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1. Comprimidos:
       a) Quais as vantagens dos comprimidos?
       Precisão na dosagem, boa conservação, rapidez e economia na preparação, boa apresentação, reduzido
volume, fácil deglutição e múltiplas aplicações possíveis.
       b) Quais os tipos de comprimidos?
       Conforme a via de administração podemos considerar: comprimidos de absorção gastrointestinal (para
serem deglutidos e os comprimidos efervescentes), comprimidos sublinguais, comprimidos para implantação,
comprimidos para aplicação local (bucais e vaginais) e comprimidos para preparação de soluções desinfectantes.
       2. Distingue:
       a) Solução de suspensão e de emulsão.
       As soluções são formas farmacêuticas líquidas obtidas por dissolução de uma ou mais substâncias
medicamentosas num solvente apropriado. O seu aspecto é límpido e homogéneo.
       As suspensões são também formas farmacêuticas líquidas de aspecto turvo ou leitoso, constituídas pela
dispersão de um sólido insolúvel num veículo líquido ou semilíquido.
       As emulsões são formas farmacêuticas líquidas de aspecto leitoso ou cremoso, resultantes da dispersão de
um líquido num outro líquido com o qual não seja miscível, geralmente à custa de um agente emulsivo. Uma
emulsão tem por isso duas fases, uma aquosa e outra oleosa.
       b) Creme de pomada e de pasta.
       As pomadas são formas farmacêuticas semi-sólidas untuosas preparadas com excipientes gordurosos;
       Os cremes são também formas farmacêuticas semi-sólidas que são mais fluídos do que as pomadas e são
preparados com excipientes emulsivos.
       As pastas são formas farmacêuticas semi-sólidas mais consistentes que as pomadas, pois contêm grande
quantidade de pós insolúveis no excipiente.
       3. Explique porque é que o espectro de acção do antibiótico varia ao longo do tempo e diga quais os
factores que o influenciam.
          O espectro de acção antibacteriano de um etiotrópico define-se na prática, pela gama de bactérias em
relação às quais as concentrações inibitórias mínimas (CIM) podem ser atingidas, no Homem, no local da infecção
clínica. Assim, este varia ao longo do tempo, devido ao facto de bactérias consideradas sensíveis, passem a ser
resistentes aos antibióticos. Elas aprendem a defender-se dos antibióticos, mutando-se geneticamente e criando
novos inibidores dos antibióticos. Estes novos organismos “recém criados”, são mais resistentes e de fácil
adaptação ao meio, sendo assim geneticamente superiores, quando comparados os seus genes com os nossos.
          Os factores que influenciam o espectro de acção dos antibióticos são: as causas que favorecem o
estabelecimento de concentrações elevadas no local da infecção e as causas que impossibilitam que a CIM se atinja
no foco infeccioso. Destas últimas, podemos ainda salientar, as causas farmacocinéticas (inactivação e excreção
muito rápidas e acesso difícil ao local da infecção) e causas toxicológicas.
       4. Quais os factores que influenciam a absorção dos fármacos e explique-os.
          Os factores que influenciam a absorção dos fármacos dependem da via e da forma farmacêutica que
estamos a administrar, no entanto, há factores que são gerais, nomeadamente:
       • Área de absorção – a absorção é tanto maior, quanto maior é a área de absorção. Ex.: a enorme área de
absorção das vilosidades intestinais e dos alvéolos pulmonares;
       • Tempo de contacto – a absorção é tanto maior, quanto maior é o tempo de contacto da substância
medicamentosa com a “parede” da estrutura absorvente;
       • Intimidade de contacto – quanto mais íntimo for o contacto da substância medicamentosa com a
superfície de absorção, mais completa e efectiva é essa absorção;
       • Intensidade de irrigação – quanto mais irrigada é a superfície absorvente, mais intensa e completa é a
absorção;
       • Espessura da estrutura absorvente – a absorção é tanto mais rápida, quanto menos espessa for a
estrutura absorvente.
       5. Quais os efeitos secundários do Paracetamol? Qual era o antagonista que utilizaria para travar a
acção tóxica do fármaco e explique o que é que o antagonista faz.
          O Paracetamol é um derivado dos para-aminofenólicos e tem acção analgésica e antipirética.
          Os efeitos secundários do Paracetamol são:
       • Hipersensibilidade, meta-hemoglobinemia e anemia hemolítica;
       • Para doses superiores às terapêuticas (10 a 15g) causa necrose (morte rápida) hepática;
       • Usado cronicamente nas doses de 3 a 8g/dia, pode causar hepatite tóxica.
       No caso de uma intoxicação pelo Paracetamol, o antagonista a usar seria N-acetilcisteína.
O antagonista acelera algumas vias metabólicas do tóxico, faz bloqueio competitivo da via metabólica do
tóxico, compete por receptores específicos, recupera ou supera a alteração funcional restaurando a função
bloqueada pelo tóxico.
       6. Diga em que situações recorrer ao vómito não é o melhor processo para evitar uma intoxicação.
          Na intoxicação por via digestiva, o uso do vómito não é tão eficiente com o uso de eméticos.
          Eméticos utilizados:
   • Xarope de ipeca – contra-indicado em intoxicações por antiméticos;
   • Apomorfina – contra-indicado em doentes intoxicados com depressores ou com respondência lenta e difícil;
   • Lavagem gástrica – fazer apenas quando as funções vitais são suficientes;
   • Aspiração gástrica – indicada apenas em caso de doente inconsciente;
   • Purgantes – aumenta o trânsito intestinal.
       7. Define farmacodinâmica e receptor. Dê dois exemplos de fármacos que não sejam mediados por
receptores.
          Farmacodinâmica é o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e do seu mecanismo de
acção. Estes estudos são muito importantes para a farmacologia uma vez que fornecem bases científicas para o uso
interior desses fármacos com finalidade preventiva, diagnostica ou terapêutica. Assim sendo, a farmacodinâmica é
uma das divisões da farmacologia.
          Receptores são componentes celulares onde se fixam os fármacos para assim poderem produzir os seus
efeitos. Dois exemplos de fármacos que não são mediados por receptores são: o manitol (usado para aumentar a
osmomidade de vários líquidos) e o 5-flúor-uracilo (antineoplásico).
       8. Distinga vias entéricas de parentéricas e dê dois exemplos de cada uma delas. Distinga
administração local de sistémica.
          Vias entéricas são as vias de administração em que a absorção se faz em determinada área do tubo
digestivo. Ex.: via sublingual, via oral e via retal.
          Vias parentéricas são as vias de administração em que a absorção se processa fora do tubo digestivo ou
então, a absorção não se processa. Ex.: via endovenosa, via intramuscular, via inalatória, via dórmica (percutânea)
e via subcutânea.
          Quando um medicamento é aplicado/administrado no local ou estruturas celulares onde a sua ação se vai
exercer, diz-se que se aplicou uma administração local ou tópica.
          Por sua vez uma administração sistémica é aquela que consiste na administração do fármaco por diversas
vias, mas depois este tem de chegar ao sangue para que assim seja distribuído pelos vários locais ou estruturas
celulares onde vai actuar.
       9. Defina placebo e diga as razões para o seu uso.
          Placebo são as substâncias usadas com a finalidade de efeito placebo (efeitos psicológicos, fisiológicos ou
psicofisiológicos de qualquer medicamento que não são devidos à sua actividade farmacológica) e podem ser
inertes ou activas. As principais razões que procuram justificar o uso do placebo são:
       • Como instrumento psicológico no tratamento de certos sintomas de doenças psíquicas;
       • Em trabalhos experimentais quando se procura determinar o verdadeiro efeito do fármaco, procura-se
excluir o fenómeno de sugestão.
       10. Diga quais são as ações adversas aos corticosteróides.
          As acções adversas aos corticosteróides podem ser divididas em dois grandes grupos:
       • Acção tóxica relacionada com doses elevadas e tratamentos prolongados (diabetes, úlcera péptica, atrofia
muscular, redistribuição dos depósitos de gordura, osteosporose, perturbações menstruais, acne e hirsutismo,
cataratas, atraso no crescimento, alterações psíquicas e intervenção no processo imunológico);
       • Acções resultantes da suspensão abrupta do fármaco (insuficiência supra-renal aguda com recuperação
funcional lenta).
          É sobretudo a duração da terapêutica que torna o aparecimento de acções adversas mais provável.
       11. Explique o que é que faria para que a excreção de um fármaco com substâncias ácidas fosse mais
rápida, visto que ela está a ser muito lenta.
          Para a eliminação de um fármaco podem usar-se os seguintes procedimentos:
       • Depuração biliar – pode ser útil para aumentar a eliminação de fármacos com semi-vida biológica longa;
       • Excreção urinária – os diuréticos são úteis nalguns tipos de intoxicações. Pode aumentar-se a excreção
variando o pH da urina;
       • Diálise – usa-se apenas quando o estado do doente é grave e não responde ao tratamento convencional ou
quando há desequilíbrio hidroelectrolítico ou ácido-base;
       • Ventilação artificial.
       12. Defina administração oral e administração sublingual.
A administração oral corresponde à via oral. Esta é a mais cómoda e mais frequentemente utilizada. Para
além da comodidade permite que seja o doente a auto administrar o fármaco e ainda oferece para um gama mais
ampla de fármacos, uma absorção satisfatória. A preparação farmacêutica (sólida ou líquida) é deglutida, chegando
assim ao estômago. A absorção vai fazer-se então sobretudo através da mucosa do estômago e do intestino
delgado.
          A administração sublingual permite uma absorção mais rápida porque a superfície é muito irrigada por
vasos sanguíneos, permitindo também a auto-administração. Há poucos fármacos para esta via porque o princípio
activo tem de ter características especiais, não pode ter mau sabor e deve ser lipossolúvel, uma vez que se vai
dissolver na boca e também não deve ser irritante. Esta via é usada em casos de emergência, pois permite uma
absorção rápida de substâncias medicamentosas.
       13. Que antagonista usaria para o tóxico Benzadiazepina? Justifique a sua resposta.
          Para o tóxico Benzadiazepina usaria o antagonista Flumazenil, que reverte os efeitos sedantes,
anticonvulsionantes, músculo relaxantes e amnésicos destes fármacos.
          A duração do efeito do Flumazenil depende de vários factores: dose administrada, dose de
Benzadiazepina previamente administrada, tempo que decorreu desde a toma de Benzadiazepina e da vida média
da Benzadiazepina utilizada.
          O Flumazenil possui uma acção competitiva no receptor actuando como antagonista puro.
       14. Defina:
          a) Acumulação.
          A acumulação acontece quando um medicamento é administrado com intervalos muito curtos, e a nova
dose administrada ainda vai de encontro à administração anterior, que ainda não foi excretada (eliminada).
          b) Sinergismo.
          Sinergismo acontece quando há um aumento da rapidez, intensidade e duração de um fármaco,
provocado por outro que é sinérgico deste.
          Existem dois tipos de sinergismo: sinergismo de adição, quando o efeito combinado dos medicamentos é
a soma algébrica dos efeitos de cada um, e sinergismo de potenciação, quando o efeito combinado é superior à
soma algébrica dos efeitos previstos para cada fármaco dado isoladamente.
          O sinergismo de potenciação pode ainda ser directo quando os fármacos agem no mesmo sentido mas por
mecanismos diferentes, ou indirectos quando há supressão duma função ou antagonista.
          c) Antidotismo.
          Antidotismo acontece quando um fármaco diminui o efeito de outro através de um contacto directo
(fármaco-fármaco).
          d) Taquifilaxia.
          Taquifilaxia é uma forma de tolerância adquirida que se manifesta logo após as primeiras administrações.
       15. Quais as medidas a tomar em caso de uma intoxicação cutânea por uma substância ácida?
          No caso de intoxicação cutânea, por uma substância ácida, deve-se usar uma substância que se opõe à
acção do tóxico actuando sobre o próprio tóxico, como antagonista. Assim sendo, deve lavar-se a zona com
bicarbonato de sódio, se a zona afectada forem os olhos, deve-se lavar com soluções de bicarbonato de sódio a
0,1%.
       16. Define biodisponibilidade e bioequivalência. Qual a importância de cada uma?
          Biodisponibilidade significa, ou é utilizada para descrever a quantidade e velocidade de absorção do
fármaco a partir da forma farmacêutica de apresentação.
          Bioequivalência consiste na utilização dos conhecimentos adquiridos pela biodisponibilidade, em estudos
comparativos de duas ou mais formulações diferentes, contendo no entanto, o mesmo princípio activo e
administradas na mesma dose.
          A importância de cada uma é enorme, a biodisponibilidade permite determinar a dose mais adequada
para uma determinada intensidade de acção.
          Os estudos da biodisponibilidade são de extrema importância para os doentes com disfunções cardíacas,
hepáticas ou renais, porque nestes a farmacocinética está alterada.
          A bioequivalência permite identificar os fármacos ou produtos para os quais resultaram falhas
terapêuticas e na prudência da selecção inicial do produto e no cuidado de alterações do produto, permite ainda
verificar se um fármaco é ou não equivalente ao outro.
       17. O que é afinidade de eficácia de um fármaco?
          Quando um fármaco tem a capacidade de se tirar sobre os receptores diz-se que tem afinidade.
          Quando um fármaco tem a capacidade de produzir um efeito após a fixação sobre os receptores diz-se
que ele tem actividade intrínseca ou eficácia.
       18. Distingue agonista de antagonista.
          Um agonista é um fármaco que possui tanto a capacidade de afinidade como a eficácia ou actividade
intrínseca, enquanto que um antagonista só possui afinidade.
19. Mencione as teorias fundamentais que explicam a interacção fármaco-receptor.
       • Teoria da ocupação – a resposta é função da ocupação dos receptores;
       • Teoria da velocidade – a resposta é função da velocidade com que os receptores são ocupados;
       20. Explica em que consiste antagonismo competitivo e não competitivo.
           Antagonismo competitivo é um antagonismo marcado por dois acontecimentos:
       • A força que os prende aos receptores é fraca, desfazendo-se com facilidade e o agonista pode removê-lo
por competição – antagonismo competitivo em equilíbrio;
       • As ligações que prendem o antagonista aos receptores são tipo covalente (irreversível) – antagonismo
competitivo não em equilíbrio.
           Antagonismo não competitivo é o antagonismo que resulta de agonismo de sentido contrário e que se
pode designar com antagonismo funcional, uma vez que há oposição de função.
       21. Quais os sintomas que manifestam o salicilismo?
- Salicilismo é uma intoxicação crónica, que provoca alterações no quadro neurológico e que se caracteriza por:
       • Zumbidos e surdez (sinais mais precoces);
       • Cefaleias, vertigens e tonturas;
       • Perturbações visuais, confusão mental e astenia;
       • Náuseas e vómitos.
           Numa intoxicação aguda surgem ainda outros sintomas, como modificações respiratórias, do equilíbrio
ácido-base e térmicas.
           É provocado pelo AAS.
       22. Quais os efeitos laterais das Cefalosporinas?
       • Reacções alérgicas – são relativamente pouco tóxicas, sendo o risco de hipersensibilidade idêntico para
todas as cafalosporinas. Os fenómenos de hipersensibilidade manifestam-se através da urticária que pode evoluir
para dermatite esfoliativa. Excepcionalmente podem provocar uma reacção anafiláctica. Pode existir sensibilidade
cruzada com as penicilinas;
       • Nefrotoxicidade – A cefaloridina é nefrotóxica. A cefalotina aumenta a nefrotoxicidade dos
aminoglicosídeos quando usada cronicamente.
           Para além destes pode provocar ainda tromboflebites, quando administrada qualquer cafalosporina por
via endovenosa.

                                                 FREQUÊNCIA
     1.
     a) Definir efeito local e efeito sistémico.
     b) Definir vias entéricas e parentéricas.
     2.
     a) Enunciar as vantagens dos comprimidos.
     b) Identificar os comprimidos segundo a via de administração.

     3. Identificar o local de aplicação de enema, colírio, xarope e colutório.
     4. Enunciar os factores de uma distribuição não uniforme.
     5.
     a) Descrever a excreção dos fármacos por via renal.
     b) Exemplificar porque é que a excreção dos fármacos é influenciada pelo pH do filtrado glomerular.
     6. Enunciar as regras no momento da administração dos fármacos.
     7.
     a) Definir afinidade e actividade intrínseca.
     b) Enunciar os mecanismos de acção não mediados por receptores.
     8.
     a) Definir acumulação.
     b) Qual a posologia a adoptar perante o fenómeno de acumulação.
     9. Definir redistribuição, sensibilidade cruzada, idiossincrasia e efeito iatrogénico.
     10. Identificar o espectro de acção e os efeitos laterais dos aminoglicosídeos.
     11. Definir expansores plasmáticos e identificar líquidos que se possam utilizar.
     12. Enunciar as consequências da hipercalémia e as preparações que dispomos para a regular.
OUTROS APONTAMENTOS
      Farmacologia – ciência que estuda os fármacos, ou seja, o estudo das propriedades físicas, químicas, efeitos e
transformações dos fármacos.
      Droga – ingrediente ou substância simples de natureza animal, vegetal ou mineral que serve, em regra, à
fabricação de outros produtos, estes de natureza medicinal ou química.
      Fármaco – tipo especial de droga, isto é, droga que pode ser utilizada para o tratamento, prevenção ou
diagnóstico de doença.
      Medicamentos – substâncias que introduzidas no organismo ou aplicadas na sua superfície, modificam o seu
funcionamento para melhor (efeito benéfico).
      Venenos ou tóxicos – substâncias que introduzidas no organismo ou aplicadas na sua superfície são capazes
de provocar perturbações orgânicas ou funcionais.
      Efeito medicamentoso, farmacológico ou terapêutico – acção dos fármacos sobre os sistemas vivos.
      Reacções adversas, nocivas ou tóxicas – efeitos que podem agravar o estado do indivíduo ou fazer aparecer
outras doenças.
      Efeitos secundários ou colaterais – reacções adversas que surgem com doses médias do medicamento (doses
terapêuticas).
      Efeitos tóxicos – reacções adversas que surgem por exagero da dosagem.
      Dose – quantidade de medicamento que vai ser administrada para produzir um efeito desejado.
      Doses terapêuticas – doses situadas entre a dose mínima (mínima dose susceptível de exercer acção
terapêutica) e a dose máxima (dose do medicamento com a qual conseguimos obter efeito máximo e doses
superiores podem provocar efeitos tóxicos).
      Margem terapêutica ou zona manejável – intervalo entre as doses mínimas e máximas englobando pois
todas as doses terapêuticas.
         A Farmacologia abarca campos tão diversos que compreendem: a farmacognosia (origem e propriedade
dos fármacos de origem natural), a farmacotecnia ou farmácia galénica (transforma as formas simples em
formas farmacêuticas – medicamento pronto a ser utilizado), a farmacodinâmica (estuda os mecanismos de
acção e os efeitos físico e biológicos no nosso organismo – o que acontece depois da administração do fármaco), a
farmacocinética (transformações e percurso do medicamento à medida que passa pelo nosso organismo), a
farmacologia molecular (responsável pela síntese química), a farmacogenética (associa ou justifica o
aparecimento de efeitos diferentes em pessoas diferentes – através da genética) a farmacologia clínica (estudo
da aplicação de determinados medicamentos nos seres humanos – área experimental para comprovar a eficácia do
fármaco), a terapêutica ou farmacoterapia (aplicação dos fármacos disponíveis para o tratamento de
determinadas doenças) e a toxicologia (estudo dos efeitos tóxicos, secundários, não desejados, pela administração
de drogas).
      Idiosincrosia – alteração qualitativa do fármaco.
      Hipersensibilidade – alteração quantitativa do fármaco.

                                      DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS
      Novo fármaco – substância química de origem sintética, animal ou vegetal, ainda não administrada no
Homem, ou mesmo quando já administrada, não tenha de todo a sua eficácia e segurança conhecida. São
introduzidos por:
      • Acaso (novo ou com novas indicações – novos efeitos; erro em laboratório);
      • Triagem empírica (aplicação repetitiva do fármaco);
      • Extracção de princípios activos de vegetais (fármacos para compensar falhas);
      • Modificação molecular de medicamentos conhecidos (alteração química dos fármacos);
      • Planeamento racional (planear antes de elaborar o fármaco).
      Efeito placebo – efeitos psicológicos, fisiológicos ou psicofisiológicos de qualquer medicamento que não são
devidos à sua actividade farmacológica.

      Placebo – são as substâncias usadas com a finalidade de efeito placebo e podem ser inertes ou activas. As
principais razões que procuram justificar o uso do placebo são:
      • Como instrumento psicológico no tratamento de certos sintomas de doenças psíquicas;
• Em trabalhos experimentais quando se procura determinar o verdadeiro efeito do fármaco, procura-se
excluir o fenómeno de sugestão.

      Ensaios pré-clínicos – realizados em laboratório e em animais e incluem ensaios físico-químicos,
farmacocinéticos, farmacodinâmicos (DE50 – Dose Efectiva – determinar a eficácia do medicamento) e
toxicológicos (DL50 – Dose Letal para 50% da população, se for mais baixo, o fármaco corre riscos).

     ENSAIOS CLÍNICOS – DIVIDEM-SE EM 4 FASES:
     • Fase I – Primeiros ensaios em voluntários sadios para avaliação da segurança e toxicidade do fármaco;
     • Fase II – São os primeiros ensaios realizados num pequeno número de pacientes. O objectivo é
determinar a dose terapêutica e a formulação mais adequada;
       • Fase III – É semelhante à fase anterior mas o número de pacientes é significativamente maior. É avaliada
a eficácia e segurança do medicamento e a amostra maior permite a aprovação generalizada do medicamento;
       • Fase IV – Permite retirar informações adicionais que reflectem a realidade do médico frente à doença no
hospital. Esta fase tem ainda outras finalidades como estabelecer novas indicações e esquema posológicos.
       Farmacovigilância – tem por objectivo descobrir com maior brevidade possível os efeitos adversos
causados e registar as suas características.

                                           TIPOS DE ENSAIOS CLÍNICOS
      Não controlados – administração do fármaco a um grupo de pacientes sem grande rigor de selecção de
diagnóstico e sem grupo controlo.
      CONTROLADOS:
      • Abertos – Tanto o médico como o paciente sabem que é um ensaio clínico. O objectivo é identificar
características do fármaco e os seus resultados devem ser posteriormente confirmados por ensaio controlado
cego;
      • Cegos:
      • Simples cego – Apenas os pacientes não sabem o medicamento que lhes é administrado;
      • Duplo cego – Tanto o médico como o paciente desconhecem o fármaco (ou placebo) que está a ser
administrado.

