SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 28
Baixar para ler offline
1
A actualidade do desenvolvimento comunitário
como estratégia de intervenção social1
Por:Hermano Carmo, Universidade Aberta, Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais (CEMRI) e ISCSP/UTL
In Actas da 1ª conferência sobre desenvolvimento comunnitário e saúde mental, ISPA, 2001
Esquema:
1. Desenvolvimento comunitário e intervenção social ..................................................2
1.1. A intervenção social............................................................................................2
Um mapa conceptual do processo de intervenção social.......................................2
Papel do interventor social.....................................................................................2
1.2. O desenvolvimento comunitário.........................................................................4
Dimensões do conceito ..........................................................................................4
As raízes.................................................................................................................5
Os princípios..........................................................................................................6
A planetarização.....................................................................................................6
Uma tipologia.........................................................................................................7
2. O desenvolvimento comunitário na actualidade........................................................8
2.1. Tendências da investigação.................................................................................8
2.2. Tendências do ensino..........................................................................................9
Em instituições de ensino presencial .....................................................................9
Em instituições de ensino a distância...................................................................10
2.3. Tendências da prática no terreno ......................................................................11
Desenvolvimento comunitário e educação ..........................................................11
Desenvolvimento comunitário e saúde ................................................................14
Desenvolvimento comunitário e exclusão social.................................................15
Desenvolvimento comunitário e acção macrossocial ..........................................16
Rumos promissores para o século XXI................................................................16
Bibliografia ..................................................................................................................19
1
A presente comunicação é uma síntese do pensamento do autor publicado nos documentos referidos
na bibliografia
2
1. Desenvolvimento comunitário e intervenção social
Falar sobre a actualidade do desenvolvimento comunitário como
estratégia de intervenção social exige, antes de mais, uma reflexão prévia
sobre as realidades que se pretendem relacionar, a intervenção social e o
desenvolvimento comunitário.
1.1. A intervenção social
Uma forma de analisar o que se entende por intervenção social é através
da construção de um mapa conceptual (Novak e Gowin, 1996; Moreira e
Buchweitz, 1993) o que nos permite identificar os conceitos que a integram.
Um mapa conceptual do processo de intervenção social
Deste modo a partir de uma leitura do mapa (figura 1) pode definir-se
intervenção social com um processo social em que uma dada pessoa,
grupo, organização, comunidade, ou rede social - a que chamaremos
sistema-interventor - se assume como recurso social de outra pessoa,
grupo, organização, comunidade, ou rede social - a que chamaremos
sistema-cliente - com ele interagindo através de um sistema de
comunicações diversificadasd com o objectivo de o ajudar a suprir um
conjunto de necessidades sociais, potenciando estímulos e combatendo
obstáculos à mudança pretendida.
Papel do interventor social
A partir desta definição podem-se extrair alguns ensinamentos sobre o
papel do interventor social em qualquer processo de mudança planeada.
Em primeiro lugar, o interventor deve conhecer a cultura do sistema-
cliente assim como as suas principais especificidades (idade, género,
estatuto social, particularidades étnicas e linguísticas, etc). Paulo Freire, o
conhecido educador brasileiro, refere que o interventor social deve tentar
entender as pessoas com quem trabalha por dentro, tal como quem
observa um vitral: só é possível observar convenientemente um vitral se
nos colocarmos do lado de dentro do edifício, de modo a que o sol o
ilumine.
3
Figura 1 - Mapa conceptual de um processo de intervenção social
integra 4 elementos
em com um emoldurado por um
é constituido por traduz-se é constituido por
um conjunto de em um conjunto de
e que cria condições
favoráveis ou
desfavoráveis
com à mudança
diferentes
com com
que se apresentam
sob a forma de um
que se que que sob
constitui identificam manifestam a forma de
em
para responder a potenciando e combatendo
Em segundo lugar, para que a sua acção seja eficaz, é necessário que o
interventor se conheça a si próprio e exerça uma rigorosa auto-
vigilância sobre os seus actos: só a partir desta autoscopia permanente é
possível controlar a sua acção, necessáriamente emoldurada pela cultura
que interiorizou que lhe moldou um conjunto de valores e atitudes
próprios, os quais condicionam o seu modo de ver o Mundo e a Vida e os
seus comportamentos, traduzidos em opiniões e condutas profissionais.
Nenhuma intervenção social é inóqua, decorrendo da postura do
interventor como cidadão e como pessoa.
Em terceiro lugar, o interventor social deve conhecer os principais
elementos que integram o ambiente da intervenção (políticos,
A intervenção
social
Sistema-
interventor
Interacção Sistema-
cliente
Ambiente
Pessoa (s)
Grupo(s)
Organização(õe
s)
Comunidade(s)
Redes
Pessoa (s)
Grupo(s)
Organização(õ
es)
Comunidade(s
)
Redes
Identidade e
cultura
próprias
Características
etárias, de
género, de
estatuto social,
de natureza
étnica,
linguística, etc.
Identidade e
cultura
próprias
Características
etárias, de
género, de
estatuto social,
de natureza
étnica,
linguística, etc.
Necessidades
sociais
Recurso
social
Comunicações
Presenciais A distância
Verbais Não
Verbais
Suportes Canais
Político Económico Sociocultural
Estímulos à
mudança
Obstáculos à
mudança
Choque
cultural
4
económicos e socioculturais), que lhe traçam um quadro de ameaças e de
oportunidades estratégicas.
Finalmente, deve estar atento a todos os elementos que configuram a
interacção decorrente do processo de intervenção social, nomeadamente
os que integram o sistema de comunicações em presença quer estas se
façam sob forma presencial quer a distância. Nas comunicações feitas
presencialmente deve o interventor estar atento tanto às mensagens
verbais como às não verbais (por exemplo, mimico-gestuais e icónicas).
Nas comunicações a distância, ou seja, naquelas em que a relação
interventor-cliente é mediatizada por qualquer medium, torna-se
indispensável que este saiba escolher os suportes de mediatização
adequados (scripto, audio, video ou informático) e os canais de
comunicação de que se vai servir (terceiras pessoas, correio, rádio,
televisão, internet) de modo a evitar a ocorrência de filtros
comunicacionais.
1.2. O desenvolvimento comunitário
A forma de intervenção social conhecida por Desenvolvimento
Comunitário (DC) foi consagrada em 1950 num documento das Nações
Unidas intitulado O progresso social através do Desenvolvimento
Comunitário (Silva,1962).
De acordo com uma definição recente (Ander-Egg, 1980: 69) o DC
caracteriza-se como uma técnica social de promoção do homem e de
mobilização de recursos humanos e institucionais, mediante a
participação activa e democrática da população, no estudo,
planeamento, e execução de programas ao nível de comunidades de base,
destinados a melhorar o seu nível de vida.2
.
Dimensões do conceito
Subjacente a esta definição é possível discernir quatro dimensões do
conceito:
uma dimensão doutrinária pela implícita filosofia personalista que
defende;
2
Ander-Egg, E., 1980, Metodologia y pratica del desarollo de la comunidad, Tarragona,
UNIEUROP, 10ª ed., p. 69
5
uma dimensão teórica pelos pré-requisitos de análise antropológica,
sociológica, política e económica a que se obriga;
uma dimensão metodológica pelos propósitos de mudança planeada
que defende;
finalmente uma dimensão prática pelas consequências que a sua
aplicação tem no terreno, tanto pela implicação das comunidades no
processo do seu próprio Desenvolvimento como pela alteração das
práticas profissionais a que obriga.
As raízes
Ao longo de uma existência de cerca de meio século o Desenvolvimento
Comunitário atravessou diversas fases procurando adaptar-se aos
condicionalismos da conjuntura.
As suas raízes situam-se no período que mediou as duas guerras mundiais
(Ander-Egg, 1980: 62 e Baptista, 1973) a partir das práticas experimentadas em
dois diferentes contextos empíricos:
a prática de formação de líderes locais, desenvolvida no sistema
colonial britânico de administração indirecta;
a experiência americana de organização comunitária, como resposta
aos inúmeros problemas de desorganização social, de anomia e de
comportamento desviado que se registaram nessa época, fruto das
consequências da industrialização, da urbanização, da imigração e das
dificuldades sócio-económicas do pós guerra, culminada com a crise
de 1929.
Foi, contudo, depois da segunda guerra mundial que o Desenvolvimento
Comunitário se estabeleceu como método complementar de intervenção
social para fazer face aos problemas sociais da conjuntura. Com efeito o
conflito destroçara os alicerces económicos e sociais dos antigos
beligerantes, vencedores e vencidos, fazendo emergir um complexo
conjunto de problemas de desorganização social de anomia e de
comportamento desviado o que obrigou à concepção de um método de
intervenção social mais poderoso que os usados até então, de modo a
criar sinergias, a partir da cooperação entre o Estado e os exíguos meios
das comunidades locais.
6
Os princípios
Ao longo do percurso descrito, foi emergindo um conjunto de príncípios
que configuram todas as estratégias de Desenvolvimento Comunitário,
ainda hoje de grande actualidade:
o princípio das necessidades sentidas que defende que todo o
projecto de desenvolvimento comunitário deve partir das necessidades
sentidas pela população e não apenas das necessidades
consciencializadas pelos técnicos;
o princípio da participação, que afirma a necessidade do
envolvimento profundo da população no processo do seu próprio
Desenvolvimento;
o princípio da cooperação que refere como imperativo de eficácia a
colaboração entre sector público e privado nos projectos de
Desenvolvimento Comunitário;
o princípio da auto-sustentação que defende que os processos de
mudança planeada sejam equilibrados e sem rupturas, susceptíveis de
manutenção pela população-alvo e dotados de mecanismos que
previnam efeitos perversos ocasionados pelas alterações provocadas;
o princípio da universalidade que afirma que um projecto só tem
probabilidades de êxito se tiver como alvo de Desenvolvimento uma
dada população na sua globalidade (e não apenas subgrupos dessa
população) e como objectivo a alteração profunda das condições que
estão na base da situação de subdesenvolvimento.
A planetarização
Ao longo dos últimos cinquenta anos as experiências de
Desenvolvimento Comunitário foram-se multiplicando e diversificando
por todos os continentes em variadíssimos contextos, desde o simples
bairro urbano ou aldeia até à dimensão nacional passando pelas diversas
circunscrições intermédias (municípios, distritos, cantões, etc). Os
conteúdos e estilos de actuação apresentam também uma enorme
diversidade, configurando um quadro de enorme riqueza empírica.
