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PANORAMA DO
 MODERNISMO NO BRASIL

MODERNISMO 2ª. GERAÇÃO – 1930/1945
MODERNISMO 3ª. GERAÇÃO – 1945/1960
Segunda fase Modernista no Brasil -
           (1930-1945)

Estende-se   de 1930 a 1945. É um período
 rico na produção poética e também na
 prosa. O universo temático se amplia e
 os artistas passam a preocupar-se mais
 com o destino dos homens, o estar-no-
 mundo.
Características
Lança sobre a história nacional um olhar
 permeado de humor e ironia - " Em outubro
 de 1930 / Nós fizemos — que animação! — /
 Um pic-nic com carabinas." (Festa Familiar - Murilo Mendes)
Verso livre e poesia sintética - " Stop. / A vida
 parou / ou foi o automóvel?" (Cota Zero, Carlos Drummond
  de Andrade)
Nova   postura temática - questiona mais a
 realidade e a si mesmo enquanto indivíduo.
Tentativa de interpretar o estar-no-mundo e
 seu papel de poeta.
Literatura mais construtiva e mais politizada.
Surge   uma corrente mais voltada para o
  espiritualismo e o intimismo (Cecília, Murilo Mendes, Jorge
  de Lima e Vinícius)
Aprofundamento          das relações do eu com o
 mundo
Consciência da fragilidade do eu - "Tenho
 apenas duas mãos / e o sentimento do
 mundo" (Carlos Drummond de Andrade - Sentimento do Mundo)
A perspectiva única para enfrentar os
 tempos difíceis é a união, as soluções
 coletivas - " O presente é tão grande, ano
 nos afastemos, / Ano nos afastemos muito,
 vamos de mãos dadas." (Carlos Drummond de Andrade - Mãos
  dadas)
Autores Principais


    POESIA
Carlos Drummond de Andrade
              Mineiro, lecionou em Itabira e
               trabalhou na diretoria de um jornal
               comunista. Maior nome da poesia
               contemporânea, Drummond
               registrou a realidade cotidiana e os
               acontecimentos da época.
              Sua poesia é marcada pelas ironia
               fina, lucidez e calma, traduzidas
               numa linguagem flexível, mas rica de
               dimensões humanas. Refletem os
               problemas do mundo e do ser
               humano diante dos regimes
               totalitários, da 2a Guerra Mundial e
               da Guerra Fria.
              A poesia de Drummond apresenta
               momentos de esperança, mas
               prevalece a temática da descrença
               diante do rumo dos
               acontecimentos.
              Nega formas de fuga da realidade, e
               volta-se para o momento presente.
Murilo Mendes (1902-1975)
             Mineiro, sua obra caminha das
              sátiras e poemas-piada ao estilo
              oswaldiano em direção à poesia
              religiosa, sem perder o contato
              com a realidade. Foi o poeta
              modernista mais influenciado pelo
              Surrealismo europeu. A Guerra
              foi tema de diversos poemas seus.
              Sua obra caracteriza-se pelo uso
              de novas formas de expressão e
              livre associação de imagens e
              conceitos.
             A partir de Tempo e Eternidade
              (1935), parte para a poesia mística
              e religiosa. Sua poesia perpassa
              pelo dilema entre poesia e Igreja,
              finito e infinito, material e
              espiritual, tudo sem abandonar a
              dimensão social.
             Empolgado com a beleza, afirmava
              que tudo era belo, pois tudo
              pertencia à Criação. Só as ações
              humanas justificavam o feio.
Jorge de Lima (1898-1953)
              Alagoano, ligado à política,
               estreia com a obra “XVI
               Alexandrinos”, fortemente
               influenciado pelo Parnasianismo,
               o que lhe deu o título de
               Príncipe dos Poetas Alagoanos.
               Mais tarde, sua obra caminha
               rumo a uma poesia social,
               paralela a uma poesia religiosa.
              Na poesia social, apresenta a
               cor local por intermédio do
               resgate da memória do autor de
               menino branco com infância
               cheia de imagens de negros
               escravos e engenhos. Algumas
               vezes, amplia a abordagem social
               com denúncia das desigualdades
               sociais.
Cecília Meireles

          Órfã, carioca, foi criada pela avó,
            fez Magistério e lecionou
           Literatura em várias
           universidades.
