Festival de Roma, rece-
beu o Prémio da ONU e valeu à atriz Ana Moreira, o prémio de Melhor Atriz nos
festivais de Taormina e Buenos Aires, a par de um reconhecimento unânime dos
críticos e do público português. Transe (2006), foi apresentado
em Cannes e Toronto. Cisne (2011), exibido no Festival de Veneza, é o seu mais
recente filme.
Soraia Chaves
A sua estreia como atriz aconteceu com o papel da protagonista Amélia no filme O
Crime do Padre Amaro. A sua interpretação neste filme, que foi um grande sucesso
em Portugal, deu-lhe fama imediata e virou as atenções nacionais para a ex-modelo.
Em 2006 participa na série Aqui não Há Quem Viva da SIC.Soraia venceu o Globo de
Ouro de melhor atriz em 2007, pelo seu desempenho no filme Call Girl.Após 2007,
continuou a sua carreira de atriz no cinema e na televisão portugueses embora tenha
vivido em Madrid durante 3 anos para estudar representação. Participa na mini-
série Barcelona, Cidade Neutral, uma produção espanhola. Em 2008 teve uma parti-
cipação especial na telenovela Jura. Em 2009 participa em A Vida Privada de Sala-
zar.Volta a trabalhar com António-Pedro Vasconcelos no filme A Bela e o Papara-
zzo de 2010, para o qual pintou o cabelo de loiro. Venceu o prémio de Atores de Ci-
nema da Fundação GDA (Cooperativa de Gestão dos Direitos dos Artistas), relativo a
2009, pelo papel desempenhado no filme A Vida Privada de Salazar.Entra na sé-
rie Perdidamente Florbela, baseada no filme de Vicente Alves do Ó, como mãe de
Florbela Espanca. Em 2012 foi ao Festival de Veneza promover a co-produção portu-
guesa e francesa Linhas de Wellington, filme em que Raúl Ruíz trabalhava quando
morreu, e que foi completado pela sua viúva Valeria Sarmento. Nesse ano aceitou
participar na novela Dancin' Days, resultado da parceria SIC/TV Globo e de um rema-
ke da novela da Globo dos anos 70. A novela esteve no ar entre junho de 2012 e
setembro de 2013 e foi um grande sucesso de audiências. Em 2014, participou no
filme brasileiro Vermelho Russo, que foi filmado na Rússia.
10. Rita Blanco
Atriz portuguesa de teatro, televisão e cinema, Rita Blanco nasceu a 11 de
janeiro de 1963, em Lisboa. A partir dos 18 anos, começou a dedicar-
se à representação e, até aos 22 anos, frequentou um curso de formação de
atores, na Escola Superior de Teatro e Cinema e
no Conservatório Nacional. Neste espa-
ço de tempo em que estudava representação, estreou-se no cinema.
Dois anos depois, trabalhou com o mais conceituado realizador
de cinema português, Manoel de Oliveira, com quem filmou Le Soulier deSati.
Em 1987, iniciou uma longa colaboração com o realizador João Canijo. Esta
dupla trabalhou em conjunto no cinema, no teatro e na televisão. Para
além de Canijo, a atriz trabalhou também às ordens de outros realizadores
conhecidos, como João César Monteiro, João Botelho e João Mário Grilo.
A estreia no teatro tinha acontecido já em 1983, com a peça Mariana Espe-
ra Casamento , encenada por Luís Miguel Cintra. Mas foi através da televi-
são que Rita Blanco se tornou conhecida do grande público, especialmen-
te na representação de papéis cómicos. A carreira televisiva
da atriz começou, em 1990, pela mão do humorista Herman José. Entre 1995
e 1996, participou como comentadora no programa A Noi-
te da Má Língua , apresentado por Júlia Pinheiro no canal privado SIC.
.Mas foi um papel sério, em 1998, que consagrou definitivamente Rita Blan-
co como atriz de televisão, graças à participação na série Médico de Família.
Alexandra Lencastre
Atriz portuguesa, nascida a 26 de setembro de 1965, em Lisboa, frequen-
tou o Curso de Representação no Conservatório Nacional. Iniciou a sua carreira co
mo atriz no teatro, tendo recebido o Sete de Ouro como atriz Revelação e
o Prémio de Revelação da Nova Gente pelo seu desempe-
nho na peça O Balcão (1989), de Jean Genet, e novamente o Sete
de Ouro de Melhor Atriz pela peça Terminal Bar (1996), de Paul Zelig, e
o Troféu Nova Gente 97 - Personalidade Teatro. O seu primeiro papel televisi-
vo foi vocacionado para um público mais jovem que a via regularmen-
te na série Rua Sésamo (1990-93), interpretando a personagem Guiomar. Seguiram
-se interpretações na telenovela A Banqueira do Povo
(1993), em séries como Tudo ao Molho e Fé em Deus (1995), Riscos (1997),Médico
de Família (1998), Não És Homem, Não És Nada (1999), Querido Profes-
sor (2000), no telefilme da SIC Um Passeio no Parque (2000) e Ana e
os Sete (2003), bem como participação nos talk-shows Na Cama Com...
(1993), Perdoa-me (1994) e Frou-Frou (1997). No cinema, Alexandra Lencas-
tre interpretou várias personagens, em filmes como Requiem Paraum Narciso (1992
), de João Pedro Ruivo; No Fim do Mundo (1992), de João Má-
rio Grilo; Vertigem (1992), de Leandro Ferreira; As Três Palmeiras (1994),Tráfico (19
98) e A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos
da América (2003), todos de João Botelho, Os Mutantes (1998), de Teresa Villaver-
de, The Dancer Upstairs ( Em Clandestinidade , 2001), de John Malko-
vich, O Delfim (2002) e Lá Fora (2004), ambos de Fernando Lopes.