7
Portugal não foi imune a todo este movimento: desde o final dos anos
sessenta que se registam experiências de Desenvolvimento Comunitário,
sendo disso testemunho algumas publicações sob a forma de
monografias ou artigos (ver Bibliografia), movimentos vanguardistas
dos Direitos Cívicos como o GRAAL e organizações públicas como o
Serviço de Promoção Social Comunitária do Instituto da Família e Acção
Social, muito influenciados não tanto pela política intervencionista do
Estado mas, sobretudo, pela gigantesca vaga de fundo promovida pelo
Concílio Vaticano II e pelo pensamento de alguns dos seus mentores
como o demasiado esquecido padre Lebret (1964).
Uma tipologia
A fim de entender os grandes modelos de actuação que se têm vindo a
perfilar, têm sido propostas diversas classificações que procuram
sistematizar tal diversidade de acordo com diversos critérios3
. Na década
de oitenta Jack Rothman (1987) propôs uma tipologia particularmente útil
de práticas de intervenção comunitária, recorrendo ao critério dos estilos
de intervenção, sugerindo a existência de três modelos:
Modelo de Desenvolvimento Local, caracterizado por uma
intervenção muito localizada (perspectiva microssocial), orientada para
o processo de criação de grupos de auto-ajuda em que o interventor
assume um papel facilitador com uma forte componente sócio-
educativa;
Modelo de Planeamento Social caracterizado por uma intervenção de
componente meso e macro mais acentuada, voltada para a resolução de
problemas concretos, (orientação para o resultado) em que o
interventor assume um papel de gestor de programas sociais;
Modelo de Acção Social caracterizado por uma intervenção de
perspectiva integrada (macro, meso, micro), orientada para a alteração
dos sistemas de Poder em presença em que o interventor assume um
papel de activista, advogado do sistema-cliente e negociador,
aproximando-se da figura do militante;
3
Para aprofundar este ponto veja-se Carmo, 1997.
8
2. O desenvolvimento comunitário na actualidade
A importância dada ao estudo, ensino e prática deste processo de
intervenção social é retratada pela investigação publicada, pelos
programas lectivos oferecidos nas várias instituições de ensino e pelas
actividades no terreno.
Com a consciência que o levantamento duma e doutros não pode ser
exaustivo, dada a velocidade com que a produção de informação ocorre e
tendo em conta a sua dimensão planetária pode, todavia, fazer-se uma
ideia aproximada dos rumos que actualmente se desenham através da
consulta de algumas bases de dados disponíveis.
2.1. Tendências da investigação
Para colher indicadores sobre a importância conferida à investigação
neste domínio recorremos a duas bases de dados em suporte CD Rom:
a primeira, intitulada Dissertations abstracts, é editada pela
Universidade de Michigan e integra resumos de dissertações de
Mestrado e de Doutoramento produzidas entre 1989 e 1995; nela foram
seleccionados 32 títulos de 1995 e 1994 através do descritor
Community Development4
;
a outra, é a Social Sciences Index, (editada por H. W. Wilson
Company), que compila registos de cerca de 250 revistas de Ciências
Sociais; foram seleccionados, seguindo o critério anteriormente
descrito, 44 títulos de artigos e monografias disponíveis, publicados
nos dois anos mais recentes, neste caso 1996 e 1997.
Dos títulos e resumos das dissertações, monografias e artigos constantes
no corpus analisado podem extrair-se as seguintes tendências:
4
As operações efectuadas para seleccionar o corpus de análise foram as seguintes:
1. Selecção das dissertações com o descritor Community, que revelou haver 10119 títulos
2. Selecção das dissertações com os descritores Community e (and) Development que filtrou 2763
títulos
3. Selecção das dissertações com o descritor Community Development que apresentou 128 títulos
Só por si estes números indiciam o grande interesse da comunidade científica pelo assunto. Dada a
abundância de dissertações fomos obrigados a apertar ainda mais a selecção cruzando este descritor
com os anos 1995 ou (or) 1994, o que permitiu seleccionar uma amostra aceitável das dissertações
mais recentes. Para uma análise mais detalhada desta recolha de dados vide Carmo, 1998.
9
1. quanto às temáticas escolhidas pelos investigadores, regista-se um
consenso em torno de cinco cachos de preocupações:
aspectos teóricos, metodológicos e políticos
aspectos relacionados com a saúde comunitária
questões relativas às minorias
trabalho com crianças e jovens
apoio à família
2. quanto à perspectiva assumida pela investigação, observa-se uma
dominância dos modelos de Desenvolvimento Local (A) e de
Planeamento Social (B) em detrimento do modelo de Acção Social (C)
de Rothman.
2.2. Tendências do ensino
As tendências do ensino do Desenvolvimento Comunitário podem inferir-
se da abundância de materiais educativos produzidos, sob a forma de
artigos, monografias ou manuais, e pela diversidade dos programas
lectivos oferecidos nas várias instituições de ensino. Tendo a consciência
como atrás se referiu que é impossível fazer um levantamento exaustivo
duma situação em permanente mudança, apresentam-se seguidamente
alguns elementos que indiciam a importância dada a esta área disciplinar.
Em instituições de ensino presencial
As instituições de ensino presencial que mais frequentemente integram o
Desenvolvimento Comunitário nos seus curricula são, como seria de
esperar, as que se vocacionam para a formação de quadros para o
desenvolvimento social e económico. Podemos agrupá-las nas que
leccionam Ciências Sociais ou da Educação e as que se ligam a
programas de Desenvolvimento Económico e Social por via de
intervenção de tónica tecnológica.
Nas primeiras, encontramo-lo posicionado em diversos contextos
curriculares, como os seguintes:
em programas de Ciência Política e da Administração, ligado à gestão
autárquica;
10
em curricula de Ciências da Educação surge, por vezes, integrado em
técnicas de animação sócio-cultural e em estratégias de educação de
base da população adulta;
em licenciaturas em Sociologia e Antropologia, nos domínios
contíguos à Sociologia de Intervenção (Hess, 1982) e à Antropologia
Aplicada (Foster, 1974, s/d);
nos cursos de Serviço Social e de Política Social é habitual incluir o
ensino dos seus princípios e estratégias em disciplinas consagradas à
aprendizagem da teoria e método do Serviço Social, considerado sob
forma integrada ou tridimensional (Casos, Grupos e Comunidades);
neste último caso aparece como parte integrante do Serviço Social de
Comunidades;
No segundo tipo de instituições, incluem-se as que leccionam programas
da área da Saúde Pública e da Agronomia. Neste último domínio o
Desenvolvimento Comunitário apresenta-se frequentemente ligado às
áreas de Sociologia Rural e Extensão Rural.
Em Portugal o ensino do Desenvolvimento Comunitário iniciou-se quer
nos curricula dos Cursos de Administração Ultramarina e de Serviço
Social do então Instituto Superior de Ciências Sociais e Política
Ultramarina da Universidade Técnica de Lisboa, quer nos Institutos
Superiores de Serviço Social5
. Actualmente, para além do ISCSP e dos
vários ISSS, o ensino do Desenvolvimento Comunitário é abordado
também noutras escolas como por exemplo em ESES e na Universidade
Católica, integrado em contextos curriculares ligados à intervenção
social. Recentemente, com a implementação dos Programas Europeus de
Luta Contra a Pobreza e depois dos trabalhos pioneiros de Bruto da
Costa e Manuela Silva (1985, 1989), tem vindo a observar-se um interesse
renovado por esta problemática, retratado através de diversos trabalhos.
Em instituições de ensino a distância
As instituições de educação aberta e a distância (EAD) já há muito têm
vindo a incluir estas matérias no âmbito da sua vocação de serviço à
5
Em Carmo (1998) poder-se-á analisar mais detidamente o desenvolvimento do DC no contexto
académico português e aceder à bibliografia de autores nacionais que o autor conseguiu coligir. Não
sendo de modo algum exaustiva pode no entanto ser um razoável ponto de partida para um estudo
exploratório sobre a questão. Para uma investigação bibliográfica complementar recomenda-se a
consulta de dissertações de mestrado e doutoramento algumas ainda não publicadas, que se podem
encontrar em centros de documentação de diversas instituições universitárias e politécnicas. É o caso,
por exemplo de Coutinho, M., 1993, A assistência social em Portugal 1965/1971 - Um período
charneira, Lisboa, ISEG/UTL.
11
comunidade e ao Desenvolvimento (Carmo, 1996ae 1996b). Os
resultados da análise de uma base de dados do International Centre for
Distance Learning da Open University do Reino Unido actualizada a
1993 dão disso um claro testemunho.
Nesse ano eram em número de 81 as unidades, disciplinas e cursos
sobre Desenvolvimento Comunitário oferecidos em regime singular
ou integrados em programas de estrutura curricular mais ampla (cursos
formais e não formais).
Tais programas eram leccionados por 73 instituições sediadas em 31
países, dispersos por todos os Continentes, observando-se que é em
países de influência anglo-saxónica que se regista maior diversidade de
oferta de cursos e cadeiras em regime de ensino a distância ou misto.
Um dado a registar é que não se verificou qualquer relação entre
oferta deste tipo de matéria disciplinar e estádio de desenvolvimento
do respectivo país o que leva a pôr de lado qualquer perspectiva
miserabilista sobre o ensino destas matérias6
.
2.3. Tendências da prática no terreno
Para fazer um balanço ainda que sumário sobre as tendências da prática
no terreno podemos sumariá-las a partir dos cachos de preocupações atrás
enunciados, a que se acrescentaram alguns domínios menos referidos mas
igualmente importantes do meu ponto de vista (figura 2).
Desenvolvimento comunitário e educação
Um dos problemas mais vigorosamente debatidos no mundo
contemporâneo é, sem dúvida, o da crise da educação.
Em termos resumidos7
pode equacionar-se a questão do seguinte modo:
há bem poucos anos quando se discutia sobre educação quase todos os
interlocutores se referiam ao que hoje se chama formação inicial.
Estava-se numa época em que o ciclo de vida do Conhecimento, isto é, o
tempo que mediava entre o momento da sua criação e o da sua morte, era
longo, podendo mesmo exceder o ciclo de vida humano.
6
Uma óptica miserabilista defenderia que o Desenvolvimento Comunitário seria uma estratégia
aplicável sobretudo para fazer face a situações de pobreza.
7
Para uma discussão mais aprofundada vide Carmo, 1997: 71-183
12
Figura 2 Tendências da prática no terreno
Como consequência imediata desta situação, considerava-se que os
conhecimentos acumulados na primeira parte da vida de um indivíduo
constituíam património cognitivo suficiente para o desempenho dos
vários papéis que ele iria ter ao longo da sua vida.
Hoje a situação alterou-se drasticamente: o Futuro entra cada vez mais
depressa no Presente sem pedir licença, daí resultando um processo de
mudança acelerada de dimensões únicas na História.
Resultante da força conjugada, do aumento da esperança média de vida
das populações e da redução drástica do ciclo de vida do Conhecimento a
formação inicial perdeu peso relativo, circunscrevendo-se à
Tendências da prática no terreno
Educação Saúde Exclusão
social
Acção
macrossocial
Rumos
promissores
 Cidadãos
fragilizados
- ajuda logística
- apoio
psicossocial
 Cuidados
primários
- vacinação
- apoio a
grávidas
- educação para
a saúde
 Cuidados
diferenciados
- durante a
estadia
- após a alta
…….
 Formação
inicial
- acesso
- absentismo
- insucesso
- abandono
- orientação
 Formação
contínua
- educação
intercultural
- educação
ambiental
- educação do
consumidor
- educação p/
maternidade
/paternidade
responsável
…….
Empowerment do
sistema-cliente e
advocacy pelo
sistema-interventor
a:
 Crianças e
jovens
- em estratégia de
sobrevivência
- negligenciados
- maltratados
- institucionalizados
- em conflito
armado
- com necessidades
específicas
