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EU E O OUTRO
ILSE LOSA
“É preciso saber ir embora e contudo ser como as árvores: como se a raíz
ficasse em terra, como se a paisagem passasse por nós e não nos movêssemos.
É preciso conter a respiração até que o vento afrouxe e o ar estranho comece a
girar à nossa volta, até que o jogo de luz e de sombras de verde e azul revele
os velhos padrões e nos sintamos em casa, onde quer que seja, e possamos
descansar e encostar‑nos como se fosse à sepultura da nossa mãe”
Hilde Domin
vida e obra
“De origem alemã e ascendência judaica, Ilse Lieblich Losa nasceu em 1913, em Bauer, cidade próxima de Hanover, e morreu
no Porto, em 2006. Tendo vivido a primeira infância com os avós paternos, frequentou o liceu em Osnabrük e Hildesheim e
o Instituto Comercial em Hanover. Ao regressar à Alemanha, após um período em Londres tomando conta de crianças, vê-se
obrigada a abandonar o país, dada a sua condição de judia. Escapa desse modo à perseguição nazi e, chegada a Portugal em 1934
(ano em que Hitler assume o poder na Alemanha), radica-se no Porto, casando com o arquitecto Arménio Losa e adquirindo a
nacionalidade portuguesa.
Inicia, então, uma vasta obra escrita em português, a qual abrange romances inspirados, ou pelo menos enraizados, na sua
experiência de vida – como O mundo em que vivi, 1949, Rio sem ponte, 1952, Sob céus estranhos, 1962 (vívido retrato, também,
do Porto dos anos trinta e quarenta) –, além de contos, crónicas, trabalhos de índole pedagógica (Nós e a criança, 1954) e
sobretudo literatura para crianças. Traduziu para português, autores alemães, colaborou em diversos jornais e revistas e foi
também uma divulgadora da literatura portuguesa na Alemanha. Em 1984 recebeu o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto
da sua obra para crianças e, em 1998, o Grande Prémio de Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores, pelo livro
(1997). Revelando permanente abertura à diversidade temática, de géneros e de perspectivas que deve caracterizar
a produção literária para crianças, foi a partir de finais dos anos quarenta do século XX que Ilse Losa contribuiu, com os seus
contos, recontos de histórias tradicionais e peças de teatro (por exemplo A adivinha: peça em quatro quadros, 1.ª ed.: 1967;
2.ª ed. refundida: 1979), para a renovação da literatura portuguesa para crianças, enveredando muitas vezes por uma via
«realista», de acentuada envolvência social, mesmo quando a voz que narra é a de um animal antropomorfizado, como sucede
em Faísca conta a sua história (1949). Mas imbuiu também a ficção de dilemas morais e espírito crítico, sonho e sentido de
esperança, numa escrita coloquial e despojada, pontuada contudo por expressivas comparações e prosopopeias e marcada por
um uso rigoroso do adjetivo. Uma escrita que se abriu também ao maravilhoso, ao humor (v. Bonifácio, 1980) e a uma fantasia de
cunho onírico (Viagem com Wish, 1984), sem nunca se esquivar a temas «problemáticos» como a guerra, a perseguição política
e a tortura. Veja-se, a este propósito, o conto «Apesar de tudo», de A minha melhor história, ou ainda Silka, que é difícil não ler
como parábola focada na questão da intolerância étnica e como dolorida meditação sobre o destino do povo judeu. De referir
ainda que Ilse Losa dissertou sobre o livro para crianças e sobre temas pedagógicos em várias das suas crónicas jornalísticas,
tendo sido pioneira no ensino da literatura para a infância no nosso país (…)”
In http://www.dglb.pt/
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
Faísca Conta a sua História, 1949
A Flor Azul, 1955
Um Fidalgo de Pernas Curtas, 1961
Um Artista Chamado Duque, 1965
A Adivinha, 1967
O Quadrado Roubado, 1967
Beatriz e o Plátano, 1976
Viagem Com Wish, 1976
João e Guida (teatro), 1977
O Príncipe Nabo (teatro), 1978
O Mosquito e o Sr. Pechincha, 1979
Bonifácio, 1980
A Estranha História Duma Tília, 1981
O Expositor, 1982
Na Quinta das Cerejeiras, 1982
Silka, 1984
Ana-Ana; O Senhor Leopardo, 1987
A Visita do Padrinho, 1989
O Rei Rique e outras histórias, 1989
obra
literária
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
O mundo em que vivi, 1949
Histórias quase esquecidas, 1950
Grades brancas, 1951
Rio sem ponte, 1952
Nós e a Criança, 1954
Aqui havia uma casa, 1955
Ida e volta, à procura de Babbitt, 1959
Sob céus estranhos, 1962
Encontros no outono, 1965
O barco afundado, 1979
Caminhos sem destino, 1991
À flor do tempo, 1997
obra
literária
“Na obra losiana, a representação do
Holocausto assume-se como resultante de
um ato de recordar. Mas para quê recordar?
O ato de recordar pode ter diversos sentidos:
recordar para dar a conhecer, recordar para não
esquecer, recordar para não deixar esquecer,
recordar para que não volte a acontecer.
Recordar constitui um resgate da memória.
Narrar e recordar interligam‑se: narra‑se,
porque se recorda e para que se recorde. (…)”
Paulo Teixeira Cavaco
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
movimento
neo realista
movimento
neo realista
ALVES REDOL
«Tão aguerrida batalha pelo conteúdo em literatura parecia urgente a
todos os jovens que ansiavam plantar os alicerces para um novo tipo
de cultura extensiva às grandes massas ausentes da actual, preparando
pelo alargamento à quantidade a síntese posterior da qualidade.»