                                   FORMAS FARMACÊUTICAS
     São produtos elaborados a partir das drogas de modo a poderem ser administrados no organismo.
     As formas farmacêuticas são, fundamentalmente, de 3 tipos, consoante o modo de obtenção:
     • Oficinais, constam da Farmacopeia;
     • Magistrais, executadas segundo fórmulas e indicações pormenorizadas fornecidas pelo médico;
     • Especialidades Farmacêuticas, que se encontram comercializadas e produzidas pela indústria
farmacêutica.

      FORMAS SÓLIDAS
      Pó – é constituído por um conjunto de partículas de dimensões variáveis mas com relativa homogeneidade.
Podem classificar-se em simples ou compostos (mais do que uma substância) e podem servir para a obtenção de
outras formas farmacêuticas;
      Grânulos ou sacaretos granulados – são formas farmacêuticas com aspecto de pequenos grãos mais ou
menos irregulares;
      Comprimidos – são formas farmacêuticas de forma discóide, cilíndrica ou lenticular, mas podendo ter
qualquer outra forma de dimensões e peso variáveis sem ou com revestimento (drageias), obtidos por compressão
directa da substância medicamentosa, mas quase sempre necessitam de granulação prévia e adição de adjuvantes
inócuos.
       Vantagens:
      • Precisão na dosagem;
      • Boa conservação;
      • Rapidez e economia na preparação;
      • Boa apresentação;
      • Reduzido volume;
      • Fácil deglutição;
• Múltiplas aplicações possíveis.
         Conforme a via de administração podemos considerar:
      • Comprimidos de absorção gastrointestinal (para serem deglutidos e os comprimidos efervescentes);
      • Comprimidos sublinguais;
      • Comprimidos para implantação;
      • Comprimidos para aplicação local (bucais e vaginais);
      • Comprimidos para preparação de soluções desinfectantes.
      Pílulas – são formas farmacêuticas de consistência firme de peso reduzido, destinadas a serem deglutidas
sem mastigar e de forma esférica;
      Drageias – são comprimidos revestidos, em que o revestimento destina-se a dar-lhes:
      • Melhor aspecto;
      • Evitar a desagregação no estômago;
      • Prolongar a acção do princípio activo;
      • Melhorar a conservação;
      • Evitar qualquer aroma ou sabor desagradável que possuam.
      Pastilhas – são geralmente achatadas e circulares ou alongadas, destinadas a dissolverem-se lentamente na
boca e que são preparadas por moldagem de uma massa plástica constituída por um excipiente de mucilagens;
      Cápsulas – são formas farmacêuticas constituídas por invólucros gelatinosos de forma e dimensões
variáveis contendo substâncias medicamentosas sólidas, líquidas ou pastosas. O acondicionamento nas cápsulas:
      • Evita cheiros ou sabores desagradáveis;
      • Permite uma rápida libertação;
      • Podem ter revestimento gastroresistente.
         Podem subdividir-se em:
      • Cápsulas duras – quando os invólucros são apenas constituídos por gelatina, possuem 2 opérculos que
encaixam perfeitamente um no outro. Destinam-se a conter medicamentos sólidos;
      • Cápsulas moles – quando são formadas por gelatina adicionada de emolientes, apresentam-se como um
invólucro único destinando-se não só a conter medicamentos sólidos, mas principalmente líquidos ou pastosos.
      Supositórios – são formas farmacêuticas de forma cónica ou ovóide que fundem à temperatura corporal e
destinados a serem introduzidos no recto;
      Óvulos – são formas farmacêuticas de consistência mole ou sólida de forma semelhante à dos supositórios e
destinados a serem introduzidos na cavidade vaginal;
         Velas/Lápis – Nitrato de Prata, usado para cicatrização da ferida, queimando tecidos em crescimento
excessivo;
         Papéis – são apenas embalagens de medicamentos.

     FORMAS SEMI-SÓLIDAS
      São preparações farmacêuticas de consistência mole destinadas a serem usadas externamente para acção
tópica ou geral e também com fins de lubrificação. Consoante o aspecto, consistência ou composição do excipiente
podem classificar-se:
      • Pomadas – Quando são untuosas preparadas com excipientes gordurosos;
      • Cremes – Que são mais fluídos que as pomadas, preparados com excipientes emulsivos tipo água em óleo
ou óleo em água;
      • Pastas – Pomadas de maior consistência, espessas pois contém grande quantidade de pós insolúveis no
excipiente;
      • Geleias – O meio de dispersão é a água e gelatinas.
         Podemos incluir neste grupo as preparações para aplicação transdérmica (selos) que normalmente estão
impregnadas de substâncias na forma semi-sólida que amolece à temperatura do corpo aderindo à pele para ser
absorvida
     FORMAS LÍQUIDAS
         Soluções – são obtidas por dissolução de uma ou mais substâncias medicamentosas num solvente
apropriado. O seu aspecto é límpido e homogéneo;
         Suspensões – são preparações de aspecto turvo ou leitoso, constituídas pela dispersão de um sólido
insolúvel num veículo líquido ou semilíquido;
Emulsões – são preparações de aspecto leitoso ou cremoso, resultantes da dispersão de um líquido num
outro líquido com o qual não seja miscível, geralmente à custa de um agente emulsivo. Uma emulsão tem por isso
duas fases, uma aquosa e outra oleosa.
         FORMAS FARMACÊUTICAS ESPECIAIS QUE USAM UM OU MAIS DOS SISTEMAS ANTERIORES OU FORMAS
DE ADMINISTRAÇÃO:
      • Gotas – solução, suspensão ou emulsão. Contidas no frasco conta-gotas. Permitem aumentar ou diminuir
a dose. Podem ser orais, auriculares ou oftálmicas (colírios);
      • Colutórios – soluções para aplicação na boca. Forma consistente para aderir à parede da boca, para efeito
antisséptico. Efeito local;
      • Loção – Emulsão para aplicação na superfície da pele, com ou sem fricção. Lubrificação e protecção se
não contiverem princípio activo;
      • Xaropes – soluções ou suspensões, com aspecto viscoso porque são constituídos por elevada porção de
açúcar, sabor doce. Administradas às colheres;
      • Clisteres ou enemas – Administrados por via rectal. Bisnaga com cânula, Podem ser de limpeza
(intestinal), ou ter princípio activo (purgantes) para acção local (antiinflamatórios) ou para serem absorvidos de
igual modo aos supositórios;
      • Preparações injetáveis – solução, suspensão ou emulsão. Utilizadas na via parentérica (administração
directa no tecido). Prontas a ser utilizadas ou preparações extemporâneas.

      CICLO GERAL DOS MEDICAMENTOS __ FARMACOCINÉTICA
    Pode haver a aplicação tópica ou local, e a aplicação sistémica (obriga a passagem do fármaco por
membranas).

     APLICAÇÃO SISTÉMICA
      Considera as vias Entéricas(fármaco absorvido no tubo digestivo) e Parentéricas (absorvido na pele ou
introduzido nos tecidos através de agulhas e outras técnicas).
      Fatores que influenciam a absorção dos medicamentos:
     •   Área de absorção(>área>absorção)
     •   Tempo de contacto(>tempo>absorção)
     •   Intimidade de contacto(>intim.>absorção)
     •   Intensidade de irrigação(>int.>absorção)
     •   Espessura da área de absorção(<espessura>absorção)

     VIAS PARENTÉRICAS
      Via endovenosa ou intravenosa- não há absorção o fármaco é colocado directamente no sangue, é
rápido, obriga a recorrer a terceiros especializados. Riscos:
      o Aparecimento de embolia (intupição de um canal_forma um caroço)
      o Possibilidade de reacções alérgicas(como reacções anafiláticas, choque)
      o Efeitos cardiovasculares(se a administração ñ for lenta pode causar lesões cardiovasculares, bem como
pode afectar o cérebro)
        Vantagens:
      o Rápidos a actuar
      o Permite administração de fármacos que seriam destruídos por outras vias
      o Pode-se administrar grandes quantidades de líquidos
      o Pode ser usado para fármacos que poderiam provocar destruição das paredes musculares
      o Permite que chegue a dosagem mais precisa ao sangue (reduzindo as eliminações por outros factores)
       Via intramuscular – administração num tecido muscular, é útil quando ñ se pode utilizar a via ora, a
absorção é idêntica à oral e dá-se entre 10 a30 minutos após a administração . dá-se sob a forma de suspensões
(+dolorosas +viscosa – para absorção prolongada e por vezes ainda têm que sofrer transformação antes de
exercerem efeito), sob forma de soluções para libertação imediata, e ainda sob a forma de soluções Depôt(de
acção prolongada
      Desvantagens
      o Irritação, dor no local
      o Impossível a autoadministração,
      o Ñ permite a administração de grandes quantidades de líquidos
 Via inalatória – os pulmões têm grande superfície de absorção, é fino e muito vascularizado -- usam-se
essencialmente fármacos para tratar doenças pulmonares . Utilizam aerossóis para libertar o PA
       Vias subcutânea –administração na derme (dolorosa porque a pele é mais sensível a irritações)
absorção mais lenta , maior possibilidade de autoadministração (pode ser utilizada na administração de formas
sólidas que duram anos sem mexer)
       Via óssea , etc.

     VIAS ENTÉRICAS
      Via sublingual—fármaco colocado debaixo da língua –é rápido, ñ necessita de terceiros, utilizados em
situações de emergência(comprimidos pequenos e sem sabor para ñ haver secreção salivar—comprometia a
quantidade de fármaco que era absorvido)
       Via oral--+cómoda, o doente deglute a forma farmacêutica. A absorção depende de vários factores : o
Ph(qualquer substância atravessa melhor a parede na forma não ionizada—ião tende a ligar-se a outros na
membrana), caract. Do fármaco…
            Desvantagens
      o O tempo que vai da administração até que começa a fazer efeito
      o Ñ pode levar subst. Que sejam inactivadas por enzimas, sucos gástricos, etc.
      o Pode levar a irritação
      o Uma das primeiras passagens do fármaco é pelo fígado e algumas substâncias podem ser eliminadas no
metabolismo, especialmente quando os fármacos têm grande facilidade em ser metabolizados
       Via retal—tem capacidade de absorver por difusão simples, mas o espaço de absorção é menor, o que é
um inconveniente
      Vantagens
      o cómoda para as crianças com alguma resistência a fármacos
      o ñ se sente o mau cheiro nem o mau sabor
      o ñ passa pela metabolização inicial do fígado

                                DISTRIBUIÇÃO DO FÁRMACO PELO ORGÃNISMO
      Não é uniforme devido a ligações do fármaco a proteínas plasmáticas(a albumina é a essencial—esta ligação
ñ é estável, ñ permanente, mas quando está ligada ñ exerce função- não passa a parede dos capilares—quando []
do F no sangue é menor que no sangue, este liberta-se e passa para fora do sangue (para os metabolizadores) tem
que se ter a percentagem das ligações em conta a quando da dosagem),ou tecidulares(ñ é muito significativa, mas
tem que s ter em conta que alguns F exercem efeito ligados a estas proteínas), ligações a eritrócitos(os F
lipossolúveis—ligam-se à gordura, sendo posteriormente libertados gradualmente-- e arranjos morfofuncionais
(barreira hematocefálica—poucos F são capazes de chegar ao sistema nervoso central e por vezes para fazer
chegar um F ao SN é preciso administrar níveis tóxicos, mas por outro lado protege o SN de acção de um tóxico--,
barreira placentária)
      O fármaco tem que sair do sangue e ir para o meio extra ou intracelular dependendo do seu lugar de
acção(há F que ficam retidos no sangue)
      REDISTRIBUIÇÃO—depois de um F chegar a um local—zonas de metabolização, depois de terminar a acção
farmacêutica vai continuar a ser distribuído para os locais de maior afinidade, onde vai sendo eliminado.
      Biotransformação (metabolização) molécula sofre acção das enzimas e forma metabolitos (podem ou não
ter actividade farmacêutica)- são + hidrossolúveis(facilita a excreção) –tendem a ser ionizados – actividade
terapêutica pode permanecer ou ñ (há F que só os metabolitos são activos              prodroga – a toxicidade dos
metabolitos também pode ser maior, geralmente ñ é) ocorre no fígado essencialmente e sofre reacções de
oxidação redução e hidrólise. A velocidade de excreção é influenciada a intensidade de metabolização(a
insuficiência hepática pode levar ou á intoxicação ou à não acção. Ao administrar F em simultâneo podem se
afectar a nível da metabolização
      Excreção as vias são a renal ( o rim é um órgão muito irrigado e muito permeável—eliminação rápida—as
proteínas ligadas a F ñ são eliminados, metabolitos lipossolúveis são + facilmente excretados. Por exemplo o ác.
Acetilsalicílico (ác. Fraco) para aumentar a basicidade da urina administra-se bicarbonato de sódio, facilita-se a
eliminação. Para diminuir a basicidade da urina administram-se substâncias ácidas( ác. Ascorbico; a nível dos
neferónios algum F é eliminado e há outro que é reabsorvido, as doenças existentes também podem afectar a
eliminações.uma pessoa que toma um diurético também aumenta a eliminação de F) , biliar(as subst retidas são
lançadas no intestino sendo algum eliminado, mas pode voltar a ser absorvido e fazer efeito, porque ñ sofre
transformação) e respiratória(excreta subst. Administradas por esta via e gases que circulem no sangue),
secreções digestivas, glândulas lacrimais e sudoríparas, do trato genital.
Mecanismos de acção dos F—efeito terapêutico
       A maioria dos F tem que se ligar a receptores (o medicamento é criado para se ligar ao F, que se adapta a
este, o fármaco tem actividade intrínseca liga-se de acordo como modelo chave fechadura e exerce efeito e pode
ligar-se mas ñ exercer efeito no receptor diz-se que é extrínseco), da ligação resulta o efeito directo ou com
formação de biomoléculas, outros ñ se ligam a nada .
       Agonista—subst. Que consegue exercer efeito, afinidade + actividade
       Antagonista—ligam-se ao receptor evitando que outros se liguem e exerçam efeito e pode ser
competitivo(competição pelos receptores da molécula, o que existir em maior quant. Liga-se + facilmente)e o ñ
competitivo(antagonismo funcional, ligam-se aos receptores provocando o efeito contrário)
       Medicamentos ñ mediados por receptores—há reacções químicas entre o F e outras subst. (ex. diuréticos
osmóticos- reduzem a reabsorção de água , anestésicos gasosos, expansores plasmáticos, subst. Utilizadas para
neutralizar o Ph e para acidificar ou alcalinizar a urina.
       Quelação—fenómeno que ocorre em determinados antídotos- ião liga-se ao catião impedindo que eles se
soltem ex. EDTA- ant. do chumbo
        O F também pode ser incorporado numa célula—alguns citotópicos anticancerisnos entram nas células

                                         INALAÇÕES/AEROSSÓIS
      Não são formas farmacêuticas, mas sim uma maneira de administrar medicamentos no estado gasoso ou
partículas sólidas ou líquidas dispersas em gases, pela árvore respiratória.

                            ANTI-INLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES

        Acção analgésica, antipirética e anti-inflamatória.

     MECANISMO DE ACÇÃO
       Na presença de um síndroma doloroso pode intervir-se de várias formas:
     • Actua-se sobre a causa quando esta for conhecida;
     • Suprime-se o processo patológico que é responsável pela dor;
     • Inibe-se a sensação dolorosa.
              CLASSIFICAÇÃO

        SALICILATOS
      Derivados do Ácido Salicílico, sendo mais usado o Éster Salicílico do Ácido Acético (AAS).
         Possuem todos o mesmo efeito farmacológico o que permite referi-los aos AAS:
      • Como analgésico – eficaz nas dores do tipo somático e pouco intensas;
      • Como antipirético – a sua acção resulta do abaixamento do ponto de regulação do centro termo-
regulador;
      • Como anti-inflamatório – observa-se apenas para dores superiores;
      • Como anti-agregante plaquetário – interfere com a coagulação por dois mecanismos: inibição da
agregação plaquetária e redução dos níveis de protombina.
                                                   Efeitos colaterais
      O AAS produz acções metabólicas que dependem da dose:
      • Hipoglicémia, aumento da produção de corpos cetónicos e hiperglicémia;
      • Com doses elevadas produz alterações respiratórias, e alterações do equilíbrio ácido-base e electrolítico,
que com as doses mais elevadas poderá surgir insuficiência renal em consequência do colapso cardiovascular e
desidratação;
      • No rim:
      • Interfere com a eliminação do ácido úrico;
      • Efeitos renais dependentes da inibição da produção das PGs renais;
      • Irritação digestiva:
      • Pode traduzir-se apenas por mal-estar epigástrico, náuseas, vómitos, ou pode causar perdas de sangue;
      • Em 1% dos doentes surge úlcera péptica ao fim de 6 a 12 meses de tratamento;
      • Agressividade hepática:
      • Hepatotoxicidade que depende da dose (maior que 150 mg/ml);
      • Síndroma de Reye;
      • Efeitos de hipersensibilidade.
Farmacocinética
     Pode ser administrado por via oral, via parentérica e via rectal.
       Distribui-se por todos os tecidos e atravessa a barreira Placentária e Hematoencefálica.
       Liga-se às proteínas plasmáticas cerca de 80-90% (principalmente à Albumina).
       Elimina-se por via renal (a velocidade de eliminação depende do pH).

                                            Intoxicação aguda e crónica
      Na intoxicação crónica surge um quadro neurológico – salicílismo – que se caracteriza por:
      • Zumbidos e surdez são os sinais mais precoces;
      • Cefaleias, vertigens e tonturas;
      • Perturbações visuais, confusão mental e astenia;
      • Náuseas e vómitos.
         Na intoxicação aguda para além das alterações do Salicílismo surgem ainda modificações respiratórias, do
equilíbrio ácido-base e térmicas.

       DIFLUNISAL
    Difere do AAS por ter uma vias média mais longa, menor incidência de efeitos laterais e por não causar,
mesmo em doses elevadas, acidose metabólica e zumbidos.
    É destituído de efeitos antipiréticos.
    Pode causar hiperuricémia, logo nas primeiras doses.

        DERIVADOS DO ÁCIDO ANTRANÍLICO
      Ácido Mefenâmico, Ácido Flufenâmico, Ácido Niflúmico e a Glafenina.
      Têm sido progressivamente abandonados por não apresentarem vantagens ao AAS.
      O Etofenamato tem interesse no tratamento tópico em patologias inflamatórias superficiais, não devendo
ser utilizado quando a pele está inflamada ou ulcerada.

        DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO
      O principal é o Diclofenae.
      É rapidamente absorvido por via oral, a sua semi-vida é curta (4h).
      É intensamente metabolizado e os metabolitos são excretados pelo rim e pela bílis.
      Liga-se fortemente às proteínas plasmáticas (99%).
      Usa-se na dose de 75-200mg/dia, em 2 a 4 tomas.
      Os efeitos laterais são semelhantes aos dos AINEs, predominando a irritação digestiva e a elevação das
transaminases (reversível com a suspensão).

     DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÓNICO
      Ibuprofeno, Naproxeno, Flurbiprofeno, Cetoprofeno, Fenoprofeno, Fenbufeno e Oxaprosim.
      Acção semelhante à do AAS.
      São rapidamente absorvidos pelo tubo digestivo, ligam-se fortemente às proteínas plasmáticas (99%). São
intensamente metabolizados e os metabolitos eliminados pelo rim.
      As semi-vidas plasmáticas são muito variáveis ( 2 a 4h para o Ibuprofeno e 13h para o Naproxeno).
         Os efeitos laterais são semelhantes aos dos salicilatos, embora pareçam menos frequentes.
         Diferem entre si:
      • Na potência;
      • Na duração do efeito;
      • Na toxicidade.


      DERIVADOS PIRAZOLÓNICOS
         Antipirina, Aminopirina, Dipirona e Fenilbutazona.
         Dada a elevada toxicidade destes fármacos apenas a Fenilbutazona foi usada em terapêutica e apenas em
situações bem seleccionadas.
         Recentemente foi retirada do mercado.

     DERIVADOS DO INDOLE E INDENO
       Indometacina:
•   É muito bem absorvida por via digestiva, incluindo a via rectal;
      •   Liga-se intensamente às proteínas plasmáticas (99%);
      •   A metabolização dá-se no fígado, sendo a excreção por via urinária (60% + 10 a 20%) e por via biliar;
      •   Efeitos secundários mais frequentes são os digestivos e os neurológicos;
      •   Nas crianças dá-se uma redução das resistências às infecções.

      Sulmdae:
      • Menor incidência de efeitos digestivos e cefaleias;
      • Têm surgido efeitos tóxicos graves (depressão medular, hepatotoxicidade e sindrome paranóica).

          OXICAMS
      Paroxicam e Tenoxicam.
      São bem absorvidos no tubo digestivo, metabolizados no fígado, não se observando elevação dos níveis
plasmáticos em doentes com IR.
      São lentamente eliminados, com semi-vida plasmática bastante longa (até 48h).
      Toxicidade semelhante à dos outros AINEs, embora a incidência de hemorragias digestivas seja mais elevada
(idosos e doses maiores que 20mg/dia).

          DERIVADOS PARA-AMINOFENÓLICOS
      Paracetamol (acetaminofeno) e Fenacetina.
      Acção analgésica e antipirética semelhante à dos salicilatos, mas são destituídos de acção anti-inflamatória.
      Não interferem com a agregação plaquetária, não têm acções metabólicas e não modificam o equilíbrio
ácido-base ou a eliminação do Ácido Úrico.
      Estes fármacos são bem e rapidamente absorvidos por via oral.
      Ligam-se às proteínas plasmáticas numa % inferior a 50%.
      Estes fármacos são metabolizados pelas enzimas microssomáticas hepáticas.
      Os metabolitos são eliminados por via renal.
      A toxicidade é muito diferente dos salicilatos.
      Os efeitos laterais podem incluir:
      • Hipersensibilidade, meta-hemoglobinemia e anemia hemolítica;
      • O Paracetamol para doses muito superiores às terapêuticas (10 1 15g) produz necrose hepática;
      • O Paracetamol usado cronicamente nas doses de 3-8g/dia pode causar hepatite tóxica.
          NIMESULIDE
      Exerce uma actividade fraca de inibição de Prostaglandinas.
      Bem absorvido por via oral (pico plasmático em 2 a 3h), semi-vida de 3-5h e duração de acção de 6 a 8h.
      Excretado quase totalmente por via urinária.
      Os efeitos secundários incluem: pirose, náusea, gastralgia, erupção cutânea, sonolência, úlceras pépticas
e/ou hemorragias gastrointestinais.

