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PERFIL, HABILIDADES, PAPÉIS E CLASSIFICAÇÃO DOS
                    ADMINISTRADORES

      Face à nova realidade, o mercado de trabalho está a exigir que a
capacitação do profissional de Administração deva estar contextualizada
no processo de globalização econômica, de reestruturação produtiva e
de mudanças no conteúdo e natureza do trabalho e impactada pelos
aspectos integradores e desintegradores deste processo.
      Em outras palavras, a economia como um todo, vem reivindicando
no atual contexto, mudanças até então inéditas no perfil do futuro do
Administrador. Características tais como capacidade de raciocínio
abstrato, de auto-gerenciamento, de assimilação de novas informações;
compreensão das bases gerais, científico técnicas, sociais e econômicas
da produção em seu conjunto; a aquisição de habilidades de natureza
conceitual e operacional; o domínio das atividades específicas e
conexas; a flexibilidade intelectual no trato de situações cambiantes
tornam-se requisitos do novo profissional.

Perfil do Administrador

       A Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração
divulgou, em 1996, uma pesquisa que procurou traçar o perfil do
Administrador. Considera-se que os resultados dessa pesquisa são de
grande importância na formação do Administrador, em virtude de
refletirem uma realidade presente que pode direcionar o futuro desse
profissional e da própria Administração. De acordo com a pesquisa, os
itens que devem compor o perfil do Administrador são:

  1. Formação humanista e visão global que habilite a compreender o
     meio social, político, econômico e cultural onde está inserido e a
     tomar decisões em um mundo diversificado e interdependente.
  2. Formação técnica e científica para atuar na administração das
     organizações, além de desenvolver atividades específicas da
     prática organizacional.
  3. Internalização de valores de responsabilidade social, justiça e ética
     profissional.
  4. Competência para empreender ações, analisando criticamente as
     organizações, antecipando e promovendo suas transformações.
  5. Compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento
     profissional e do desenvolvimento da autoconfiança.
  6. Atuação de forma interdisciplinar.


    Pode-se afirmar que o perfil do Administrador é de um generalista-
humanista que decide ética e responsavelmente, empreendendo


                                                                         1
transformações com competência técnica e científica e as habilidades
correspondem a um profissional que compreende o todo de forma integrada
e sistêmica, com espírito crítico, lógico e analista.
       O mercado não procura mais o especialista, mas acima de tudo o perfil
profissional do Administrador generalista/polivalente, como um cidadão do
mundo, com uma sólida formação global e humanista, hábil negociador,
preditivo em suas análises, planejador inconteste para fazer frente aos
novos desafios que norteiam a sociedade.
       Nessa conformidade, o conceito de polivalência aproxima-se do
conceito de generalista, em que o Administrador não apenas domina
diferentes técnicas, equipamentos e métodos, mas acima de tudo, conhece a
origem dessas técnicas, os princípios científicos e técnicos que embasam os
processos produtivos, compreendendo não só o “como fazer”, mas o “porque
fazer”.
       O desenvolvimento do perfil generalista/polivalente pode ser
considerado através do aumento de capacitação, incorporação, incluindo a
questão do contexto inovativo do trabalho, com o intuito de abrir espaço
para criatividade dos envolvidos no processo.

     Habilidades do Administrador

       O sucesso de um administrador na vida profissional não está
inteiramente relacionado àquilo que lhe foi ensinado, ao seu brilhantismo
acadêmico ou ao seu interesse pessoal em praticar o que aprendeu nas
escolas. Esses aspectos são importantes, porém estão condicionados a
características de personalidade, ao modo pessoal de agir de cada um. O
conhecimento tecnológico da Administração é importantíssimo, básico e
indispensável, mas depende, sobretudo, da personalidade e do modo de agir
do administrador, ou seja, de suas habilidades.

      Robert L.Katz, professor e executivo de empresa, identificou três tipos
básicos de habilidade: técnica, humana e conceitual. Todo administrador
precisa das três.

     A habilidade técnica - Consiste em utilizar conhecimentos, métodos,
     técnicas e equipamentos necessários à realização de tarefas
     específicas, através de sua instrução, experiência e educação. Dessa
     forma, a habilidade técnica é o domínio e uso de certo conhecimento
     ou atividade especializada. Pressupõe uma capacidade do indivíduo
     utilizar o instrumental e as técnicas da disciplina específica.

     A habilidade humana - Consiste na capacidade e no discernimento
     para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações
     e aplicar uma liderança eficaz, ou ainda, é a capacidade de interagir e
     atuar com eficiência como membro de um grupo e de obter esforços
     cooperativos desse grupo.


                                                                       2
A habilidade conceitual - Consiste na habilidade para compreender
     as complexidades da organização global e o ajustamento do
     comportamento na pessoa da organização. Esta habilidade permite
     que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização
     total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de
     seu grupo imediato; requer a capacidade de pensar e compreender
     fatos, funções, atividades e idéias e dar-lhes uma forma de ação
     apropriada.

   Todas as habilidades são importantes para um Administrador. Entretanto
o que vai determinar qual delas é mais importante é o nível hierárquico que
ele ocupa na organização.