          Sua estreia dá-se com o livro
           Espectros (1919), participando
           da corrente espiritualista, sob a
           influência dos poetas que
           formariam o grupo da revista
           Festa (neo-simbolista).
          As principais características de
           sua obra são a sensibilidade
           forte, o intimismo, a
           introspecção, a constante
           viagem para dentro de si mesma
           e a consciência da
           transitoriedade das coisas
           (tempo = personagem principal).
           Para ela, as realidades para
           serem vividas e não para se
           filosofar, são inexplicáveis.
Vinícius de Moraes
         Carioca, o Poetinha participou da
          MPB (desde a Bossa-nova) até sua
          morte. Tal como Cecília Meireles,
          iniciou sua carreira ligado ao neo-
          simbolismo da corrente
          espiritualista e também à
          renovação católica de 30.
         Vários de seus poemas apresentam
          tom bíblico, mas, ao mesmo
          tempo, um sensualismo erótico.
          Essa dualidade acentua a
          contradição entre o prazer da
          carne e a formação religiosa.
          Valorizava o momento com
          presença de imediatismos (de
          repente, constante).
         Uma temática constante em sua
          poesia era o jogo entre felicidade
          e infelicidade que muitas vezes
          associa a inspiração poética à
          tristeza, sem abandonar o viés
          social.
PRINCIPAIS AUTORES


         PROSA
Rachel de Queiroz
         Cearense, em 1930, publicou o
          romance O Quinze, que lhe rendeu
          um prêmio e reconhecimento público.
         Ativa na política, militante do PCB, foi
          presa em 1937 por causa de suas
          ideias esquerdistas. A partir de 1940
          dedicou-se à crônica e ao teatro.
          Quebrou uma tradição ao tornar-se a
          primeira mulher a ingressar na
          Academia Brasileira de Letras.
         Sua obra caracteriza-se, a princípio,
          pelo caráter regionalista e sociológico,
          com enfoque psicológico, que tende a
          se valorizar à medida em que sua obra
          amadurece. O estilo é conciso, sua
          linguagem fluente, seus diálogos vivos
          e acessíveis, o que resulta numa
          narrativa dinâmica e enxuta.
         Em O Quinze e João Miguel há
          coexistência do social e psicológico.
          Caminho de Pedras é o ponto máximo
          de sua literatura engajada e de
          esquerda (mais social e político). As
          Três Marias abandona o aspecto
          social, enfatizando a análise
          psicológica.
José Lins do Rego (1901 - 1957)
              Paraibano, grande representante da
               literatura regionalista do Modernismo. Em
               Recife, aproxima-se de José Américo de
               Almeida e Gilberto Freire, intelectuais
               responsáveis por divulgarem o Modernismo
               no nordeste e pela preocupação com a
               temática regionalista. Mais tarde conhece
               também Graciliano Ramos e vai para o Rio
               de Janeiro, onde participa ativamente da
               vida literária. Sua infância no engenho
               influenciou fortemente sua obra.
              As obras Menino de Engenho, Doidinho,
               Banguê, Moleque Ricardo, Usina e Fogo
               Morto compõem o que se convencionou
               chamar de “ciclo da cana de açúcar”. Nelas,
               J. L. Rego narra a decadência dos engenhos
               e a transformação pela qual passam a
               economia e a sociedade nordestina.
              Seu processo narrativo se fixa no molde
               tradicional da literatura realista: linearidade,
               construção do personagem baseado na
               descrição dos caracteres, linguagem
               coloquial, registro da vida e dos costumes.
               O tom memorialista conduz uma literatura
               que testemunha uma sociedade em
               desagregação (...)
Graciliano Ramos (1892-1953)
             Alagoano, jornalista e político, estreia com
              Caetés (1933). Em Maceió, conheceu
              alguns escritores do grupo regionalista: J. L.
              Rego, Jorge Amado, Raquel de Queiroz. É
              nessa época que redige S. Bernardo e
              Angústia.
             Envolvido na política, é preso e acusado de
              comunismo e essas experiências pessoais
              são retratadas em Memórias do
              Cárcere. Em 1945, ingressa no PCB e
              empreende uma viagem aos países
              socialistas, narrada no livro Viagem.
             Tido como grande romancista moderno da
              literatura brasileira, levou ao extremo a
              tensão presente nas relações: homem-meio
              natural e homem-meio social. Mostrou
              que tais tensões são capazes de moldar
              personalidades e transformar
              comportamentos, e até gerar violência.