NORMAS GERAIS DE UTILIZAÇÃO DE
ANALGÉSICOS, ANTIPIRÉTICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS
         Associações não apresentam vantagens.
         Profilaxia da úlcera gastrointestinal:
      • Fármacos que administrados com AINEs previnem a lesão da mucosa em doentes de risco (antecedentes
de úlcera péptica, idade avançada, etc.):
      • Inibidores da secreção ácida do estômago – antagonistas dos receptores H2 (Ranitidina), Omeprazol,
Pantoprazol, etc.;
      • Sucralfato;
      • Misoprostol – é um análogo sintético das PGs, substituindo a nível gastrointestinal as PGs cuja síntese é
inibida pelos AINEs.

     SELECÇÃO DE UM AINE
        Considerar criticamente se um AINE é o mais indicado para o problema específico e para o doente.
        Seleccionar o AINE mais indicado tendo em conta o diagnóstico, a segurança do fármaco, a presença de
doenças coexistentes e terapêutica concomitante.
        Explicar ao doente os objectivos, expectativas e riscos do tratamento.
Os riscos de toxicidade GI devem ser minimizados tomando os medicamentos com as refeições, em certos
doentes associando fármacos protectores da mucosa.
         Ter precauções extra em indivíduos idosos, grávidas, insuficientes renais, hipertensos, asmáticos, doentes
com estados edematosos, estados hemorrágicos e doentes que vão sofrer intervenções cirúrgicas ou que tomem
outros fármacos.
         Se os resultados forem desapontadores tentar um AINE alternativo em vez da adição de outro.

                                              CORTICOSTERÓIDES
          Betametasona, Deflazacort, Dexametasona, Hidrocortisona, Metilprednisolona e Prednisolona.
          Os corticosteróides produzidos nas glândulas supra-renais têm múltiplos efeitos no organismo, de entre
os quais:
      • Efeitos no metabolismo dos glúcidos, proteínas e lípidos;
      • Efeitos sobre o equilíbrio hidroelectrolítico;
      • Efeitos sobre as células sanguíneas, imunidade e inflamação;
      • Outros efeitos.
          As acções adversas aos corticosteróides podem ser divididas em dois grupos:
      • Acções tóxicas relacionadas com doses elevadas e tratamentos prolongados;
      • Acções resultantes da suspensão abrupta do fármaco.
          Usos terapêuticos:
      • Terapêutica substitutiva;
      • Estimulação da maturação pulmonar fetal;
      • Uso dos corticosteróides em patologia não endócrina:
      • Uso como anti-inflamatório;
      • Neoplasias;
      • Transplantações;
      • Como meio de diagnóstico.



      ACÇÕES TÓXICAS RELACIONADAS COM DOSES ELEVADAS E TRATAMENTO PROLONGADO

      •   Diabetes;
      •   Úlcera péptica;
      •   Atrofia muscular;
      •   Redistribuição dos depósitos de gordura;
      •   Osteosporose;
      •   Perturbações menstruais;
      •   Acne e hirsutismo;
      •   Cataratas;
      •   Atraso no crescimento;
      •   Alterações psíquicas;
      •   Intervenção no processo imunológico.

      ACÇÕES ADVERSAS RESULTANTES DA SUSPENSÃO ABRUPTA DO FÁRMACO
        Insuficiência supra-renal aguda.
        Recuperação funcional das supra-renais é lenta (6 a 8 meses).
        Esquemas posológicos para diminuir este período de normalização

      USO COMO ANTI-IMFLAMATÓRIOS
      • Diminuem a permeabilidade vascular;
      • Aumentam a resistência vascular;
      • Potenciam a acção vasoconstritora da noradrenalina;
      • Diminuem a acção local da histamina;
      • Deprimem a migração de células inflamatórias;
      • Diminuem a agressão das toxinas às células.
            Desaparecem o edema e a dor local
Aplicação pode ser:
     •   Sistémica;
     •   Local.
         A decisão da administração de um corticosteróide nas afecções crónicas é grave, pis envolve riscos.
         O doente deve ser informado dos riscos e do perigo de um quadro de supressão brusca.
         Algumas patologias onde os corticosteróides estão indicados:
     •   Artrite reumatóide;
     •   Osteoartrite;
     •   Doenças do colagénio;
     •   Edema cerebral;
     •   Acção antialérgica.

                                             ANTIBIÓTICOS
          FÁRMACOS ETIOTRÓPICOS.
          Tipo de acção:
       • Bactericida;
       • Bacteriostática.
          Espectro de acção:
       • Causas que impossibilitam que a CIM se atinja no foco infeccioso:
                        a) Causas farmacocinéticas:
       • Inactivação e excreção muito rápidas;
       • Acesso difícil ao local da infecção.
                        b) Causas toxicológicas.
       • Causas que favorecem o estabelecimento de concentrações elevadas no local da infecção.
       Mecanismo de acção dos antibióticos:
       • Inibição da síntese de enzimas – inibição da síntese da parede celular (Ex.: Penicilinas, Cefalosporinas,
Cicloserina, Vancomicina e drogas imidazólicas);
       • Drogas que actuam directamente sobre a parede citoplasmática, alterando a sua permeabilidade
(Ex.: Polixina, Anfotericina B e Nistatina);
       • Drogas que afectam a função dos ribossomas bacterianos, causando inibição da síntese proteica
(Ex.: Cloranfenicol, Tetraciclinas, Eritromicina e Clindamicina);
       • Drogas que se ligam à subunidade 30s dos ribossomas – inibição da síntese proteica (Ex.:
Aminoglicosídeos);
       • Drogas que afectam o metabolismo dos ácidos nucleicos (Ex.: Rifampicina, Quinolonas e
Metronidazol);
       • Bloqueio de etapas metabólicas específicas essenciais (Ex.: Trimetoprim e Sulfonamidas);
       • Análogos dos ácidos nucleicos que se ligam a enzimas virais essenciais impedindo a replicação
(Ex.: Aciclovir).

                                RESISTÊNCIA BACTERIANA AOS ANTIBIÓTICOS
       O espectro de acção de um antibiótico ao longo do tempo.
       Mecanismos de resistência bacteriana aos AB:
              a) Inactivação enzimática dos antibióticos (Ex.: β-lactamases);
              b) Modificação do alvo do antibiótico;
              c) Impermeabilidade ao antibiótico;
              d) Bombas de efluxo.
       Soluções para contrariar o desenvolvimento de resistências:
     • Produção de novos compostos activos contra as estirpes resistentes;
     • Limitar o uso indiscriminado e irracional de AB;
     • Utilização de inibidores das enzimas bacterianas que inactivam AB.

                                          ANTIBIÓTICOS β-LACTÂMICOS
     PENICILINAS AROMÁTICAS OU BENZILPENICILINAS
       Activas contra cocos Gram + e Gram -, alguns bacilos Gram + e reduzido número de bacilos Gram -.
       Podem ser administrados por via IM, o sal sódico ou potássico.
Dada a rápida excreção, houve necessidade de preparar formas depôt:
        • Penicilina-G-procaínica;
        • Penicilina-G-benzatinica.
            As formas depôt de Penicilina-G-procaínica e de Penicilina-G-benzatinica destinam-se à terapêutica da
sífilis e à profilaxia da febre reumática.
            Nas restantes patologias, onde estão indicadas, usam-se misturas de Penicilina Sódica ou Potássica e
formas depôt.
            Usos terapêuticos mais frequentes – infecções estreptocócicas, como por exemplo faringites, amigdalites,
sinusites, otites médias ou agudas, etc.
        ISOXAZOLPENICILINAS E METICILINA
            Embora a Meticilina não pertença ao grupo das Isoxazolpenicilinas o seu espectro de acção e interesse
terapêutico são sobreponíveis.
            Caracterizam-se pela sua grande resistência à inactivação pelas β-lactamases dos estafilococos aureus
resistentes às Benzilpenicilinas.
            Não são activas sobre bactérias Gram -.
            As Isoxazolpenicilinas não são inactivadas por ácidos  administração por via oral.
            A Meticilina não é absorvida por via oral.
            A Flucloxacilina é a Isoxazolpenicilina mais utilizada.
            O estafilococos aureus pode tronar-se resistente à Meticilina (meticilino-resistência).
        AMINOPENICILINAS
            Ampicilina, Bacampicilina, Amoxicilina, etc.
            Espectro mais alargado que as Benzilpenicilinas.
            São muito resistentes aos ácidos.
            A Ampicilina é mal absorvida por via oral.
            Amoxicilina é muitas vezes associada ao Ácido Clavulâncico (inibidor das β-lactamases).
        CARBOXIPENICILINAS
            Carbenicilina, Ticarcilina, etc.
            Espectro bastante amplo sobre cocos Gram + e bacilos Gram -.
            Não são absorvidas por via oral.
        UREIDOPENICILINAS
            Piperacilina, etc.
            São as penicilinas de mais amplo espectro (as primeiras penicilinas activas contra Klebsiella e sobre a
generalidade das estirpes de Pseudomonas aeruginosa).
            Não são absorvidas por via oral. Administrando-se por via IM e EV.
            Utilizam-se no tratamento empírico das infecções graves.
            A Piperacilina encontra-se disponível associada ao Tazobactam (inibidor enzimático).

      FARMACOCINÉTICA
         Absorção:
      • As Benzilpenicilinas são inactivadas no estômago. As restantes penicilinas, de uma forma geral, são
resistentes aos ácidos.
      • A presença de alimentos prejudica a absorção de todas as penicilinas.
      • Não há absorção por via oral para a Ampicilina, Meticilina, Carboxipenicilinas, Ureidopenicilinas e para as
Aminopenicilinas.
      • A absorção dos sais hidrossolúveis, sódicos e potássicos das Benzilpenicilinas é rápida e praticamente
completa por via IM. As formas depôt permitem intervalar mais as administrações.
         Excreção:
      • São essencialmente excretadas pelo rim.
      • Uma parte é excretada por via biliar (principalmente a Ampicilina, com cerca de 15%).

                                        TOXICIDADE E EFEITOS LATERAIS
         Reacções de hipersensibilidade alérgica – as reacções de hipersensibilidade às penicilinas são por
ordem decrescente de frequência: “rash” maculopapular, “rash” urticariforme, febre, broncospasmo, vaculite,
drematite esfoliativa e anafilaxia.
         Efeitos por acção directa – têm uma acção irritante para os tecidos que se traduz por: flebite e
tromboflebite durante a administração por via EV; dor e reacções inflamatórias após administração IM; sintomas
dispépticos quando se utiliza a via oral; com a Ampicilina é relativamente frequente o aparecimento de “rash”
maculopapular de origem tóxica, não alérgica.
Efeitos devido aos catiões solúveis (sódio e potássio) ou aos compostos associados à penicilina G
nas formas depôt – a utilização de grandes doses de Penicilina G sódica e potássica pode levar a desequilíbrios
electrolíticos; Penicilina-G-procaínica em grandes doses pode causar uma reacção imediata com vertigens,
cefaleias e alucinações que se devem à procaína; a procaína e a benzatina também podem causar reacções
alérgicas.
          Efeitos devido à própria actividade antibacteriana – possibilidade de aparecimento de disbacterioses
e superinfecções.

                                                    CEFALOSPORINAS
      1.ª GERAÇÃO
         Cefradina, Cefacetril, Cefazolina, Cefapirina, Cefalotina, Cefaloridina e Cefalexina.
         Bastante resistentes às β-lactamases.
         Resistentes aos ácidos. Aminopenicilinas
         Espectro idêntico ao das Aminopenicilinas (francamente eficazes contra bactérias Gram + e
moderadamente eficazes contra Gram -).
      2.ª GERAÇÃO
         Cefoxitina, Cefamandol, Cefuroxima e Cefaclor.
         São mais eficazes em infecções provocadas por gérmens produtores de β-lactamases e possuem um
espectro de acção que abrange bactérias Gram – não abrangidas no espectro das de 1.ª Geração.
         A Cefoxitina é activa contra anaeróbios.
      3.ª GERAÇÃO
         Cefotaxima, Cefoperazona, Cefixime, Ceftazidima, Ceftibuteno, Cefprozil, Ceftizoxima e Ceftriaxone.
         O espectro de acção inclui enterobacteriáceas e Pseudomonas resistentes às Cefalosporinas de 1.ª e 2.ª
Geração.
         A Ceftazidima é a única activa contra Pseudomonas aeruginosa.

                                                 FARMACOCINÉTICA
         Na sua grande maioria não são absorvidas por via oral. A Cefalexina, a Cefradina, o Cefradoxil, o Cefaclor,
a Cefixime, a Cefuroxima, o Ceftibuteno, o Cefprozil são excepção sendo absorvidos por via oral.
         Atravessam facilmente a barreira placentária e mal a barreira hematoencefálica (10% das concentrações
plasmáticas).
         A metabolização é reduzida ou nula.
         São excretadas por via renal (redução da dose na IRC excepto para o Ceftriaxone). O Ceftriaxone é
também eliminado por via biliar (redução da dose na IH).

                                        TOXICIDADE E EFEITOS LATERAIS
         Reacções alérgicas – são relativamente pouco tóxicas, sendo o risco de hipersensibilidade idêntico para
todas as Cefalosporinas; os fenómenos de hipersensibilidade manifestam-se através de urticária que pode evoluir
para dermatite esfoliativa; Excepcionalmente podem provocar uma reacção anafiláctica; Pode existir sensibilidade
cruzada com as Penicilinas.
         Nefrotoxicidade – a Cefaloridina é nefrotóxica; a Cefalotina aumenta a nefrotoxicidade dos
aminoglicosídeos quando usados concomitamente.
         Outras acções secundárias – a administração intravenosa de qualquer Cefalosporina pode provocar
tromboflebites.
                                             INIBIDORES DE β-LACTAMASES
         Ácido Clavulânico – com certa actividade antimicrobiana de largo espectro, mas tão moderada que não
tem significado; a actividade inibidora das β-lactamases é muito intensa e o espectro desta actividade inibidora é
vasto; os efeitos laterais em associação com a Amoxicilina são idênticos aos da Amoxicilina isolada, mas um pouco
mais elevados (náuseas, vómitos, diarreia e erupções cutâneas do tipo alérgico).
         Tazobactam – usado em associação à Piperacilina.
                                                   AMINOGLICOSÍDEOS
         Estreptomicina, Neomicina, Amicacina, Tobramicina, Netilmicina, Gentamicina e Isepamicina.
         Activos contra bactérias Gram – aeróbias.
         As bactérias Gram + são pouco sensíveis.
         São inactivados em condições de anaerobiose.
         Por via oral a absorção é muito baixa. Usados por via IM e EV.
         Excreção renal e biliar.
         Efeitos secundários mais frequentes:
      • Ototoxicidade;
• Nefrotxicidade.
         Regras que condicionam o seu uso:
      • Pequena margem terapêutica;
      • Não devem ser usados profilacticamente;
      • Se for necessário deve reservar-se a Amicacina para as infecções resistentes aos outros Aminoglicosídeos.
                                                       SULFAMIDAS
         Cotrimoxazol (Trimetoprim mais Sulfametoxazol, 5*1).
         Bem absorvidos por via oral.
         Entram facilmente no LCR.
         Efeitos laterais incluem anemia, leucopenia, trombocitopenia e intolerância na pele.
         Uso terapêutico mais frequente:
      • Infecções urinárias altas e baixas;
      • Infecções do aparelho respiratório;
      • Infecções genitais por gonococos;
      • Brucelose;
      • Febre tifóide.
                                                       QUINOLONAS
         Norfloxacina, Ofloxacina, Ciprofloxacina e Levofloxavina.
                                                    CLORANFENICOL
         Administrado por via oral e EV.
         Efeitos laterais:
      • Toxicidade hematológica (supressão da eritropoiese e aplasia medular);
      • Sindrome cinzento do recém-nascido;
      • Alterações gastrointestinais;
      • Reacções de hipersensibilidade.
         Utilização terapêutica: fármaco de 1.ª escolha na febre tifóide.
                                                     TETRACICILINAS
         Absorção digestiva incompleta mas suficiente e que é prejudicada pela presença de iões metálicos.
         Efeitos laterais:
      • Efeitos digestivos;
      • Fototoxicidade;
      • Toxicidade renal.
         Utiliza-se essencialmente no tratamento da brucelose.
                                                      CLINDAMICINA
         Atinge elevadas concentrações nas estruturas ósseas e articulares.
         A excreção dá-se por via biliar (90%).
         Toxicidade: colite pseudomembranosa istrogénica, diarreia ligeira ou violenta, reacções de
hipersensibilidade, e sabor desagradável devido à eliminação pelas glândulas salivares.
         Tem um importante efeito bacteriano sobre bactérias anaeróbias.
                                                      VANCOMICINA
         Absorção digestiva nula. Administra-se por via endovenosa.
         Toxicidade:
      • Ototoxicidade;
      • Tromboflebites;
      • Arrepios e hipertermia.
         Deve reservar-se ao tratamento de infecções provocadas por estafilococos meticilino-resistentes.
Também se usa em infecções estafilococicas graves em doentes alérgicos aos β-lactamamicos e ainda em infecções
graves provocadas por clostridium dificille.
                                                     METRONIDAZOL
         Atua exclusivamente em microorganismos anaeróbios.
         É rápida e totalmente absorvido por via oral.
                Toxicidade: náuseas, diarreia, polimeuropatia grave reversível e crises convulsivas
                                                       MACRÓLIDOS
         Eritromicina, Claritromicina e Azitromicina.
         Óptimas alternativas às Penicilinas em infecções provocadas por estreptococos.
         São de 1.ª escolha em infecções provocadas por Legionella pneumoniae e por Mycoplsma pneumoniae.
SEDATIVOS, HIPNÓTICOS E TRANQUILIZANTES
        Sedação – frenação da excitação e da agitação psicomotora sem que haja indução do sono.
        Hipnótico – fármaco que induz o sono.
        Tranquilizante – fármaco com acção específica sobre a ansiedade e tensão emocional.

       BARBITÚRICOS
          Apenas se usa o Fenobarbital e o Tiopental.
          A acção central pode variar de intensidade, abrangendo a sedação, hipnose, anestesia geral, coma e
morte; de acordo com a dose, via de administração, a existência ou não de tolerância e o estado de excitabilidade
do SNC.
          Possuem ainda efeito antiepilético e anticonvulsionante.
          Farmacocinética:
       • São administrados por via oral e por via endovenosa;
       • Distribuem-se preferencialmente por tecidos ricos em lípidos (tecido nervoso e numa fase tardia
acumulação no tecido adiposo);
       • São fármacos com características ácidas:
       • Se há alcalose aumenta a passagem dos Barbitúricos dos tecidos para o plasma;
       • A alcalinização da urina acelera a excreção.
       • Os Barbitúricos são metabolizados no fígado e excretados por via urinária.
          Usos terapêuticos:
       • Fenobarbital em determinadas formas de epilepsia;
       • Tiopental em anestesia geral.
          Toxicidade e efeitos laterais:
       • Depressão central excessiva, particularmente dos centros respiratório e vasomotor;
       • Aparecimento de respostas anormais;
       • Estabelecimento de dependência.
          Interacções:
       • São potencializados por outros depressores do SNC (álcool, tranquilizantes neurolépticos, analgésicos
narcóticos, etc.);
       • Como possuem efeito indutor de enzimas hepáticas, aceleram a biotransformação de outros fármacos
(ex.: diminuem a duração de acção dos anticoagulantes).
          Contra-indicações:
       • Insuficiência respiratória grave;
       • Alterações comportamentais do tipo digestivo;
       • Lesões hepáticas graves.
          A administração crónica dos Barbitúricos leva a tolerância.
          Tratamento da intoxicação aguda:
       • Manter a circulação e respiração;
       • Facilitar a excreção.

     SEDATIVOS DE ORIGEM VEGETAL
       Valeriana officinalis.

            SEDATIVOS E HIPNÓTICOS DE ORIGEM SINTÉTICA (NÃO
                          BENZODIAZEPÍNICOS)
        Hidrato de cloral.
     TRANQUILIZANTES
      BENZODIAZEPINAS
          O Diazepam é considerado o protótipo deste grupo de fármacos.
          Existem algumas indicações selectivas fora do campo do tratamento da ansiedade, nomeadamente na
insónia, na epilepsia e na anestesia geral.
          Principais Benzodiazepinas:
      • Usadas sobretudo como tranquilizantes:
      • De longa duração de acção – Clobazam, Clorazepato, Diazepam, Medasepam, Prazepam, etc.;
• De duração de acção intermediária – Bromazepam e Lorazepam;
      • De duração de acção curta – Alprazolam e Oxazepam;
      • Usadas sobretudo como hipnóticos:
      • De longa duração de acção – Flurazepam e Quazepam;
      • De duração de acção intermédia – Estazolam, Flunitrazepam, Lormetazepam e Nitrazepam;
      • De duração de acção curta – Brotizolam, Midazolam, Temazepam, Triazolam, Zolpidem e Zolpiclone;
      • Usados como antiepiléticos: Clonazepam, Diazepam e Nitrazepam;
      • Usados como pré-anestésicos: Diazepam, Flunitrazepam e Midazolam.
         Farmacocinética:
      • São fármacos lipossolúveis – quanto maior a lipossolubilidade mais rápido o início da acção;
      • São todas metabolizadas;
      • As características farmacocinéticas condicionam as suas aplicações terapêuticas:
      • Na pré-anestesia e no tratamento das convulsões há penetração rápida no SNC, usa-se o Midazolam e o
Diazepam no pré-operatório e o Diazepam nas convulsões;
      • Os compostos de curta duração de acção são usados como hipnóticos quando não se pretendem efeitos
durante o dia;
      • Os compostos de acção intermédia ou longa são úteis quando a insónia se acompanha de ansiedade
diurna;
      • Os compostos de absorção lenta (Oxazepam) são usados quando o doente se queixa do efeito inicial
demasiado intenso.
         Reacções adversas:
      • São em geral pouco intensas e incluem: sonolência, sensação de cansaço, inapetência e indiferença,
reacções alérgicas, anemia hemolítica; ataxia e irregularidades menstruais para doses elevadas;
      • Nos idosos são mais frequentes podendo ainda observar-se confusão, incontinência, deterioração da
memória, hipotermia e aumento paradoxal da ansiedade.
         Em doses elevadas podem provocar tolerância, habituação e dependência física.
         Nas intoxicações agudas administra-se Flumazenil (antídoto).
         Interacções potenciam os depressores do SNC (álcool e Barbitúricos).
               Usos terapêuticos: como tranquilizantes, como hipnóticos, em afecções em que há aumento da
tensão muscular, no tratamento de espasmos musculares, no tétano e como antiepiléticos.
      BUSPIRONA
         Bem absorvida por via oral, muito metabolizada no fígado e excretada por via renal.
         As reacções adversas mais frequentes são tonturas, cefaleias, náuseas e vómitos.
         Induz sonolência e baixa de atenção em menor grau do que as Benzodiazepinas;
         Não potencia os efeitos sedativos e hipnóticos do Etanol e os efeitos das Benzodiazepinas.
         Indicações terapêuticas: utiliza-se apenas como tranquilizante, não tem acção hipnótica, relaxante
muscular ou anticonvulsionante.
         A principal desvantagem é eficácia limitada sobretudo pela instalação lenta do efeito ansiolítico (às duas
semanas de tratamento).

