DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Estratégias para Dificuldades Comportamentais na Sala de Aula
1. ESTRATÉGIAS DE SALA DE AULA PARA DIFICULDADES COMPORTAMENTAIS
ESPECÍFICAS
São várias as razões que podem levar a que um aluno revele determinado
comportamento ou dificuldade, ou a que o ambiente e trabalho em sala de aula sejam
prejudicados. Entre as várias causas possíveis poderá estar a existência de uma
Dificuldade de Aprendizagem Específica, ou a existência de uma Perturbação de Défice
de Atenção ou o aluno poderá simplesmente revelar essa dificuldade. Como tal, é
importante o professor estar munido de estratégias/adaptações simples, que o auxiliem
a gerir da melhor forma estas dificuldades. O presente texto identifica alguns desses
comportamentos/ dificuldades e respetivas adaptações.
Quando observar este comportamento. Tente estas adaptações:
Dificuldade em completar uma tarefa específica passo a passo.
– Dividir a tarefa em passos viáveis e alcançáveis pelo aluno;
– Dar exemplos específicos de forma a que modelem o aluno para que consiga
completar a tarefa.
Passar de uma tarefa para outra sem terminar a primeira.
– Definir de forma explicita os requisitos necessários para a tarefa ser considerada
completa (ex: “o teu trabalho de matemática termina quando todos os três problemas
estiverem feitos e corrigidos; não comeces outra tarefa antes de terminares esta”).
Dificuldade em seguir instruções.
– Certifique-se que tem a atenção do aluno antes de dar a instrução;
– Use pistas/dicas para o alertar;
– Dê instruções orais juntamente com as instruções escritas facultadas;
– Dê uma instrução de cada vez;
– Repita a instrução para o aluno, de forma discreta, após ter sido dada para o resto da
turma;
– Certifique-se que o aluno entendeu a instrução pedindo-lhe que a repita ou a explique
por palavras suas.
Dificuldade em manter o esforço e a eficácia ao longo do tempo.
– Reduza a extensão da tarefa e dê prioridade à qualidade (em vez da quantidade);
2. – Aumente a frequência dos reforços positivos (se vir que o aluno está a fazer bem, diga-
lhe).
Dificuldade em completar os projetos (tarefas que vão para casa).
– Faça uma lista com os passos necessários para completar a tarefa, dizendo-o ao aluno;
– Distribua o projeto em secções alcançáveis com prazos específicos de entrega para
cada uma;
– Vá verificando com frequência se o trabalho está a ser feito;
– Designe um “companheiro de estudo” para cada secção, para que possa ajudar o
aluno.
Dificuldade com qualquer tarefa que implique memorização
– Combine a visão, a linguagem, a escrita e a realização;
– Ensine técnicas de memorização como método de estudo (e.g. mnemónicas,
repetição).
Dificuldade em avaliações escritas.
– Dê tempo extra;
– Ensine estratégias e competências de como realizar um teste e dê a hipótese de o
aluno ser testado oralmente;
– Realize um teste claro, legível e organizado; – Use um formato de teste com o qual o
aluno se sinta mais confortável e que lhe seja familiar;
– Dê exemplos de resposta;
– Deixe um espaço grande para cada resposta;
– Dê-lhe folhas de rascunho.
Dificuldade em manter a atenção (facilmente distraído por estímulos externos).
– Recompense quando estiver focado;
– Divida atividades em unidades pequenas;
– Vá recompensando realizações oportunas;
– Utilize a proximidade física e o toque para o ajudar a focar e a manter a atenção.
Dificuldade em auto-monitorizar-se (erros de desatenção na escrita, na aritmética e
na leitura).
– Ensine métodos específicos de auto-monitorização (stop-olha-ouve);
3. – Faça com que o aluno reveja o trabalho algum tempo depois de terminado.
Demora muito a fazer uma tarefa de 10 minutos.
– Permita uma metodologia alternativa para completar a tarefa, recorrendo pouco à
escrita (apresentação oral, um vídeo, apresentação visual, gráficos, mapas, imagens);
– Permita uma forma alternativa de escrita (e.g. computador).
Desatento, alheado do que se está a passar na sala de aula.
– Certifique-se que tem a atenção do aluno antes de dar instruções (diga ao aluno para
prestar atenção, olhar para si enquanto fala, olhar para os seus olhos);
– Peça que repita as instruções;
– Tente envolver ativamente o aluno na aula (aprendizagem cooperativa).
Dificuldade em participar na sala sem interromper; dificuldade em trabalhar sem
agitação motora.
– Sente o aluno próximo do professor;
– Recompense o comportamento adequado;
– Utilize o “canto do estudo” se apropriado.
Fala excessivamente.
– Ensine ao aluno alguns gestos e utilize-os para dizer ao aluno quando pode e não pode
falar.
Dificuldade nas mudanças de atividades, tarefas, aulas, etc.
– Avise previamente o aluno de que vai haver uma mudança (agora estamos a fazer esta
ficha, a seguir vamos fazer…) e o que espera dele (e é preciso que tu…);
– Tenha locais específicos para todos os materiais;
– Peça a um colega que o ajude na organização do material na transição de atividade.
Dificuldade em permanecer sentado.
– Dê ao aluno frequentes oportunidades para se levantar e movimentar (e.g. fazer
recados, distribuir material);
– Ir indicando a parte do corpo que está em movimento excessivo, por forma a
consciencializá-lo.
Desafia a autoridade.
– Dê-lhe atenção positiva;
– Fale individualmente com o aluno sobre o comportamento indevido (o que estás a
fazer é…a melhor forma de obteres o que queres é…).
4. Dificuldade em espaços não estruturados (corredores, recreio, refeitório)
– Diga ao aluno qual o objetivo concreto durante uma atividade não estruturada (o
objetivo de irmos à biblioteca é…), associando aquilo que espera dele (e é preciso que
tu…);
– Faça jogos de equipa e outras atividades de grupo.
Fonte: https://www.centrosei.pt/blog/estrategias-de-sala-de-aula-para-dificuldades-
comportamentais-especificas/