Níveis administrativos                         Habilidades necessárias


Institucional               Alta direção                          Conceituais



Intermediário         Gerência                       Humanas



Operacional                 Supervisão
                                    Técnicas




                    Papéis dos Administradores


            Nossa definição operacional descreve os administradores como
planejadores, organizadores, líderes e controladores das organizações. Na
verdade, todo administrador – desde o diretor de programas de um clube
universitário ao principal executivo de uma multinacional – assume uma
variedade muito maior de papéis para levar a organização a seus objetivos
estabelecidos. Num sentido amplo, um “papel” consiste nos padrões de
comportamento que se pode esperar de um indivíduo dentro de uma
unidade social. Para os propósitos do pensamento administrativo, um papel
é um padrão de comportamento que se espera de alguém dentro de uma
unidade funcional. Os papéis, portanto, são inerentes às funções.



                                                                     3
Henry Mintzberg* fez um levantamento amplo das pesquisas
existentes sobre os papéis dos administradores e integrou suas conclusões
aos resultados de um estudo sobre cinco executivos-chefes. Num esforço de
catalogar e analisar os vários papéis dos administradores, o relatório
integrado cobriu todos os tipos e níveis de dirigentes – desde líderes de
gangues de rua até os CEO’s (Chief executive officer).
            Mintzberg concluiu que o trabalho de muitos dirigentes é
bastante similar. Ele argumentou que todos os dirigentes têm autoridade
formal sobre suas próprias unidades organizacionais e adquirem status como
decorrência desta autoridade. Esse status faz com que todos os dirigentes se
envolvam em relacionamentos interpessoais com subordinados, pares e
superiores, pessoas que, por sua vez, dão aos administradores a informação
de que precisam para tomar decisões. Assim, todos os administradores
representam uma série de papéis interpessoais, de informação e de decisão
que Mintzberg definiu como um “conjunto organizado de comportamentos.”
      Há três aspectos básicos no trabalho de um administrador:
            Relações humanas;
            Processamento de informações;
            Decisões.

      O trabalho dos administradores varia de acordo com o nível
hierárquico, especialidade, tamanho da empresa, conjuntura econômica e
outros fatores. Provavelmente, a personalidade e os valores do
administrador influenciam a maneira como ele trabalha.
      O trabalho do administrador não consiste apenas em planejar,
organizar, dirigir e controlar. Estas funções do processo administrativo
diluem-se e combinam-se com o desempenho dos papéis, especialmente
com os que envolvem a administração de recursos e tomadas de decisões.
      Os papéis do administrador podem ser: interpessoais, de
informacionais e de decisão.



       Autoridade
        formal e
        STATUS



                                   Papéis                      Papéis
         Papéis
                                  Informaciona                Decisórios
      Interpessoais
                                        is
                                                        Empreendedor
      Papéis Interpessoais
    Símbolo                                             Solucionador de
                              Coletor
    Líder                                               problemas
                              Disseminador
    Elemento de
             Três papéis interpessoais e
                              Porta-Voz      às vezes   rotineiros –de recursos
                                                        Administrador os de figura
    Ligação                                             Negociador




                                                                                 4
SÍMBOLO (figura de proa). O administrador age como um símbolo e
representante (relações publicas) da organização e realiza tarefas
cerimoniais como chefe da unidade: saudando visitantes, comparecendo a
casamentos de subordinados, levando clientes para almoçar. O papel de
símbolo está presente em certo numero de tarefas. Nenhuma dessas tarefas
entretanto, envolve significativamente o processamento de informações ou
tomada de decisões. De modo mais importante, os administradores são
símbolos que personificam tanto para os membros da sua organização
quanto para observadores externos, os sucessos e os fracassos da
organização. Frequentemente são considerados responsáveis por resultados
sobre os quais têm pouco ou nenhum controle – daí as freqüentes demissões
de técnicos no esporte profissional.

      LÍDER. Como os administradores trabalham com e através de outras
pessoas, são responsáveis tanto pelos atos dos subordinados quanto pelos
próprios. De fato, o sucesso ou o fracasso dos subordinados é medida direta
de seu próprio sucesso ou fracasso. Como os dirigentes contam com
subordinados e outros recursos, devem realizar mais do que os não-
dirigentes – isso significa claro, que se espera que eles realizem mais do que
outros membros das organizações.

      LIGAÇÃO. Como os políticos, os administradores devem aprender a
trabalhar com todas as pessoas de dentro ou de fora da organização, que
possam ajudá-los a alcançar os objetivos organizacionais. Todos os
administradores eficazes “fazem política”, no sentido de que desenvolvem
redes de obrigações mútuas com outros administradores da organização.
Também podem construir ou entrar para alianças e coalizões. Os
administradores utilizam esses relacionamentos visando obter apoio para
suas propostas ou decisões, e para obter cooperação na realização de várias
atividades.

     Papéis Informacionais

      Mintzberg sugere que receber e comunicar informações são os
aspectos mais importantes no trabalho do dirigente. Os administradores
precisam de informações para tomar decisões inteligentes, e outras
pessoas na organização dependem de informações recebidas dos
administradores ou transmitidas por eles. Mintzberg identificou três
papéis informacionais: coletor, disseminador e porta-voz.

      COLETOR    (monitor).  Os   dirigentes buscam   constantemente
informações úteis, tanto dentro como fora da organização. Eles fazem
perguntas aos subordinados e coletam informações não solicitadas,
geralmente através de sua rede de contatos. O papel de coletor



                                                                        5
frequentemente faz dos administradores os membros mais bem informados
de seus grupos.