                    MEPROBAMATO E OUTROS TRANQUILIZANTES DE MENORES
      ATITUDES PERANTE INSÓNIA DECLARADA
        Psicoterapia.
        Recomendação de hábitos higiénicos.
        Usar um hipnótico.
                                              ANTIPSICÓTICOS
         Fármacos indicados na terapêutica da esquizofrenia, psicoses orgânicas, fase maníaca da doença
maníaca-depressiva e outras doenças com sintomatologia do tipo psicótico.
         Estes fármacos têm como características comuns:
      • Acção antipsicótica, com marcado efeito supressivo sobre alucinações, ideação persecutória, agitação e
agressividade;
      • Capacidade de provocar aquietação, neutralidade afectiva e emocional, redução de expressão corporal e
das emoções, indiferença ao meio ambiente, menor lentidão de raciocínio com conservação da capacidade
intelectual;
      • A capacidade de interferirem com os sistemas dopaminérgicos límbico-hipotalâmico.
FENOTIAZINAS
          Clorpromazina, Levomepromazina, Tioridazina, Ciamemazina, Flufenazina, Prometazina, etc.
          Acções laterais:
       • Sedação com sonolência e cansaço;
       • Reacções de hipersensibilidade;
       • Efeitos extrapiramidais (os que surgem precocemente e são reversíveis distonias agudas e parkinsonisno
iatrogénico e as que surgem tardiamente – discinesia tardia;
       • Hipotensão ortostática;
       • Convulsões, manifestações endócrinas e oftalmológicas.
          São normalmente administradas por via oral, reservando-se a via parentérica às situações de urgência
(EV muito lenta e IM irritante).
          O Decanoato de Flufenazina tem uma acção prolongada (2 a 3 semanas por via IM) – formas “depôt”.
          As Fenotiazinas são fortemente metabolizadas no organismo e têm ciclo enterohepático.
       BUTIROFENONAS
          Haloperidol, Metilperona, Droperidol e Trifluperidol.
          Têm uma farmacologia sobreponível à de algumas Fenotiazinas (Clorpromazina, Levomepromazina,
Tioridazina e Flufenazina):
       • A mesma potência antipsicótica;
       • A mesma capacidade de combater as alucinações;
       • A mesma tendência para provocar efeitos extrapiramidais.
          As diferenças são sobretudo químicas, não provocando irritação local quando administradas por via
parentérica.
          A Metilperona possui marcada acção sedativa e raramente provoca efeitos extrapiramidais, por isso tem
sido usada em doentes idosos (com a vantagem da curta duração de acção).
          O Haldol pode apresentar-se na forma de éster – forma “depôt”.
       DIFENILBUTILPIPERIDINAS
          Pimozide, Penfluridol e Fluspirileno.
          São antipsicóticos de longa duração de acção úteis na prevenção de recidivas de episódios psicóticos em
doentes esquizofrénicos ambulatórios.
       DIBENZODIAZEPINAS
          Clozapina e Olanzapina.
          Considerável acção antipsicótica com reduzida tendência para induzir efeitos extrapiramidais.
          Os efeitos secundários mais frequentes são a sedação, hipotensão, taquicardia, hipersialorreia e tonturas.
          Em cerca de 1 a 2% dos doentes pode surgir agranulocitose que obriga à sua suspensão – vigilância
hematológica.
       BENZAMIDAS
          Sulpiride, Soltipride e Tiapride.
          Não possuem capacidade de rapidamente dominarem a sintomatologia psicótica alucinatória-delirante.
       LÍTIO
          Exerce efeito psicodepressor (tratamento da crise maníaca e na prevenção de novas crises na psicose
maníaca-depressiva).
          Deve proceder-se sistematicamente à determinação dos níveis plasmáticos, dada a sua toxicidade e
dificuldade de prever os efeitos secundários.
          Acções secundários: fadiga, ataxia, trémulo, perturbações digestivas e sede excessiva; para doses
superiores a 2mg/l pode surgir coma, rigidez, trémulo marcado e convulsões.

                                                 ANTIDEPRESSORES
         Usados isoladamente ou em associação com outros fármacos e/ou com um qualquer modelo
psicoterapêutico. Permitem uma recuperação muito mais rápida e eficaz do processo depressivo.

                                 ANTIDEPRESSORES TRICÍCLICOS E ANÁLOGOS
         Amitriptilina, Imipramina, Trimipramina, Clomipramina, Doxepina, Dotiepina, Maprotilina, Mianserina,
Viloxazina, Trazadona, Fluvoxamina, Fluoxetina, Sertralina.
         São bem absorvidos por via oral.
         A maior parte destes fármacos é de longa duração de acção pelo que podem ser administrados uma só vez
ao dia.
Acções laterais: secura da boca e gosto metálico, epigastralgias, obstipação, tonturas, taquicardia,
palitações, visão enevoada e retenção urinária (cuidados especiais em doentes com hipertrofia prostática ou
glaucoma).
         Podem ainda surgir arritmias cardíacas, diminuição da contractibilidade miocárdica, confusão mental,
transição brusca do estado de depressão para o de mania em portadores de psicose maníaca-depressiva, aumento
de peso (excepto com a Fluoxetina) e no início náuseas e vómitos.
         Há um abaixamento do limiar das convulsões (precaução em doentes epilépticos).

                                  INIBIDORES DA MONOAMINOXÍDASE (MAO)
         Moclobemide.
         Efeitos laterais: secura da boca, sensação de vertigem, trémulo, cansaço, sudorese, taquicardia e náuseas.


                                   ANTAGONISTAS E ANTÍDOTOS

        ANTAGONISTA – fármaco que se opõe à acção do tóxico; Este poderá ser específico ou
inespecífico. Os mecanismos de acção são os seguintes:
     •   Favorecendo a eliminação por aceleração da via metabólica do tóxico;
     •   Por bloqueio competitivo da via metabólica do tóxico;
     •   Competindo por receptores específicos;
     •   Recuperando ou superando a alteração funcional, restaurando a função bloqueada pelo tóxico.
        ANTÍDOTO – substância que se opõe à acção do tóxico, actuando sobre o próprio tóxico. Podem
actuar pelos seguintes mecanismos:
     • Ação directa sobre o tóxico;
     •   Destruição do tóxico por neutralização, oxidação ou redução;
     •   Bloqueio do tóxico por diluição, adsorção, absorção, insolubilizção, precipitação ou quelação;
     •   Transformação em produtos menos tóxicos;
     •   Transformação em complexos sem actividade.

                                        INTOXICAÇÕES POR VIA CUTÂNEA
      SUSBSTÂNCIA QUÍMICAS:
          As medidas gerais são as seguintes:
      • Limpeza e lavagem com pano ou papel, sem esfregar e lavando com água (excepto quando o tóxico é o
Ácido Sulfúrico) ou com solução de Cloreto de Sódio isotónico;
          As medidas a tomar dependem da natureza do tóxico:
      • Ácidos – quando se trata de Ácido Sulfúrico lavar a zona com Bicarbonato de Sódio; os olhos lavam-se
com solução de Bicarbonato de Sódio a 0,1%;
      • Bases – lavar a zona com Ácido Acético (vinagre) de concentração não superior a 1% ou de Ácido Cítrico;
para os olhos utilizar uma solução de Ácido Acético a 1:1000;
      • Produtos orgânicos (Fenol, Cresol, gases asfixiantes, Halogéneos, etc.) – lavar a zona afectada
abundantemente com azeite, gasolina e posteriormente com água e sabão;
      • Fósforo elementar – Submergir em água para evitar o contacto com o ar e retirar os fragmentos com
uma pinça; lavar a zona e mante-la húmida com dissolução de sulfato de cobre a 1%;
      • Sódio metálico – evitar o ar e a água, a zona lava-se com azeite;
      • Substâncias químicas de origem animal – pode haver ou não absorção; produz-se absorção no caso de
mordeduras e picadas de animais venenosos; as medidas que se tomam, de uma forma geral são:
      • Evitar absorção aplicando imediatamente sobre a zona areia, argila, farinha, pó de talco, etc., procurando
retirar antes o “espinho” ou os tentáculos;
      • Manter o membro em repouso e por gelo se não se fizer pressão para diminuir o fluxo sanguíneo;
      • Em caso de mordeduras faz-se uma incisão em forma de cruz e suga-se para extrair o veneno (no prazo
de 30 minutos), coloca-se um garrote acima da ferida aliviando um minuto de cada dez;
      • Para neutralizar o tóxico aplica-se sobre a zona água oxigenada, solução de Permanganato de Potássio ou
vinagre;
      • Aplicam-se anti-histamicos e corticóides tópicos ou sistémicos;
      • Se existir soro específico deve administrar-se;
• Deve administra-se líquidos intravenosos e favorecer a diurese;
     • Pode ser necessário tratamento sintomático de dolores, insuficiência respiratória e circulatória, caimbras,
convulsões, etc., e deve efectuar-se profilaxia antibiótica e antitetanica.

                                     INTOXICAÇÃO POR VIA RESPIRATÓRIA
         É frequente em intoxicações industriais.
         As medidas gerais consistem em:
     •   Aplicar ventilação pulmonar (excepto em intoxicações por gases irritantes);
     •   Manter o doente em repouso;
     •   Devem administrar-se líquidos e facilitar a diurese;
     •   Aplicar tratamento mais específico para cada tipo de intoxicação.

                                       INTOXICAÇÃO POR VIA DIGESTIVA
          Pode evitar-se absorção do tóxico recorrendo aos seguintes métodos:
       • Eliminação do tóxico não absorvido – está contra-indicada nas seguintes situações:
       • Ingestão de corrosivos ou cáusticos com ácidos e bases;
       • Doente em estado de coma ou inconsciente;
       • Em intoxicações por estimulantes do SNC;
       • Intoxicações por derivados do petróleo e detergentes.
          O vómito pode induzir-se mecanicamente mediante a estimulação da faringe posterior, mas esta técnica
não é tão efectiva como a administração de eméticos; os eméticos utilizados são:
       • Xarope de ipeca – a acção emética deve-se a uma acção central e a uma acção local; posteriormente à
administração do Xarope de ipeca pode administra-se carvão activado; está contra-indicada a sua administração
em intoxicações por antieméticos;
       • Apomorfina – actua no SNC; usa-se por via parental em dose única de 100mcg/Kg em adultos e
70mcg/Kg para crianças; está contra-indicada em doentes intoxicados com depressores do SNC ou se apresenta
respiração lenta e difícil; a acção da Apomorfina pode reverter-se com administração de Naloxona (antagonista
opiáceo);
       • Lavagem gástrica – realiza-se fazendo incubação endotraqueal; usa-se pequenas quantidades de líquido
e até que este saia claro; quando se termina o estômago pode ficar vazio ou pode administra-se um antídoto
específico ou carvão activado; a lavagem também se pode efectuar com carvão activado em doses de 50g em
500ml de água (no final cerca de 30g de carvão activado juntamente com um purgante); a lavagem gástrica só deve
fazer-se se as funções vitais são suficientes ou se aplicarem medidas de apoio;
       • Aspiração gástrica – está indicada apenas nalgumas situações em que a lavagem gástrica está contra-
indicada (ex.: doente inconsciente);
       • Purgantes – minimizam a absorção, acelerando a passagem do tóxico pelo TGI com a rápida evacuação
do seu conteúdo; estão indicados nas seguintes situações: depois da ingestão de cápsulas ou comprimidos com
revestimento entérico, quando o tempo desde a ingestão é superior a uma hora e quando o tóxico é de absorção
lenta; os Purgantes mais usados são o Sulfato de Sódio e o Sulfato de Magnésio, nas doses de 250mg/Kg por via
oral ou 1ml/Kg de solução a 25% até 30g por dose; o efeito aparece após 30-60 minutos;
               • Destruição ou transformação química do tóxico não absorvido;
               • Bloqueio do tóxico não absorvido – adsorção/absorção:
       • Carvão ativado – adsorve as substâncias químicas à sua superfície de forma quase irreversível; a sua
eficácia depende do tempo desde a ingestão do tóxico e da dose de carvão; em geral a dose a administrar deve ser
de 5 a 10 vezes o peso de tóxico ingerido, necessitando de doses maiores na presença de alimentos;
       • Precipitação – a solução de Sulfato de Magnésio utiliza-se para intoxicações por Bário porque o precipita
na forma de Sulfato Insolúvel;
               • Eliminação do tóxico já absorvido – podem usar-se os seguintes procedimentos:
       • Depuração biliar – pode ser útil para aumentar a eliminação de fármacos com semi-vida biológica longa;
       • Excreção urinária – os diuréticos são úteis nalguns tipos de intoxicações; pode aumentar-se a excreção
variando o pH da urina;
       • Diálise – usa-se apenas quando o estado do doente é grave e não responde ao tratamento convencional
ou quando há desequilíbrio hidroelectrolítico ou ácido-base;
       • Ventilação artificial
               • Antagonismo e bloqueio de um tóxico absorvido.
ANTÍDOTOS

                                                INSOLUBILIZAÇÃO
        Bloqueio do tóxico por formação de sais insolúveis:
     • Gluconato de Cálcio – usado nas intoxicações com Oxalatos e com Flúor; usa-se em injecção EV de 10 a
20ml de solução a 10%;
     • Cloreto de Sódio – usado no tratamento de intoxicações por sais de Prata; o tratamento consiste na
administração oral de solução de Cloreto de Sódio a 0,9%, após a ingestão de Nitrato de Prata.

                                                    QUELAÇÃO
          Utiliza-se nas intoxicações por metais pesados.
          Factores que contribuem para a efectividade do quelante: elevada afinidade para o metal tóxico, baixa
toxicidade, interacções mínimas com as moléculas biológicas essenciais, máxima capacidade de penetração nos
depósitos do metal, metabolização mínima e rápida metabolização metalquelante:
      • Dimercaprol – usado nas intoxicações com Mercúrio, Ouro e Arsénio, formando complexos estáveis que
favorecem a eliminação do metal; a concentração plasmática deve manter-se administrando doses fraccionadas e
repetidas; administração faz-se por via IM profunda em solução a 10%;
      • Edetato Disédico Cálcico – forma quelatos com metais bivalentes e trivalentes; tem especial indicação
nas intoxicações provocadas por Chumbo; as doses utilizadas são de 25mg/Kg/12h por via EV lenta (tempo de
difusão de 6h) em glicose a 5% ou Cloreto de Sódio a 0,9% durante 5 dias;
      • Penicilamina – é quelante para o Cobre, Mercúrio, Zinco e Chumbo, promovendo a sua excreção pela
urina; a dose diária recomendada é de 0,5 a 2g em adultos e de 20 a 25mg/Kg/dia nas crianças;
      • Desferroxamina – apresenta grande afinidade para o Ferro Férrico; é administrada por via parental;
para eliminar o Ferro já absorvido administra-se uma dose única de 2g para adultos e de 1g para crianças,
continuando com uma infusão lenta, no máximo de 15mg/Hg/h, após 4 a 6h; as soluções para infusão podem
preparar-se com glicose a 5%, Cloreto de Sódio a 0,9% ou Lactato de Ringer;
      • Edetato Dicobalto – utilizado em intoxicações severas por Cianetos; as doses a administrar são de
300mg por via EV, seguidas de administração de 50ml de glicose a 50%; se não há resposta num minuto
administra-se mais 300mg; após 5 minutos pode repetir-se a dose;


     TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTOS MENOS TÓXICOS

        Tiossulfato de Sódio – é utilizado em intoxicações por Cianetos; as doses usadas nos adultos são de 50ml
de uma solução a 25% por via EV repetida após 1-2h, em crianças é de 1,6ml/Kg EV de uma solução a 25%.
        Vitamina B12 – a Hidroxicobalamina é utilizada na intoxicação por Cianetos, conjuntamente com
Edetato Dicobalto;


                                           FORMAÇÃO DE COMPLEXOS
         Antídoto da Digoxina – o antídoto da Digoxina é um fragmento de imunoglobulina específica da
Digoxina (Fab); a dose de Fab necessária depende da quantidade de Digoxina no organismo; a capacidade de
fixação é de 1mg de Digoxina por cada 80mg de Fab (variando um pouco com preparação comercial); a
administração faz-se por perfusão intravenosa durante 30 minutos, após diluição em Cloreto de Sódio.
         Sulfato de Protamina – combina-se com a Heparina formando um complexo estável desprovido de
actividade anticoagulante; deve administrar-se 1g de Protamina por cada 100 unidades de Heparina ou 0,5-
0,75mg de Protamina por cada mg de Heparina.

     ANTAGONISTAS
     ACELERAÇÃO DE ALGUMA VIA METABÓLICA DO TÓXICO

        N-acetilcisteína – nas intoxicações por Paracetamol, além das medidas gerais de impedir absorção do
fármaco, administra-se N-acetilcisteína; a N-acetilcisteína é bem tolerada por via oral e recomenda-se a sua
administração para concentrações plasmáticas de Paracetamol superiores a 150mcg/ml às 4h de ingestão e se
decorreram menos de 24h da ingestão; administra-se uma dose de carga de 140mg/Kg de uma solução a 20% por
via oral, seguida de 70mg/Kg cada 4h; o tratamento termina quando a concentração plasmática do Paracetamol
indica baixo risco de hepatotoxicidade; pode recorrer-se à via endovenosa.


                         BLOQUEIO COMPETITIVO DA VIA METABÓLICA DO TÓXICO
         Álcool Etílico – a intoxicação com Metanol trata-se com Álcool Etílico, já que inibe a conversão de
Metanol em Ácido Fórmico; deve impedir-se a absorção do Metanol mediante lavagem gástrica com solução de
Bicarbonato de Sódio a 3,5% e depois administrar o Álcool Etílico por via oral com uma dose se carga de 0,6g/Kg
(1,5ml/Kg de Whisky em 15 a 30 minutos); recomenda-se como dose de manutenção 0,2-0,3ml/Kg/h de Whisky
ou similar; também se pode usar a perfusão endovenosa lenta de álcool diluído (66mg/Kg/dia).

                    AÇÃO COMPETITIVA NO RECEPTOR ACTUANDO COMO ANTAGONISTA PURO
         Naloxona – é um potente antagonista opiáceo específico, desprovido de actividade agonista; actua por
bloqueio competitivo sobre os receptores opiáceos; inicialmente administra-se uma dose de 400mcg de Naloxona
(no adulto) por via subcutânea, IM ou EV, repetindo em intervalos de 2-3 minutos; em crianças a dose é de 5-
10mcg/Kg repetindo aos 2-3 minutos; o principal efeito adverso na Naloxona é a produção de sindrome de
abstinência.
         Naltrexona – é um antagonista opiáceo puro, que não provoca dependência, tem efeitos secundários
mínimos, pode ser administrado por via oral e possui maior duração de acção; está contra-indicada em doentes
com hepatite aguda ou com insuficiência hepática; a principal indicação é na desintoxicação de doentes
dependentes da heroína ou outros opiáceos.
         Flumazenil – possui actividade antagonista competitiva sobre receptores benzodiazepinicos, que reverte
os efeitos sedantes anticonvulsionantes, músculo relaxantes e amnésicos destes fármacos; a duração do efeito do
Flumazenil depende de vários factores:
      • Da dose administrada;
      • Da dose de Benzodiazepina previamente administrada;
      • Do tempo que decorreu desde a toma de Benzodiazepina;
      • Da vida média da Benzodiazepina utilizada;
         A dose recomendada é de 200mcg por via EV em 15 segundos, se necessário 100mcg cada 60 segundos
até um máximo de 1-2mg; se o doente volta ao estado de inconsciência administra-se entre 100-400mcg/h em
infusão EV, ajustando a dose segundo a resposta;

                            RESTAURAÇÃO DA FUNÇÃO ALTERADA PELO TÓXICO
         Folinato de Cálcio – utilizado nas intoxicações por Metotrexato, Trimetoprim e Pirimetamina; o
tratamento deve efectuar-se num período não superior a 4 horas após administração do tóxico.
         Obidoxima – utilizada nas intoxicações com compostos organofosforados; a Obidoxima administra-se em
doses de 250mg IM ou em perfusão EV lenta, podendo repetir-se às 2-4 horas; a dose máxima é de 5mg/Kg para
pacientes adultos; em crianças deve administra-se doses de 4mg/Kg EV em doses únicas; o tratamento inicia-se
com atropinização (2mg por via SC, IM ou EV e repetir em intervalos de 5 a 60 minutos), sendo pouco eficaz
quando já decorreram 36 horas a pós a exposição ao tóxico;
         Azul de Metileno – é utilizado para o tratamento de meta-hemoglobinemia produzida por outros
fármacos (ex.: Nitritos); administra-se por via EV em solução a 1% em doses de 1-4mg/Kg, diluído em 100ml de
solução glicosada, em 5 minutos; pode repetir-se a dose após 1 hora.
         Sulfato de Magnésio – é utilizado nas intoxicações com Bário; por via EV contraria a estimulação
muscular produzida pelo Bário.
         Outros:
      • Heparina Sódica – reverte a hipercoagulação provocada por intoxicação com Ácido Aminocapróico;
      • Glucose – reverte a Hipoglicémia, consequência de intoxicação por Insulina ou antidiabéticos orais.

                                         EQUILÍBRIO HIDROELECTRLÍTICO
        Os distúrbios hidroelectrolíticos envolvem propriedades dos líquidos corporais – volume, osmolalidade,
pH e concentração de iões específicos.
      • Composição dos líquidos corporais;
      • Pressão osmótica;
      • Distúrbios clínicos do volume da osmolalidade:
      • Contracção isotónica;
      • Contracção hipertónica;
•   Contracção hipotónica;
      •   Expansão isotónica;
      •   Expansão hipertónica;
      •   Expansão hipotónica;
      •   Contracção volumétrica;
      •   Distúrbios da osmolalidade;
      •   Correcção do volume plasmático e sanguíneo;
      •   Distúrbios ácido-base;
      •   Distúrbios electrolíticos.