             A luta pela sobrevivência é a ligação entre
              seus personagens; a lei maior é a lei da
              selva. A morte é constante em suas obras
              como final trágico e irreversível (suicídios
              em Caetés e São Bernardo, assassinato em
              Angústia e as mortes do papagaio e da
              cadela Baleia em Vidas Secas).
Jorge Amado
       Nascido na zona cacaueira baiana,
        morou em Salvador e essas
        referências são inspiração para suas
        obras. Estreia com O País do
        Carnaval. É levado por Rachel de
        Queiroz a filiar-se ao PCB, partido
        pelo qual, mais tarde, torna-se
        deputado. Sofre perseguições
        políticas, é preso e exilado.
       Na ficção de Jorge Amado convivem
        lirismo, sensualismo, misticismo,
        folclore, idealismo, engajamento
        político, exotismo. Esse painel
        bastante rico, aliado a uma linguagem
        coloquial, fluida, espontânea,
        aparentemente sem elaboração, é
        responsável pela grande aceitação
        popular de sua obra. Seus heróis
        são marginais, pescadores,
        marinheiros, prostitutas e operários;
        todos personagens de origem
        popular. Sua obra está ambientada
        no espaço rural e urbano da Bahia e
        seu aspecto documental a torna
        autenticamente regionalista.
Érico Veríssimo
      Escritor de grandes dimensões, sua
       produção inclui romances, crônicas,
       literatura infantil. Os romances que
       compõem a trilogia O Tempo e o
       Vento (O Continente, O Retrato, O
       Arquipélago) desenham a história de
       várias gerações: sucedem-se as lutas
       entre portugueses e espanhóis, farrapos
       e imperiais, maragatos e pica-paus
       (nomes dos partidos em guerra
       política). Duas famílias, os Terra
       Cambará e os Amaral, são, durante dois
       séculos, o fio narrativo que unifica a
       história.
      Érico Veríssimo cria uma verdadeira
       saga romanesca, com todas as
       características: guerras intermináveis,
       aventuras, amores, traições, gerações
       que se sucedem. Isso cria um painel
       histórico da comunidade rio-grandense
       e do próprio Brasil. A obra é uma
       aglutinação de novelas, que ressaltam as
       figuras épicas de Ana Terra e do
       Capitão Rodrigo Cambará. Seu estilo é
TERCEIRA FASE MODERNISTA
             1945 / 1960
Aprosa, quer seja no romance ou nos
contos busca uma literatura intimista, de
sondagem psicológica, introspectiva, com
destaque para Clarice Lispector. Ao mesmo
tempo, o regionalismo adquire nova
dimensão com Guimarães Rosa e sua
recriação dos costumes e da fala sertaneja,
penetrando fundo na psicologia do jagunço
do Brasil central.
Guimarães Rosa (1908 - 1967)
                   Mineiro, formou-se em Medicina e
                    clinicou pelo interior, foi ministro e
                    pela carreira diplomática esteve em
                    Hamburgo, Bogotá e Paris. Foi
                    eleito membro da ABL e faleceu 3
                    dias depois de sua posse.
                   A obra de Guimarães Rosa é
                    extremamente inovadora e original.
                   Seu livro, Sagarana (1946), coloca
                    uma espécie de marco divisor na
                    literatura moderna do Brasil: é uma
                    obra que se pode chamar de
                    renovadora da linguagem literária.
                   Seu experimentalismo estético,
                    aliando narrativas de cunho
                    regionalista a uma linguagem
                    inovadora e transfigurada, veio
                    transformar completamente o
                    panorama da nossa literatura.
Clarice Lispector (1925 - 1977)
                Ucraniana, veio ainda bebê
                 para o Brasil - por isso,
                 sentia se “brasileira”. Era
                 formada em Direito. Em
                 1944 publica o livro que
                 escreveu durante o curso
                 universitário - Perto do
                 Coração Selvagem -
                 surpreendendo a crítica e
                 agradando ao público.
                Principal nome da prosa
                 intimista da moderna
                 literatura brasileira, sua obra
                 retrata o questionamento do
                 ser, do “estar-no-mundo”. A
                 pesquisa do ser humano
                 resulta no romance
                 introspectivo.