ARMANDO BACELAR
“(…) Numa sociedade em que, cada vez mais, tudo é político, apenas
exigimos do artista que tenha consciência do papel político e social das
suas obras, dos efeitos que não podem deixar de ter, qualquer que seja
a sua índole, sobre um público mais ou menos restrito, de uma ou de
outra classe. Não queremos que, como artistas, façam política, mas
sim Arte; apenas lhe pedimos Arte, não descarnada e abstracta, mas
interessada e concreta, despida de preconceitos estéticos e integrada
na vida e comunhão com os homens (…)”
MÁRIO DIONÍSIO
“(…) O Neo Realismo não se debruça sobre o povo: mistura-se com ele a ponto das
suas obras não serem mais que uma das muitas vozes dele. E, por isso, não esta
interessado (…) em limitar o seu campo a este ou aquele personagem, a este ou aquele
meio. Está interessado sim, para poder bem reenquadrar o homem no seu todo social,
em concretizar a sua visão do mundo, em cada caso e em todos os casos. (…)”
> Mário Dionísio, Vendedor Ambulante, 1948 > Júlio Pomar, Almoço de Trolha, 1946-1950 > Mário Dionísio, O Músico, 1948
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
ANA MARGARIDA RAMOS
“(…) As questões sociais, determinantes
para a construção de uma sociedade mais
justa e equilibrada, mesmo do ponto de vista
ambiental e ecológico, para além do económico
e político, constituem um dos eixos centrais da
sua produção narrativa, sobretudo a de cunho
marcadamente realista (…)”
ÓSCAR LOPES /ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA
“O contributo mais destacado de Ilse Losa à
literatura portuguesa reside no tratamento da
“amarga experiência do terror da sua infância
na Alemanha e da sua juventude sob o regime
nazi, do exílio e de um reajustamento penoso,
quer à irreconciliável pátria de origem, quer à
de adopção (…)”
temas
emergentesquestões
sociais
guerra e
holocausto
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
JOSÉ ANTÓNIO GOMES
“Beatriz não é apenas o exemplo de um herói infanto‑juvenil
com preocupações ambientalistas avant la lettre,
interveniente e mobilizador de vontades, voltado para o
futuro, em consonância com os combates cívicos de 1974
e 1975 em Portugal. Ela representa também a consciência
da importância da memória e da preservação das raízes,
«pois é verdade que nos enraizamos em tudo aquilo de que
gostamos, nas criaturas e nas coisas; e é isso que dá sentido
à nossa vida» (…)”
questões
ambientais
ANA ISABEL MARQUES
“Desde os anos 40 Ilse e Arménio Losa
estiveram sob a vigilância da PIDE, no
entanto é possível distinguir diferentes fases
de militância política do casal. Assim, a um
período de recato e relativo comedimento
que se estende até finais dos anos 50
segue‑se uma etapa de clara intervenção
política e social. O aumento das peças
processuais lavradas pela polícia do Estado,
comprova a intensificação da actividade
político-partidária de Ilse e Arménio
Losa - uma mudança de atitude motivada
possivelmente pelo próprio agravamento
conjuntural (…)”
ANA ISABEL MARQUES
“O final dos anos 50 - um período particularmente delicado com a aproximação dos processos eleitorais para a
Assembleia Nacional (1957-1961) e para a Presidência da República (1958) - foi marcado por uma mobilização de
largos sectores da sociedade civil e pela dinamização das campanhas lideradas pelos núcleos oposicionistas. Ilse
e Arménio Losa comungaram dessa atmosfera de entusiasmo, envolvendo -se nos movimentos surgidos na época
(…)”
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
intervenção
social e
política
intervenção
social e
ILSE LOSA, 1962
«Acontece assim quando as fronteiras deste pequeno país me tocam no corpo e experimento a sensação
de estar preso num cárcere feito de princípios e de conceitos mesquinhos, de injustiças grosseiras, de
sonolenta insipidez. Acontece quando me falta a compreensão pelos miseráveis que, numa atitude de
resignação indigna, me estendem o seu sorriso servil ou a mão para uma esmola. Acontece quando a vida
em público que decorre sem a presença de mulheres me simboliza atraso, enfado, falta de espírito e de
graça, e apetece então romper com as grades, respirar mais fundo, em qualquer parte onde haja resistência
e luta, renovação e aventura (…)»
ALEXANDRE PINHEIRO TORRES
“Será preciso chegar a autora de Sob Céus Estranhos para nos dar,
a propósito do tema da adaptação de um imigrado judeu, o mais
perfeito retrato da cidade do Porto dos anos 40 (para não dizer o
único retrato), que continua a estar certo para a cidade do Porto
dos anos 60, como talvez venha a estar certo para a dos anos 80,
ou mesmo mais (…)”
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
> In http://citizengrave.blogspot.pt > AHMP - Ilha do Porto…[192-?]
“(…) A primeira imagem que se guarda de
Henrique Alves Costa - para além da figura jovial
do velho senhor de bigode grisalho, óculos
grossos e cigarro permanente na mão - é a
do crítico de cinema e grande referência do
Cineclube do Porto (CCP).
Não tendo integrado o núcleo fundador do Clube
Português de Cinematografia, em 1945, a ele
aderiu logo dois anos depois e foi sob a sua
direcção que o CCP se tornou no maior do país,
reunindo na década de 50 mais de 2500 sócios
(…)”
Sérgio C. Andrade
amigos e
contemporâneos
da escrita
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
“Ensaísta e professor universitário. Licenciado em Filologia Clássica pela Universidade
de Lisboa em 1941, completaria em seguida a licenciatura em Ciências Histórico
Filosóficas na Universidade de Coimbra. Entretanto, obtivera diplomas superiores
no Instituto Britânico do Porto e no Conservatório de Música da mesma cidade.