                                    AÇÕES NÃO MEDIADAS POR RECEPTORES
          As modalidades fundamentais dos mecanismos de acção farmacológica não mediada por receptores são
as mencionadas a seguir:
       • Ações de natureza puramente física – dois exemplos ilustram-nas suficientemente; os diuréticos
osmóticos, como o Manitol, são filtrados pelos glomérulos renais, o que aumenta a osmolaridade da urina tubular;
como, nestas condições, a reabsorção de água nos túbulos tem de fazer-se contra um gradiente osmótico mais
elevado do que normalmente, a reabsorção aquosa é menor, surgindo assim o efeito diurético; os anestésicos
gerais gasosos ou voláteis apresentam um elevado coeficiente de partilha óleo/água, pelo que se dissolvem nas
lipoproteínas das membranas das células nervosas, exercendo por esta via o seu efeito anestésico; a acção
anestésica geral destes compostos não se coaduna com a teoria dos receptores, mas em contrapartida há uma
correlação perfeita entre o coeficiente de partilha e a potência anestésica; os expansores do plasma, como a
Polivinil-pirrolidona, os purgativos osmóticos, como o Sulfato de Magnésio, o Cloreto de Etilo (na anestesia local
pelo frio), são exemplos adicionais de fármacos que actuam por mecanismos físicos;
       • Ações de natureza química e inespecífica – embora mecanismos químicos e físicos estejam,
naturalmente, envolvidos noutros tipos de mecanismos de acção, incluindo o da ligação a receptores, há
mecanismos químicos simples e inespecíficos que explicam a acção de certos fármacos; é o caso, por exemplo, dos
antiácidos utilizados para neutralizar a acidez gástrica, dos fármacos que acidificam ou alcalinizam a urina, etc.;
actuam também por mecanismos químicos, embora de outro tipo, certos fármacos que destroem a matéria
orgânica de forma inespecífica, como alguns germicidas desinfectantes;
       • Quelação – traduz-se pela interacção de um fármaco com um ião ou uma pequena molécula, com a
formação de um complexo estável, um quelato; são exemplos importantes de fármacos que actuam por quelação o
EDTA, antídoto do Chumbo, o Dimercaprol, antídoto do Arsénio, Mercúrio, Ouro, Antimónio e Bismuto, a
Penicilamina, que forma um quelato com o Cobre, sendo útil no tratamento de uma doença rara, a doença de
Wilson, em que há um defeito da proteína que normalmente se liga ao cobre, a Ceruloplasmina, ocasionando-se
assim uma perigosa acumulação progressiva do cobre nos tecidos, particularmente no fígado e no cérebro;
       • Incorporação em macromoléculas – um fármaco pode substituir-se a um metabólito normal, na síntese
de um constituinte celular importante; é certo que, nesta síntese, intervêm enzimas, mas o fármaco actua pelo
produto final da síntese em que ele se substitui ao metabólito normal e não por ele próprio; é o caso do 5-bromo-
uracilo, estruturalmente parecido com a Timina, que pode substituir em proporção apreciável a Timina na síntese
do ADN, o que permite, por exemplo, aumentar a sensibilidade soa tecidos aos raios X e alterar, para fins de
investigação, a mutagénese; outro exemplo é o do 5-flúor-uracilo, cujo efeito contrasta com o do anterior, podendo
ser usado como antineoplástico.