- da e na rua
 Adultos
-pobres
-imigrantes
-minorias étnicas
-sem abrigo
-desempregados
-ex-reclusos
 Idosos
-novos idosos
-velhos idosos
……….
 Planeamento e
organização
- articulação entre
protagonistas
- a rede como
sistema-cliente
(coesão e
locomoção)
 Defesa dos
Direitos
Humanos
- gestão de conflitos
- movimentos sociais
 Protecção civil
- caracterizar
- desenhar a
intervenção
- Identificar meios
- mobilizar meios
- organizar meios
 Programas
internacionais
- logística local
- organização
- comunicações
………….
 Educação para
a democracia
- como meta para
- o respeito pelos
Direitos
Humanos
- a estabilidade
sócio-política
- como método de
prática de
cidadania
- Comunicação
de qualidade
- D.participativa
- D.representativa
 Educação
aberta e a
distância
(EAD)
- resolver
problemas
básicos
- reforçar a
educação formal
- desenvolver a
educação
contínua
……….
13
aprendizagem básica de conhecimentos, técnicas e atitudes, susceptíveis
de virem alicerçar a aprendizagem ao longo do resto do ciclo de vida.
Em contrapartida regista-se o alargamento da formação contínua, à
medida em que se vai tomando consciência da degradabilidade do saber e
do seu ciclo de vida cada vez mais curto. Este facto, associado
ao alargamento da escolaridade obrigatória,
ao alargamento das taxas de cobertura dos ensinos secundário e
terciário
e à generalização da ideia de que a educação não se deve
circunscrever às camadas infanto-juvenis mas estender-se
- a montante, às coortes infantis pré-escolares e,
- a jusante, a toda a população adulta, activa ou não,
tem contribuído para pressionar os sistemas educativos com uma
sobrecarga de exigências a que estes não têm conseguido dar resposta.
Em consequência deste quadro geral têm vindo a crescer os problemas de
ensino-aprendizagem cuja resolução exige uma intervenção concertada,
entre os protagonistas directamente ligados ao sistema educativo8
e a
comunidade envolvente9
.
Exemplos típicos são os problemas do acesso, absentismo, insucesso,
abandono e orientação escolar. Qualquer intervenção sobre este tipo de
problemas deve ser precedida de um diagnóstico precoce e
personalizado, para o que é indispensável uma parceria sólida entre
escola e comunidade envolvente, com os objectivos de visar o
desenvolvimento pessoal e social de todos os protagonistas e a criar
uma rede social que os apoie nesse processo.
Com o aumento de pressão social sobre os sistemas educativos e com a
abertura destes a todos os segmentos sociais, tornou-se regra dominante
a coexistência de diversas culturas num mesmo espaço, o que ainda há
poucos anos era uma situação pouco frequente ou pelo menos ignorada
em muitos países.
O modo de gerir a crescente diversidade social e, em particular, os seus
efeitos no sistema educativo, tem variado de acordo com os pressupostos
8
Estudantes, professores e outro pessoal não docente
9
Famílias, autarquias, instituições públicas, organizações não governamentais, líderes comunitários,
entre outros.
14
doutrinários. Herdeira da doutrina do pluralismo cultural, a corrente da
educação intercultural defende que a crescente diversidade étnica,
linguística, de género, de estatuto social e de capacidade de
aprendizagem, deve ser considerada não apenas como problema mas
também (e sobretudo) como recurso educativo.
É neste contexto que o DC pode ter (e tem tido) um um significativo
papel sócio-educativo como instrumento de educação intercultural e, num
sentido mais amplo, de educação para o desenvolvimento (Carmo, 1998b)
de todos os agentes no processo educativo.
Desenvolvimento comunitário e saúde
No domínio da protecção da saúde das populações podem identificar-se
três campos em que as técnicas de intervenção comunitária têm sido
usadas com êxito:
no apoio a cidadãos fragilizados por condições de saúde
particulares;
em programas de cuidados primários de saúde
em instituições de cuidados diferenciados de saúde
No que respeita aos cidadãos sanitariamente mais fragilizados como os
idosos, os deficientes, os doentes crónicos, os doentes mentais, os
toxicodependentes e os doentes terminais, o tipo de apoio requerido pode
agrupar-se em duas vertentes, a ajuda logística10
e o apoio psico-
social11
, qualquer deles exigindo um forte empenhamento comunitário.
Alguns dos programas atrás referidos podem ser desenvolvidos nos
Centros de Saúde que constituem instrumentos fundamentais da
organização e do desenvolvimento das comunidades locais. São exemplos
10
A ajuda logística requer a criação de condições materiais que proporcionem uma melhor
autonomia ao sistema-cliente em situação de risco. É o caso do apoio medicamentoso para doentes
crónicos, dos programas de troca de seringas para toxicodependentes, do apoio domiciliário para idosos
e doentes, da instalação de sistemas de telecomunicações para isolados e da adaptação do espaço
doméstico a certos tipos de deficiências.
11
O apoio psico-social visa reduzir o sofrimento solitário em que estes cidadãos muitas vezes se
encontram e criar uma rede social de apoio que contribua para melhorar a sua qualidade de vida.
São exemplos de apoio psico-social, os centros de dia para idosos e deficientes, as visitas domiciliárias
para doentes crónicos e os programas de apoio para grupos de doentes mentais, alcoólicos,
toxicodependentes, seropositivos, portadores de SIDA e doentes terminais.
15
de acções em que tal tem sido observado, diversas campanhas de
vacinação em massa, programas de apoio a grávidas em geral e a certos
grupos de risco (mães demasiado novas ou demasiado velhas), acções de
educação para a saúde12
e programas de prevenção de epidemias
Também os hospitais, como recursos da comunidade deveriam ser
encarados pelos utilizadores como instituições seguras e instrumentos de
cura. No entanto, quer pelas condições envolventes13
, quer pela falta de
recursos, quer ainda pela situação objectivamente frágil em que o
utilizador se encontra - por estar doente ou por requerer acompanhamento
específico14
- a vivência de uma estadia num hospital é habitualmente
traumática.
Neste contexto o DC pode ser usado como um instrumento terapêutico
complementar aos cuidados diferenciados de saúde de modo a permitir ao
doente
durante a sua estadia, sentir-se tratado como pessoa, sem perda dos
seus direitos de cidadania;
após ter alta, contar com ajuda logística e apoio psico-social no local
onde vai convalescer.
Desenvolvimento comunitário e exclusão social
Um outro domínio em que a intervenção comunitária é utilizada com
bastante frequência é o da exclusão social. Seja qual for o grupo social
envolvido (vide figura 2), a estratégia de intervenção passa por dois
processos:
pelo empowerment do sistema-cliente, visando dotá-lo de uma força
interna15
que lhe permita uma autonomia progressivamente maior na
resolução dos seus problemas e a consequente inclusão social;
12
O campo da educação para a saúde é muito amplo, abrangendo áreas tão diversas como a educação
para a saúde mental, para o planeamento familiar, a formação de socorristas e paramédicos, o ensino
de medidas de prevenção contra as chamadas doenças de mãos sujas (ex: cólera, sarna), etc.
13
Os exemplos de condições envolventes ameaçadoras para quem entra num hospital são inúmeros.
Bastará fazer referência aos espaços frios e despersonalizados e à cultura organizacional
autoritária, em que o cidadão-utilizador tem frequentemente a sensação de perda da cidadania, pelo
modo como lhe é negado o acesso à informação que lhe diz respeito, pela dinâmica inter-pessoal
infantilizadora, etc.
14
È o caso das grávidas em risco, por exemplo.
15
Alguns autores designam esta capacidade de um sistema resistir a forças adversas por resiliência ( do
latim resilientia)
16
pela advocacy, por parte do sistema-interventor, assumindo deste
modo o papel de instrumento de luta pelos Direitos Humanos da
população excluída.
Desenvolvimento comunitário e acção macrossocial
Há situações de intervenção comunitária que transcendem a simples
acção local (modelo A de Rothman), apelando a uma perspectiva macro
pela sua evidente dimensão sócio-política (modelos B e C). Nestas
situações o valor instrumental do DC tem-se revelado evidente.
no que respeita ao planeamento e organização comunitárias a nível
municipal, regional e mesmo nacional, porque tem ajudado à
articulação entre os protagonistas dos projectos, sendo um poderoso
instrumento de coesão e de loco,oção das redes de parceiros;
em programas de defesa dos Direitos Humanos, tem-se revelado uma
boa ferramenta de gestão de conflitos e um modelo de regulação
adequada para situações em que os protagonistas são movimentos
sociais e não organizações de estrutura e funcionamento burocráticos.
em situações de ameaça à protecção civil (cheias, terramotos,
epidemias, conflitos armados, etc) que requerem grande maturidade
emocional e capacidade de gestão por parte dos interventores
sociais, o emprego dos princípios e metodologia do DC têm permitido
uma melhor articulação dos recursos locais com os que provêm do
exterior das comunidades-vitimas.
Finalmente em programas internacionais16
em que é exigida uma
grande capacidade de organização e sistemas de comunicação
eficientes, as técnicas de DC têm dado um contributo assinalável.
Rumos promissores para o século XXI
Não gostaria de terminar esta comunicação sem convosco partilhar
algumas reflexões sobre duas áreas de aplicação do desenvolvimento
16
As intervenções das Nações Unidas e de várias das suas agências em várias partes do Mundo com
auxílio humanitário, com forças de interposição entre beligerantes ou com programas de
desenvolvimento social, bem como certas acções da Cruz Vermelha Internacional e de ONGs como
os Médicos sem Fronteiras ou a Acção Médica Internacional, são exemplos de acções deste tipo.
17
comunitário que desenham rumos promissores para o uso desta estratégia
de intervenção social como instrumento sócio-educativo, neste período
de construção da Sociedade de Informação: a educação para a
democracia e a educação aberta e a distância
Figura 3 - Educação para a democracia: variáveis em jogo
É uma
Do que é a
Vista como
Traduzida em práticas de
Que implica saberes nos seguintes domínios:
Que se concretiza em
No que respeita à educação para a democracia, parece ser relativamente
consensual, hoje, a necessidade de uma acção permanente e organizada
de educação dos cidadãos para o exercício dos seus direitos
Educação para a
democracia
Aprendizagem
significativa
Democracia
Meta de sociabilidade Método de sociabilidade
Respeito pelos direitos humanos
Estabilidade sócio-política
Prática da cidadania, traduzida no
aperfeiçoamento do funcionamento
social dos grupos, organizações,
comunidades e instituições sociais.
Democracia
participativa
Comunicação
de qualidade
Democracia
representativa
1.Preparação
2.Tomada
3.Execução
de
decisões
4.Leitura crítica
5.Escrita
6.Fala
7.Escuta
com
clareza e
rigor
8.Escolha
9.Respeito
10.Substituição
de
representantes
18
democráticos, que lhes permita combater manipulações populistas
destinadas a plebiscitar decisões, legitimando-as com a capa da
participação democrática. A figura 3 resume de forma diagramada
algumas das principais ideias-chave que, a nosso ver, devem estar
presentes em qualquer programa de educação para a democracia.
Como facilmente se compreende, as técnicas de desenvolvimento
comunitário adequam-se muito bem a programas de educação para a
democracia nas suas duas vertentes:
no que respeita ao entendimento da democracia como meta a
alcançar, já vimos que os princípios e as raízes que fundamentam esta
forma de intervenção social decorrem de uma concepção democrática
de entender o desenvolvimento das sociedades;
no que concerne à assunção da democracia como método de
aperfeiçoamento do funcionamento social, a prática do
desenvolvimento comunitário leva os cidadãos a comunicar melhor17
,
a preparar, tomar e executar as decisões que lhes dizem respeito de
forma mais responsável, e treina-os, no seu quotidiano local, para