João Cabral de Melo Neto
          Pernambucano, passou a infância em
           engenhos de açúcar em contato com a
           terra e o povo (o que despertou seu
           interesse pelo folclore nordestino e pela
           literatura de cordel). Com a palavra
           escrita (livros e jornais, desde os dois anos
           de idade) e a parentela ilustre e culta
           (primo de Manuel Bandeira e Gilberto
           Freire), é eleito por unanimidade para a
           ABL (1969).
          Estreou em 1942 com Pedra do Sono de
           forte influência de Carlos Drummond de
           Andrade e Murilo Mendes. Ao publicar O
           Engenheiro, em 1945, traça os rumos
           definitivos de sua obra. Em 1956, escreve
           o poema dramático Morte e Vida
           Severina, que, encenado em 1966, com
           músicas de Chico Buarque, consagra-o
           definitivamente.
          Só pertence à Geração de 45 se levar-se
           em consideração o critério cronológico;
           pois esteticamente afasta-se da proposta
           do grupo.

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Panorama do modernismo no brasil

  • 1. PANORAMA DO MODERNISMO NO BRASIL MODERNISMO 2ª. GERAÇÃO – 1930/1945 MODERNISMO 3ª. GERAÇÃO – 1945/1960
  • 2. Segunda fase Modernista no Brasil - (1930-1945) Estende-se de 1930 a 1945. É um período rico na produção poética e também na prosa. O universo temático se amplia e os artistas passam a preocupar-se mais com o destino dos homens, o estar-no- mundo.
  • 3. Características Lança sobre a história nacional um olhar permeado de humor e ironia - " Em outubro de 1930 / Nós fizemos — que animação! — / Um pic-nic com carabinas." (Festa Familiar - Murilo Mendes) Verso livre e poesia sintética - " Stop. / A vida parou / ou foi o automóvel?" (Cota Zero, Carlos Drummond de Andrade) Nova postura temática - questiona mais a realidade e a si mesmo enquanto indivíduo. Tentativa de interpretar o estar-no-mundo e seu papel de poeta. Literatura mais construtiva e mais politizada.
  • 4. Surge uma corrente mais voltada para o espiritualismo e o intimismo (Cecília, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Vinícius) Aprofundamento das relações do eu com o mundo Consciência da fragilidade do eu - "Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do mundo" (Carlos Drummond de Andrade - Sentimento do Mundo) A perspectiva única para enfrentar os tempos difíceis é a união, as soluções coletivas - " O presente é tão grande, ano nos afastemos, / Ano nos afastemos muito, vamos de mãos dadas." (Carlos Drummond de Andrade - Mãos dadas)
  • 6. Carlos Drummond de Andrade  Mineiro, lecionou em Itabira e trabalhou na diretoria de um jornal comunista. Maior nome da poesia contemporânea, Drummond registrou a realidade cotidiana e os acontecimentos da época.  Sua poesia é marcada pelas ironia fina, lucidez e calma, traduzidas numa linguagem flexível, mas rica de dimensões humanas. Refletem os problemas do mundo e do ser humano diante dos regimes totalitários, da 2a Guerra Mundial e da Guerra Fria.  A poesia de Drummond apresenta momentos de esperança, mas prevalece a temática da descrença diante do rumo dos acontecimentos.  Nega formas de fuga da realidade, e volta-se para o momento presente.
  • 7. Murilo Mendes (1902-1975)  Mineiro, sua obra caminha das sátiras e poemas-piada ao estilo oswaldiano em direção à poesia religiosa, sem perder o contato com a realidade. Foi o poeta modernista mais influenciado pelo Surrealismo europeu. A Guerra foi tema de diversos poemas seus. Sua obra caracteriza-se pelo uso de novas formas de expressão e livre associação de imagens e conceitos.  A partir de Tempo e Eternidade (1935), parte para a poesia mística e religiosa. Sua poesia perpassa pelo dilema entre poesia e Igreja, finito e infinito, material e espiritual, tudo sem abandonar a dimensão social.  Empolgado com a beleza, afirmava que tudo era belo, pois tudo pertencia à Criação. Só as ações humanas justificavam o feio.