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  • 1. 1. Comprimidos: a) Quais as vantagens dos comprimidos? Precisão na dosagem, boa conservação, rapidez e economia na preparação, boa apresentação, reduzido volume, fácil deglutição e múltiplas aplicações possíveis. b) Quais os tipos de comprimidos? Conforme a via de administração podemos considerar: comprimidos de absorção gastrointestinal (para serem deglutidos e os comprimidos efervescentes), comprimidos sublinguais, comprimidos para implantação, comprimidos para aplicação local (bucais e vaginais) e comprimidos para preparação de soluções desinfectantes. 2. Distingue: a) Solução de suspensão e de emulsão. As soluções são formas farmacêuticas líquidas obtidas por dissolução de uma ou mais substâncias medicamentosas num solvente apropriado. O seu aspecto é límpido e homogéneo. As suspensões são também formas farmacêuticas líquidas de aspecto turvo ou leitoso, constituídas pela dispersão de um sólido insolúvel num veículo líquido ou semilíquido. As emulsões são formas farmacêuticas líquidas de aspecto leitoso ou cremoso, resultantes da dispersão de um líquido num outro líquido com o qual não seja miscível, geralmente à custa de um agente emulsivo. Uma emulsão tem por isso duas fases, uma aquosa e outra oleosa. b) Creme de pomada e de pasta. As pomadas são formas farmacêuticas semi-sólidas untuosas preparadas com excipientes gordurosos; Os cremes são também formas farmacêuticas semi-sólidas que são mais fluídos do que as pomadas e são preparados com excipientes emulsivos. As pastas são formas farmacêuticas semi-sólidas mais consistentes que as pomadas, pois contêm grande quantidade de pós insolúveis no excipiente. 3. Explique porque é que o espectro de acção do antibiótico varia ao longo do tempo e diga quais os factores que o influenciam. O espectro de acção antibacteriano de um etiotrópico define-se na prática, pela gama de bactérias em relação às quais as concentrações inibitórias mínimas (CIM) podem ser atingidas, no Homem, no local da infecção clínica. Assim, este varia ao longo do tempo, devido ao facto de bactérias consideradas sensíveis, passem a ser resistentes aos antibióticos. Elas aprendem a defender-se dos antibióticos, mutando-se geneticamente e criando novos inibidores dos antibióticos. Estes novos organismos “recém criados”, são mais resistentes e de fácil adaptação ao meio, sendo assim geneticamente superiores, quando comparados os seus genes com os nossos. Os factores que influenciam o espectro de acção dos antibióticos são: as causas que favorecem o estabelecimento de concentrações elevadas no local da infecção e as causas que impossibilitam que a CIM se atinja no foco infeccioso. Destas últimas, podemos ainda salientar, as causas farmacocinéticas (inactivação e excreção muito rápidas e acesso difícil ao local da infecção) e causas toxicológicas. 4. Quais os factores que influenciam a absorção dos fármacos e explique-os. Os factores que influenciam a absorção dos fármacos dependem da via e da forma farmacêutica que estamos a administrar, no entanto, há factores que são gerais, nomeadamente: • Área de absorção – a absorção é tanto maior, quanto maior é a área de absorção. Ex.: a enorme área de absorção das vilosidades intestinais e dos alvéolos pulmonares; • Tempo de contacto – a absorção é tanto maior, quanto maior é o tempo de contacto da substância medicamentosa com a “parede” da estrutura absorvente; • Intimidade de contacto – quanto mais íntimo for o contacto da substância medicamentosa com a superfície de absorção, mais completa e efectiva é essa absorção; • Intensidade de irrigação – quanto mais irrigada é a superfície absorvente, mais intensa e completa é a absorção; • Espessura da estrutura absorvente – a absorção é tanto mais rápida, quanto menos espessa for a estrutura absorvente. 5. Quais os efeitos secundários do Paracetamol? Qual era o antagonista que utilizaria para travar a acção tóxica do fármaco e explique o que é que o antagonista faz. O Paracetamol é um derivado dos para-aminofenólicos e tem acção analgésica e antipirética. Os efeitos secundários do Paracetamol são: • Hipersensibilidade, meta-hemoglobinemia e anemia hemolítica; • Para doses superiores às terapêuticas (10 a 15g) causa necrose (morte rápida) hepática; • Usado cronicamente nas doses de 3 a 8g/dia, pode causar hepatite tóxica. No caso de uma intoxicação pelo Paracetamol, o antagonista a usar seria N-acetilcisteína.
  • 2. O antagonista acelera algumas vias metabólicas do tóxico, faz bloqueio competitivo da via metabólica do tóxico, compete por receptores específicos, recupera ou supera a alteração funcional restaurando a função bloqueada pelo tóxico. 6. Diga em que situações recorrer ao vómito não é o melhor processo para evitar uma intoxicação. Na intoxicação por via digestiva, o uso do vómito não é tão eficiente com o uso de eméticos. Eméticos utilizados: • Xarope de ipeca – contra-indicado em intoxicações por antiméticos; • Apomorfina – contra-indicado em doentes intoxicados com depressores ou com respondência lenta e difícil; • Lavagem gástrica – fazer apenas quando as funções vitais são suficientes; • Aspiração gástrica – indicada apenas em caso de doente inconsciente; • Purgantes – aumenta o trânsito intestinal. 7. Define farmacodinâmica e receptor. Dê dois exemplos de fármacos que não sejam mediados por receptores. Farmacodinâmica é o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e do seu mecanismo de acção. Estes estudos são muito importantes para a farmacologia uma vez que fornecem bases científicas para o uso interior desses fármacos com finalidade preventiva, diagnostica ou terapêutica. Assim sendo, a farmacodinâmica é uma das divisões da farmacologia. Receptores são componentes celulares onde se fixam os fármacos para assim poderem produzir os seus efeitos. Dois exemplos de fármacos que não são mediados por receptores são: o manitol (usado para aumentar a osmomidade de vários líquidos) e o 5-flúor-uracilo (antineoplásico). 8. Distinga vias entéricas de parentéricas e dê dois exemplos de cada uma delas. Distinga administração local de sistémica. Vias entéricas são as vias de administração em que a absorção se faz em determinada área do tubo digestivo. Ex.: via sublingual, via oral e via retal. Vias parentéricas são as vias de administração em que a absorção se processa fora do tubo digestivo ou então, a absorção não se processa. Ex.: via endovenosa, via intramuscular, via inalatória, via dórmica (percutânea) e via subcutânea. Quando um medicamento é aplicado/administrado no local ou estruturas celulares onde a sua ação se vai exercer, diz-se que se aplicou uma administração local ou tópica. Por sua vez uma administração sistémica é aquela que consiste na administração do fármaco por diversas vias, mas depois este tem de chegar ao sangue para que assim seja distribuído pelos vários locais ou estruturas celulares onde vai actuar. 9. Defina placebo e diga as razões para o seu uso. Placebo são as substâncias usadas com a finalidade de efeito placebo (efeitos psicológicos, fisiológicos ou psicofisiológicos de qualquer medicamento que não são devidos à sua actividade farmacológica) e podem ser inertes ou activas. As principais razões que procuram justificar o uso do placebo são: • Como instrumento psicológico no tratamento de certos sintomas de doenças psíquicas; • Em trabalhos experimentais quando se procura determinar o verdadeiro efeito do fármaco, procura-se excluir o fenómeno de sugestão. 10. Diga quais são as ações adversas aos corticosteróides. As acções adversas aos corticosteróides podem ser divididas em dois grandes grupos: • Acção tóxica relacionada com doses elevadas e tratamentos prolongados (diabetes, úlcera péptica, atrofia muscular, redistribuição dos depósitos de gordura, osteosporose, perturbações menstruais, acne e hirsutismo, cataratas, atraso no crescimento, alterações psíquicas e intervenção no processo imunológico); • Acções resultantes da suspensão abrupta do fármaco (insuficiência supra-renal aguda com recuperação funcional lenta). É sobretudo a duração da terapêutica que torna o aparecimento de acções adversas mais provável. 11. Explique o que é que faria para que a excreção de um fármaco com substâncias ácidas fosse mais rápida, visto que ela está a ser muito lenta. Para a eliminação de um fármaco podem usar-se os seguintes procedimentos: • Depuração biliar – pode ser útil para aumentar a eliminação de fármacos com semi-vida biológica longa; • Excreção urinária – os diuréticos são úteis nalguns tipos de intoxicações. Pode aumentar-se a excreção variando o pH da urina; • Diálise – usa-se apenas quando o estado do doente é grave e não responde ao tratamento convencional ou quando há desequilíbrio hidroelectrolítico ou ácido-base; • Ventilação artificial. 12. Defina administração oral e administração sublingual.
  • 3. A administração oral corresponde à via oral. Esta é a mais cómoda e mais frequentemente utilizada. Para além da comodidade permite que seja o doente a auto administrar o fármaco e ainda oferece para um gama mais ampla de fármacos, uma absorção satisfatória. A preparação farmacêutica (sólida ou líquida) é deglutida, chegando assim ao estômago. A absorção vai fazer-se então sobretudo através da mucosa do estômago e do intestino delgado. A administração sublingual permite uma absorção mais rápida porque a superfície é muito irrigada por vasos sanguíneos, permitindo também a auto-administração. Há poucos fármacos para esta via porque o princípio activo tem de ter características especiais, não pode ter mau sabor e deve ser lipossolúvel, uma vez que se vai dissolver na boca e também não deve ser irritante. Esta via é usada em casos de emergência, pois permite uma absorção rápida de substâncias medicamentosas. 13. Que antagonista usaria para o tóxico Benzadiazepina? Justifique a sua resposta. Para o tóxico Benzadiazepina usaria o antagonista Flumazenil, que reverte os efeitos sedantes, anticonvulsionantes, músculo relaxantes e amnésicos destes fármacos. A duração do efeito do Flumazenil depende de vários factores: dose administrada, dose de Benzadiazepina previamente administrada, tempo que decorreu desde a toma de Benzadiazepina e da vida média da Benzadiazepina utilizada. O Flumazenil possui uma acção competitiva no receptor actuando como antagonista puro. 14. Defina: a) Acumulação. A acumulação acontece quando um medicamento é administrado com intervalos muito curtos, e a nova dose administrada ainda vai de encontro à administração anterior, que ainda não foi excretada (eliminada). b) Sinergismo. Sinergismo acontece quando há um aumento da rapidez, intensidade e duração de um fármaco, provocado por outro que é sinérgico deste. Existem dois tipos de sinergismo: sinergismo de adição, quando o efeito combinado dos medicamentos é a soma algébrica dos efeitos de cada um, e sinergismo de potenciação, quando o efeito combinado é superior à soma algébrica dos efeitos previstos para cada fármaco dado isoladamente. O sinergismo de potenciação pode ainda ser directo quando os fármacos agem no mesmo sentido mas por mecanismos diferentes, ou indirectos quando há supressão duma função ou antagonista. c) Antidotismo. Antidotismo acontece quando um fármaco diminui o efeito de outro através de um contacto directo (fármaco-fármaco). d) Taquifilaxia. Taquifilaxia é uma forma de tolerância adquirida que se manifesta logo após as primeiras administrações. 15. Quais as medidas a tomar em caso de uma intoxicação cutânea por uma substância ácida? No caso de intoxicação cutânea, por uma substância ácida, deve-se usar uma substância que se opõe à acção do tóxico actuando sobre o próprio tóxico, como antagonista. Assim sendo, deve lavar-se a zona com bicarbonato de sódio, se a zona afectada forem os olhos, deve-se lavar com soluções de bicarbonato de sódio a 0,1%. 16. Define biodisponibilidade e bioequivalência. Qual a importância de cada uma? Biodisponibilidade significa, ou é utilizada para descrever a quantidade e velocidade de absorção do fármaco a partir da forma farmacêutica de apresentação. Bioequivalência consiste na utilização dos conhecimentos adquiridos pela biodisponibilidade, em estudos comparativos de duas ou mais formulações diferentes, contendo no entanto, o mesmo princípio activo e administradas na mesma dose. A importância de cada uma é enorme, a biodisponibilidade permite determinar a dose mais adequada para uma determinada intensidade de acção. Os estudos da biodisponibilidade são de extrema importância para os doentes com disfunções cardíacas, hepáticas ou renais, porque nestes a farmacocinética está alterada. A bioequivalência permite identificar os fármacos ou produtos para os quais resultaram falhas terapêuticas e na prudência da selecção inicial do produto e no cuidado de alterações do produto, permite ainda verificar se um fármaco é ou não equivalente ao outro. 17. O que é afinidade de eficácia de um fármaco? Quando um fármaco tem a capacidade de se tirar sobre os receptores diz-se que tem afinidade. Quando um fármaco tem a capacidade de produzir um efeito após a fixação sobre os receptores diz-se que ele tem actividade intrínseca ou eficácia. 18. Distingue agonista de antagonista. Um agonista é um fármaco que possui tanto a capacidade de afinidade como a eficácia ou actividade intrínseca, enquanto que um antagonista só possui afinidade.
  • 4. 19. Mencione as teorias fundamentais que explicam a interacção fármaco-receptor. • Teoria da ocupação – a resposta é função da ocupação dos receptores; • Teoria da velocidade – a resposta é função da velocidade com que os receptores são ocupados; 20. Explica em que consiste antagonismo competitivo e não competitivo. Antagonismo competitivo é um antagonismo marcado por dois acontecimentos: • A força que os prende aos receptores é fraca, desfazendo-se com facilidade e o agonista pode removê-lo por competição – antagonismo competitivo em equilíbrio; • As ligações que prendem o antagonista aos receptores são tipo covalente (irreversível) – antagonismo competitivo não em equilíbrio. Antagonismo não competitivo é o antagonismo que resulta de agonismo de sentido contrário e que se pode designar com antagonismo funcional, uma vez que há oposição de função. 21. Quais os sintomas que manifestam o salicilismo? - Salicilismo é uma intoxicação crónica, que provoca alterações no quadro neurológico e que se caracteriza por: • Zumbidos e surdez (sinais mais precoces); • Cefaleias, vertigens e tonturas; • Perturbações visuais, confusão mental e astenia; • Náuseas e vómitos. Numa intoxicação aguda surgem ainda outros sintomas, como modificações respiratórias, do equilíbrio ácido-base e térmicas. É provocado pelo AAS. 22. Quais os efeitos laterais das Cefalosporinas? • Reacções alérgicas – são relativamente pouco tóxicas, sendo o risco de hipersensibilidade idêntico para todas as cafalosporinas. Os fenómenos de hipersensibilidade manifestam-se através da urticária que pode evoluir para dermatite esfoliativa. Excepcionalmente podem provocar uma reacção anafiláctica. Pode existir sensibilidade cruzada com as penicilinas; • Nefrotoxicidade – A cefaloridina é nefrotóxica. A cefalotina aumenta a nefrotoxicidade dos aminoglicosídeos quando usada cronicamente. Para além destes pode provocar ainda tromboflebites, quando administrada qualquer cafalosporina por via endovenosa. FREQUÊNCIA 1. a) Definir efeito local e efeito sistémico. b) Definir vias entéricas e parentéricas. 2. a) Enunciar as vantagens dos comprimidos. b) Identificar os comprimidos segundo a via de administração. 3. Identificar o local de aplicação de enema, colírio, xarope e colutório. 4. Enunciar os factores de uma distribuição não uniforme. 5. a) Descrever a excreção dos fármacos por via renal. b) Exemplificar porque é que a excreção dos fármacos é influenciada pelo pH do filtrado glomerular. 6. Enunciar as regras no momento da administração dos fármacos. 7. a) Definir afinidade e actividade intrínseca. b) Enunciar os mecanismos de acção não mediados por receptores. 8. a) Definir acumulação. b) Qual a posologia a adoptar perante o fenómeno de acumulação. 9. Definir redistribuição, sensibilidade cruzada, idiossincrasia e efeito iatrogénico. 10. Identificar o espectro de acção e os efeitos laterais dos aminoglicosídeos. 11. Definir expansores plasmáticos e identificar líquidos que se possam utilizar. 12. Enunciar as consequências da hipercalémia e as preparações que dispomos para a regular.
  • 5. OUTROS APONTAMENTOS Farmacologia – ciência que estuda os fármacos, ou seja, o estudo das propriedades físicas, químicas, efeitos e transformações dos fármacos. Droga – ingrediente ou substância simples de natureza animal, vegetal ou mineral que serve, em regra, à fabricação de outros produtos, estes de natureza medicinal ou química. Fármaco – tipo especial de droga, isto é, droga que pode ser utilizada para o tratamento, prevenção ou diagnóstico de doença. Medicamentos – substâncias que introduzidas no organismo ou aplicadas na sua superfície, modificam o seu funcionamento para melhor (efeito benéfico). Venenos ou tóxicos – substâncias que introduzidas no organismo ou aplicadas na sua superfície são capazes de provocar perturbações orgânicas ou funcionais. Efeito medicamentoso, farmacológico ou terapêutico – acção dos fármacos sobre os sistemas vivos. Reacções adversas, nocivas ou tóxicas – efeitos que podem agravar o estado do indivíduo ou fazer aparecer outras doenças. Efeitos secundários ou colaterais – reacções adversas que surgem com doses médias do medicamento (doses terapêuticas). Efeitos tóxicos – reacções adversas que surgem por exagero da dosagem. Dose – quantidade de medicamento que vai ser administrada para produzir um efeito desejado. Doses terapêuticas – doses situadas entre a dose mínima (mínima dose susceptível de exercer acção terapêutica) e a dose máxima (dose do medicamento com a qual conseguimos obter efeito máximo e doses superiores podem provocar efeitos tóxicos). Margem terapêutica ou zona manejável – intervalo entre as doses mínimas e máximas englobando pois todas as doses terapêuticas. A Farmacologia abarca campos tão diversos que compreendem: a farmacognosia (origem e propriedade dos fármacos de origem natural), a farmacotecnia ou farmácia galénica (transforma as formas simples em formas farmacêuticas – medicamento pronto a ser utilizado), a farmacodinâmica (estuda os mecanismos de acção e os efeitos físico e biológicos no nosso organismo – o que acontece depois da administração do fármaco), a farmacocinética (transformações e percurso do medicamento à medida que passa pelo nosso organismo), a farmacologia molecular (responsável pela síntese química), a farmacogenética (associa ou justifica o aparecimento de efeitos diferentes em pessoas diferentes – através da genética) a farmacologia clínica (estudo da aplicação de determinados medicamentos nos seres humanos – área experimental para comprovar a eficácia do fármaco), a terapêutica ou farmacoterapia (aplicação dos fármacos disponíveis para o tratamento de determinadas doenças) e a toxicologia (estudo dos efeitos tóxicos, secundários, não desejados, pela administração de drogas). Idiosincrosia – alteração qualitativa do fármaco. Hipersensibilidade – alteração quantitativa do fármaco. DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS Novo fármaco – substância química de origem sintética, animal ou vegetal, ainda não administrada no Homem, ou mesmo quando já administrada, não tenha de todo a sua eficácia e segurança conhecida. São introduzidos por: • Acaso (novo ou com novas indicações – novos efeitos; erro em laboratório); • Triagem empírica (aplicação repetitiva do fármaco); • Extracção de princípios activos de vegetais (fármacos para compensar falhas); • Modificação molecular de medicamentos conhecidos (alteração química dos fármacos); • Planeamento racional (planear antes de elaborar o fármaco). Efeito placebo – efeitos psicológicos, fisiológicos ou psicofisiológicos de qualquer medicamento que não são devidos à sua actividade farmacológica. Placebo – são as substâncias usadas com a finalidade de efeito placebo e podem ser inertes ou activas. As principais razões que procuram justificar o uso do placebo são: • Como instrumento psicológico no tratamento de certos sintomas de doenças psíquicas;
  • 6. • Em trabalhos experimentais quando se procura determinar o verdadeiro efeito do fármaco, procura-se excluir o fenómeno de sugestão. Ensaios pré-clínicos – realizados em laboratório e em animais e incluem ensaios físico-químicos, farmacocinéticos, farmacodinâmicos (DE50 – Dose Efectiva – determinar a eficácia do medicamento) e toxicológicos (DL50 – Dose Letal para 50% da população, se for mais baixo, o fármaco corre riscos). ENSAIOS CLÍNICOS – DIVIDEM-SE EM 4 FASES: • Fase I – Primeiros ensaios em voluntários sadios para avaliação da segurança e toxicidade do fármaco; • Fase II – São os primeiros ensaios realizados num pequeno número de pacientes. O objectivo é determinar a dose terapêutica e a formulação mais adequada; • Fase III – É semelhante à fase anterior mas o número de pacientes é significativamente maior. É avaliada a eficácia e segurança do medicamento e a amostra maior permite a aprovação generalizada do medicamento; • Fase IV – Permite retirar informações adicionais que reflectem a realidade do médico frente à doença no hospital. Esta fase tem ainda outras finalidades como estabelecer novas indicações e esquema posológicos. Farmacovigilância – tem por objectivo descobrir com maior brevidade possível os efeitos adversos causados e registar as suas características. TIPOS DE ENSAIOS CLÍNICOS Não controlados – administração do fármaco a um grupo de pacientes sem grande rigor de selecção de diagnóstico e sem grupo controlo. CONTROLADOS: • Abertos – Tanto o médico como o paciente sabem que é um ensaio clínico. O objectivo é identificar características do fármaco e os seus resultados devem ser posteriormente confirmados por ensaio controlado cego; • Cegos: • Simples cego – Apenas os pacientes não sabem o medicamento que lhes é administrado; • Duplo cego – Tanto o médico como o paciente desconhecem o fármaco (ou placebo) que está a ser administrado. FORMAS FARMACÊUTICAS São produtos elaborados a partir das drogas de modo a poderem ser administrados no organismo. As formas farmacêuticas são, fundamentalmente, de 3 tipos, consoante o modo de obtenção: • Oficinais, constam da Farmacopeia; • Magistrais, executadas segundo fórmulas e indicações pormenorizadas fornecidas pelo médico; • Especialidades Farmacêuticas, que se encontram comercializadas e produzidas pela indústria farmacêutica. FORMAS SÓLIDAS Pó – é constituído por um conjunto de partículas de dimensões variáveis mas com relativa homogeneidade. Podem classificar-se em simples ou compostos (mais do que uma substância) e podem servir para a obtenção de outras formas farmacêuticas; Grânulos ou sacaretos granulados – são formas farmacêuticas com aspecto de pequenos grãos mais ou menos irregulares; Comprimidos – são formas farmacêuticas de forma discóide, cilíndrica ou lenticular, mas podendo ter qualquer outra forma de dimensões e peso variáveis sem ou com revestimento (drageias), obtidos por compressão directa da substância medicamentosa, mas quase sempre necessitam de granulação prévia e adição de adjuvantes inócuos. Vantagens: • Precisão na dosagem; • Boa conservação; • Rapidez e economia na preparação; • Boa apresentação; • Reduzido volume; • Fácil deglutição;
  • 7. • Múltiplas aplicações possíveis. Conforme a via de administração podemos considerar: • Comprimidos de absorção gastrointestinal (para serem deglutidos e os comprimidos efervescentes); • Comprimidos sublinguais; • Comprimidos para implantação; • Comprimidos para aplicação local (bucais e vaginais); • Comprimidos para preparação de soluções desinfectantes. Pílulas – são formas farmacêuticas de consistência firme de peso reduzido, destinadas a serem deglutidas sem mastigar e de forma esférica; Drageias – são comprimidos revestidos, em que o revestimento destina-se a dar-lhes: • Melhor aspecto; • Evitar a desagregação no estômago; • Prolongar a acção do princípio activo; • Melhorar a conservação; • Evitar qualquer aroma ou sabor desagradável que possuam. Pastilhas – são geralmente achatadas e circulares ou alongadas, destinadas a dissolverem-se lentamente na boca e que são preparadas por moldagem de uma massa plástica constituída por um excipiente de mucilagens; Cápsulas – são formas farmacêuticas constituídas por invólucros gelatinosos de forma e dimensões variáveis contendo substâncias medicamentosas sólidas, líquidas ou pastosas. O acondicionamento nas cápsulas: • Evita cheiros ou sabores desagradáveis; • Permite uma rápida libertação; • Podem ter revestimento gastroresistente. Podem subdividir-se em: • Cápsulas duras – quando os invólucros são apenas constituídos por gelatina, possuem 2 opérculos que encaixam perfeitamente um no outro. Destinam-se a conter medicamentos sólidos; • Cápsulas moles – quando são formadas por gelatina adicionada de emolientes, apresentam-se como um invólucro único destinando-se não só a conter medicamentos sólidos, mas principalmente líquidos ou pastosos. Supositórios – são formas farmacêuticas de forma cónica ou ovóide que fundem à temperatura corporal e destinados a serem introduzidos no recto; Óvulos – são formas farmacêuticas de consistência mole ou sólida de forma semelhante à dos supositórios e destinados a serem introduzidos na cavidade vaginal; Velas/Lápis – Nitrato de Prata, usado para cicatrização da ferida, queimando tecidos em crescimento excessivo; Papéis – são apenas embalagens de medicamentos. FORMAS SEMI-SÓLIDAS São preparações farmacêuticas de consistência mole destinadas a serem usadas externamente para acção tópica ou geral e também com fins de lubrificação. Consoante o aspecto, consistência ou composição do excipiente podem classificar-se: • Pomadas – Quando são untuosas preparadas com excipientes gordurosos; • Cremes – Que são mais fluídos que as pomadas, preparados com excipientes emulsivos tipo água em óleo ou óleo em água; • Pastas – Pomadas de maior consistência, espessas pois contém grande quantidade de pós insolúveis no excipiente; • Geleias – O meio de dispersão é a água e gelatinas. Podemos incluir neste grupo as preparações para aplicação transdérmica (selos) que normalmente estão impregnadas de substâncias na forma semi-sólida que amolece à temperatura do corpo aderindo à pele para ser absorvida FORMAS LÍQUIDAS Soluções – são obtidas por dissolução de uma ou mais substâncias medicamentosas num solvente apropriado. O seu aspecto é límpido e homogéneo; Suspensões – são preparações de aspecto turvo ou leitoso, constituídas pela dispersão de um sólido insolúvel num veículo líquido ou semilíquido;