Professor do ensino secundário entre 1941 e 1974, cedo se afirmaria como um crítico
exigente e um ensaísta versátil e rigoroso, tratando ora a história, ora a literatura,
ora a linguística, ora a filosofia, sempre de forma a creditar-se como um dos maiores
ensaístas portugueses contemporâneos. Como crítico e ensaísta literário, teve um
importante papel no estudo e na problematização do neo - realismo português, de que
foi um dos mais clarividentes estudiosos (…)”
(http://www.dglb.pt/sites/DGLB)
“Augusto de Oliveira Gomes nasceu em Matosinhos a 12 de Julho de 1910. Era filho
de António Gomes de Oliveira e de Ana Gomes da Silva. Em 1927 terminou o Curso
Geral dos Liceus no Liceu Rodrigues de Freitas, no Porto, e, de seguida, matriculou-
se no Curso Preparatório da Escola Superior de Belas Artes do Porto, com o intuito
de cursar pintura. Ainda estudante, na transição dos anos 20 para os 30, expôs com
o grupo + Além. Em 1931 concluiu o Curso Preparatório na Escola de Belas Artes
de Lisboa, para onde se havia deslocado. No ano seguinte, de novo no Porto, deu
continuidade aos seus estudos na ESBAP, primeiro no Curso Especial, depois no
Curso Superior de Pintura. Nesta Escola foi aluno dos pintores José de Brito, Acácio
Lino e Joaquim Lopes, experimentou o Curso Especial de Escultura (1936/1937) e
terminou o curso de Pintura em 1941 com a classificação de 19 valores. Seguir-se-ia
uma fase da sua vida dedicada ao ensino.”
(https://sigarra.up.pt/up/pt/)
meio cultural
& artístico
Óscar Lopes
Henrique Alves Costa
Augusto Gomes
“Nasceu em Lourenço Marques (hoje Maputo), em 1918; faleceu no Porto em 2012.
Poeta. Papiniano Manuel Carlos de Vasconcelos Rodrigues fez os seus estudos
primários em Moçambique, concluindo os secundários e a Faculdade de Engenharia
no Porto. Colaborou nas revistas Bandarra, Vértice e Seara Nova, no Jornal de
Notícias e no Boletim Cultural «Amigos do Porto». Dirigiu, com Egito Gonçalves,
Daniel Filipe, Luís Veiga Leitão, Ernâni Melo Viana e António Rebordão Navarro, os
«fascículos de poesia» Notícias do Bloqueio (1957-). O seu modelo estético está
impregnado da problemática neo - realista, com algum fluir de realismo fantástico na
obra O Rio na Treva (1975). O seu poema para crianças, A Menina Gotinha de Água
[1962], foi objeto de várias reedições e de uma adaptação para cinema com o mesmo
nome, realizada por Alfredo Tropa e produzida pela R.T.P. Prefaciou As Armas Estão
Acesas nas Nossas Mãos: Antologia Breve da Poesia Revolucionária de Moçambique
(1976).”
(http://livro.dglab.gov.pt/sites/DGLB)
amigos e
contemporâneos
da escrita
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
“Depois de efectuar estudos técnicos na cidade do Porto, onde vive desde 1948, Egito
Gonçalves iniciou a sua actividade literária durante o serviço militar em Ponta Delgada
(Açores), tendo publicado os primeiros livros em 1950.A sua intensa actividade de
divulgação cultural e literária concretizou-se, a partir dos anos 50, na fundação e/ou
direcção de diversas revistas literárias, como A Serpente (1951), Árvore (1952-54),
Notícias do Bloqueio (1957-61), Plano (1965-68 publicada pelo Cineclube do Porto) e,
mais recentemente, desde 1992, Limiar, ainda em curso de publicação; actualmente é
director da colecção de poesia «Os olhos e a memória», da editora portuense Limiar.
(…) Desenvolveu actividades de animação cultural no Porto, tendo pertencido à
direcção do Teatro Experimental do Porto, do Cineclube do Porto, da Cooperativa
Árvore e da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, assim como
integrou organismos nacionais: Sociedade Portuguesa de Escritores (Delegação
Norte), Associação Portuguesa de Escritores, Sociedade Portuguesa de Autores e PEN
Clube Português. (…)”
(http://www.dglb.pt/sites/DGLB)
meio cultural
& artístico
Egito Gonçalves
Papiniano Carlos
literatura &
ilustração
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
meio cultural
& artístico
> Faísca conta a sua história, 1949
> Um Fidalgo de pernas curtas, 1958, 1961, 1973 > Aqui Havia uma Casa, 1955
> A Adivinha, 1967, 1979 > O Quadro Roubado, 1976
> A Flor Azul, 1955	> Histórias quase esquecidas, 1950
AugustoGomesJúlioResende
PitumKeilAmaral
JorgePinheiro
MárioBonito
SUSANA LOPES SILVA
“(…) A imagem foi invadindo lentamente os livros afirmando-se, num processo, muitas vezes, conflituoso entre uma autoridade
instituída durante anos pela palavra em relação à imagem. A ilustração foi ganhando, então, visibilidade e deixando para trás um
papel de descrição, permitindo-lhe uma utilização por parte dos artistas como veículo de ideologias modernas, multiplicando os
sentidos das imagens que criam para a infância. (…)”
> O Príncipe Nabo, 1978
FernandoRelvas
literatura &
ilustração
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
meio cultural
& artístico
> Bonifácio, 1980
> Histórias inesquecíveis para
crianças, 1974
 Um artista chamado duque, 1979
 Ana-Ana, 1986  Silka,1989  O Príncipe Nabo, 2000
MirandaManuelaBacelarManuelaBacelar
 O Expositor, 1982, 1993
AntónioModesto