      DISSEMINADOR. Nesse papel, os dirigentes distribuem aos
subordinados informações importantes. Parte dessa informação vem de
reuniões de equipe e de memorandos, mas parte dela é baseada na análise
e interpretação dos fatos feita pelo dirigente. Em ambos os casos é de
responsabilidade do dirigente certificar-se que os subordinados recebam a
informação de que necessitam para realizar seus deveres. Este papel
informacional trabalha a informação externa para dentro da organização e
da informação interna de um subordinado para outro.

      PORTA-VOZ. Os dirigentes também transmitem informações para
pessoas que estão fora de sua unidade de trabalho. Manter superiores bem
informados é um aspecto importante deste papel. Como os diplomatas, os
dirigentes também devem falar por unidade de trabalho dentro da
organização ou representar toda a organização ao lidar com clientes,
fornecedores ou representantes do governo. Enquanto a papel de
disseminador está relacionado com a transmissão de fora para dentro, o
papel de porta-voz, envolve o inverso – a transmissão de informação de
dentro para o meio ambiente da organização.

     Papéis Decisórios

      De acordo com Mintzberg, a informação é “o insumo básico para
tomada de decisão pelos administradores”, os quais representam quatro
papéis decisórios. Com toda a informação disponível, cabe aos
Administradores estudarem-na e tomar decisões baseadas nelas. As
decisões são de responsabilidade total dos Administradores, por isso é
necessário cautela e preparo para tomá-las. Quatro são os papéis
decisórios, Empreendedor, Solucionador de Problemas, Alocador de
Recursos e Negociador.

      EMPREENDEDOR. Os dirigentes tentam melhorar suas unidades.
Quando, por exemplo, têm ou tomam conhecimento de uma boa idéia, os
administradores podem dar início a um projeto de desenvolvimento para
torná-la realidade. Neste papel, eles iniciam o processo de mudança por
vontade própria. Maria Inês Felippe, professora, define empreendedor como
sendo: “aquele capaz de deixar os integrantes da empresa surpreendidos,
sempre pronto para trazer e gerir novas idéias, produtos, ou mudar tudo o
que já existe. É um otimista que vive no futuro, transformando crises em
oportunidades e exercendo influência nas pessoas para guiá-las em direção
às suas idéias. É aquele que cria algo novo ou inova o que já existe e está
sempre pesquisando. É o que busca novos negócios e oportunidades com a
preocupação na melhoria dos produtos e serviços. Suas ações baseiam-se
nas necessidades do mercado.”


                                                                     6
SOLUCIONADOR DE PROBLEMAS (controlador de distúrbios).
Nenhuma organização funciona bem o tempo inteiro. Praticamente não há
limite para o número e o tipo de problemas que podem ocorrer, desde
dificuldades financeiras até greves ou queda de lucros. Espera-se que os
dirigentes surjam com soluções para os problemas difíceis e que as
implementem – ainda que à custa de decisões impopulares.
            Para tomas essas decisões difíceis, os dirigentes devem ser
capazes de pensar analítica e conceitualmente. O componente analítico
envolve partir um problema em seus componentes básicos, analisando-os e
chegando a uma solução viável. Ainda mais importante é a capacidade de
pensar conceitualmente, o que significa ver toda a tarefa em termos
abstratos e relacioná-la com outras tarefas. A capacidade de pensar nas
implicações mais amplas de uma decisão é essencial se o administrador
pretende alcançar os objetivos tanto da unidade de trabalho quanto da
organização como um todo.

      ALOCADOR DE RECURSOS (administrador de recursos). Todo dirigente
enfrenta uma variedade de objetivos, problemas e necessidades da
organização – e todos eles competem por seu tempo e seus recursos (tanto
humanos quanto materiais). Como esses recursos são sempre limitados,
cada dirigente deve alcançar um equilíbrio entre vários objetivos e
necessidades. Muito dirigentes e gerentes, por exemplo, organizam as
tarefas diárias em ordem de prioridade, de modo que as coisas mais
importantes sejam feitas imediatamente, e as menos importantes, possam
ser deixadas para depois.

      NEGOCIADOR. Os dirigentes passam boa parte de seu tempo
negociando porque apenas eles têm o conhecimento e a autoridade exigidos
por este papel. Algumas dessas negociações envolvem organizações
externas. Um presidente de empresa, por exemplo, pode ter de lidar com
uma firma de consultoria; um chefe de produção pode negociar um contrato
com um fornecedor.
      Os dirigentes também negociam dentro da organização. As pessoas
que trabalham para uma mesma organização discordam frequentemente
sobre objetivos ou sobre os modos mais eficazes de alcançá-los. Disputas
não-resolvidas podem baixar o moral e a produtividade, e até mesmo
afastar empregados competentes. Por esse motivo, os dirigentes devem
assumir o papel de mediador e negociar compromissos quando acontecem
disputas. Resolver discussões requer habilidade e tato; negociadores
desajeitados podem frustrar-se ao descobrir que apenas tornaram as coisas
piores.
      O trabalho de Mintzberg chama a atenção para o ambiente incerto e
turbulento que os administradores enfrentam no mundo real. A realidade é
previsível e controlável apenas em parte. De acordo com Mintzberg, os
dirigentes eficazes não têm tempo nem disposição para pensar em


                                                                    7
profundidade. Eles são, acima de tudo, realizadores, pessoas que enfrentam
o cortejo dinâmico de desafios e surpresas da vida. A capacidade de
conhecer o papel apropriado que deve representar em cada situação e a
flexibilidade para trocar prontamente de papéis são características do
dirigente eficaz.