  • 8. Emulsões – são preparações de aspecto leitoso ou cremoso, resultantes da dispersão de um líquido num outro líquido com o qual não seja miscível, geralmente à custa de um agente emulsivo. Uma emulsão tem por isso duas fases, uma aquosa e outra oleosa. FORMAS FARMACÊUTICAS ESPECIAIS QUE USAM UM OU MAIS DOS SISTEMAS ANTERIORES OU FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO: • Gotas – solução, suspensão ou emulsão. Contidas no frasco conta-gotas. Permitem aumentar ou diminuir a dose. Podem ser orais, auriculares ou oftálmicas (colírios); • Colutórios – soluções para aplicação na boca. Forma consistente para aderir à parede da boca, para efeito antisséptico. Efeito local; • Loção – Emulsão para aplicação na superfície da pele, com ou sem fricção. Lubrificação e protecção se não contiverem princípio activo; • Xaropes – soluções ou suspensões, com aspecto viscoso porque são constituídos por elevada porção de açúcar, sabor doce. Administradas às colheres; • Clisteres ou enemas – Administrados por via rectal. Bisnaga com cânula, Podem ser de limpeza (intestinal), ou ter princípio activo (purgantes) para acção local (antiinflamatórios) ou para serem absorvidos de igual modo aos supositórios; • Preparações injetáveis – solução, suspensão ou emulsão. Utilizadas na via parentérica (administração directa no tecido). Prontas a ser utilizadas ou preparações extemporâneas. CICLO GERAL DOS MEDICAMENTOS __ FARMACOCINÉTICA Pode haver a aplicação tópica ou local, e a aplicação sistémica (obriga a passagem do fármaco por membranas). APLICAÇÃO SISTÉMICA Considera as vias Entéricas(fármaco absorvido no tubo digestivo) e Parentéricas (absorvido na pele ou introduzido nos tecidos através de agulhas e outras técnicas). Fatores que influenciam a absorção dos medicamentos: • Área de absorção(>área>absorção) • Tempo de contacto(>tempo>absorção) • Intimidade de contacto(>intim.>absorção) • Intensidade de irrigação(>int.>absorção) • Espessura da área de absorção(<espessura>absorção) VIAS PARENTÉRICAS  Via endovenosa ou intravenosa- não há absorção o fármaco é colocado directamente no sangue, é rápido, obriga a recorrer a terceiros especializados. Riscos: o Aparecimento de embolia (intupição de um canal_forma um caroço) o Possibilidade de reacções alérgicas(como reacções anafiláticas, choque) o Efeitos cardiovasculares(se a administração ñ for lenta pode causar lesões cardiovasculares, bem como pode afectar o cérebro) Vantagens: o Rápidos a actuar o Permite administração de fármacos que seriam destruídos por outras vias o Pode-se administrar grandes quantidades de líquidos o Pode ser usado para fármacos que poderiam provocar destruição das paredes musculares o Permite que chegue a dosagem mais precisa ao sangue (reduzindo as eliminações por outros factores)  Via intramuscular – administração num tecido muscular, é útil quando ñ se pode utilizar a via ora, a absorção é idêntica à oral e dá-se entre 10 a30 minutos após a administração . dá-se sob a forma de suspensões (+dolorosas +viscosa – para absorção prolongada e por vezes ainda têm que sofrer transformação antes de exercerem efeito), sob forma de soluções para libertação imediata, e ainda sob a forma de soluções Depôt(de acção prolongada Desvantagens o Irritação, dor no local o Impossível a autoadministração, o Ñ permite a administração de grandes quantidades de líquidos
  • 9.  Via inalatória – os pulmões têm grande superfície de absorção, é fino e muito vascularizado -- usam-se essencialmente fármacos para tratar doenças pulmonares . Utilizam aerossóis para libertar o PA  Vias subcutânea –administração na derme (dolorosa porque a pele é mais sensível a irritações) absorção mais lenta , maior possibilidade de autoadministração (pode ser utilizada na administração de formas sólidas que duram anos sem mexer)  Via óssea , etc. VIAS ENTÉRICAS  Via sublingual—fármaco colocado debaixo da língua –é rápido, ñ necessita de terceiros, utilizados em situações de emergência(comprimidos pequenos e sem sabor para ñ haver secreção salivar—comprometia a quantidade de fármaco que era absorvido)  Via oral--+cómoda, o doente deglute a forma farmacêutica. A absorção depende de vários factores : o Ph(qualquer substância atravessa melhor a parede na forma não ionizada—ião tende a ligar-se a outros na membrana), caract. Do fármaco… Desvantagens o O tempo que vai da administração até que começa a fazer efeito o Ñ pode levar subst. Que sejam inactivadas por enzimas, sucos gástricos, etc. o Pode levar a irritação o Uma das primeiras passagens do fármaco é pelo fígado e algumas substâncias podem ser eliminadas no metabolismo, especialmente quando os fármacos têm grande facilidade em ser metabolizados  Via retal—tem capacidade de absorver por difusão simples, mas o espaço de absorção é menor, o que é um inconveniente Vantagens o cómoda para as crianças com alguma resistência a fármacos o ñ se sente o mau cheiro nem o mau sabor o ñ passa pela metabolização inicial do fígado DISTRIBUIÇÃO DO FÁRMACO PELO ORGÃNISMO Não é uniforme devido a ligações do fármaco a proteínas plasmáticas(a albumina é a essencial—esta ligação ñ é estável, ñ permanente, mas quando está ligada ñ exerce função- não passa a parede dos capilares—quando [] do F no sangue é menor que no sangue, este liberta-se e passa para fora do sangue (para os metabolizadores) tem que se ter a percentagem das ligações em conta a quando da dosagem),ou tecidulares(ñ é muito significativa, mas tem que s ter em conta que alguns F exercem efeito ligados a estas proteínas), ligações a eritrócitos(os F lipossolúveis—ligam-se à gordura, sendo posteriormente libertados gradualmente-- e arranjos morfofuncionais (barreira hematocefálica—poucos F são capazes de chegar ao sistema nervoso central e por vezes para fazer chegar um F ao SN é preciso administrar níveis tóxicos, mas por outro lado protege o SN de acção de um tóxico--, barreira placentária) O fármaco tem que sair do sangue e ir para o meio extra ou intracelular dependendo do seu lugar de acção(há F que ficam retidos no sangue) REDISTRIBUIÇÃO—depois de um F chegar a um local—zonas de metabolização, depois de terminar a acção farmacêutica vai continuar a ser distribuído para os locais de maior afinidade, onde vai sendo eliminado. Biotransformação (metabolização) molécula sofre acção das enzimas e forma metabolitos (podem ou não ter actividade farmacêutica)- são + hidrossolúveis(facilita a excreção) –tendem a ser ionizados – actividade terapêutica pode permanecer ou ñ (há F que só os metabolitos são activos prodroga – a toxicidade dos metabolitos também pode ser maior, geralmente ñ é) ocorre no fígado essencialmente e sofre reacções de oxidação redução e hidrólise. A velocidade de excreção é influenciada a intensidade de metabolização(a insuficiência hepática pode levar ou á intoxicação ou à não acção. Ao administrar F em simultâneo podem se afectar a nível da metabolização Excreção as vias são a renal ( o rim é um órgão muito irrigado e muito permeável—eliminação rápida—as proteínas ligadas a F ñ são eliminados, metabolitos lipossolúveis são + facilmente excretados. Por exemplo o ác. Acetilsalicílico (ác. Fraco) para aumentar a basicidade da urina administra-se bicarbonato de sódio, facilita-se a eliminação. Para diminuir a basicidade da urina administram-se substâncias ácidas( ác. Ascorbico; a nível dos neferónios algum F é eliminado e há outro que é reabsorvido, as doenças existentes também podem afectar a eliminações.uma pessoa que toma um diurético também aumenta a eliminação de F) , biliar(as subst retidas são lançadas no intestino sendo algum eliminado, mas pode voltar a ser absorvido e fazer efeito, porque ñ sofre transformação) e respiratória(excreta subst. Administradas por esta via e gases que circulem no sangue), secreções digestivas, glândulas lacrimais e sudoríparas, do trato genital.
  • 10. Mecanismos de acção dos F—efeito terapêutico A maioria dos F tem que se ligar a receptores (o medicamento é criado para se ligar ao F, que se adapta a este, o fármaco tem actividade intrínseca liga-se de acordo como modelo chave fechadura e exerce efeito e pode ligar-se mas ñ exercer efeito no receptor diz-se que é extrínseco), da ligação resulta o efeito directo ou com formação de biomoléculas, outros ñ se ligam a nada . Agonista—subst. Que consegue exercer efeito, afinidade + actividade Antagonista—ligam-se ao receptor evitando que outros se liguem e exerçam efeito e pode ser competitivo(competição pelos receptores da molécula, o que existir em maior quant. Liga-se + facilmente)e o ñ competitivo(antagonismo funcional, ligam-se aos receptores provocando o efeito contrário) Medicamentos ñ mediados por receptores—há reacções químicas entre o F e outras subst. (ex. diuréticos osmóticos- reduzem a reabsorção de água , anestésicos gasosos, expansores plasmáticos, subst. Utilizadas para neutralizar o Ph e para acidificar ou alcalinizar a urina. Quelação—fenómeno que ocorre em determinados antídotos- ião liga-se ao catião impedindo que eles se soltem ex. EDTA- ant. do chumbo O F também pode ser incorporado numa célula—alguns citotópicos anticancerisnos entram nas células INALAÇÕES/AEROSSÓIS Não são formas farmacêuticas, mas sim uma maneira de administrar medicamentos no estado gasoso ou partículas sólidas ou líquidas dispersas em gases, pela árvore respiratória. ANTI-INLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES Acção analgésica, antipirética e anti-inflamatória. MECANISMO DE ACÇÃO Na presença de um síndroma doloroso pode intervir-se de várias formas: • Actua-se sobre a causa quando esta for conhecida; • Suprime-se o processo patológico que é responsável pela dor; • Inibe-se a sensação dolorosa. CLASSIFICAÇÃO SALICILATOS Derivados do Ácido Salicílico, sendo mais usado o Éster Salicílico do Ácido Acético (AAS). Possuem todos o mesmo efeito farmacológico o que permite referi-los aos AAS: • Como analgésico – eficaz nas dores do tipo somático e pouco intensas; • Como antipirético – a sua acção resulta do abaixamento do ponto de regulação do centro termo- regulador; • Como anti-inflamatório – observa-se apenas para dores superiores; • Como anti-agregante plaquetário – interfere com a coagulação por dois mecanismos: inibição da agregação plaquetária e redução dos níveis de protombina. Efeitos colaterais O AAS produz acções metabólicas que dependem da dose: • Hipoglicémia, aumento da produção de corpos cetónicos e hiperglicémia; • Com doses elevadas produz alterações respiratórias, e alterações do equilíbrio ácido-base e electrolítico, que com as doses mais elevadas poderá surgir insuficiência renal em consequência do colapso cardiovascular e desidratação; • No rim: • Interfere com a eliminação do ácido úrico; • Efeitos renais dependentes da inibição da produção das PGs renais; • Irritação digestiva: • Pode traduzir-se apenas por mal-estar epigástrico, náuseas, vómitos, ou pode causar perdas de sangue; • Em 1% dos doentes surge úlcera péptica ao fim de 6 a 12 meses de tratamento; • Agressividade hepática: • Hepatotoxicidade que depende da dose (maior que 150 mg/ml); • Síndroma de Reye; • Efeitos de hipersensibilidade.
  • 11. Farmacocinética Pode ser administrado por via oral, via parentérica e via rectal. Distribui-se por todos os tecidos e atravessa a barreira Placentária e Hematoencefálica. Liga-se às proteínas plasmáticas cerca de 80-90% (principalmente à Albumina). Elimina-se por via renal (a velocidade de eliminação depende do pH). Intoxicação aguda e crónica Na intoxicação crónica surge um quadro neurológico – salicílismo – que se caracteriza por: • Zumbidos e surdez são os sinais mais precoces; • Cefaleias, vertigens e tonturas; • Perturbações visuais, confusão mental e astenia; • Náuseas e vómitos. Na intoxicação aguda para além das alterações do Salicílismo surgem ainda modificações respiratórias, do equilíbrio ácido-base e térmicas. DIFLUNISAL Difere do AAS por ter uma vias média mais longa, menor incidência de efeitos laterais e por não causar, mesmo em doses elevadas, acidose metabólica e zumbidos. É destituído de efeitos antipiréticos. Pode causar hiperuricémia, logo nas primeiras doses. DERIVADOS DO ÁCIDO ANTRANÍLICO Ácido Mefenâmico, Ácido Flufenâmico, Ácido Niflúmico e a Glafenina. Têm sido progressivamente abandonados por não apresentarem vantagens ao AAS. O Etofenamato tem interesse no tratamento tópico em patologias inflamatórias superficiais, não devendo ser utilizado quando a pele está inflamada ou ulcerada. DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO O principal é o Diclofenae. É rapidamente absorvido por via oral, a sua semi-vida é curta (4h). É intensamente metabolizado e os metabolitos são excretados pelo rim e pela bílis. Liga-se fortemente às proteínas plasmáticas (99%). Usa-se na dose de 75-200mg/dia, em 2 a 4 tomas. Os efeitos laterais são semelhantes aos dos AINEs, predominando a irritação digestiva e a elevação das transaminases (reversível com a suspensão). DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÓNICO Ibuprofeno, Naproxeno, Flurbiprofeno, Cetoprofeno, Fenoprofeno, Fenbufeno e Oxaprosim. Acção semelhante à do AAS. São rapidamente absorvidos pelo tubo digestivo, ligam-se fortemente às proteínas plasmáticas (99%). São intensamente metabolizados e os metabolitos eliminados pelo rim. As semi-vidas plasmáticas são muito variáveis ( 2 a 4h para o Ibuprofeno e 13h para o Naproxeno). Os efeitos laterais são semelhantes aos dos salicilatos, embora pareçam menos frequentes. Diferem entre si: • Na potência; • Na duração do efeito; • Na toxicidade. DERIVADOS PIRAZOLÓNICOS Antipirina, Aminopirina, Dipirona e Fenilbutazona. Dada a elevada toxicidade destes fármacos apenas a Fenilbutazona foi usada em terapêutica e apenas em situações bem seleccionadas. Recentemente foi retirada do mercado. DERIVADOS DO INDOLE E INDENO Indometacina:
  • 12. É muito bem absorvida por via digestiva, incluindo a via rectal; • Liga-se intensamente às proteínas plasmáticas (99%); • A metabolização dá-se no fígado, sendo a excreção por via urinária (60% + 10 a 20%) e por via biliar; • Efeitos secundários mais frequentes são os digestivos e os neurológicos; • Nas crianças dá-se uma redução das resistências às infecções. Sulmdae: • Menor incidência de efeitos digestivos e cefaleias; • Têm surgido efeitos tóxicos graves (depressão medular, hepatotoxicidade e sindrome paranóica). OXICAMS Paroxicam e Tenoxicam. São bem absorvidos no tubo digestivo, metabolizados no fígado, não se observando elevação dos níveis plasmáticos em doentes com IR. São lentamente eliminados, com semi-vida plasmática bastante longa (até 48h). Toxicidade semelhante à dos outros AINEs, embora a incidência de hemorragias digestivas seja mais elevada (idosos e doses maiores que 20mg/dia). DERIVADOS PARA-AMINOFENÓLICOS Paracetamol (acetaminofeno) e Fenacetina. Acção analgésica e antipirética semelhante à dos salicilatos, mas são destituídos de acção anti-inflamatória. Não interferem com a agregação plaquetária, não têm acções metabólicas e não modificam o equilíbrio ácido-base ou a eliminação do Ácido Úrico. Estes fármacos são bem e rapidamente absorvidos por via oral. Ligam-se às proteínas plasmáticas numa % inferior a 50%. Estes fármacos são metabolizados pelas enzimas microssomáticas hepáticas. Os metabolitos são eliminados por via renal. A toxicidade é muito diferente dos salicilatos. Os efeitos laterais podem incluir: • Hipersensibilidade, meta-hemoglobinemia e anemia hemolítica; • O Paracetamol para doses muito superiores às terapêuticas (10 1 15g) produz necrose hepática; • O Paracetamol usado cronicamente nas doses de 3-8g/dia pode causar hepatite tóxica. NIMESULIDE Exerce uma actividade fraca de inibição de Prostaglandinas. Bem absorvido por via oral (pico plasmático em 2 a 3h), semi-vida de 3-5h e duração de acção de 6 a 8h. Excretado quase totalmente por via urinária. Os efeitos secundários incluem: pirose, náusea, gastralgia, erupção cutânea, sonolência, úlceras pépticas e/ou hemorragias gastrointestinais. NORMAS GERAIS DE UTILIZAÇÃO DE ANALGÉSICOS, ANTIPIRÉTICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS Associações não apresentam vantagens. Profilaxia da úlcera gastrointestinal: • Fármacos que administrados com AINEs previnem a lesão da mucosa em doentes de risco (antecedentes de úlcera péptica, idade avançada, etc.): • Inibidores da secreção ácida do estômago – antagonistas dos receptores H2 (Ranitidina), Omeprazol, Pantoprazol, etc.; • Sucralfato; • Misoprostol – é um análogo sintético das PGs, substituindo a nível gastrointestinal as PGs cuja síntese é inibida pelos AINEs. SELECÇÃO DE UM AINE Considerar criticamente se um AINE é o mais indicado para o problema específico e para o doente. Seleccionar o AINE mais indicado tendo em conta o diagnóstico, a segurança do fármaco, a presença de doenças coexistentes e terapêutica concomitante. Explicar ao doente os objectivos, expectativas e riscos do tratamento.
  • 13. Os riscos de toxicidade GI devem ser minimizados tomando os medicamentos com as refeições, em certos doentes associando fármacos protectores da mucosa. Ter precauções extra em indivíduos idosos, grávidas, insuficientes renais, hipertensos, asmáticos, doentes com estados edematosos, estados hemorrágicos e doentes que vão sofrer intervenções cirúrgicas ou que tomem outros fármacos. Se os resultados forem desapontadores tentar um AINE alternativo em vez da adição de outro. CORTICOSTERÓIDES Betametasona, Deflazacort, Dexametasona, Hidrocortisona, Metilprednisolona e Prednisolona. Os corticosteróides produzidos nas glândulas supra-renais têm múltiplos efeitos no organismo, de entre os quais: • Efeitos no metabolismo dos glúcidos, proteínas e lípidos; • Efeitos sobre o equilíbrio hidroelectrolítico; • Efeitos sobre as células sanguíneas, imunidade e inflamação; • Outros efeitos. As acções adversas aos corticosteróides podem ser divididas em dois grupos: • Acções tóxicas relacionadas com doses elevadas e tratamentos prolongados; • Acções resultantes da suspensão abrupta do fármaco. Usos terapêuticos: • Terapêutica substitutiva; • Estimulação da maturação pulmonar fetal; • Uso dos corticosteróides em patologia não endócrina: • Uso como anti-inflamatório; • Neoplasias; • Transplantações; • Como meio de diagnóstico. ACÇÕES TÓXICAS RELACIONADAS COM DOSES ELEVADAS E TRATAMENTO PROLONGADO • Diabetes; • Úlcera péptica; • Atrofia muscular; • Redistribuição dos depósitos de gordura; • Osteosporose; • Perturbações menstruais; • Acne e hirsutismo; • Cataratas; • Atraso no crescimento; • Alterações psíquicas; • Intervenção no processo imunológico. ACÇÕES ADVERSAS RESULTANTES DA SUSPENSÃO ABRUPTA DO FÁRMACO Insuficiência supra-renal aguda. Recuperação funcional das supra-renais é lenta (6 a 8 meses). Esquemas posológicos para diminuir este período de normalização USO COMO ANTI-IMFLAMATÓRIOS • Diminuem a permeabilidade vascular; • Aumentam a resistência vascular; • Potenciam a acção vasoconstritora da noradrenalina; • Diminuem a acção local da histamina; • Deprimem a migração de células inflamatórias; • Diminuem a agressão das toxinas às células. Desaparecem o edema e a dor local
  • 14. Aplicação pode ser: • Sistémica; • Local. A decisão da administração de um corticosteróide nas afecções crónicas é grave, pis envolve riscos. O doente deve ser informado dos riscos e do perigo de um quadro de supressão brusca. Algumas patologias onde os corticosteróides estão indicados: • Artrite reumatóide; • Osteoartrite; • Doenças do colagénio; • Edema cerebral; • Acção antialérgica. ANTIBIÓTICOS FÁRMACOS ETIOTRÓPICOS. Tipo de acção: • Bactericida; • Bacteriostática. Espectro de acção: • Causas que impossibilitam que a CIM se atinja no foco infeccioso: a) Causas farmacocinéticas: • Inactivação e excreção muito rápidas; • Acesso difícil ao local da infecção. b) Causas toxicológicas. • Causas que favorecem o estabelecimento de concentrações elevadas no local da infecção. Mecanismo de acção dos antibióticos: • Inibição da síntese de enzimas – inibição da síntese da parede celular (Ex.: Penicilinas, Cefalosporinas, Cicloserina, Vancomicina e drogas imidazólicas); • Drogas que actuam directamente sobre a parede citoplasmática, alterando a sua permeabilidade (Ex.: Polixina, Anfotericina B e Nistatina); • Drogas que afectam a função dos ribossomas bacterianos, causando inibição da síntese proteica (Ex.: Cloranfenicol, Tetraciclinas, Eritromicina e Clindamicina); • Drogas que se ligam à subunidade 30s dos ribossomas – inibição da síntese proteica (Ex.: Aminoglicosídeos); • Drogas que afectam o metabolismo dos ácidos nucleicos (Ex.: Rifampicina, Quinolonas e Metronidazol); • Bloqueio de etapas metabólicas específicas essenciais (Ex.: Trimetoprim e Sulfonamidas); • Análogos dos ácidos nucleicos que se ligam a enzimas virais essenciais impedindo a replicação (Ex.: Aciclovir). RESISTÊNCIA BACTERIANA AOS ANTIBIÓTICOS O espectro de acção de um antibiótico ao longo do tempo. Mecanismos de resistência bacteriana aos AB: a) Inactivação enzimática dos antibióticos (Ex.: β-lactamases); b) Modificação do alvo do antibiótico; c) Impermeabilidade ao antibiótico; d) Bombas de efluxo. Soluções para contrariar o desenvolvimento de resistências: • Produção de novos compostos activos contra as estirpes resistentes; • Limitar o uso indiscriminado e irracional de AB; • Utilização de inibidores das enzimas bacterianas que inactivam AB. ANTIBIÓTICOS β-LACTÂMICOS PENICILINAS AROMÁTICAS OU BENZILPENICILINAS Activas contra cocos Gram + e Gram -, alguns bacilos Gram + e reduzido número de bacilos Gram -. Podem ser administrados por via IM, o sal sódico ou potássico.
  • 15. Dada a rápida excreção, houve necessidade de preparar formas depôt: • Penicilina-G-procaínica; • Penicilina-G-benzatinica. As formas depôt de Penicilina-G-procaínica e de Penicilina-G-benzatinica destinam-se à terapêutica da sífilis e à profilaxia da febre reumática. Nas restantes patologias, onde estão indicadas, usam-se misturas de Penicilina Sódica ou Potássica e formas depôt. Usos terapêuticos mais frequentes – infecções estreptocócicas, como por exemplo faringites, amigdalites, sinusites, otites médias ou agudas, etc. ISOXAZOLPENICILINAS E METICILINA Embora a Meticilina não pertença ao grupo das Isoxazolpenicilinas o seu espectro de acção e interesse terapêutico são sobreponíveis. Caracterizam-se pela sua grande resistência à inactivação pelas β-lactamases dos estafilococos aureus resistentes às Benzilpenicilinas. Não são activas sobre bactérias Gram -. As Isoxazolpenicilinas não são inactivadas por ácidos  administração por via oral. A Meticilina não é absorvida por via oral. A Flucloxacilina é a Isoxazolpenicilina mais utilizada. O estafilococos aureus pode tronar-se resistente à Meticilina (meticilino-resistência). AMINOPENICILINAS Ampicilina, Bacampicilina, Amoxicilina, etc. Espectro mais alargado que as Benzilpenicilinas. São muito resistentes aos ácidos. A Ampicilina é mal absorvida por via oral. Amoxicilina é muitas vezes associada ao Ácido Clavulâncico (inibidor das β-lactamases). CARBOXIPENICILINAS Carbenicilina, Ticarcilina, etc. Espectro bastante amplo sobre cocos Gram + e bacilos Gram -. Não são absorvidas por via oral. UREIDOPENICILINAS Piperacilina, etc. São as penicilinas de mais amplo espectro (as primeiras penicilinas activas contra Klebsiella e sobre a generalidade das estirpes de Pseudomonas aeruginosa). Não são absorvidas por via oral. Administrando-se por via IM e EV. Utilizam-se no tratamento empírico das infecções graves. A Piperacilina encontra-se disponível associada ao Tazobactam (inibidor enzimático). FARMACOCINÉTICA Absorção: • As Benzilpenicilinas são inactivadas no estômago. As restantes penicilinas, de uma forma geral, são resistentes aos ácidos. • A presença de alimentos prejudica a absorção de todas as penicilinas. • Não há absorção por via oral para a Ampicilina, Meticilina, Carboxipenicilinas, Ureidopenicilinas e para as Aminopenicilinas. • A absorção dos sais hidrossolúveis, sódicos e potássicos das Benzilpenicilinas é rápida e praticamente completa por via IM. As formas depôt permitem intervalar mais as administrações. Excreção: • São essencialmente excretadas pelo rim. • Uma parte é excretada por via biliar (principalmente a Ampicilina, com cerca de 15%). TOXICIDADE E EFEITOS LATERAIS Reacções de hipersensibilidade alérgica – as reacções de hipersensibilidade às penicilinas são por ordem decrescente de frequência: “rash” maculopapular, “rash” urticariforme, febre, broncospasmo, vaculite, drematite esfoliativa e anafilaxia. Efeitos por acção directa – têm uma acção irritante para os tecidos que se traduz por: flebite e tromboflebite durante a administração por via EV; dor e reacções inflamatórias após administração IM; sintomas dispépticos quando se utiliza a via oral; com a Ampicilina é relativamente frequente o aparecimento de “rash” maculopapular de origem tóxica, não alérgica.
  • 16. Efeitos devido aos catiões solúveis (sódio e potássio) ou aos compostos associados à penicilina G nas formas depôt – a utilização de grandes doses de Penicilina G sódica e potássica pode levar a desequilíbrios electrolíticos; Penicilina-G-procaínica em grandes doses pode causar uma reacção imediata com vertigens, cefaleias e alucinações que se devem à procaína; a procaína e a benzatina também podem causar reacções alérgicas. Efeitos devido à própria actividade antibacteriana – possibilidade de aparecimento de disbacterioses e superinfecções. CEFALOSPORINAS 1.ª GERAÇÃO Cefradina, Cefacetril, Cefazolina, Cefapirina, Cefalotina, Cefaloridina e Cefalexina. Bastante resistentes às β-lactamases. Resistentes aos ácidos. Aminopenicilinas Espectro idêntico ao das Aminopenicilinas (francamente eficazes contra bactérias Gram + e moderadamente eficazes contra Gram -). 2.ª GERAÇÃO Cefoxitina, Cefamandol, Cefuroxima e Cefaclor. São mais eficazes em infecções provocadas por gérmens produtores de β-lactamases e possuem um espectro de acção que abrange bactérias Gram – não abrangidas no espectro das de 1.ª Geração. A Cefoxitina é activa contra anaeróbios. 3.ª GERAÇÃO Cefotaxima, Cefoperazona, Cefixime, Ceftazidima, Ceftibuteno, Cefprozil, Ceftizoxima e Ceftriaxone. O espectro de acção inclui enterobacteriáceas e Pseudomonas resistentes às Cefalosporinas de 1.ª e 2.ª Geração. A Ceftazidima é a única activa contra Pseudomonas aeruginosa. FARMACOCINÉTICA Na sua grande maioria não são absorvidas por via oral. A Cefalexina, a Cefradina, o Cefradoxil, o Cefaclor, a Cefixime, a Cefuroxima, o Ceftibuteno, o Cefprozil são excepção sendo absorvidos por via oral. Atravessam facilmente a barreira placentária e mal a barreira hematoencefálica (10% das concentrações plasmáticas). A metabolização é reduzida ou nula. São excretadas por via renal (redução da dose na IRC excepto para o Ceftriaxone). O Ceftriaxone é também eliminado por via biliar (redução da dose na IH). TOXICIDADE E EFEITOS LATERAIS Reacções alérgicas – são relativamente pouco tóxicas, sendo o risco de hipersensibilidade idêntico para todas as Cefalosporinas; os fenómenos de hipersensibilidade manifestam-se através de urticária que pode evoluir para dermatite esfoliativa; Excepcionalmente podem provocar uma reacção anafiláctica; Pode existir sensibilidade cruzada com as Penicilinas. Nefrotoxicidade – a Cefaloridina é nefrotóxica; a Cefalotina aumenta a nefrotoxicidade dos aminoglicosídeos quando usados concomitamente. Outras acções secundárias – a administração intravenosa de qualquer Cefalosporina pode provocar tromboflebites. INIBIDORES DE β-LACTAMASES Ácido Clavulânico – com certa actividade antimicrobiana de largo espectro, mas tão moderada que não tem significado; a actividade inibidora das β-lactamases é muito intensa e o espectro desta actividade inibidora é vasto; os efeitos laterais em associação com a Amoxicilina são idênticos aos da Amoxicilina isolada, mas um pouco mais elevados (náuseas, vómitos, diarreia e erupções cutâneas do tipo alérgico). Tazobactam – usado em associação à Piperacilina. AMINOGLICOSÍDEOS Estreptomicina, Neomicina, Amicacina, Tobramicina, Netilmicina, Gentamicina e Isepamicina. Activos contra bactérias Gram – aeróbias. As bactérias Gram + são pouco sensíveis. São inactivados em condições de anaerobiose. Por via oral a absorção é muito baixa. Usados por via IM e EV. Excreção renal e biliar. Efeitos secundários mais frequentes: • Ototoxicidade;
  • 17. • Nefrotxicidade. Regras que condicionam o seu uso: • Pequena margem terapêutica; • Não devem ser usados profilacticamente; • Se for necessário deve reservar-se a Amicacina para as infecções resistentes aos outros Aminoglicosídeos. SULFAMIDAS Cotrimoxazol (Trimetoprim mais Sulfametoxazol, 5*1). Bem absorvidos por via oral. Entram facilmente no LCR. Efeitos laterais incluem anemia, leucopenia, trombocitopenia e intolerância na pele. Uso terapêutico mais frequente: • Infecções urinárias altas e baixas; • Infecções do aparelho respiratório; • Infecções genitais por gonococos; • Brucelose; • Febre tifóide. QUINOLONAS Norfloxacina, Ofloxacina, Ciprofloxacina e Levofloxavina. CLORANFENICOL Administrado por via oral e EV. Efeitos laterais: • Toxicidade hematológica (supressão da eritropoiese e aplasia medular); • Sindrome cinzento do recém-nascido; • Alterações gastrointestinais; • Reacções de hipersensibilidade. Utilização terapêutica: fármaco de 1.ª escolha na febre tifóide. TETRACICILINAS Absorção digestiva incompleta mas suficiente e que é prejudicada pela presença de iões metálicos. Efeitos laterais: • Efeitos digestivos; • Fototoxicidade; • Toxicidade renal. Utiliza-se essencialmente no tratamento da brucelose. CLINDAMICINA Atinge elevadas concentrações nas estruturas ósseas e articulares. A excreção dá-se por via biliar (90%). Toxicidade: colite pseudomembranosa istrogénica, diarreia ligeira ou violenta, reacções de hipersensibilidade, e sabor desagradável devido à eliminação pelas glândulas salivares. Tem um importante efeito bacteriano sobre bactérias anaeróbias. VANCOMICINA Absorção digestiva nula. Administra-se por via endovenosa. Toxicidade: • Ototoxicidade; • Tromboflebites; • Arrepios e hipertermia. Deve reservar-se ao tratamento de infecções provocadas por estafilococos meticilino-resistentes. Também se usa em infecções estafilococicas graves em doentes alérgicos aos β-lactamamicos e ainda em infecções graves provocadas por clostridium dificille. METRONIDAZOL Atua exclusivamente em microorganismos anaeróbios. É rápida e totalmente absorvido por via oral. Toxicidade: náuseas, diarreia, polimeuropatia grave reversível e crises convulsivas MACRÓLIDOS Eritromicina, Claritromicina e Azitromicina. Óptimas alternativas às Penicilinas em infecções provocadas por estreptococos. São de 1.ª escolha em infecções provocadas por Legionella pneumoniae e por Mycoplsma pneumoniae.