 A Visita do Padrinho, 1989
ÂngelaMelo
 O Senhor Pechincha, 1993  O Mundo em que vivi, 1987
AntónioLucena
Arménio
Losa e a
arquitetura
moderna
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
arquitetura,
cinema 
teatro
 Gurpo de Arquitetos Modernistas
“O atraso em que se mantêm a Arquitectura Nacional pode
computar‑se em mais de cem anos. Clama-se em vão por Arquitectura
actual, digna e verdadeira. As vozes emudecem porque os profanos as
não ouvem, os estetas as desprezam e os arquitectos se confessam
impotentes para caminharem a passo certo. E todavia o fenómeno
arquitectónico não diz exclusivamente respeito aos profanos, aos
estetas e aos arquitectos que dele cuidam. O fenómeno arquitectónico
é também história, sociologia, técnica, arte, é fenómeno animado do
movimento que gera as civilizações. Arquitectura estacionária perante
ideias evoluídas, vive para e da penúria do espírito e da matéria. (…)”
Mário Bonito-Exposição da ODAM, 1951
PEDRO RAMALHO
“Arménio Losa foi um arquitecto moderno. Entendeu a modernidade no conceito do seu
tempo integrando uma nova ordem social, politica e estética. Para ele modernidade significava
precisamente «oposição e consciência da ruptura». (…) dedicou ao estudo e às questões do
urbanismo grande parte da sua vida profissional. Foi responsável pelo primeiro gabinete de
urbanização da Câmara Municipal do Porto desde a sua fundação em 1939 até 1945. Mas é
sobretudo em Matosinhos que nos anos 60 e 70 desenvolve como urbanista uma intensa e decisiva
actividade. Este interesse e saber, que representava na época a actualidade do conhecimento, está
na base do convite de Carlos Ramos, em 1945, para leccionar a cadeira de Urbanismo do Curso
de Arquitectura da Escola de Belas Artes do Porto. Chega a tomar posse do lugar, mas é afastado
por não merecer a confiança política do regime. Lutador empenhado pela causa do Movimento
Moderno dele nos ficou a obra e a imagem exemplar do arquitecto e do cidadão.”
LUÍS FERREIRA ALVES
“O Arménio e a Ilse eram gente da cidade, na cidade e para a
cidade. E guardo como muitos outros portuenses dos tempos
difíceis, dos tempos do silêncio, a comovida imagem daquele
casal sempre presente nas primeiras filas dos acontecimentos
da urbe, qualquer que fosse a hora, a incomodidade e o risco.
Era um “trabalhador incansável, (...), um persistente arquitecto
e urbanista, que cumpriu o seu tempo operando na cidade,
mas a quem sobrou outro tempo, esse que os cidadãos e os
democratas guardam para os outros e para a ‘civitas’.”
Teatro
Experimental
do Porto
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
arquitetura,
cinema 
teatro
 http://doportoenaoso.blogspot.pt/
 http://www.cct-tep.com
“(…) O Círculo de Cultura Teatral - Teatro Experimental do Porto,
fundado em 1950 mas iniciando a sua actividade em 1953 no Teatro
Sá da Bandeira com três peças “A Nau Catrineta” do cancioneiro
tradicional adaptada por Egipto Gonçalves, “Um pedido de casamento”
de Anton Tchekov e “A Gota de Mel”, de Léon Chancerel. Nele
destacam-se António Pedro e os actores João Guedes e Dalila Rocha.
Em 1957 com “A Promessa” de Bernardo Santareno, encenação de
António Pedro e figurinos e cenários de Augusto Gomes, representada
no Teatro Sá da Bandeira, o Teatro Experimental do Porto torna-se
conhecido pela polémica que a peça produziu e pela reacção da igreja
e das camadas mais conservadores da sociedade e no próprio regime
salazarista. Entre 1953 e 1961 ao TEP, como director, figurinista e
sobretudo encenador, está associada a figura de António Pedro da
Costa (1909—1966) encenador, escritor e artista plástico (…).”
http://doportoenaoso.blogspot.pt/
Cine Clube
do Porto
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
arquitetura,
cinema 
teatro
“No dia 5 de Maio de 1945 saía a primeira notícia nos
jornais. Seria em A TARDE (Porto) onde se lê: “Fundou‑se
no Porto, O Clube Português de Cinematografia, que
tem delegações em Lisboa e Coimbra, e se destina a
desenvolver o gosto pelos mais sérios problemas da
cinematografia. É seu director, Hipólito Duarte”. Entre
outros destacam‑se na direcção do Cine-Clube do Porto,
Henrique Alves Costa e Mário Bonito, com ligações de
amizade a Ilse Losa …	
https://web.fe.up.pt/~carvalho/ccp_fundacao.html
HÉLDER CASAL RIBEIRO
Mário Bonito, “na direcção do Cine-Clube do Porto, sempre associado à secção infantil com Maria
Helena Alves Costa, e como presidente no TEP, demonstra a importância que atribuía à formação
dos mais novos. O interesse e entusiasmo pelo universo da criança será partilhado com Ilse Losa
(1913-2006), com quem em diversas ocasiões colaborou, nomeadamente com o Cine-Clube do
Porto, desde palestras à escrita de peças para o Teatro de Robertos – O teatro mais pequeno do
Mundo. (…)”
EU E O OUTRO
ILSE LOSA
“ (…) Enquanto a técnica avança passos
gigantescos, os poetas mantêm -se do lado
oposto dela como aliás tem feito em todos os
tempos. Os poetas não enaltecem aparelhos
de televisão, máquinas, computadores e
robots. Sempre que em tudo isso falam é com
suspeição e desconfiança.