                    Classificação dos Administradores

      Estamos usando a palavra administrador para indicar qualquer pessoa
responsável pelas quatro atividades principais da administração. Entretanto,
os administradores podem ser classificados de dois modos: pelo nível que
ocupam na organização (de primeira linha, intermediários e altos
administradores) e pelo âmbito ou abrangência das atividades
organizacionais pelas quais são responsáveis (os chamados administradores
funcionais e gerais).


I - Classificação pelo Nível da Administração

      Gerentes de Primeira Linha. Em uma organização, o nível mais baixo
em que indivíduos são responsáveis pelo trabalho de outros é chamado de
administração ou gerência de primeira linha, ou de primeiro nível. Os
gerentes de primeira linha dirigem apenas empregados de execução; não
supervisionam outros gerentes. Exemplos de gerentes de primeira linha: o
“capataz”, ou o supervisor de produção numa fábrica, o supervisor técnico
num departamento de pesquisas e o supervisor administrativo num grande
escritório. Os gerentes de primeiro nível são frequentemente chamados de
“supervisores”.

 Gerentes de primeira linha – Gerentes responsáveis apenas pelo trabalho de
 empregados operacionais. Não supervisionam outros administradores; constituem o
 primeiro nível (ou o nível mais baixo) dos gerentes na hierarquia organizacional.


      Gerentes Médios. O termo gerência média pode incluir mais de um
nível numa organização. Os gerentes médios dirigem as atividades dos
gerentes de níveis mais baixos e às vezes também as de empregados de
execução. As principais responsabilidades dos gerentes médios são dirigir as
atividades que implementam as políticas da organização e equilibrar as
exigências dos supervisores com as capacidades de seus subordinados.


 Gerentes médios – Gerentes em posição intermediária na hierarquia organizacional; são
 responsáveis por outros gerentes e, algumas vezes, por alguns empregados operacionais.




                                                                                          8
Administradores de Topo. Composta por um grupo comparativamente
pequeno de executivos, a administração de topo é responsável pela
administração geral da organização. Ela estabelece as políticas operacionais
e orienta as relações com o ambiente externo. Os títulos típicos dos
administradores de topo nos EUA são os CEO (Chief Executive Officer),
“presidente” e “vice-presidente sênior”. Os títulos variam de uma
organização para outra, e nem sempre são uma orientação confiável sobre a
classificação nos níveis administrativos mais altos.


Classificação pelo Topo – responsáveis pela administração global da organização.
 Administradores de
 Estabelecem políticas operacionais e conduzem a interação da organização com o seu
 ambiente
Âmbito das Atividades Organizacionais




II - Classificação pelo Âmbito das Atividades Organizacionais

     Administradores (gerentes) Funcionais. O administrador funcional é
responsável por apenas uma atividade da organização, como produção,
marketing ou finanças. Um administrador funcional comanda pessoas
envolvidas em um mesmo conjunto de atividades.

 Gerente Funcional – Responsável por apenas uma atividade na organização como
 finanças, recursos materiais ou recursos humanos.

      Administradores (gerentes) Gerais. O administrador geral, por outro
lado, supervisiona uma unidade complexa, como uma companhia, uma
subsidiária ou uma divisão operacional independente. Ele é responsável por
todas as atividades da unidade, como a produção, o marketing e as finanças.
Uma pequena empresa pode ter apenas um administrador geral – seu
presidente ou vice-presidente executivo, mas uma grande organização pode
ter vários, cada um comandando uma divisão relativamente independente.
Numa grande empresa de alimentação, por exemplo, pode haver uma
divisão de mercearia, uma divisão de produtos refrigerados e uma divisão de
congelados, com um administrador geral diferente responsável por cada
uma. Como o executivo-chefe de uma pequena empresa, cada um desses
chefes de divisão é responsável por todas as divisões da unidade.

 Gerente-geral. O indivíduo responsável por todas as atividades como produção,
 marketing e finanças de uma organização, uma empresa ou uma subsidiária.




                                                                                      9
* Professor Henry Mintzberg (nascido a 02 de setembro de 1939) é um
Acadêmico internacionalmente reconhecido e autor de livros de Negócios e
Administração. Ele é atualmente professor na Universidade de Montreal ,
Quebec, Canadá, onde leciona desde 1968, após ter concluído seu Mestrado
em Gerência no MIT.

Com quem trabalham:

     Com funcionários administrativos, contadores, publicitários, outros
administradores, economistas, especialistas em informática, etc.

Características Pessoais - dentre várias outras, podemos citar:
     - Autoconfiança
     - Capacidade de adaptação a novas situações
     - Capacidade de decisão - Saber decidir e solucionar problemas
     - Capacidade de liderança - Gerir com responsabilidade              e
       profissionalismo
     - Capacidade de negociação
     - Capacidade de organização
     - Capacidade de pensar e agir sobre pressão
     - Capacidade de planejamento
     - Criatividade – ser proativo, ousado e criativo
     - Iniciativa - Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas
       administrativas;
     - Noção de prioridade - O que é importante, o que é urgente?