actos políticos típicos das democracias representativas como escolher,
respeitar e substituir representantes.
Para finalizar esta reflexão pode dizer-se que o Desenvolvimento
Comunitário tem vindo a ganhar eficácia em várias regiões do Mundo
estabelecendo uma parceria para o desenvolvimento com diversos
sistemas de educação aberta e a distância. Tal parceria tem vindo a
revelar-se um poderoso sistema de respostas sócio-educativas, que
permitem ampliar e diversificar a oferta educativa tradicional.
No campo específico da formação de quadros locais para o
desenvolvimento pode dizer-se que o contributo do ensino a distância
associado ao Desenvolvimento Comunitário tem vindo a ser útil em três
tipos de estratégias educativas:
na educação para a resolução de problemas básicos
no reforço à educação formal
17
Na aprendizagem das quatro competências comunicacionais enunciadas no diagrama deve também
constar o estudo da publicidade, da propaganda e das técnicas de relações públicas, bem como o
treino para a utilização de diversos meios de comunicação, escrita, audiovisual e telemática, hoje
habituais no trabalho comunitário
19
no desenvolvimento da educação contínua
Pelo que atrás se disse parece ser evidente que o Desenvolvimento
Comunitário se assume, hoje, de uma evidente actualidade como
estratégia de intervenção social integrada, urgindo desenvolver esforços
no sentido de o dar a conhecer. Bem haja o ISPA pelo seu presente
contributo.
Bibliografia
Ander-Egg, E., 1980, Metodologia y pratica del desarollo de la comunidad, Tarragona,
UNIEUROP, 10ª ed
Baptista, M.V. , 1973, Desenvolvimento da Comunidade, S, Paulo, Cortez e Moraes, 3ª ed.
Carmo, H., 1995, Avaliação em intervenção comunitária in Estudos de homenagem ao Prof.
Adriano Moreira, vol II, Lisboa, ISCSP.
1996a, Ensino a distância e desenvolvimento de quadros locais, in Forum 2000:
Regionalização e desenvolvimento, Lisboa ISCSP/UTL: 75-92
Carmo, H., 1996b, Ensino a distância e desenvolvimento comunitário. Contributo para
uma estratégia de reabilitação, in 1ª conferência sobre reabilitação e comunidade, Lisboa,
ISPA: 263-282.
1998, O Desenvolvimento Comunitário no dobrar do Século, in Barata, O.S., coord.,
Política Social 1998, Lisboa, ISCSP.
1998b, Educação para o desenvolvimento: um imperativo estratégico, in Tavares, M.J.F.
(organização), in Poder e sociedade (Actas das Jornadas Interdisciplinares-199), Lisboa,
Universidade Aberta, pp 489-506
1999, Desenvolvimento comunitário, Lisboa Universidade aberta, no prelo.
Foster, G., 1974, Antropologia aplicada, Cidade do México, Fondo de de Cultura Economica
s.d., As Culturas tradicionais e o impacto das tecnologias, Rio de Janeiro, Fundo de de
Cultura Económica
Hess, R., 1982, Sociologia de Intervenção, Lisboa, Rés
Lebret, Louis 1964, Suicídio ou Sobrevivência do Ocidente?, S. Paulo, Livraria Morais, 1ª ed. 1958
Moreira, M.A.; Buchweitz, B., 1993, Novas estratégias de ensino e aprendizagem: os mapas
conceptuais e o Vê epistemológico, Lisboa
Novak, Joseph; Gowin, Bob, 1996, Aprender a aprender, Lisboa Plátano, 1ª ed. de 1984
Pereirinha, coord., 1992, Observatory on nacional policies to combat social exclusion: Portugal,
Lisboa, CISEP - Centro de Investigação sobre Economia Portuguesa
Rothman, J. e Tropman, J., 1987, Models of community organization and macro practice
perspectives: their mixing and phasing, in Jacobsen e HeitKamp, 1995, Working with
communities, in Johnson, H.W., 1995, The social services: an introduction,Itasca, Peacock
Publishers, 4ª ed.: 311-324
Silva, M., 1962, Desenvolvimento Comunitário: uma técnica de promoção social, Lisboa,
Associação Industrial Portuguesa
VVAA, 1965, Desenvolvimento comunitário, Lisboa, Ministério da Saúde e Assistência
VVAA, 1966-197.., "Informação Social", Lisboa, Ministério da Saúde e Assistência
VVAA, 1987, Actas do IX Congresso Iberoamericano de Segurança Social, Lisboa, DGORH
Costa, A. B., Silva, M. et al, 1985, A pobreza em Portugal, Lisboa, Caritas
1989, A Pobreza urbana em Portugal, Lisboa, Caritas
VVAA, 1994, Pobreza é com todos: mudanças possíveis, Lisboa, Comissão das Comunidades
Europeias.
20
A actualidade do Desenvolvimento Comunitário
como estratégia de intervenção social
Por Hermano Carmo
Universidade Aberta- CEMRI
Mapa conceptual de um processo de intervenção social
integra 4 elementos
em com um emoldurado por um
é constituido por traduz-se é constituido por
um conjunto de em um conjunto de
e que cria condições
favoráveis ou
desfavoráveis
com à mudança
diferentes
com com
que se apresentam
sob a forma de um
que se que que sob
constitui identificam manifestam a forma de
em
para responder a potenciando e combatendo
A intervenção
social
Sistema-
interventor
Interacção Sistema-
cliente
Ambiente
Pessoa (s)
Grupo(s)
Organização(õe
s)
Comunidade(s)
Redes
Pessoa (s)
Grupo(s)
Organização(õ
es)
Comunidade(s
)
Redes
Identidade e
cultura
próprias
Características
etárias, de
género, de
estatuto social,
de natureza
étnica,
linguística, etc.
Identidade e
cultura
próprias
Características
etárias, de
género, de
estatuto social,
de natureza
étnica,
linguística, etc.
Necessidades
sociais
Recurso
social
Comunicações
Presenciais A distância
Verbais Não
Verbais
Suportes Canais
Político Económico Sociocultural
Estímulos à
mudança
Obstáculos à
mudança
Choque
cultural
21
A actualidade do Desenvolvimento Comunitário
como estratégia de intervenção social
Por Hermano Carmo
Universidade Aberta- CEMRI
As raízes
As raízes do Desenvolvimento Comunitário situam-se no
período que mediou as duas guerras mundiais:
a prática de formação de líderes locais (sistema colonial
britânico de administração indirecta);
a experiência americana de organização comunitária, como
resposta aos inúmeros problemas sociais, fruto das
consequências da industrialização, da urbanização, da
imigração e das dificuldades sócio-económicas do pós
guerra
22
A actualidade do Desenvolvimento Comunitário
como estratégia de intervenção social
Por Hermano Carmo
Universidade Aberta- CEMRI
Os princípios
princípio das necessidades sentidas:
todo o projecto de desenvolvimento comunitário deve partir das
necessidades sentidas pela população e não apenas das necessidades
consciencializadas pelos técnicos;
princípio da participação:
necessidade do envolvimento profundo da população no processo do
seu próprio Desenvolvimento;
princípio da cooperação:
é um imperativo de eficácia a colaboração entre sector público e
privado nos projectos de Desenvolvimento Comunitário;
princípio da auto-sustentação
os processos de mudança planeada devem ser equilibrados e sem
rupturas, susceptíveis de manutenção pela população-alvo e dotados
de mecanismos que previnam efeitos perversos ocasionados pelas
alterações provocadas;
princípio da universalidade:
um projecto só tem probabilidades de êxito se tiver como alvo de
Desenvolvimento uma dada população na sua globalidade (e não
apenas subgrupos dessa população) e como objectivo a alteração
profunda das condições que estão na base da situação de
subdesenvolvimento.
23
A actualidade do Desenvolvimento Comunitário
como estratégia de intervenção social
Por Hermano Carmo
Universidade Aberta- CEMRI
Tipologia dos modelos de intervenção de Rothman18
Modelo de Desenvolvimento Local
Caracterizado por uma intervenção muito localizada (perspectiva
microssocial), orientada para o processo de criação de grupos de auto-
ajuda em que o interventor assume um papel facilitador com uma forte
componente sócio-educativa;
Modelo de Planeamento Social
Caracterizado por uma intervenção de componente meso e macro mais
evidente, voltada para a resolução de problemas concretos, (orientação
para o resultado) em que o interventor assume um papel de gestor de
programas sociais;
Modelo de Acção Social
Caracterizado por uma intervenção de perspectiva integrada (macro,
meso, micro), orientada para a alteração dos sistemas de Poder em
presença em que o interventor assume um papel de activista, advogado
do sistema-cliente e negociador, aproximando-se da figura do militante;
18
Rothman, J. e Tropman, J., 1987, Models of community organization and macro practice
perspectives: their mixing and phasing, Itasca, Peacock Publishers, cit in Jacobsen e HeitKamp,
1995, Working with communities, in Johnson, H.W., 1995, The social services: an
introduction,Itasca, Peacock Publishers, 4ª ed., pp 311-324
24
A actualidade do Desenvolvimento Comunitário
como estratégia de intervenção social
Por Hermano Carmo
Universidade Aberta- CEMRI
Tendências da investigação
Temáticas escolhidas pelos investigadores:
aspectos teóricos, metodológicos e políticos
aspectos relacionados com a saúde comunitária
questões relativas às minorias
trabalho com crianças e jovens
apoio à família
Perspectiva assumida pela investigação:
Dominância dos modelos de Desenvolvimento Local (A)
e de Planeamento Social (B) em detrimento do modelo
de Acção Social (C) de Rothman.
25
A actualidade do Desenvolvimento Comunitário
como estratégia de intervenção social
Por Hermano Carmo
Universidade Aberta- CEMRI
Tendências do ensino
instituições de ensino presencial e a distância
Ciências Sociais ou da Educação
 Gestão autárquica
 Educação de base da população adulta
 Animação sócio-cultural
 Sociologia de Intervenção
 Antropologia Aplicada
 Serviço Social de Comunidades;
Ciências aplicadas ao Desenvolvimento Económico e Social
 Saúde Pública
 Sociologia Rural
 Extensão Rural.
26
A actualidade do Desenvolvimento Comunitário
como estratégia de intervenção social
Por Hermano Carmo
Universidade Aberta- CEMRI
Tendências da prática no terreno
Educação Saúde Exclusão social Acção macrossocial Rumos promissores
 Cidadãos
fragilizados
- ajuda logística
- apoio psicossocial
 Cuidados
primários
- vacinação
- apoio a grávidas
- educação para a saúde
 Cuidados
diferenciados
- durante a estadia
- após a alta
…….
 Formação inicial
- acesso
- absentismo
- insucesso
- abandono
- orientação
 Formação
contínua
- educação intercultural
- educação ambiental
- educação do
consumidor
- educação p/
maternidade/paternidad
e responsável
…….
Empowerment do sistema-cliente
e advocacy pelo sistema-
interventor a:
 Crianças e jovens
- em estratégia de sobrevivência
- negligenciados
- maltratados
- institucionalizados
- em conflito armado
- com necessidades específicas
- da e na rua
 Adultos
-pobres
-imigrantes
-minorias étnicas
-sem abrigo
-desempregados
-ex-reclusos
 Idosos
-novos idosos
-velhos idosos
……….
 Planeamento e
organização
- articulação entre protagonistas
- a rede como sistema-cliente
(coesão e locomoção)
 Defesa dos Direitos
Humanos
- gestão de conflitos
- movimentos sociais
 Protecção civil
- caracterizar
- desenhar a intervenção
- Identificar meios
- mobilizar meios
- organizar meios
 Programas
internacionais
- logística local
- organização
- comunicações
………….
 Educação para a democracia
- como meta para
- o respeito pelos Direitos Humanos
- a estabilidade sócio-política
- como método de prática de
cidadania
- Comunicação de qualidade
- D.participativa
- D.representativa
 Educação aberta e a
distância (EAD)
- resolver problemas básicos
- reforçar a educação formal
- desenvolver a educação contínua
……….
27
28
A actualidade do Desenvolvimento Comunitário
como estratégia de intervenção social
Por Hermano Carmo
Universidade Aberta- CEMRI
Educação para a democracia: variáveis em jogo
É uma
Do que é a
Vista como
Traduzida em práticas de
Que implica saberes nos seguintes domínios:
Que se concretiza em
Educação para a
democracia
Aprendizagem
significativa
Democracia
Meta de sociabilidade Método de sociabilidade
Respeito pelos direitos humanos
Estabilidade sócio-política
Prática da cidadania, traduzida no
aperfeiçoamento do funcionamento
social dos grupos, organizações,
comunidades e instituições sociais.
Democracia
participativa
Comunicação
de qualidade
Democracia
representativa
1.Preparação
2.Tomada
3.Execução
de
decisões
4.Leitura crítica
5.Escrita
6.Fala
7.Escuta
com
clareza e
rigor
8.Escolha
9.Respeito
10.Substituição
de
representantes