Os poetas glorificam a natureza, a criança e
amor. E julgo que, precisamente por isso, são
eles que nos asseguram o necessário equilíbrio
num mundo em que o indivíduo parece valer
cada vez menos (…)”
Ilse Losa
o exercício
da esperança

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A escritora alemã radicada no Porto Ilse Losa e sua obra

  • 1. EU E O OUTRO ILSE LOSA “É preciso saber ir embora e contudo ser como as árvores: como se a raíz ficasse em terra, como se a paisagem passasse por nós e não nos movêssemos. É preciso conter a respiração até que o vento afrouxe e o ar estranho comece a girar à nossa volta, até que o jogo de luz e de sombras de verde e azul revele os velhos padrões e nos sintamos em casa, onde quer que seja, e possamos descansar e encostar‑nos como se fosse à sepultura da nossa mãe” Hilde Domin
  • 2. vida e obra “De origem alemã e ascendência judaica, Ilse Lieblich Losa nasceu em 1913, em Bauer, cidade próxima de Hanover, e morreu no Porto, em 2006. Tendo vivido a primeira infância com os avós paternos, frequentou o liceu em Osnabrük e Hildesheim e o Instituto Comercial em Hanover. Ao regressar à Alemanha, após um período em Londres tomando conta de crianças, vê-se obrigada a abandonar o país, dada a sua condição de judia. Escapa desse modo à perseguição nazi e, chegada a Portugal em 1934 (ano em que Hitler assume o poder na Alemanha), radica-se no Porto, casando com o arquitecto Arménio Losa e adquirindo a nacionalidade portuguesa. Inicia, então, uma vasta obra escrita em português, a qual abrange romances inspirados, ou pelo menos enraizados, na sua experiência de vida – como O mundo em que vivi, 1949, Rio sem ponte, 1952, Sob céus estranhos, 1962 (vívido retrato, também, do Porto dos anos trinta e quarenta) –, além de contos, crónicas, trabalhos de índole pedagógica (Nós e a criança, 1954) e sobretudo literatura para crianças. Traduziu para português, autores alemães, colaborou em diversos jornais e revistas e foi também uma divulgadora da literatura portuguesa na Alemanha. Em 1984 recebeu o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra para crianças e, em 1998, o Grande Prémio de Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores, pelo livro (1997). Revelando permanente abertura à diversidade temática, de géneros e de perspectivas que deve caracterizar a produção literária para crianças, foi a partir de finais dos anos quarenta do século XX que Ilse Losa contribuiu, com os seus contos, recontos de histórias tradicionais e peças de teatro (por exemplo A adivinha: peça em quatro quadros, 1.ª ed.: 1967; 2.ª ed. refundida: 1979), para a renovação da literatura portuguesa para crianças, enveredando muitas vezes por uma via «realista», de acentuada envolvência social, mesmo quando a voz que narra é a de um animal antropomorfizado, como sucede em Faísca conta a sua história (1949). Mas imbuiu também a ficção de dilemas morais e espírito crítico, sonho e sentido de esperança, numa escrita coloquial e despojada, pontuada contudo por expressivas comparações e prosopopeias e marcada por um uso rigoroso do adjetivo. Uma escrita que se abriu também ao maravilhoso, ao humor (v. Bonifácio, 1980) e a uma fantasia de cunho onírico (Viagem com Wish, 1984), sem nunca se esquivar a temas «problemáticos» como a guerra, a perseguição política e a tortura. Veja-se, a este propósito, o conto «Apesar de tudo», de A minha melhor história, ou ainda Silka, que é difícil não ler como parábola focada na questão da intolerância étnica e como dolorida meditação sobre o destino do povo judeu. De referir ainda que Ilse Losa dissertou sobre o livro para crianças e sobre temas pedagógicos em várias das suas crónicas jornalísticas, tendo sido pioneira no ensino da literatura para a infância no nosso país (…)” In http://www.dglb.pt/ EU E O OUTRO ILSE LOSA
  • 3. Faísca Conta a sua História, 1949 A Flor Azul, 1955 Um Fidalgo de Pernas Curtas, 1961 Um Artista Chamado Duque, 1965 A Adivinha, 1967 O Quadrado Roubado, 1967 Beatriz e o Plátano, 1976 Viagem Com Wish, 1976 João e Guida (teatro), 1977 O Príncipe Nabo (teatro), 1978 O Mosquito e o Sr. Pechincha, 1979 Bonifácio, 1980 A Estranha História Duma Tília, 1981 O Expositor, 1982 Na Quinta das Cerejeiras, 1982 Silka, 1984 Ana-Ana; O Senhor Leopardo, 1987 A Visita do Padrinho, 1989 O Rei Rique e outras histórias, 1989 obra literária EU E O OUTRO ILSE LOSA
  • 4. O mundo em que vivi, 1949 Histórias quase esquecidas, 1950 Grades brancas, 1951 Rio sem ponte, 1952 Nós e a Criança, 1954 Aqui havia uma casa, 1955 Ida e volta, à procura de Babbitt, 1959 Sob céus estranhos, 1962 Encontros no outono, 1965 O barco afundado, 1979 Caminhos sem destino, 1991 À flor do tempo, 1997 obra literária “Na obra losiana, a representação do Holocausto assume-se como resultante de um ato de recordar. Mas para quê recordar? O ato de recordar pode ter diversos sentidos: recordar para dar a conhecer, recordar para não esquecer, recordar para não deixar esquecer, recordar para que não volte a acontecer. Recordar constitui um resgate da memória. Narrar e recordar interligam‑se: narra‑se, porque se recorda e para que se recorde. (…)” Paulo Teixeira Cavaco EU E O OUTRO ILSE LOSA