  • 8. Jorge de Lima (1898-1953)  Alagoano, ligado à política, estreia com a obra “XVI Alexandrinos”, fortemente influenciado pelo Parnasianismo, o que lhe deu o título de Príncipe dos Poetas Alagoanos. Mais tarde, sua obra caminha rumo a uma poesia social, paralela a uma poesia religiosa.  Na poesia social, apresenta a cor local por intermédio do resgate da memória do autor de menino branco com infância cheia de imagens de negros escravos e engenhos. Algumas vezes, amplia a abordagem social com denúncia das desigualdades sociais.
  • 9. Cecília Meireles  Órfã, carioca, foi criada pela avó, fez Magistério e lecionou Literatura em várias universidades.  Sua estreia dá-se com o livro Espectros (1919), participando da corrente espiritualista, sob a influência dos poetas que formariam o grupo da revista Festa (neo-simbolista).  As principais características de sua obra são a sensibilidade forte, o intimismo, a introspecção, a constante viagem para dentro de si mesma e a consciência da transitoriedade das coisas (tempo = personagem principal). Para ela, as realidades para serem vividas e não para se filosofar, são inexplicáveis.
  • 10. Vinícius de Moraes  Carioca, o Poetinha participou da MPB (desde a Bossa-nova) até sua morte. Tal como Cecília Meireles, iniciou sua carreira ligado ao neo- simbolismo da corrente espiritualista e também à renovação católica de 30.  Vários de seus poemas apresentam tom bíblico, mas, ao mesmo tempo, um sensualismo erótico. Essa dualidade acentua a contradição entre o prazer da carne e a formação religiosa. Valorizava o momento com presença de imediatismos (de repente, constante).  Uma temática constante em sua poesia era o jogo entre felicidade e infelicidade que muitas vezes associa a inspiração poética à tristeza, sem abandonar o viés social.
  • 12. Rachel de Queiroz  Cearense, em 1930, publicou o romance O Quinze, que lhe rendeu um prêmio e reconhecimento público.  Ativa na política, militante do PCB, foi presa em 1937 por causa de suas ideias esquerdistas. A partir de 1940 dedicou-se à crônica e ao teatro. Quebrou uma tradição ao tornar-se a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.  Sua obra caracteriza-se, a princípio, pelo caráter regionalista e sociológico, com enfoque psicológico, que tende a se valorizar à medida em que sua obra amadurece. O estilo é conciso, sua linguagem fluente, seus diálogos vivos e acessíveis, o que resulta numa narrativa dinâmica e enxuta.  Em O Quinze e João Miguel há coexistência do social e psicológico. Caminho de Pedras é o ponto máximo de sua literatura engajada e de esquerda (mais social e político). As Três Marias abandona o aspecto social, enfatizando a análise psicológica.
  • 13. José Lins do Rego (1901 - 1957)  Paraibano, grande representante da literatura regionalista do Modernismo. Em Recife, aproxima-se de José Américo de Almeida e Gilberto Freire, intelectuais responsáveis por divulgarem o Modernismo no nordeste e pela preocupação com a temática regionalista. Mais tarde conhece também Graciliano Ramos e vai para o Rio de Janeiro, onde participa ativamente da vida literária. Sua infância no engenho influenciou fortemente sua obra.  As obras Menino de Engenho, Doidinho, Banguê, Moleque Ricardo, Usina e Fogo Morto compõem o que se convencionou chamar de “ciclo da cana de açúcar”. Nelas, J. L. Rego narra a decadência dos engenhos e a transformação pela qual passam a economia e a sociedade nordestina.  Seu processo narrativo se fixa no molde tradicional da literatura realista: linearidade, construção do personagem baseado na descrição dos caracteres, linguagem coloquial, registro da vida e dos costumes. O tom memorialista conduz uma literatura que testemunha uma sociedade em desagregação (...)
  • 14. Graciliano Ramos (1892-1953)  Alagoano, jornalista e político, estreia com Caetés (1933). Em Maceió, conheceu alguns escritores do grupo regionalista: J. L. Rego, Jorge Amado, Raquel de Queiroz. É nessa época que redige S. Bernardo e Angústia.  Envolvido na política, é preso e acusado de comunismo e essas experiências pessoais são retratadas em Memórias do Cárcere. Em 1945, ingressa no PCB e empreende uma viagem aos países socialistas, narrada no livro Viagem.  Tido como grande romancista moderno da literatura brasileira, levou ao extremo a tensão presente nas relações: homem-meio natural e homem-meio social. Mostrou que tais tensões são capazes de moldar personalidades e transformar comportamentos, e até gerar violência.  A luta pela sobrevivência é a ligação entre seus personagens; a lei maior é a lei da selva. A morte é constante em suas obras como final trágico e irreversível (suicídios em Caetés e São Bernardo, assassinato em Angústia e as mortes do papagaio e da cadela Baleia em Vidas Secas).