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a 2001-A actualidade do DC como estratégia de intervenção social-ISPA.pdf

Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoMarianaCoelhoCosta
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoleandroscp
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anotatianaquintas17
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoAndrielle Castro
 
Planificação de Área de Integração
Planificação de Área de IntegraçãoPlanificação de Área de Integração
Planificação de Área de IntegraçãoCatarina975
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anocheila98
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoDaniel_Castelo09
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anotininhasousa
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoCatarina975
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoSofia Lopes
 
Planificação de Área de Integração
Planificação de Área de Integração Planificação de Área de Integração
Planificação de Área de Integração dianasofia123
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anosoraiaaleixo
 
desenvolvimento-comunitario
 desenvolvimento-comunitario desenvolvimento-comunitario
desenvolvimento-comunitarioCeliaNunes430
 
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unipFundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unipArte de Lorena
 
Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...
Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...
Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...Pâmela Guimarães
 
Apostila de-sociologia-ensino-médio1-serie em
Apostila de-sociologia-ensino-médio1-serie emApostila de-sociologia-ensino-médio1-serie em
Apostila de-sociologia-ensino-médio1-serie emSeverina Maria Vieira
 
Os movimentos sociais contemporâneos formatado revisado-20-5-2014-final
Os movimentos sociais contemporâneos formatado revisado-20-5-2014-finalOs movimentos sociais contemporâneos formatado revisado-20-5-2014-final
Os movimentos sociais contemporâneos formatado revisado-20-5-2014-finalRosane Domingues
 
20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...
20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...
20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...guestd384f64
 

Semelhante a 2001-A actualidade do DC como estratégia de intervenção social-ISPA.pdf (20)

Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação de Área de Integração
Planificação de Área de IntegraçãoPlanificação de Área de Integração
Planificação de Área de Integração
 
$Ru533 dw
$Ru533 dw$Ru533 dw
$Ru533 dw
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
Planificação de Área de Integração
Planificação de Área de Integração Planificação de Área de Integração
Planificação de Área de Integração
 
Planificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º anoPlanificação ai 15.16 10º ano
Planificação ai 15.16 10º ano
 
desenvolvimento-comunitario
 desenvolvimento-comunitario desenvolvimento-comunitario
desenvolvimento-comunitario
 
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unipFundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
 
Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...
Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...
Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...
 