  • 5. movimento neo realista movimento neo realista ALVES REDOL «Tão aguerrida batalha pelo conteúdo em literatura parecia urgente a todos os jovens que ansiavam plantar os alicerces para um novo tipo de cultura extensiva às grandes massas ausentes da actual, preparando pelo alargamento à quantidade a síntese posterior da qualidade.» ARMANDO BACELAR “(…) Numa sociedade em que, cada vez mais, tudo é político, apenas exigimos do artista que tenha consciência do papel político e social das suas obras, dos efeitos que não podem deixar de ter, qualquer que seja a sua índole, sobre um público mais ou menos restrito, de uma ou de outra classe. Não queremos que, como artistas, façam política, mas sim Arte; apenas lhe pedimos Arte, não descarnada e abstracta, mas interessada e concreta, despida de preconceitos estéticos e integrada na vida e comunhão com os homens (…)” MÁRIO DIONÍSIO “(…) O Neo Realismo não se debruça sobre o povo: mistura-se com ele a ponto das suas obras não serem mais que uma das muitas vozes dele. E, por isso, não esta interessado (…) em limitar o seu campo a este ou aquele personagem, a este ou aquele meio. Está interessado sim, para poder bem reenquadrar o homem no seu todo social, em concretizar a sua visão do mundo, em cada caso e em todos os casos. (…)” > Mário Dionísio, Vendedor Ambulante, 1948 > Júlio Pomar, Almoço de Trolha, 1946-1950 > Mário Dionísio, O Músico, 1948 EU E O OUTRO ILSE LOSA
  • 6. ANA MARGARIDA RAMOS “(…) As questões sociais, determinantes para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, mesmo do ponto de vista ambiental e ecológico, para além do económico e político, constituem um dos eixos centrais da sua produção narrativa, sobretudo a de cunho marcadamente realista (…)” ÓSCAR LOPES /ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA “O contributo mais destacado de Ilse Losa à literatura portuguesa reside no tratamento da “amarga experiência do terror da sua infância na Alemanha e da sua juventude sob o regime nazi, do exílio e de um reajustamento penoso, quer à irreconciliável pátria de origem, quer à de adopção (…)” temas emergentesquestões sociais guerra e holocausto EU E O OUTRO ILSE LOSA JOSÉ ANTÓNIO GOMES “Beatriz não é apenas o exemplo de um herói infanto‑juvenil com preocupações ambientalistas avant la lettre, interveniente e mobilizador de vontades, voltado para o futuro, em consonância com os combates cívicos de 1974 e 1975 em Portugal. Ela representa também a consciência da importância da memória e da preservação das raízes, «pois é verdade que nos enraizamos em tudo aquilo de que gostamos, nas criaturas e nas coisas; e é isso que dá sentido à nossa vida» (…)” questões ambientais
  • 7. ANA ISABEL MARQUES “Desde os anos 40 Ilse e Arménio Losa estiveram sob a vigilância da PIDE, no entanto é possível distinguir diferentes fases de militância política do casal. Assim, a um período de recato e relativo comedimento que se estende até finais dos anos 50 segue‑se uma etapa de clara intervenção política e social. O aumento das peças processuais lavradas pela polícia do Estado, comprova a intensificação da actividade político-partidária de Ilse e Arménio Losa - uma mudança de atitude motivada possivelmente pelo próprio agravamento conjuntural (…)” ANA ISABEL MARQUES “O final dos anos 50 - um período particularmente delicado com a aproximação dos processos eleitorais para a Assembleia Nacional (1957-1961) e para a Presidência da República (1958) - foi marcado por uma mobilização de largos sectores da sociedade civil e pela dinamização das campanhas lideradas pelos núcleos oposicionistas. Ilse e Arménio Losa comungaram dessa atmosfera de entusiasmo, envolvendo -se nos movimentos surgidos na época (…)” EU E O OUTRO ILSE LOSA intervenção social e política intervenção social e
  • 8. ILSE LOSA, 1962 «Acontece assim quando as fronteiras deste pequeno país me tocam no corpo e experimento a sensação de estar preso num cárcere feito de princípios e de conceitos mesquinhos, de injustiças grosseiras, de sonolenta insipidez. Acontece quando me falta a compreensão pelos miseráveis que, numa atitude de resignação indigna, me estendem o seu sorriso servil ou a mão para uma esmola. Acontece quando a vida em público que decorre sem a presença de mulheres me simboliza atraso, enfado, falta de espírito e de graça, e apetece então romper com as grades, respirar mais fundo, em qualquer parte onde haja resistência e luta, renovação e aventura (…)» ALEXANDRE PINHEIRO TORRES “Será preciso chegar a autora de Sob Céus Estranhos para nos dar, a propósito do tema da adaptação de um imigrado judeu, o mais perfeito retrato da cidade do Porto dos anos 40 (para não dizer o único retrato), que continua a estar certo para a cidade do Porto dos anos 60, como talvez venha a estar certo para a dos anos 80, ou mesmo mais (…)” EU E O OUTRO ILSE LOSA > In http://citizengrave.blogspot.pt > AHMP - Ilha do Porto…[192-?]