  • 18. SEDATIVOS, HIPNÓTICOS E TRANQUILIZANTES Sedação – frenação da excitação e da agitação psicomotora sem que haja indução do sono. Hipnótico – fármaco que induz o sono. Tranquilizante – fármaco com acção específica sobre a ansiedade e tensão emocional. BARBITÚRICOS Apenas se usa o Fenobarbital e o Tiopental. A acção central pode variar de intensidade, abrangendo a sedação, hipnose, anestesia geral, coma e morte; de acordo com a dose, via de administração, a existência ou não de tolerância e o estado de excitabilidade do SNC. Possuem ainda efeito antiepilético e anticonvulsionante. Farmacocinética: • São administrados por via oral e por via endovenosa; • Distribuem-se preferencialmente por tecidos ricos em lípidos (tecido nervoso e numa fase tardia acumulação no tecido adiposo); • São fármacos com características ácidas: • Se há alcalose aumenta a passagem dos Barbitúricos dos tecidos para o plasma; • A alcalinização da urina acelera a excreção. • Os Barbitúricos são metabolizados no fígado e excretados por via urinária. Usos terapêuticos: • Fenobarbital em determinadas formas de epilepsia; • Tiopental em anestesia geral. Toxicidade e efeitos laterais: • Depressão central excessiva, particularmente dos centros respiratório e vasomotor; • Aparecimento de respostas anormais; • Estabelecimento de dependência. Interacções: • São potencializados por outros depressores do SNC (álcool, tranquilizantes neurolépticos, analgésicos narcóticos, etc.); • Como possuem efeito indutor de enzimas hepáticas, aceleram a biotransformação de outros fármacos (ex.: diminuem a duração de acção dos anticoagulantes). Contra-indicações: • Insuficiência respiratória grave; • Alterações comportamentais do tipo digestivo; • Lesões hepáticas graves. A administração crónica dos Barbitúricos leva a tolerância. Tratamento da intoxicação aguda: • Manter a circulação e respiração; • Facilitar a excreção. SEDATIVOS DE ORIGEM VEGETAL Valeriana officinalis. SEDATIVOS E HIPNÓTICOS DE ORIGEM SINTÉTICA (NÃO BENZODIAZEPÍNICOS) Hidrato de cloral. TRANQUILIZANTES BENZODIAZEPINAS O Diazepam é considerado o protótipo deste grupo de fármacos. Existem algumas indicações selectivas fora do campo do tratamento da ansiedade, nomeadamente na insónia, na epilepsia e na anestesia geral. Principais Benzodiazepinas: • Usadas sobretudo como tranquilizantes: • De longa duração de acção – Clobazam, Clorazepato, Diazepam, Medasepam, Prazepam, etc.;
  • 19. • De duração de acção intermediária – Bromazepam e Lorazepam; • De duração de acção curta – Alprazolam e Oxazepam; • Usadas sobretudo como hipnóticos: • De longa duração de acção – Flurazepam e Quazepam; • De duração de acção intermédia – Estazolam, Flunitrazepam, Lormetazepam e Nitrazepam; • De duração de acção curta – Brotizolam, Midazolam, Temazepam, Triazolam, Zolpidem e Zolpiclone; • Usados como antiepiléticos: Clonazepam, Diazepam e Nitrazepam; • Usados como pré-anestésicos: Diazepam, Flunitrazepam e Midazolam. Farmacocinética: • São fármacos lipossolúveis – quanto maior a lipossolubilidade mais rápido o início da acção; • São todas metabolizadas; • As características farmacocinéticas condicionam as suas aplicações terapêuticas: • Na pré-anestesia e no tratamento das convulsões há penetração rápida no SNC, usa-se o Midazolam e o Diazepam no pré-operatório e o Diazepam nas convulsões; • Os compostos de curta duração de acção são usados como hipnóticos quando não se pretendem efeitos durante o dia; • Os compostos de acção intermédia ou longa são úteis quando a insónia se acompanha de ansiedade diurna; • Os compostos de absorção lenta (Oxazepam) são usados quando o doente se queixa do efeito inicial demasiado intenso. Reacções adversas: • São em geral pouco intensas e incluem: sonolência, sensação de cansaço, inapetência e indiferença, reacções alérgicas, anemia hemolítica; ataxia e irregularidades menstruais para doses elevadas; • Nos idosos são mais frequentes podendo ainda observar-se confusão, incontinência, deterioração da memória, hipotermia e aumento paradoxal da ansiedade. Em doses elevadas podem provocar tolerância, habituação e dependência física. Nas intoxicações agudas administra-se Flumazenil (antídoto). Interacções potenciam os depressores do SNC (álcool e Barbitúricos). Usos terapêuticos: como tranquilizantes, como hipnóticos, em afecções em que há aumento da tensão muscular, no tratamento de espasmos musculares, no tétano e como antiepiléticos. BUSPIRONA Bem absorvida por via oral, muito metabolizada no fígado e excretada por via renal. As reacções adversas mais frequentes são tonturas, cefaleias, náuseas e vómitos. Induz sonolência e baixa de atenção em menor grau do que as Benzodiazepinas; Não potencia os efeitos sedativos e hipnóticos do Etanol e os efeitos das Benzodiazepinas. Indicações terapêuticas: utiliza-se apenas como tranquilizante, não tem acção hipnótica, relaxante muscular ou anticonvulsionante. A principal desvantagem é eficácia limitada sobretudo pela instalação lenta do efeito ansiolítico (às duas semanas de tratamento). MEPROBAMATO E OUTROS TRANQUILIZANTES DE MENORES ATITUDES PERANTE INSÓNIA DECLARADA Psicoterapia. Recomendação de hábitos higiénicos. Usar um hipnótico. ANTIPSICÓTICOS Fármacos indicados na terapêutica da esquizofrenia, psicoses orgânicas, fase maníaca da doença maníaca-depressiva e outras doenças com sintomatologia do tipo psicótico. Estes fármacos têm como características comuns: • Acção antipsicótica, com marcado efeito supressivo sobre alucinações, ideação persecutória, agitação e agressividade; • Capacidade de provocar aquietação, neutralidade afectiva e emocional, redução de expressão corporal e das emoções, indiferença ao meio ambiente, menor lentidão de raciocínio com conservação da capacidade intelectual; • A capacidade de interferirem com os sistemas dopaminérgicos límbico-hipotalâmico.
  • 20. FENOTIAZINAS Clorpromazina, Levomepromazina, Tioridazina, Ciamemazina, Flufenazina, Prometazina, etc. Acções laterais: • Sedação com sonolência e cansaço; • Reacções de hipersensibilidade; • Efeitos extrapiramidais (os que surgem precocemente e são reversíveis distonias agudas e parkinsonisno iatrogénico e as que surgem tardiamente – discinesia tardia; • Hipotensão ortostática; • Convulsões, manifestações endócrinas e oftalmológicas. São normalmente administradas por via oral, reservando-se a via parentérica às situações de urgência (EV muito lenta e IM irritante). O Decanoato de Flufenazina tem uma acção prolongada (2 a 3 semanas por via IM) – formas “depôt”. As Fenotiazinas são fortemente metabolizadas no organismo e têm ciclo enterohepático. BUTIROFENONAS Haloperidol, Metilperona, Droperidol e Trifluperidol. Têm uma farmacologia sobreponível à de algumas Fenotiazinas (Clorpromazina, Levomepromazina, Tioridazina e Flufenazina): • A mesma potência antipsicótica; • A mesma capacidade de combater as alucinações; • A mesma tendência para provocar efeitos extrapiramidais. As diferenças são sobretudo químicas, não provocando irritação local quando administradas por via parentérica. A Metilperona possui marcada acção sedativa e raramente provoca efeitos extrapiramidais, por isso tem sido usada em doentes idosos (com a vantagem da curta duração de acção). O Haldol pode apresentar-se na forma de éster – forma “depôt”. DIFENILBUTILPIPERIDINAS Pimozide, Penfluridol e Fluspirileno. São antipsicóticos de longa duração de acção úteis na prevenção de recidivas de episódios psicóticos em doentes esquizofrénicos ambulatórios. DIBENZODIAZEPINAS Clozapina e Olanzapina. Considerável acção antipsicótica com reduzida tendência para induzir efeitos extrapiramidais. Os efeitos secundários mais frequentes são a sedação, hipotensão, taquicardia, hipersialorreia e tonturas. Em cerca de 1 a 2% dos doentes pode surgir agranulocitose que obriga à sua suspensão – vigilância hematológica. BENZAMIDAS Sulpiride, Soltipride e Tiapride. Não possuem capacidade de rapidamente dominarem a sintomatologia psicótica alucinatória-delirante. LÍTIO Exerce efeito psicodepressor (tratamento da crise maníaca e na prevenção de novas crises na psicose maníaca-depressiva). Deve proceder-se sistematicamente à determinação dos níveis plasmáticos, dada a sua toxicidade e dificuldade de prever os efeitos secundários. Acções secundários: fadiga, ataxia, trémulo, perturbações digestivas e sede excessiva; para doses superiores a 2mg/l pode surgir coma, rigidez, trémulo marcado e convulsões. ANTIDEPRESSORES Usados isoladamente ou em associação com outros fármacos e/ou com um qualquer modelo psicoterapêutico. Permitem uma recuperação muito mais rápida e eficaz do processo depressivo. ANTIDEPRESSORES TRICÍCLICOS E ANÁLOGOS Amitriptilina, Imipramina, Trimipramina, Clomipramina, Doxepina, Dotiepina, Maprotilina, Mianserina, Viloxazina, Trazadona, Fluvoxamina, Fluoxetina, Sertralina. São bem absorvidos por via oral. A maior parte destes fármacos é de longa duração de acção pelo que podem ser administrados uma só vez ao dia.
  • 21. Acções laterais: secura da boca e gosto metálico, epigastralgias, obstipação, tonturas, taquicardia, palitações, visão enevoada e retenção urinária (cuidados especiais em doentes com hipertrofia prostática ou glaucoma). Podem ainda surgir arritmias cardíacas, diminuição da contractibilidade miocárdica, confusão mental, transição brusca do estado de depressão para o de mania em portadores de psicose maníaca-depressiva, aumento de peso (excepto com a Fluoxetina) e no início náuseas e vómitos. Há um abaixamento do limiar das convulsões (precaução em doentes epilépticos). INIBIDORES DA MONOAMINOXÍDASE (MAO) Moclobemide. Efeitos laterais: secura da boca, sensação de vertigem, trémulo, cansaço, sudorese, taquicardia e náuseas. ANTAGONISTAS E ANTÍDOTOS ANTAGONISTA – fármaco que se opõe à acção do tóxico; Este poderá ser específico ou inespecífico. Os mecanismos de acção são os seguintes: • Favorecendo a eliminação por aceleração da via metabólica do tóxico; • Por bloqueio competitivo da via metabólica do tóxico; • Competindo por receptores específicos; • Recuperando ou superando a alteração funcional, restaurando a função bloqueada pelo tóxico. ANTÍDOTO – substância que se opõe à acção do tóxico, actuando sobre o próprio tóxico. Podem actuar pelos seguintes mecanismos: • Ação directa sobre o tóxico; • Destruição do tóxico por neutralização, oxidação ou redução; • Bloqueio do tóxico por diluição, adsorção, absorção, insolubilizção, precipitação ou quelação; • Transformação em produtos menos tóxicos; • Transformação em complexos sem actividade. INTOXICAÇÕES POR VIA CUTÂNEA SUSBSTÂNCIA QUÍMICAS: As medidas gerais são as seguintes: • Limpeza e lavagem com pano ou papel, sem esfregar e lavando com água (excepto quando o tóxico é o Ácido Sulfúrico) ou com solução de Cloreto de Sódio isotónico; As medidas a tomar dependem da natureza do tóxico: • Ácidos – quando se trata de Ácido Sulfúrico lavar a zona com Bicarbonato de Sódio; os olhos lavam-se com solução de Bicarbonato de Sódio a 0,1%; • Bases – lavar a zona com Ácido Acético (vinagre) de concentração não superior a 1% ou de Ácido Cítrico; para os olhos utilizar uma solução de Ácido Acético a 1:1000; • Produtos orgânicos (Fenol, Cresol, gases asfixiantes, Halogéneos, etc.) – lavar a zona afectada abundantemente com azeite, gasolina e posteriormente com água e sabão; • Fósforo elementar – Submergir em água para evitar o contacto com o ar e retirar os fragmentos com uma pinça; lavar a zona e mante-la húmida com dissolução de sulfato de cobre a 1%; • Sódio metálico – evitar o ar e a água, a zona lava-se com azeite; • Substâncias químicas de origem animal – pode haver ou não absorção; produz-se absorção no caso de mordeduras e picadas de animais venenosos; as medidas que se tomam, de uma forma geral são: • Evitar absorção aplicando imediatamente sobre a zona areia, argila, farinha, pó de talco, etc., procurando retirar antes o “espinho” ou os tentáculos; • Manter o membro em repouso e por gelo se não se fizer pressão para diminuir o fluxo sanguíneo; • Em caso de mordeduras faz-se uma incisão em forma de cruz e suga-se para extrair o veneno (no prazo de 30 minutos), coloca-se um garrote acima da ferida aliviando um minuto de cada dez; • Para neutralizar o tóxico aplica-se sobre a zona água oxigenada, solução de Permanganato de Potássio ou vinagre; • Aplicam-se anti-histamicos e corticóides tópicos ou sistémicos; • Se existir soro específico deve administrar-se;
  • 22. • Deve administra-se líquidos intravenosos e favorecer a diurese; • Pode ser necessário tratamento sintomático de dolores, insuficiência respiratória e circulatória, caimbras, convulsões, etc., e deve efectuar-se profilaxia antibiótica e antitetanica. INTOXICAÇÃO POR VIA RESPIRATÓRIA É frequente em intoxicações industriais. As medidas gerais consistem em: • Aplicar ventilação pulmonar (excepto em intoxicações por gases irritantes); • Manter o doente em repouso; • Devem administrar-se líquidos e facilitar a diurese; • Aplicar tratamento mais específico para cada tipo de intoxicação. INTOXICAÇÃO POR VIA DIGESTIVA Pode evitar-se absorção do tóxico recorrendo aos seguintes métodos: • Eliminação do tóxico não absorvido – está contra-indicada nas seguintes situações: • Ingestão de corrosivos ou cáusticos com ácidos e bases; • Doente em estado de coma ou inconsciente; • Em intoxicações por estimulantes do SNC; • Intoxicações por derivados do petróleo e detergentes. O vómito pode induzir-se mecanicamente mediante a estimulação da faringe posterior, mas esta técnica não é tão efectiva como a administração de eméticos; os eméticos utilizados são: • Xarope de ipeca – a acção emética deve-se a uma acção central e a uma acção local; posteriormente à administração do Xarope de ipeca pode administra-se carvão activado; está contra-indicada a sua administração em intoxicações por antieméticos; • Apomorfina – actua no SNC; usa-se por via parental em dose única de 100mcg/Kg em adultos e 70mcg/Kg para crianças; está contra-indicada em doentes intoxicados com depressores do SNC ou se apresenta respiração lenta e difícil; a acção da Apomorfina pode reverter-se com administração de Naloxona (antagonista opiáceo); • Lavagem gástrica – realiza-se fazendo incubação endotraqueal; usa-se pequenas quantidades de líquido e até que este saia claro; quando se termina o estômago pode ficar vazio ou pode administra-se um antídoto específico ou carvão activado; a lavagem também se pode efectuar com carvão activado em doses de 50g em 500ml de água (no final cerca de 30g de carvão activado juntamente com um purgante); a lavagem gástrica só deve fazer-se se as funções vitais são suficientes ou se aplicarem medidas de apoio; • Aspiração gástrica – está indicada apenas nalgumas situações em que a lavagem gástrica está contra- indicada (ex.: doente inconsciente); • Purgantes – minimizam a absorção, acelerando a passagem do tóxico pelo TGI com a rápida evacuação do seu conteúdo; estão indicados nas seguintes situações: depois da ingestão de cápsulas ou comprimidos com revestimento entérico, quando o tempo desde a ingestão é superior a uma hora e quando o tóxico é de absorção lenta; os Purgantes mais usados são o Sulfato de Sódio e o Sulfato de Magnésio, nas doses de 250mg/Kg por via oral ou 1ml/Kg de solução a 25% até 30g por dose; o efeito aparece após 30-60 minutos; • Destruição ou transformação química do tóxico não absorvido; • Bloqueio do tóxico não absorvido – adsorção/absorção: • Carvão ativado – adsorve as substâncias químicas à sua superfície de forma quase irreversível; a sua eficácia depende do tempo desde a ingestão do tóxico e da dose de carvão; em geral a dose a administrar deve ser de 5 a 10 vezes o peso de tóxico ingerido, necessitando de doses maiores na presença de alimentos; • Precipitação – a solução de Sulfato de Magnésio utiliza-se para intoxicações por Bário porque o precipita na forma de Sulfato Insolúvel; • Eliminação do tóxico já absorvido – podem usar-se os seguintes procedimentos: • Depuração biliar – pode ser útil para aumentar a eliminação de fármacos com semi-vida biológica longa; • Excreção urinária – os diuréticos são úteis nalguns tipos de intoxicações; pode aumentar-se a excreção variando o pH da urina; • Diálise – usa-se apenas quando o estado do doente é grave e não responde ao tratamento convencional ou quando há desequilíbrio hidroelectrolítico ou ácido-base; • Ventilação artificial • Antagonismo e bloqueio de um tóxico absorvido.
  • 23. ANTÍDOTOS INSOLUBILIZAÇÃO Bloqueio do tóxico por formação de sais insolúveis: • Gluconato de Cálcio – usado nas intoxicações com Oxalatos e com Flúor; usa-se em injecção EV de 10 a 20ml de solução a 10%; • Cloreto de Sódio – usado no tratamento de intoxicações por sais de Prata; o tratamento consiste na administração oral de solução de Cloreto de Sódio a 0,9%, após a ingestão de Nitrato de Prata. QUELAÇÃO Utiliza-se nas intoxicações por metais pesados. Factores que contribuem para a efectividade do quelante: elevada afinidade para o metal tóxico, baixa toxicidade, interacções mínimas com as moléculas biológicas essenciais, máxima capacidade de penetração nos depósitos do metal, metabolização mínima e rápida metabolização metalquelante: • Dimercaprol – usado nas intoxicações com Mercúrio, Ouro e Arsénio, formando complexos estáveis que favorecem a eliminação do metal; a concentração plasmática deve manter-se administrando doses fraccionadas e repetidas; administração faz-se por via IM profunda em solução a 10%; • Edetato Disédico Cálcico – forma quelatos com metais bivalentes e trivalentes; tem especial indicação nas intoxicações provocadas por Chumbo; as doses utilizadas são de 25mg/Kg/12h por via EV lenta (tempo de difusão de 6h) em glicose a 5% ou Cloreto de Sódio a 0,9% durante 5 dias; • Penicilamina – é quelante para o Cobre, Mercúrio, Zinco e Chumbo, promovendo a sua excreção pela urina; a dose diária recomendada é de 0,5 a 2g em adultos e de 20 a 25mg/Kg/dia nas crianças; • Desferroxamina – apresenta grande afinidade para o Ferro Férrico; é administrada por via parental; para eliminar o Ferro já absorvido administra-se uma dose única de 2g para adultos e de 1g para crianças, continuando com uma infusão lenta, no máximo de 15mg/Hg/h, após 4 a 6h; as soluções para infusão podem preparar-se com glicose a 5%, Cloreto de Sódio a 0,9% ou Lactato de Ringer; • Edetato Dicobalto – utilizado em intoxicações severas por Cianetos; as doses a administrar são de 300mg por via EV, seguidas de administração de 50ml de glicose a 50%; se não há resposta num minuto administra-se mais 300mg; após 5 minutos pode repetir-se a dose; TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTOS MENOS TÓXICOS Tiossulfato de Sódio – é utilizado em intoxicações por Cianetos; as doses usadas nos adultos são de 50ml de uma solução a 25% por via EV repetida após 1-2h, em crianças é de 1,6ml/Kg EV de uma solução a 25%. Vitamina B12 – a Hidroxicobalamina é utilizada na intoxicação por Cianetos, conjuntamente com Edetato Dicobalto; FORMAÇÃO DE COMPLEXOS Antídoto da Digoxina – o antídoto da Digoxina é um fragmento de imunoglobulina específica da Digoxina (Fab); a dose de Fab necessária depende da quantidade de Digoxina no organismo; a capacidade de fixação é de 1mg de Digoxina por cada 80mg de Fab (variando um pouco com preparação comercial); a administração faz-se por perfusão intravenosa durante 30 minutos, após diluição em Cloreto de Sódio. Sulfato de Protamina – combina-se com a Heparina formando um complexo estável desprovido de actividade anticoagulante; deve administrar-se 1g de Protamina por cada 100 unidades de Heparina ou 0,5- 0,75mg de Protamina por cada mg de Heparina. ANTAGONISTAS ACELERAÇÃO DE ALGUMA VIA METABÓLICA DO TÓXICO N-acetilcisteína – nas intoxicações por Paracetamol, além das medidas gerais de impedir absorção do fármaco, administra-se N-acetilcisteína; a N-acetilcisteína é bem tolerada por via oral e recomenda-se a sua administração para concentrações plasmáticas de Paracetamol superiores a 150mcg/ml às 4h de ingestão e se
  • 24. decorreram menos de 24h da ingestão; administra-se uma dose de carga de 140mg/Kg de uma solução a 20% por via oral, seguida de 70mg/Kg cada 4h; o tratamento termina quando a concentração plasmática do Paracetamol indica baixo risco de hepatotoxicidade; pode recorrer-se à via endovenosa. BLOQUEIO COMPETITIVO DA VIA METABÓLICA DO TÓXICO Álcool Etílico – a intoxicação com Metanol trata-se com Álcool Etílico, já que inibe a conversão de Metanol em Ácido Fórmico; deve impedir-se a absorção do Metanol mediante lavagem gástrica com solução de Bicarbonato de Sódio a 3,5% e depois administrar o Álcool Etílico por via oral com uma dose se carga de 0,6g/Kg (1,5ml/Kg de Whisky em 15 a 30 minutos); recomenda-se como dose de manutenção 0,2-0,3ml/Kg/h de Whisky ou similar; também se pode usar a perfusão endovenosa lenta de álcool diluído (66mg/Kg/dia). AÇÃO COMPETITIVA NO RECEPTOR ACTUANDO COMO ANTAGONISTA PURO Naloxona – é um potente antagonista opiáceo específico, desprovido de actividade agonista; actua por bloqueio competitivo sobre os receptores opiáceos; inicialmente administra-se uma dose de 400mcg de Naloxona (no adulto) por via subcutânea, IM ou EV, repetindo em intervalos de 2-3 minutos; em crianças a dose é de 5- 10mcg/Kg repetindo aos 2-3 minutos; o principal efeito adverso na Naloxona é a produção de sindrome de abstinência. Naltrexona – é um antagonista opiáceo puro, que não provoca dependência, tem efeitos secundários mínimos, pode ser administrado por via oral e possui maior duração de acção; está contra-indicada em doentes com hepatite aguda ou com insuficiência hepática; a principal indicação é na desintoxicação de doentes dependentes da heroína ou outros opiáceos. Flumazenil – possui actividade antagonista competitiva sobre receptores benzodiazepinicos, que reverte os efeitos sedantes anticonvulsionantes, músculo relaxantes e amnésicos destes fármacos; a duração do efeito do Flumazenil depende de vários factores: • Da dose administrada; • Da dose de Benzodiazepina previamente administrada; • Do tempo que decorreu desde a toma de Benzodiazepina; • Da vida média da Benzodiazepina utilizada; A dose recomendada é de 200mcg por via EV em 15 segundos, se necessário 100mcg cada 60 segundos até um máximo de 1-2mg; se o doente volta ao estado de inconsciência administra-se entre 100-400mcg/h em infusão EV, ajustando a dose segundo a resposta; RESTAURAÇÃO DA FUNÇÃO ALTERADA PELO TÓXICO Folinato de Cálcio – utilizado nas intoxicações por Metotrexato, Trimetoprim e Pirimetamina; o tratamento deve efectuar-se num período não superior a 4 horas após administração do tóxico. Obidoxima – utilizada nas intoxicações com compostos organofosforados; a Obidoxima administra-se em doses de 250mg IM ou em perfusão EV lenta, podendo repetir-se às 2-4 horas; a dose máxima é de 5mg/Kg para pacientes adultos; em crianças deve administra-se doses de 4mg/Kg EV em doses únicas; o tratamento inicia-se com atropinização (2mg por via SC, IM ou EV e repetir em intervalos de 5 a 60 minutos), sendo pouco eficaz quando já decorreram 36 horas a pós a exposição ao tóxico; Azul de Metileno – é utilizado para o tratamento de meta-hemoglobinemia produzida por outros fármacos (ex.: Nitritos); administra-se por via EV em solução a 1% em doses de 1-4mg/Kg, diluído em 100ml de solução glicosada, em 5 minutos; pode repetir-se a dose após 1 hora. Sulfato de Magnésio – é utilizado nas intoxicações com Bário; por via EV contraria a estimulação muscular produzida pelo Bário. Outros: • Heparina Sódica – reverte a hipercoagulação provocada por intoxicação com Ácido Aminocapróico; • Glucose – reverte a Hipoglicémia, consequência de intoxicação por Insulina ou antidiabéticos orais. EQUILÍBRIO HIDROELECTRLÍTICO Os distúrbios hidroelectrolíticos envolvem propriedades dos líquidos corporais – volume, osmolalidade, pH e concentração de iões específicos. • Composição dos líquidos corporais; • Pressão osmótica; • Distúrbios clínicos do volume da osmolalidade: • Contracção isotónica; • Contracção hipertónica;
  • 25. Contracção hipotónica; • Expansão isotónica; • Expansão hipertónica; • Expansão hipotónica; • Contracção volumétrica; • Distúrbios da osmolalidade; • Correcção do volume plasmático e sanguíneo; • Distúrbios ácido-base; • Distúrbios electrolíticos. AÇÕES NÃO MEDIADAS POR RECEPTORES As modalidades fundamentais dos mecanismos de acção farmacológica não mediada por receptores são as mencionadas a seguir: • Ações de natureza puramente física – dois exemplos ilustram-nas suficientemente; os diuréticos osmóticos, como o Manitol, são filtrados pelos glomérulos renais, o que aumenta a osmolaridade da urina tubular; como, nestas condições, a reabsorção de água nos túbulos tem de fazer-se contra um gradiente osmótico mais elevado do que normalmente, a reabsorção aquosa é menor, surgindo assim o efeito diurético; os anestésicos gerais gasosos ou voláteis apresentam um elevado coeficiente de partilha óleo/água, pelo que se dissolvem nas lipoproteínas das membranas das células nervosas, exercendo por esta via o seu efeito anestésico; a acção anestésica geral destes compostos não se coaduna com a teoria dos receptores, mas em contrapartida há uma correlação perfeita entre o coeficiente de partilha e a potência anestésica; os expansores do plasma, como a Polivinil-pirrolidona, os purgativos osmóticos, como o Sulfato de Magnésio, o Cloreto de Etilo (na anestesia local pelo frio), são exemplos adicionais de fármacos que actuam por mecanismos físicos; • Ações de natureza química e inespecífica – embora mecanismos químicos e físicos estejam, naturalmente, envolvidos noutros tipos de mecanismos de acção, incluindo o da ligação a receptores, há mecanismos químicos simples e inespecíficos que explicam a acção de certos fármacos; é o caso, por exemplo, dos antiácidos utilizados para neutralizar a acidez gástrica, dos fármacos que acidificam ou alcalinizam a urina, etc.; actuam também por mecanismos químicos, embora de outro tipo, certos fármacos que destroem a matéria orgânica de forma inespecífica, como alguns germicidas desinfectantes; • Quelação – traduz-se pela interacção de um fármaco com um ião ou uma pequena molécula, com a formação de um complexo estável, um quelato; são exemplos importantes de fármacos que actuam por quelação o EDTA, antídoto do Chumbo, o Dimercaprol, antídoto do Arsénio, Mercúrio, Ouro, Antimónio e Bismuto, a Penicilamina, que forma um quelato com o Cobre, sendo útil no tratamento de uma doença rara, a doença de Wilson, em que há um defeito da proteína que normalmente se liga ao cobre, a Ceruloplasmina, ocasionando-se assim uma perigosa acumulação progressiva do cobre nos tecidos, particularmente no fígado e no cérebro; • Incorporação em macromoléculas – um fármaco pode substituir-se a um metabólito normal, na síntese de um constituinte celular importante; é certo que, nesta síntese, intervêm enzimas, mas o fármaco actua pelo produto final da síntese em que ele se substitui ao metabólito normal e não por ele próprio; é o caso do 5-bromo- uracilo, estruturalmente parecido com a Timina, que pode substituir em proporção apreciável a Timina na síntese do ADN, o que permite, por exemplo, aumentar a sensibilidade soa tecidos aos raios X e alterar, para fins de investigação, a mutagénese; outro exemplo é o do 5-flúor-uracilo, cujo efeito contrasta com o do anterior, podendo ser usado como antineoplástico.