Mercado de Trabalho:
    Saturado, mas promissor para os bem qualificados.


* Professor Henry Mintzberg (nascido a 02 de setembro de 1939) é um
Acadêmico internacionalmente reconhecido e autor de livros de Negócios e
Administração. Ele é atualmente professor na Universidade de Montreal ,
Quebec, Canadá, onde leciona desde 1968, após ter concluído seu Mestrado
em Gerência no MIT.

Bibliografia:

STONER ,James A F – Administração – 5ª edição – LTC Editora – 1999
DRUCKER, Ferdinand P. Introdução à administração. 3. ed. São Paulo:
Pioneira Thompson Learning, 2002.
HIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6 ed. Rio
de Janeiro: Campus, 2000.
MEIRELES, Manuel. Teorias da administração: clássicas e modernas. São
Paulo: Futura, 2003.


                                                                    10

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Adm 02 - perfil, habilidades,papéis e classificação dos administradores

  • 1. PERFIL, HABILIDADES, PAPÉIS E CLASSIFICAÇÃO DOS ADMINISTRADORES Face à nova realidade, o mercado de trabalho está a exigir que a capacitação do profissional de Administração deva estar contextualizada no processo de globalização econômica, de reestruturação produtiva e de mudanças no conteúdo e natureza do trabalho e impactada pelos aspectos integradores e desintegradores deste processo. Em outras palavras, a economia como um todo, vem reivindicando no atual contexto, mudanças até então inéditas no perfil do futuro do Administrador. Características tais como capacidade de raciocínio abstrato, de auto-gerenciamento, de assimilação de novas informações; compreensão das bases gerais, científico técnicas, sociais e econômicas da produção em seu conjunto; a aquisição de habilidades de natureza conceitual e operacional; o domínio das atividades específicas e conexas; a flexibilidade intelectual no trato de situações cambiantes tornam-se requisitos do novo profissional. Perfil do Administrador A Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração divulgou, em 1996, uma pesquisa que procurou traçar o perfil do Administrador. Considera-se que os resultados dessa pesquisa são de grande importância na formação do Administrador, em virtude de refletirem uma realidade presente que pode direcionar o futuro desse profissional e da própria Administração. De acordo com a pesquisa, os itens que devem compor o perfil do Administrador são: 1. Formação humanista e visão global que habilite a compreender o meio social, político, econômico e cultural onde está inserido e a tomar decisões em um mundo diversificado e interdependente. 2. Formação técnica e científica para atuar na administração das organizações, além de desenvolver atividades específicas da prática organizacional. 3. Internalização de valores de responsabilidade social, justiça e ética profissional. 4. Competência para empreender ações, analisando criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas transformações. 5. Compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional e do desenvolvimento da autoconfiança. 6. Atuação de forma interdisciplinar. Pode-se afirmar que o perfil do Administrador é de um generalista- humanista que decide ética e responsavelmente, empreendendo 1
  • 2. transformações com competência técnica e científica e as habilidades correspondem a um profissional que compreende o todo de forma integrada e sistêmica, com espírito crítico, lógico e analista. O mercado não procura mais o especialista, mas acima de tudo o perfil profissional do Administrador generalista/polivalente, como um cidadão do mundo, com uma sólida formação global e humanista, hábil negociador, preditivo em suas análises, planejador inconteste para fazer frente aos novos desafios que norteiam a sociedade. Nessa conformidade, o conceito de polivalência aproxima-se do conceito de generalista, em que o Administrador não apenas domina diferentes técnicas, equipamentos e métodos, mas acima de tudo, conhece a origem dessas técnicas, os princípios científicos e técnicos que embasam os processos produtivos, compreendendo não só o “como fazer”, mas o “porque fazer”. O desenvolvimento do perfil generalista/polivalente pode ser considerado através do aumento de capacitação, incorporação, incluindo a questão do contexto inovativo do trabalho, com o intuito de abrir espaço para criatividade dos envolvidos no processo. Habilidades do Administrador O sucesso de um administrador na vida profissional não está inteiramente relacionado àquilo que lhe foi ensinado, ao seu brilhantismo acadêmico ou ao seu interesse pessoal em praticar o que aprendeu nas escolas. Esses aspectos são importantes, porém estão condicionados a características de personalidade, ao modo pessoal de agir de cada um. O conhecimento tecnológico da Administração é importantíssimo, básico e indispensável, mas depende, sobretudo, da personalidade e do modo de agir do administrador, ou seja, de suas habilidades. Robert L.Katz, professor e executivo de empresa, identificou três tipos básicos de habilidade: técnica, humana e conceitual. Todo administrador precisa das três. A habilidade técnica - Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários à realização de tarefas específicas, através de sua instrução, experiência e educação. Dessa forma, a habilidade técnica é o domínio e uso de certo conhecimento ou atividade especializada. Pressupõe uma capacidade do indivíduo utilizar o instrumental e as técnicas da disciplina específica. A habilidade humana - Consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz, ou ainda, é a capacidade de interagir e atuar com eficiência como membro de um grupo e de obter esforços cooperativos desse grupo. 2