  • 9. “(…) A primeira imagem que se guarda de Henrique Alves Costa - para além da figura jovial do velho senhor de bigode grisalho, óculos grossos e cigarro permanente na mão - é a do crítico de cinema e grande referência do Cineclube do Porto (CCP). Não tendo integrado o núcleo fundador do Clube Português de Cinematografia, em 1945, a ele aderiu logo dois anos depois e foi sob a sua direcção que o CCP se tornou no maior do país, reunindo na década de 50 mais de 2500 sócios (…)” Sérgio C. Andrade amigos e contemporâneos da escrita EU E O OUTRO ILSE LOSA “Ensaísta e professor universitário. Licenciado em Filologia Clássica pela Universidade de Lisboa em 1941, completaria em seguida a licenciatura em Ciências Histórico Filosóficas na Universidade de Coimbra. Entretanto, obtivera diplomas superiores no Instituto Britânico do Porto e no Conservatório de Música da mesma cidade. Professor do ensino secundário entre 1941 e 1974, cedo se afirmaria como um crítico exigente e um ensaísta versátil e rigoroso, tratando ora a história, ora a literatura, ora a linguística, ora a filosofia, sempre de forma a creditar-se como um dos maiores ensaístas portugueses contemporâneos. Como crítico e ensaísta literário, teve um importante papel no estudo e na problematização do neo - realismo português, de que foi um dos mais clarividentes estudiosos (…)” (http://www.dglb.pt/sites/DGLB) “Augusto de Oliveira Gomes nasceu em Matosinhos a 12 de Julho de 1910. Era filho de António Gomes de Oliveira e de Ana Gomes da Silva. Em 1927 terminou o Curso Geral dos Liceus no Liceu Rodrigues de Freitas, no Porto, e, de seguida, matriculou- se no Curso Preparatório da Escola Superior de Belas Artes do Porto, com o intuito de cursar pintura. Ainda estudante, na transição dos anos 20 para os 30, expôs com o grupo + Além. Em 1931 concluiu o Curso Preparatório na Escola de Belas Artes de Lisboa, para onde se havia deslocado. No ano seguinte, de novo no Porto, deu continuidade aos seus estudos na ESBAP, primeiro no Curso Especial, depois no Curso Superior de Pintura. Nesta Escola foi aluno dos pintores José de Brito, Acácio Lino e Joaquim Lopes, experimentou o Curso Especial de Escultura (1936/1937) e terminou o curso de Pintura em 1941 com a classificação de 19 valores. Seguir-se-ia uma fase da sua vida dedicada ao ensino.” (https://sigarra.up.pt/up/pt/) meio cultural & artístico Óscar Lopes Henrique Alves Costa Augusto Gomes
  • 10. “Nasceu em Lourenço Marques (hoje Maputo), em 1918; faleceu no Porto em 2012. Poeta. Papiniano Manuel Carlos de Vasconcelos Rodrigues fez os seus estudos primários em Moçambique, concluindo os secundários e a Faculdade de Engenharia no Porto. Colaborou nas revistas Bandarra, Vértice e Seara Nova, no Jornal de Notícias e no Boletim Cultural «Amigos do Porto». Dirigiu, com Egito Gonçalves, Daniel Filipe, Luís Veiga Leitão, Ernâni Melo Viana e António Rebordão Navarro, os «fascículos de poesia» Notícias do Bloqueio (1957-). O seu modelo estético está impregnado da problemática neo - realista, com algum fluir de realismo fantástico na obra O Rio na Treva (1975). O seu poema para crianças, A Menina Gotinha de Água [1962], foi objeto de várias reedições e de uma adaptação para cinema com o mesmo nome, realizada por Alfredo Tropa e produzida pela R.T.P. Prefaciou As Armas Estão Acesas nas Nossas Mãos: Antologia Breve da Poesia Revolucionária de Moçambique (1976).” (http://livro.dglab.gov.pt/sites/DGLB) amigos e contemporâneos da escrita EU E O OUTRO ILSE LOSA “Depois de efectuar estudos técnicos na cidade do Porto, onde vive desde 1948, Egito Gonçalves iniciou a sua actividade literária durante o serviço militar em Ponta Delgada (Açores), tendo publicado os primeiros livros em 1950.A sua intensa actividade de divulgação cultural e literária concretizou-se, a partir dos anos 50, na fundação e/ou direcção de diversas revistas literárias, como A Serpente (1951), Árvore (1952-54), Notícias do Bloqueio (1957-61), Plano (1965-68 publicada pelo Cineclube do Porto) e, mais recentemente, desde 1992, Limiar, ainda em curso de publicação; actualmente é director da colecção de poesia «Os olhos e a memória», da editora portuense Limiar. (…) Desenvolveu actividades de animação cultural no Porto, tendo pertencido à direcção do Teatro Experimental do Porto, do Cineclube do Porto, da Cooperativa Árvore e da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, assim como integrou organismos nacionais: Sociedade Portuguesa de Escritores (Delegação Norte), Associação Portuguesa de Escritores, Sociedade Portuguesa de Autores e PEN Clube Português. (…)” (http://www.dglb.pt/sites/DGLB) meio cultural & artístico Egito Gonçalves Papiniano Carlos
  • 11. literatura & ilustração EU E O OUTRO ILSE LOSA meio cultural & artístico > Faísca conta a sua história, 1949 > Um Fidalgo de pernas curtas, 1958, 1961, 1973 > Aqui Havia uma Casa, 1955 > A Adivinha, 1967, 1979 > O Quadro Roubado, 1976 > A Flor Azul, 1955 > Histórias quase esquecidas, 1950 AugustoGomesJúlioResende PitumKeilAmaral JorgePinheiro MárioBonito SUSANA LOPES SILVA “(…) A imagem foi invadindo lentamente os livros afirmando-se, num processo, muitas vezes, conflituoso entre uma autoridade instituída durante anos pela palavra em relação à imagem. A ilustração foi ganhando, então, visibilidade e deixando para trás um papel de descrição, permitindo-lhe uma utilização por parte dos artistas como veículo de ideologias modernas, multiplicando os sentidos das imagens que criam para a infância. (…)” > O Príncipe Nabo, 1978 FernandoRelvas