  • 15. Jorge Amado  Nascido na zona cacaueira baiana, morou em Salvador e essas referências são inspiração para suas obras. Estreia com O País do Carnaval. É levado por Rachel de Queiroz a filiar-se ao PCB, partido pelo qual, mais tarde, torna-se deputado. Sofre perseguições políticas, é preso e exilado.  Na ficção de Jorge Amado convivem lirismo, sensualismo, misticismo, folclore, idealismo, engajamento político, exotismo. Esse painel bastante rico, aliado a uma linguagem coloquial, fluida, espontânea, aparentemente sem elaboração, é responsável pela grande aceitação popular de sua obra. Seus heróis são marginais, pescadores, marinheiros, prostitutas e operários; todos personagens de origem popular. Sua obra está ambientada no espaço rural e urbano da Bahia e seu aspecto documental a torna autenticamente regionalista.
  • 16. Érico Veríssimo  Escritor de grandes dimensões, sua produção inclui romances, crônicas, literatura infantil. Os romances que compõem a trilogia O Tempo e o Vento (O Continente, O Retrato, O Arquipélago) desenham a história de várias gerações: sucedem-se as lutas entre portugueses e espanhóis, farrapos e imperiais, maragatos e pica-paus (nomes dos partidos em guerra política). Duas famílias, os Terra Cambará e os Amaral, são, durante dois séculos, o fio narrativo que unifica a história.  Érico Veríssimo cria uma verdadeira saga romanesca, com todas as características: guerras intermináveis, aventuras, amores, traições, gerações que se sucedem. Isso cria um painel histórico da comunidade rio-grandense e do próprio Brasil. A obra é uma aglutinação de novelas, que ressaltam as figuras épicas de Ana Terra e do Capitão Rodrigo Cambará. Seu estilo é
  • 17. TERCEIRA FASE MODERNISTA 1945 / 1960 Aprosa, quer seja no romance ou nos contos busca uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com destaque para Clarice Lispector. Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire nova dimensão com Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central.
  • 18. Guimarães Rosa (1908 - 1967)  Mineiro, formou-se em Medicina e clinicou pelo interior, foi ministro e pela carreira diplomática esteve em Hamburgo, Bogotá e Paris. Foi eleito membro da ABL e faleceu 3 dias depois de sua posse.  A obra de Guimarães Rosa é extremamente inovadora e original.  Seu livro, Sagarana (1946), coloca uma espécie de marco divisor na literatura moderna do Brasil: é uma obra que se pode chamar de renovadora da linguagem literária.  Seu experimentalismo estético, aliando narrativas de cunho regionalista a uma linguagem inovadora e transfigurada, veio transformar completamente o panorama da nossa literatura.
  • 19. Clarice Lispector (1925 - 1977)  Ucraniana, veio ainda bebê para o Brasil - por isso, sentia se “brasileira”. Era formada em Direito. Em 1944 publica o livro que escreveu durante o curso universitário - Perto do Coração Selvagem - surpreendendo a crítica e agradando ao público.  Principal nome da prosa intimista da moderna literatura brasileira, sua obra retrata o questionamento do ser, do “estar-no-mundo”. A pesquisa do ser humano resulta no romance introspectivo.
  • 20. João Cabral de Melo Neto  Pernambucano, passou a infância em engenhos de açúcar em contato com a terra e o povo (o que despertou seu interesse pelo folclore nordestino e pela literatura de cordel). Com a palavra escrita (livros e jornais, desde os dois anos de idade) e a parentela ilustre e culta (primo de Manuel Bandeira e Gilberto Freire), é eleito por unanimidade para a ABL (1969).  Estreou em 1942 com Pedra do Sono de forte influência de Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes. Ao publicar O Engenheiro, em 1945, traça os rumos definitivos de sua obra. Em 1956, escreve o poema dramático Morte e Vida Severina, que, encenado em 1966, com músicas de Chico Buarque, consagra-o definitivamente.  Só pertence à Geração de 45 se levar-se em consideração o critério cronológico; pois esteticamente afasta-se da proposta do grupo.