  • 3. A habilidade conceitual - Consiste na habilidade para compreender as complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento na pessoa da organização. Esta habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato; requer a capacidade de pensar e compreender fatos, funções, atividades e idéias e dar-lhes uma forma de ação apropriada. Todas as habilidades são importantes para um Administrador. Entretanto o que vai determinar qual delas é mais importante é o nível hierárquico que ele ocupa na organização. Níveis administrativos Habilidades necessárias Institucional Alta direção Conceituais Intermediário Gerência Humanas Operacional Supervisão Técnicas Papéis dos Administradores Nossa definição operacional descreve os administradores como planejadores, organizadores, líderes e controladores das organizações. Na verdade, todo administrador – desde o diretor de programas de um clube universitário ao principal executivo de uma multinacional – assume uma variedade muito maior de papéis para levar a organização a seus objetivos estabelecidos. Num sentido amplo, um “papel” consiste nos padrões de comportamento que se pode esperar de um indivíduo dentro de uma unidade social. Para os propósitos do pensamento administrativo, um papel é um padrão de comportamento que se espera de alguém dentro de uma unidade funcional. Os papéis, portanto, são inerentes às funções. 3
  • 4. Henry Mintzberg* fez um levantamento amplo das pesquisas existentes sobre os papéis dos administradores e integrou suas conclusões aos resultados de um estudo sobre cinco executivos-chefes. Num esforço de catalogar e analisar os vários papéis dos administradores, o relatório integrado cobriu todos os tipos e níveis de dirigentes – desde líderes de gangues de rua até os CEO’s (Chief executive officer). Mintzberg concluiu que o trabalho de muitos dirigentes é bastante similar. Ele argumentou que todos os dirigentes têm autoridade formal sobre suas próprias unidades organizacionais e adquirem status como decorrência desta autoridade. Esse status faz com que todos os dirigentes se envolvam em relacionamentos interpessoais com subordinados, pares e superiores, pessoas que, por sua vez, dão aos administradores a informação de que precisam para tomar decisões. Assim, todos os administradores representam uma série de papéis interpessoais, de informação e de decisão que Mintzberg definiu como um “conjunto organizado de comportamentos.” Há três aspectos básicos no trabalho de um administrador: Relações humanas; Processamento de informações; Decisões. O trabalho dos administradores varia de acordo com o nível hierárquico, especialidade, tamanho da empresa, conjuntura econômica e outros fatores. Provavelmente, a personalidade e os valores do administrador influenciam a maneira como ele trabalha. O trabalho do administrador não consiste apenas em planejar, organizar, dirigir e controlar. Estas funções do processo administrativo diluem-se e combinam-se com o desempenho dos papéis, especialmente com os que envolvem a administração de recursos e tomadas de decisões. Os papéis do administrador podem ser: interpessoais, de informacionais e de decisão. Autoridade formal e STATUS Papéis Papéis Papéis Informaciona Decisórios Interpessoais is Empreendedor Papéis Interpessoais Símbolo Solucionador de Coletor Líder problemas Disseminador Elemento de Três papéis interpessoais e Porta-Voz às vezes rotineiros –de recursos Administrador os de figura Ligação Negociador 4
  • 5. SÍMBOLO (figura de proa). O administrador age como um símbolo e representante (relações publicas) da organização e realiza tarefas cerimoniais como chefe da unidade: saudando visitantes, comparecendo a casamentos de subordinados, levando clientes para almoçar. O papel de símbolo está presente em certo numero de tarefas. Nenhuma dessas tarefas entretanto, envolve significativamente o processamento de informações ou tomada de decisões. De modo mais importante, os administradores são símbolos que personificam tanto para os membros da sua organização quanto para observadores externos, os sucessos e os fracassos da organização. Frequentemente são considerados responsáveis por resultados sobre os quais têm pouco ou nenhum controle – daí as freqüentes demissões de técnicos no esporte profissional. LÍDER. Como os administradores trabalham com e através de outras pessoas, são responsáveis tanto pelos atos dos subordinados quanto pelos próprios. De fato, o sucesso ou o fracasso dos subordinados é medida direta de seu próprio sucesso ou fracasso. Como os dirigentes contam com subordinados e outros recursos, devem realizar mais do que os não- dirigentes – isso significa claro, que se espera que eles realizem mais do que outros membros das organizações. LIGAÇÃO. Como os políticos, os administradores devem aprender a trabalhar com todas as pessoas de dentro ou de fora da organização, que possam ajudá-los a alcançar os objetivos organizacionais. Todos os administradores eficazes “fazem política”, no sentido de que desenvolvem redes de obrigações mútuas com outros administradores da organização. Também podem construir ou entrar para alianças e coalizões. Os administradores utilizam esses relacionamentos visando obter apoio para suas propostas ou decisões, e para obter cooperação na realização de várias atividades. Papéis Informacionais Mintzberg sugere que receber e comunicar informações são os aspectos mais importantes no trabalho do dirigente. Os administradores precisam de informações para tomar decisões inteligentes, e outras pessoas na organização dependem de informações recebidas dos administradores ou transmitidas por eles. Mintzberg identificou três papéis informacionais: coletor, disseminador e porta-voz. COLETOR (monitor). Os dirigentes buscam constantemente informações úteis, tanto dentro como fora da organização. Eles fazem perguntas aos subordinados e coletam informações não solicitadas, geralmente através de sua rede de contatos. O papel de coletor 5