Apostila de-sociologia-ensino-médio1-serie em
Apostila de-sociologia-ensino-médio1-serie emApostila de-sociologia-ensino-médio1-serie em
Apostila de-sociologia-ensino-médio1-serie em
 
Os movimentos sociais contemporâneos formatado revisado-20-5-2014-final
Os movimentos sociais contemporâneos formatado revisado-20-5-2014-finalOs movimentos sociais contemporâneos formatado revisado-20-5-2014-final
Os movimentos sociais contemporâneos formatado revisado-20-5-2014-final
 
20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...
20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...
20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...
 
Texto2 1
Texto2 1Texto2 1
Texto2 1
 

Mais de Elisa Dias

Apresentação_Oral_IntervençãoDireta.pdf
Apresentação_Oral_IntervençãoDireta.pdfApresentação_Oral_IntervençãoDireta.pdf
Apresentação_Oral_IntervençãoDireta.pdfElisa Dias
 
Expr. numericas
Expr. numericasExpr. numericas
Expr. numericasElisa Dias
 
Classedo adjetivo
Classedo adjetivoClassedo adjetivo
Classedo adjetivoElisa Dias
 
42545982 problemas-sociais-e-a-escola-autor-steven-casteleiro
42545982 problemas-sociais-e-a-escola-autor-steven-casteleiro42545982 problemas-sociais-e-a-escola-autor-steven-casteleiro
42545982 problemas-sociais-e-a-escola-autor-steven-casteleiroElisa Dias
 
67497660 projetos-pedagogicos-em-arte-e-tecnologia
67497660 projetos-pedagogicos-em-arte-e-tecnologia67497660 projetos-pedagogicos-em-arte-e-tecnologia
67497660 projetos-pedagogicos-em-arte-e-tecnologiaElisa Dias
 
113566051 elaboracao-de-um-projeto-de-pesquisa-ppt
113566051 elaboracao-de-um-projeto-de-pesquisa-ppt113566051 elaboracao-de-um-projeto-de-pesquisa-ppt
113566051 elaboracao-de-um-projeto-de-pesquisa-pptElisa Dias
 
Um mundo para_as_criancas
Um mundo para_as_criancasUm mundo para_as_criancas
Um mundo para_as_criancasElisa Dias
 
Biography of john f. kennedy
Biography of john f. kennedyBiography of john f. kennedy
Biography of john f. kennedyElisa Dias
 
332573594 analise-do-conto-a-aia
332573594 analise-do-conto-a-aia332573594 analise-do-conto-a-aia
332573594 analise-do-conto-a-aiaElisa Dias
 
A terra-como_planeta_especial
 A terra-como_planeta_especial A terra-como_planeta_especial
A terra-como_planeta_especialElisa Dias
 
Tempos e-modos-verbais
Tempos e-modos-verbaisTempos e-modos-verbais
Tempos e-modos-verbaisElisa Dias
 
Ingles v.to be
Ingles v.to beIngles v.to be
Ingles v.to beElisa Dias
 
Ciencias 5 ano
Ciencias 5 anoCiencias 5 ano
Ciencias 5 anoElisa Dias
 
Angulos informativa
Angulos informativaAngulos informativa
Angulos informativaElisa Dias
 

Mais de Elisa Dias (20)

Apresentação_Oral_IntervençãoDireta.pdf
Apresentação_Oral_IntervençãoDireta.pdfApresentação_Oral_IntervençãoDireta.pdf
Apresentação_Oral_IntervençãoDireta.pdf
 
Expr. numericas
Expr. numericasExpr. numericas
Expr. numericas
 
Ingles
InglesIngles
Ingles
 
Resumo
Resumo Resumo
Resumo
 
Resumo
ResumoResumo
Resumo
 
Estrategias
EstrategiasEstrategias
Estrategias
 
Classedo adjetivo
Classedo adjetivoClassedo adjetivo
Classedo adjetivo
 
42545982 problemas-sociais-e-a-escola-autor-steven-casteleiro
42545982 problemas-sociais-e-a-escola-autor-steven-casteleiro42545982 problemas-sociais-e-a-escola-autor-steven-casteleiro
42545982 problemas-sociais-e-a-escola-autor-steven-casteleiro
 
67497660 projetos-pedagogicos-em-arte-e-tecnologia
67497660 projetos-pedagogicos-em-arte-e-tecnologia67497660 projetos-pedagogicos-em-arte-e-tecnologia
67497660 projetos-pedagogicos-em-arte-e-tecnologia
 
113566051 elaboracao-de-um-projeto-de-pesquisa-ppt
113566051 elaboracao-de-um-projeto-de-pesquisa-ppt113566051 elaboracao-de-um-projeto-de-pesquisa-ppt
113566051 elaboracao-de-um-projeto-de-pesquisa-ppt
 
Um mundo para_as_criancas
Um mundo para_as_criancasUm mundo para_as_criancas
Um mundo para_as_criancas
 
Biography of john f. kennedy
Biography of john f. kennedyBiography of john f. kennedy
Biography of john f. kennedy
 
332573594 analise-do-conto-a-aia
332573594 analise-do-conto-a-aia332573594 analise-do-conto-a-aia
332573594 analise-do-conto-a-aia
 
A terra-como_planeta_especial
 A terra-como_planeta_especial A terra-como_planeta_especial
A terra-como_planeta_especial
 
Geometria
GeometriaGeometria
Geometria
 
M.m.c
M.m.cM.m.c
M.m.c
 
Tempos e-modos-verbais
Tempos e-modos-verbaisTempos e-modos-verbais
Tempos e-modos-verbais
 
Ingles v.to be
Ingles v.to beIngles v.to be
Ingles v.to be
 
Ciencias 5 ano
Ciencias 5 anoCiencias 5 ano
Ciencias 5 ano
 
Angulos informativa
Angulos informativaAngulos informativa
Angulos informativa
 

Último

Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 

Último (20)

Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 

2001-A actualidade do DC como estratégia de intervenção social-ISPA.pdf

  • 1. 1 A actualidade do desenvolvimento comunitário como estratégia de intervenção social1 Por:Hermano Carmo, Universidade Aberta, Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais (CEMRI) e ISCSP/UTL In Actas da 1ª conferência sobre desenvolvimento comunnitário e saúde mental, ISPA, 2001 Esquema: 1. Desenvolvimento comunitário e intervenção social ..................................................2 1.1. A intervenção social............................................................................................2 Um mapa conceptual do processo de intervenção social.......................................2 Papel do interventor social.....................................................................................2 1.2. O desenvolvimento comunitário.........................................................................4 Dimensões do conceito ..........................................................................................4 As raízes.................................................................................................................5 Os princípios..........................................................................................................6 A planetarização.....................................................................................................6 Uma tipologia.........................................................................................................7 2. O desenvolvimento comunitário na actualidade........................................................8 2.1. Tendências da investigação.................................................................................8 2.2. Tendências do ensino..........................................................................................9 Em instituições de ensino presencial .....................................................................9 Em instituições de ensino a distância...................................................................10 2.3. Tendências da prática no terreno ......................................................................11 Desenvolvimento comunitário e educação ..........................................................11 Desenvolvimento comunitário e saúde ................................................................14 Desenvolvimento comunitário e exclusão social.................................................15 Desenvolvimento comunitário e acção macrossocial ..........................................16 Rumos promissores para o século XXI................................................................16 Bibliografia ..................................................................................................................19 1 A presente comunicação é uma síntese do pensamento do autor publicado nos documentos referidos na bibliografia
  • 2. 2 1. Desenvolvimento comunitário e intervenção social Falar sobre a actualidade do desenvolvimento comunitário como estratégia de intervenção social exige, antes de mais, uma reflexão prévia sobre as realidades que se pretendem relacionar, a intervenção social e o desenvolvimento comunitário. 1.1. A intervenção social Uma forma de analisar o que se entende por intervenção social é através da construção de um mapa conceptual (Novak e Gowin, 1996; Moreira e Buchweitz, 1993) o que nos permite identificar os conceitos que a integram. Um mapa conceptual do processo de intervenção social Deste modo a partir de uma leitura do mapa (figura 1) pode definir-se intervenção social com um processo social em que uma dada pessoa, grupo, organização, comunidade, ou rede social - a que chamaremos sistema-interventor - se assume como recurso social de outra pessoa, grupo, organização, comunidade, ou rede social - a que chamaremos sistema-cliente - com ele interagindo através de um sistema de comunicações diversificadasd com o objectivo de o ajudar a suprir um conjunto de necessidades sociais, potenciando estímulos e combatendo obstáculos à mudança pretendida. Papel do interventor social A partir desta definição podem-se extrair alguns ensinamentos sobre o papel do interventor social em qualquer processo de mudança planeada. Em primeiro lugar, o interventor deve conhecer a cultura do sistema- cliente assim como as suas principais especificidades (idade, género, estatuto social, particularidades étnicas e linguísticas, etc). Paulo Freire, o conhecido educador brasileiro, refere que o interventor social deve tentar entender as pessoas com quem trabalha por dentro, tal como quem observa um vitral: só é possível observar convenientemente um vitral se nos colocarmos do lado de dentro do edifício, de modo a que o sol o ilumine.
  • 3. 3 Figura 1 - Mapa conceptual de um processo de intervenção social integra 4 elementos em com um emoldurado por um é constituido por traduz-se é constituido por um conjunto de em um conjunto de e que cria condições favoráveis ou desfavoráveis com à mudança diferentes com com que se apresentam sob a forma de um que se que que sob constitui identificam manifestam a forma de em para responder a potenciando e combatendo Em segundo lugar, para que a sua acção seja eficaz, é necessário que o interventor se conheça a si próprio e exerça uma rigorosa auto- vigilância sobre os seus actos: só a partir desta autoscopia permanente é possível controlar a sua acção, necessáriamente emoldurada pela cultura que interiorizou que lhe moldou um conjunto de valores e atitudes próprios, os quais condicionam o seu modo de ver o Mundo e a Vida e os seus comportamentos, traduzidos em opiniões e condutas profissionais. Nenhuma intervenção social é inóqua, decorrendo da postura do interventor como cidadão e como pessoa. Em terceiro lugar, o interventor social deve conhecer os principais elementos que integram o ambiente da intervenção (políticos, A intervenção social Sistema- interventor Interacção Sistema- cliente Ambiente Pessoa (s) Grupo(s) Organização(õe s) Comunidade(s) Redes Pessoa (s) Grupo(s) Organização(õ es) Comunidade(s ) Redes Identidade e cultura próprias Características etárias, de género, de estatuto social, de natureza étnica, linguística, etc. Identidade e cultura próprias Características etárias, de género, de estatuto social, de natureza étnica, linguística, etc. Necessidades sociais Recurso social Comunicações Presenciais A distância Verbais Não Verbais Suportes Canais Político Económico Sociocultural Estímulos à mudança Obstáculos à mudança Choque cultural
  • 4. 4 económicos e socioculturais), que lhe traçam um quadro de ameaças e de oportunidades estratégicas. Finalmente, deve estar atento a todos os elementos que configuram a interacção decorrente do processo de intervenção social, nomeadamente os que integram o sistema de comunicações em presença quer estas se façam sob forma presencial quer a distância. Nas comunicações feitas presencialmente deve o interventor estar atento tanto às mensagens verbais como às não verbais (por exemplo, mimico-gestuais e icónicas). Nas comunicações a distância, ou seja, naquelas em que a relação interventor-cliente é mediatizada por qualquer medium, torna-se indispensável que este saiba escolher os suportes de mediatização adequados (scripto, audio, video ou informático) e os canais de comunicação de que se vai servir (terceiras pessoas, correio, rádio, televisão, internet) de modo a evitar a ocorrência de filtros comunicacionais. 1.2. O desenvolvimento comunitário A forma de intervenção social conhecida por Desenvolvimento Comunitário (DC) foi consagrada em 1950 num documento das Nações Unidas intitulado O progresso social através do Desenvolvimento Comunitário (Silva,1962). De acordo com uma definição recente (Ander-Egg, 1980: 69) o DC caracteriza-se como uma técnica social de promoção do homem e de mobilização de recursos humanos e institucionais, mediante a participação activa e democrática da população, no estudo, planeamento, e execução de programas ao nível de comunidades de base, destinados a melhorar o seu nível de vida.2 . Dimensões do conceito Subjacente a esta definição é possível discernir quatro dimensões do conceito: uma dimensão doutrinária pela implícita filosofia personalista que defende; 2 Ander-Egg, E., 1980, Metodologia y pratica del desarollo de la comunidad, Tarragona, UNIEUROP, 10ª ed., p. 69
  • 5. 5 uma dimensão teórica pelos pré-requisitos de análise antropológica, sociológica, política e económica a que se obriga; uma dimensão metodológica pelos propósitos de mudança planeada que defende; finalmente uma dimensão prática pelas consequências que a sua aplicação tem no terreno, tanto pela implicação das comunidades no processo do seu próprio Desenvolvimento como pela alteração das práticas profissionais a que obriga. As raízes Ao longo de uma existência de cerca de meio século o Desenvolvimento Comunitário atravessou diversas fases procurando adaptar-se aos condicionalismos da conjuntura. As suas raízes situam-se no período que mediou as duas guerras mundiais (Ander-Egg, 1980: 62 e Baptista, 1973) a partir das práticas experimentadas em dois diferentes contextos empíricos: a prática de formação de líderes locais, desenvolvida no sistema colonial britânico de administração indirecta; a experiência americana de organização comunitária, como resposta aos inúmeros problemas de desorganização social, de anomia e de comportamento desviado que se registaram nessa época, fruto das consequências da industrialização, da urbanização, da imigração e das dificuldades sócio-económicas do pós guerra, culminada com a crise de 1929. Foi, contudo, depois da segunda guerra mundial que o Desenvolvimento Comunitário se estabeleceu como método complementar de intervenção social para fazer face aos problemas sociais da conjuntura. Com efeito o conflito destroçara os alicerces económicos e sociais dos antigos beligerantes, vencedores e vencidos, fazendo emergir um complexo conjunto de problemas de desorganização social de anomia e de comportamento desviado o que obrigou à concepção de um método de intervenção social mais poderoso que os usados até então, de modo a criar sinergias, a partir da cooperação entre o Estado e os exíguos meios das comunidades locais.
  • 6. 6 Os princípios Ao longo do percurso descrito, foi emergindo um conjunto de príncípios que configuram todas as estratégias de Desenvolvimento Comunitário, ainda hoje de grande actualidade: o princípio das necessidades sentidas que defende que todo o projecto de desenvolvimento comunitário deve partir das necessidades sentidas pela população e não apenas das necessidades consciencializadas pelos técnicos; o princípio da participação, que afirma a necessidade do envolvimento profundo da população no processo do seu próprio Desenvolvimento; o princípio da cooperação que refere como imperativo de eficácia a colaboração entre sector público e privado nos projectos de Desenvolvimento Comunitário; o princípio da auto-sustentação que defende que os processos de mudança planeada sejam equilibrados e sem rupturas, susceptíveis de manutenção pela população-alvo e dotados de mecanismos que previnam efeitos perversos ocasionados pelas alterações provocadas; o princípio da universalidade que afirma que um projecto só tem probabilidades de êxito se tiver como alvo de Desenvolvimento uma dada população na sua globalidade (e não apenas subgrupos dessa população) e como objectivo a alteração profunda das condições que estão na base da situação de subdesenvolvimento. A planetarização Ao longo dos últimos cinquenta anos as experiências de Desenvolvimento Comunitário foram-se multiplicando e diversificando por todos os continentes em variadíssimos contextos, desde o simples bairro urbano ou aldeia até à dimensão nacional passando pelas diversas circunscrições intermédias (municípios, distritos, cantões, etc). Os conteúdos e estilos de actuação apresentam também uma enorme diversidade, configurando um quadro de enorme riqueza empírica.