  • 12. literatura & ilustração EU E O OUTRO ILSE LOSA meio cultural & artístico > Bonifácio, 1980 > Histórias inesquecíveis para crianças, 1974 Um artista chamado duque, 1979 Ana-Ana, 1986 Silka,1989 O Príncipe Nabo, 2000 MirandaManuelaBacelarManuelaBacelar O Expositor, 1982, 1993 AntónioModesto A Visita do Padrinho, 1989 ÂngelaMelo O Senhor Pechincha, 1993 O Mundo em que vivi, 1987 AntónioLucena
  • 13. Arménio Losa e a arquitetura moderna EU E O OUTRO ILSE LOSA arquitetura, cinema teatro Gurpo de Arquitetos Modernistas “O atraso em que se mantêm a Arquitectura Nacional pode computar‑se em mais de cem anos. Clama-se em vão por Arquitectura actual, digna e verdadeira. As vozes emudecem porque os profanos as não ouvem, os estetas as desprezam e os arquitectos se confessam impotentes para caminharem a passo certo. E todavia o fenómeno arquitectónico não diz exclusivamente respeito aos profanos, aos estetas e aos arquitectos que dele cuidam. O fenómeno arquitectónico é também história, sociologia, técnica, arte, é fenómeno animado do movimento que gera as civilizações. Arquitectura estacionária perante ideias evoluídas, vive para e da penúria do espírito e da matéria. (…)” Mário Bonito-Exposição da ODAM, 1951 PEDRO RAMALHO “Arménio Losa foi um arquitecto moderno. Entendeu a modernidade no conceito do seu tempo integrando uma nova ordem social, politica e estética. Para ele modernidade significava precisamente «oposição e consciência da ruptura». (…) dedicou ao estudo e às questões do urbanismo grande parte da sua vida profissional. Foi responsável pelo primeiro gabinete de urbanização da Câmara Municipal do Porto desde a sua fundação em 1939 até 1945. Mas é sobretudo em Matosinhos que nos anos 60 e 70 desenvolve como urbanista uma intensa e decisiva actividade. Este interesse e saber, que representava na época a actualidade do conhecimento, está na base do convite de Carlos Ramos, em 1945, para leccionar a cadeira de Urbanismo do Curso de Arquitectura da Escola de Belas Artes do Porto. Chega a tomar posse do lugar, mas é afastado por não merecer a confiança política do regime. Lutador empenhado pela causa do Movimento Moderno dele nos ficou a obra e a imagem exemplar do arquitecto e do cidadão.” LUÍS FERREIRA ALVES “O Arménio e a Ilse eram gente da cidade, na cidade e para a cidade. E guardo como muitos outros portuenses dos tempos difíceis, dos tempos do silêncio, a comovida imagem daquele casal sempre presente nas primeiras filas dos acontecimentos da urbe, qualquer que fosse a hora, a incomodidade e o risco. Era um “trabalhador incansável, (...), um persistente arquitecto e urbanista, que cumpriu o seu tempo operando na cidade, mas a quem sobrou outro tempo, esse que os cidadãos e os democratas guardam para os outros e para a ‘civitas’.”
  • 14. Teatro Experimental do Porto EU E O OUTRO ILSE LOSA arquitetura, cinema teatro http://doportoenaoso.blogspot.pt/ http://www.cct-tep.com “(…) O Círculo de Cultura Teatral - Teatro Experimental do Porto, fundado em 1950 mas iniciando a sua actividade em 1953 no Teatro Sá da Bandeira com três peças “A Nau Catrineta” do cancioneiro tradicional adaptada por Egipto Gonçalves, “Um pedido de casamento” de Anton Tchekov e “A Gota de Mel”, de Léon Chancerel. Nele destacam-se António Pedro e os actores João Guedes e Dalila Rocha. Em 1957 com “A Promessa” de Bernardo Santareno, encenação de António Pedro e figurinos e cenários de Augusto Gomes, representada no Teatro Sá da Bandeira, o Teatro Experimental do Porto torna-se conhecido pela polémica que a peça produziu e pela reacção da igreja e das camadas mais conservadores da sociedade e no próprio regime salazarista. Entre 1953 e 1961 ao TEP, como director, figurinista e sobretudo encenador, está associada a figura de António Pedro da Costa (1909—1966) encenador, escritor e artista plástico (…).” http://doportoenaoso.blogspot.pt/
  • 15. Cine Clube do Porto EU E O OUTRO ILSE LOSA arquitetura, cinema teatro “No dia 5 de Maio de 1945 saía a primeira notícia nos jornais. Seria em A TARDE (Porto) onde se lê: “Fundou‑se no Porto, O Clube Português de Cinematografia, que tem delegações em Lisboa e Coimbra, e se destina a desenvolver o gosto pelos mais sérios problemas da cinematografia. É seu director, Hipólito Duarte”. Entre outros destacam‑se na direcção do Cine-Clube do Porto, Henrique Alves Costa e Mário Bonito, com ligações de amizade a Ilse Losa … https://web.fe.up.pt/~carvalho/ccp_fundacao.html HÉLDER CASAL RIBEIRO Mário Bonito, “na direcção do Cine-Clube do Porto, sempre associado à secção infantil com Maria Helena Alves Costa, e como presidente no TEP, demonstra a importância que atribuía à formação dos mais novos. O interesse e entusiasmo pelo universo da criança será partilhado com Ilse Losa (1913-2006), com quem em diversas ocasiões colaborou, nomeadamente com o Cine-Clube do Porto, desde palestras à escrita de peças para o Teatro de Robertos – O teatro mais pequeno do Mundo. (…)”
  • 16. EU E O OUTRO ILSE LOSA “ (…) Enquanto a técnica avança passos gigantescos, os poetas mantêm -se do lado oposto dela como aliás tem feito em todos os tempos. Os poetas não enaltecem aparelhos de televisão, máquinas, computadores e robots. Sempre que em tudo isso falam é com suspeição e desconfiança. Os poetas glorificam a natureza, a criança e amor. E julgo que, precisamente por isso, são eles que nos asseguram o necessário equilíbrio num mundo em que o indivíduo parece valer cada vez menos (…)” Ilse Losa o exercício da esperança