  • 6. frequentemente faz dos administradores os membros mais bem informados de seus grupos. DISSEMINADOR. Nesse papel, os dirigentes distribuem aos subordinados informações importantes. Parte dessa informação vem de reuniões de equipe e de memorandos, mas parte dela é baseada na análise e interpretação dos fatos feita pelo dirigente. Em ambos os casos é de responsabilidade do dirigente certificar-se que os subordinados recebam a informação de que necessitam para realizar seus deveres. Este papel informacional trabalha a informação externa para dentro da organização e da informação interna de um subordinado para outro. PORTA-VOZ. Os dirigentes também transmitem informações para pessoas que estão fora de sua unidade de trabalho. Manter superiores bem informados é um aspecto importante deste papel. Como os diplomatas, os dirigentes também devem falar por unidade de trabalho dentro da organização ou representar toda a organização ao lidar com clientes, fornecedores ou representantes do governo. Enquanto a papel de disseminador está relacionado com a transmissão de fora para dentro, o papel de porta-voz, envolve o inverso – a transmissão de informação de dentro para o meio ambiente da organização. Papéis Decisórios De acordo com Mintzberg, a informação é “o insumo básico para tomada de decisão pelos administradores”, os quais representam quatro papéis decisórios. Com toda a informação disponível, cabe aos Administradores estudarem-na e tomar decisões baseadas nelas. As decisões são de responsabilidade total dos Administradores, por isso é necessário cautela e preparo para tomá-las. Quatro são os papéis decisórios, Empreendedor, Solucionador de Problemas, Alocador de Recursos e Negociador. EMPREENDEDOR. Os dirigentes tentam melhorar suas unidades. Quando, por exemplo, têm ou tomam conhecimento de uma boa idéia, os administradores podem dar início a um projeto de desenvolvimento para torná-la realidade. Neste papel, eles iniciam o processo de mudança por vontade própria. Maria Inês Felippe, professora, define empreendedor como sendo: “aquele capaz de deixar os integrantes da empresa surpreendidos, sempre pronto para trazer e gerir novas idéias, produtos, ou mudar tudo o que já existe. É um otimista que vive no futuro, transformando crises em oportunidades e exercendo influência nas pessoas para guiá-las em direção às suas idéias. É aquele que cria algo novo ou inova o que já existe e está sempre pesquisando. É o que busca novos negócios e oportunidades com a preocupação na melhoria dos produtos e serviços. Suas ações baseiam-se nas necessidades do mercado.” 6
  • 7. SOLUCIONADOR DE PROBLEMAS (controlador de distúrbios). Nenhuma organização funciona bem o tempo inteiro. Praticamente não há limite para o número e o tipo de problemas que podem ocorrer, desde dificuldades financeiras até greves ou queda de lucros. Espera-se que os dirigentes surjam com soluções para os problemas difíceis e que as implementem – ainda que à custa de decisões impopulares. Para tomas essas decisões difíceis, os dirigentes devem ser capazes de pensar analítica e conceitualmente. O componente analítico envolve partir um problema em seus componentes básicos, analisando-os e chegando a uma solução viável. Ainda mais importante é a capacidade de pensar conceitualmente, o que significa ver toda a tarefa em termos abstratos e relacioná-la com outras tarefas. A capacidade de pensar nas implicações mais amplas de uma decisão é essencial se o administrador pretende alcançar os objetivos tanto da unidade de trabalho quanto da organização como um todo. ALOCADOR DE RECURSOS (administrador de recursos). Todo dirigente enfrenta uma variedade de objetivos, problemas e necessidades da organização – e todos eles competem por seu tempo e seus recursos (tanto humanos quanto materiais). Como esses recursos são sempre limitados, cada dirigente deve alcançar um equilíbrio entre vários objetivos e necessidades. Muito dirigentes e gerentes, por exemplo, organizam as tarefas diárias em ordem de prioridade, de modo que as coisas mais importantes sejam feitas imediatamente, e as menos importantes, possam ser deixadas para depois. NEGOCIADOR. Os dirigentes passam boa parte de seu tempo negociando porque apenas eles têm o conhecimento e a autoridade exigidos por este papel. Algumas dessas negociações envolvem organizações externas. Um presidente de empresa, por exemplo, pode ter de lidar com uma firma de consultoria; um chefe de produção pode negociar um contrato com um fornecedor. Os dirigentes também negociam dentro da organização. As pessoas que trabalham para uma mesma organização discordam frequentemente sobre objetivos ou sobre os modos mais eficazes de alcançá-los. Disputas não-resolvidas podem baixar o moral e a produtividade, e até mesmo afastar empregados competentes. Por esse motivo, os dirigentes devem assumir o papel de mediador e negociar compromissos quando acontecem disputas. Resolver discussões requer habilidade e tato; negociadores desajeitados podem frustrar-se ao descobrir que apenas tornaram as coisas piores. O trabalho de Mintzberg chama a atenção para o ambiente incerto e turbulento que os administradores enfrentam no mundo real. A realidade é previsível e controlável apenas em parte. De acordo com Mintzberg, os dirigentes eficazes não têm tempo nem disposição para pensar em 7
  • 8. profundidade. Eles são, acima de tudo, realizadores, pessoas que enfrentam o cortejo dinâmico de desafios e surpresas da vida. A capacidade de conhecer o papel apropriado que deve representar em cada situação e a flexibilidade para trocar prontamente de papéis são características do dirigente eficaz. Classificação dos Administradores Estamos usando a palavra administrador para indicar qualquer pessoa responsável pelas quatro atividades principais da administração. Entretanto, os administradores podem ser classificados de dois modos: pelo nível que ocupam na organização (de primeira linha, intermediários e altos administradores) e pelo âmbito ou abrangência das atividades organizacionais pelas quais são responsáveis (os chamados administradores funcionais e gerais). I - Classificação pelo Nível da Administração Gerentes de Primeira Linha. Em uma organização, o nível mais baixo em que indivíduos são responsáveis pelo trabalho de outros é chamado de administração ou gerência de primeira linha, ou de primeiro nível. Os gerentes de primeira linha dirigem apenas empregados de execução; não supervisionam outros gerentes. Exemplos de gerentes de primeira linha: o “capataz”, ou o supervisor de produção numa fábrica, o supervisor técnico num departamento de pesquisas e o supervisor administrativo num grande escritório. Os gerentes de primeiro nível são frequentemente chamados de “supervisores”. Gerentes de primeira linha – Gerentes responsáveis apenas pelo trabalho de empregados operacionais. Não supervisionam outros administradores; constituem o primeiro nível (ou o nível mais baixo) dos gerentes na hierarquia organizacional. Gerentes Médios. O termo gerência média pode incluir mais de um nível numa organização. Os gerentes médios dirigem as atividades dos gerentes de níveis mais baixos e às vezes também as de empregados de execução. As principais responsabilidades dos gerentes médios são dirigir as atividades que implementam as políticas da organização e equilibrar as exigências dos supervisores com as capacidades de seus subordinados. Gerentes médios – Gerentes em posição intermediária na hierarquia organizacional; são responsáveis por outros gerentes e, algumas vezes, por alguns empregados operacionais. 8
  • 9. Administradores de Topo. Composta por um grupo comparativamente pequeno de executivos, a administração de topo é responsável pela administração geral da organização. Ela estabelece as políticas operacionais e orienta as relações com o ambiente externo. Os títulos típicos dos administradores de topo nos EUA são os CEO (Chief Executive Officer), “presidente” e “vice-presidente sênior”. Os títulos variam de uma organização para outra, e nem sempre são uma orientação confiável sobre a classificação nos níveis administrativos mais altos. Classificação pelo Topo – responsáveis pela administração global da organização. Administradores de Estabelecem políticas operacionais e conduzem a interação da organização com o seu ambiente Âmbito das Atividades Organizacionais II - Classificação pelo Âmbito das Atividades Organizacionais Administradores (gerentes) Funcionais. O administrador funcional é responsável por apenas uma atividade da organização, como produção, marketing ou finanças. Um administrador funcional comanda pessoas envolvidas em um mesmo conjunto de atividades. Gerente Funcional – Responsável por apenas uma atividade na organização como finanças, recursos materiais ou recursos humanos. Administradores (gerentes) Gerais. O administrador geral, por outro lado, supervisiona uma unidade complexa, como uma companhia, uma subsidiária ou uma divisão operacional independente. Ele é responsável por todas as atividades da unidade, como a produção, o marketing e as finanças. Uma pequena empresa pode ter apenas um administrador geral – seu presidente ou vice-presidente executivo, mas uma grande organização pode ter vários, cada um comandando uma divisão relativamente independente. Numa grande empresa de alimentação, por exemplo, pode haver uma divisão de mercearia, uma divisão de produtos refrigerados e uma divisão de congelados, com um administrador geral diferente responsável por cada uma. Como o executivo-chefe de uma pequena empresa, cada um desses chefes de divisão é responsável por todas as divisões da unidade. Gerente-geral. O indivíduo responsável por todas as atividades como produção, marketing e finanças de uma organização, uma empresa ou uma subsidiária. 9
  • 10. * Professor Henry Mintzberg (nascido a 02 de setembro de 1939) é um Acadêmico internacionalmente reconhecido e autor de livros de Negócios e Administração. Ele é atualmente professor na Universidade de Montreal , Quebec, Canadá, onde leciona desde 1968, após ter concluído seu Mestrado em Gerência no MIT. Com quem trabalham: Com funcionários administrativos, contadores, publicitários, outros administradores, economistas, especialistas em informática, etc. Características Pessoais - dentre várias outras, podemos citar: - Autoconfiança - Capacidade de adaptação a novas situações - Capacidade de decisão - Saber decidir e solucionar problemas - Capacidade de liderança - Gerir com responsabilidade e profissionalismo - Capacidade de negociação - Capacidade de organização - Capacidade de pensar e agir sobre pressão - Capacidade de planejamento - Criatividade – ser proativo, ousado e criativo - Iniciativa - Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas administrativas; - Noção de prioridade - O que é importante, o que é urgente? Mercado de Trabalho: Saturado, mas promissor para os bem qualificados. * Professor Henry Mintzberg (nascido a 02 de setembro de 1939) é um Acadêmico internacionalmente reconhecido e autor de livros de Negócios e Administração. Ele é atualmente professor na Universidade de Montreal , Quebec, Canadá, onde leciona desde 1968, após ter concluído seu Mestrado em Gerência no MIT. Bibliografia: STONER ,James A F – Administração – 5ª edição – LTC Editora – 1999 DRUCKER, Ferdinand P. Introdução à administração. 3. ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002. HIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. MEIRELES, Manuel. Teorias da administração: clássicas e modernas. São Paulo: Futura, 2003. 10