  • 7. 7 Portugal não foi imune a todo este movimento: desde o final dos anos sessenta que se registam experiências de Desenvolvimento Comunitário, sendo disso testemunho algumas publicações sob a forma de monografias ou artigos (ver Bibliografia), movimentos vanguardistas dos Direitos Cívicos como o GRAAL e organizações públicas como o Serviço de Promoção Social Comunitária do Instituto da Família e Acção Social, muito influenciados não tanto pela política intervencionista do Estado mas, sobretudo, pela gigantesca vaga de fundo promovida pelo Concílio Vaticano II e pelo pensamento de alguns dos seus mentores como o demasiado esquecido padre Lebret (1964). Uma tipologia A fim de entender os grandes modelos de actuação que se têm vindo a perfilar, têm sido propostas diversas classificações que procuram sistematizar tal diversidade de acordo com diversos critérios3 . Na década de oitenta Jack Rothman (1987) propôs uma tipologia particularmente útil de práticas de intervenção comunitária, recorrendo ao critério dos estilos de intervenção, sugerindo a existência de três modelos: Modelo de Desenvolvimento Local, caracterizado por uma intervenção muito localizada (perspectiva microssocial), orientada para o processo de criação de grupos de auto-ajuda em que o interventor assume um papel facilitador com uma forte componente sócio- educativa; Modelo de Planeamento Social caracterizado por uma intervenção de componente meso e macro mais acentuada, voltada para a resolução de problemas concretos, (orientação para o resultado) em que o interventor assume um papel de gestor de programas sociais; Modelo de Acção Social caracterizado por uma intervenção de perspectiva integrada (macro, meso, micro), orientada para a alteração dos sistemas de Poder em presença em que o interventor assume um papel de activista, advogado do sistema-cliente e negociador, aproximando-se da figura do militante; 3 Para aprofundar este ponto veja-se Carmo, 1997.
  • 8. 8 2. O desenvolvimento comunitário na actualidade A importância dada ao estudo, ensino e prática deste processo de intervenção social é retratada pela investigação publicada, pelos programas lectivos oferecidos nas várias instituições de ensino e pelas actividades no terreno. Com a consciência que o levantamento duma e doutros não pode ser exaustivo, dada a velocidade com que a produção de informação ocorre e tendo em conta a sua dimensão planetária pode, todavia, fazer-se uma ideia aproximada dos rumos que actualmente se desenham através da consulta de algumas bases de dados disponíveis. 2.1. Tendências da investigação Para colher indicadores sobre a importância conferida à investigação neste domínio recorremos a duas bases de dados em suporte CD Rom: a primeira, intitulada Dissertations abstracts, é editada pela Universidade de Michigan e integra resumos de dissertações de Mestrado e de Doutoramento produzidas entre 1989 e 1995; nela foram seleccionados 32 títulos de 1995 e 1994 através do descritor Community Development4 ; a outra, é a Social Sciences Index, (editada por H. W. Wilson Company), que compila registos de cerca de 250 revistas de Ciências Sociais; foram seleccionados, seguindo o critério anteriormente descrito, 44 títulos de artigos e monografias disponíveis, publicados nos dois anos mais recentes, neste caso 1996 e 1997. Dos títulos e resumos das dissertações, monografias e artigos constantes no corpus analisado podem extrair-se as seguintes tendências: 4 As operações efectuadas para seleccionar o corpus de análise foram as seguintes: 1. Selecção das dissertações com o descritor Community, que revelou haver 10119 títulos 2. Selecção das dissertações com os descritores Community e (and) Development que filtrou 2763 títulos 3. Selecção das dissertações com o descritor Community Development que apresentou 128 títulos Só por si estes números indiciam o grande interesse da comunidade científica pelo assunto. Dada a abundância de dissertações fomos obrigados a apertar ainda mais a selecção cruzando este descritor com os anos 1995 ou (or) 1994, o que permitiu seleccionar uma amostra aceitável das dissertações mais recentes. Para uma análise mais detalhada desta recolha de dados vide Carmo, 1998.
  • 9. 9 1. quanto às temáticas escolhidas pelos investigadores, regista-se um consenso em torno de cinco cachos de preocupações: aspectos teóricos, metodológicos e políticos aspectos relacionados com a saúde comunitária questões relativas às minorias trabalho com crianças e jovens apoio à família 2. quanto à perspectiva assumida pela investigação, observa-se uma dominância dos modelos de Desenvolvimento Local (A) e de Planeamento Social (B) em detrimento do modelo de Acção Social (C) de Rothman. 2.2. Tendências do ensino As tendências do ensino do Desenvolvimento Comunitário podem inferir- se da abundância de materiais educativos produzidos, sob a forma de artigos, monografias ou manuais, e pela diversidade dos programas lectivos oferecidos nas várias instituições de ensino. Tendo a consciência como atrás se referiu que é impossível fazer um levantamento exaustivo duma situação em permanente mudança, apresentam-se seguidamente alguns elementos que indiciam a importância dada a esta área disciplinar. Em instituições de ensino presencial As instituições de ensino presencial que mais frequentemente integram o Desenvolvimento Comunitário nos seus curricula são, como seria de esperar, as que se vocacionam para a formação de quadros para o desenvolvimento social e económico. Podemos agrupá-las nas que leccionam Ciências Sociais ou da Educação e as que se ligam a programas de Desenvolvimento Económico e Social por via de intervenção de tónica tecnológica. Nas primeiras, encontramo-lo posicionado em diversos contextos curriculares, como os seguintes: em programas de Ciência Política e da Administração, ligado à gestão autárquica;
  • 10. 10 em curricula de Ciências da Educação surge, por vezes, integrado em técnicas de animação sócio-cultural e em estratégias de educação de base da população adulta; em licenciaturas em Sociologia e Antropologia, nos domínios contíguos à Sociologia de Intervenção (Hess, 1982) e à Antropologia Aplicada (Foster, 1974, s/d); nos cursos de Serviço Social e de Política Social é habitual incluir o ensino dos seus princípios e estratégias em disciplinas consagradas à aprendizagem da teoria e método do Serviço Social, considerado sob forma integrada ou tridimensional (Casos, Grupos e Comunidades); neste último caso aparece como parte integrante do Serviço Social de Comunidades; No segundo tipo de instituições, incluem-se as que leccionam programas da área da Saúde Pública e da Agronomia. Neste último domínio o Desenvolvimento Comunitário apresenta-se frequentemente ligado às áreas de Sociologia Rural e Extensão Rural. Em Portugal o ensino do Desenvolvimento Comunitário iniciou-se quer nos curricula dos Cursos de Administração Ultramarina e de Serviço Social do então Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina da Universidade Técnica de Lisboa, quer nos Institutos Superiores de Serviço Social5 . Actualmente, para além do ISCSP e dos vários ISSS, o ensino do Desenvolvimento Comunitário é abordado também noutras escolas como por exemplo em ESES e na Universidade Católica, integrado em contextos curriculares ligados à intervenção social. Recentemente, com a implementação dos Programas Europeus de Luta Contra a Pobreza e depois dos trabalhos pioneiros de Bruto da Costa e Manuela Silva (1985, 1989), tem vindo a observar-se um interesse renovado por esta problemática, retratado através de diversos trabalhos. Em instituições de ensino a distância As instituições de educação aberta e a distância (EAD) já há muito têm vindo a incluir estas matérias no âmbito da sua vocação de serviço à 5 Em Carmo (1998) poder-se-á analisar mais detidamente o desenvolvimento do DC no contexto académico português e aceder à bibliografia de autores nacionais que o autor conseguiu coligir. Não sendo de modo algum exaustiva pode no entanto ser um razoável ponto de partida para um estudo exploratório sobre a questão. Para uma investigação bibliográfica complementar recomenda-se a consulta de dissertações de mestrado e doutoramento algumas ainda não publicadas, que se podem encontrar em centros de documentação de diversas instituições universitárias e politécnicas. É o caso, por exemplo de Coutinho, M., 1993, A assistência social em Portugal 1965/1971 - Um período charneira, Lisboa, ISEG/UTL.
  • 11. 11 comunidade e ao Desenvolvimento (Carmo, 1996ae 1996b). Os resultados da análise de uma base de dados do International Centre for Distance Learning da Open University do Reino Unido actualizada a 1993 dão disso um claro testemunho. Nesse ano eram em número de 81 as unidades, disciplinas e cursos sobre Desenvolvimento Comunitário oferecidos em regime singular ou integrados em programas de estrutura curricular mais ampla (cursos formais e não formais). Tais programas eram leccionados por 73 instituições sediadas em 31 países, dispersos por todos os Continentes, observando-se que é em países de influência anglo-saxónica que se regista maior diversidade de oferta de cursos e cadeiras em regime de ensino a distância ou misto. Um dado a registar é que não se verificou qualquer relação entre oferta deste tipo de matéria disciplinar e estádio de desenvolvimento do respectivo país o que leva a pôr de lado qualquer perspectiva miserabilista sobre o ensino destas matérias6 . 2.3. Tendências da prática no terreno Para fazer um balanço ainda que sumário sobre as tendências da prática no terreno podemos sumariá-las a partir dos cachos de preocupações atrás enunciados, a que se acrescentaram alguns domínios menos referidos mas igualmente importantes do meu ponto de vista (figura 2). Desenvolvimento comunitário e educação Um dos problemas mais vigorosamente debatidos no mundo contemporâneo é, sem dúvida, o da crise da educação. Em termos resumidos7 pode equacionar-se a questão do seguinte modo: há bem poucos anos quando se discutia sobre educação quase todos os interlocutores se referiam ao que hoje se chama formação inicial. Estava-se numa época em que o ciclo de vida do Conhecimento, isto é, o tempo que mediava entre o momento da sua criação e o da sua morte, era longo, podendo mesmo exceder o ciclo de vida humano. 6 Uma óptica miserabilista defenderia que o Desenvolvimento Comunitário seria uma estratégia aplicável sobretudo para fazer face a situações de pobreza. 7 Para uma discussão mais aprofundada vide Carmo, 1997: 71-183
  • 12. 12 Figura 2 Tendências da prática no terreno Como consequência imediata desta situação, considerava-se que os conhecimentos acumulados na primeira parte da vida de um indivíduo constituíam património cognitivo suficiente para o desempenho dos vários papéis que ele iria ter ao longo da sua vida. Hoje a situação alterou-se drasticamente: o Futuro entra cada vez mais depressa no Presente sem pedir licença, daí resultando um processo de mudança acelerada de dimensões únicas na História. Resultante da força conjugada, do aumento da esperança média de vida das populações e da redução drástica do ciclo de vida do Conhecimento a formação inicial perdeu peso relativo, circunscrevendo-se à Tendências da prática no terreno Educação Saúde Exclusão social Acção macrossocial Rumos promissores  Cidadãos fragilizados - ajuda logística - apoio psicossocial  Cuidados primários - vacinação - apoio a grávidas - educação para a saúde  Cuidados diferenciados - durante a estadia - após a alta …….  Formação inicial - acesso - absentismo - insucesso - abandono - orientação  Formação contínua - educação intercultural - educação ambiental - educação do consumidor - educação p/ maternidade /paternidade responsável ……. Empowerment do sistema-cliente e advocacy pelo sistema-interventor a:  Crianças e jovens - em estratégia de sobrevivência - negligenciados - maltratados - institucionalizados - em conflito armado - com necessidades específicas - da e na rua  Adultos -pobres -imigrantes -minorias étnicas -sem abrigo -desempregados -ex-reclusos  Idosos -novos idosos -velhos idosos ……….  Planeamento e organização - articulação entre protagonistas - a rede como sistema-cliente (coesão e locomoção)  Defesa dos Direitos Humanos - gestão de conflitos - movimentos sociais  Protecção civil - caracterizar - desenhar a intervenção - Identificar meios - mobilizar meios - organizar meios  Programas internacionais - logística local - organização - comunicações ………….  Educação para a democracia - como meta para - o respeito pelos Direitos Humanos - a estabilidade sócio-política - como método de prática de cidadania - Comunicação de qualidade - D.participativa - D.representativa  Educação aberta e a distância (EAD) - resolver problemas básicos - reforçar a educação formal - desenvolver a educação contínua ……….
  • 13. 13 aprendizagem básica de conhecimentos, técnicas e atitudes, susceptíveis de virem alicerçar a aprendizagem ao longo do resto do ciclo de vida. Em contrapartida regista-se o alargamento da formação contínua, à medida em que se vai tomando consciência da degradabilidade do saber e do seu ciclo de vida cada vez mais curto. Este facto, associado ao alargamento da escolaridade obrigatória, ao alargamento das taxas de cobertura dos ensinos secundário e terciário e à generalização da ideia de que a educação não se deve circunscrever às camadas infanto-juvenis mas estender-se - a montante, às coortes infantis pré-escolares e, - a jusante, a toda a população adulta, activa ou não, tem contribuído para pressionar os sistemas educativos com uma sobrecarga de exigências a que estes não têm conseguido dar resposta. Em consequência deste quadro geral têm vindo a crescer os problemas de ensino-aprendizagem cuja resolução exige uma intervenção concertada, entre os protagonistas directamente ligados ao sistema educativo8 e a comunidade envolvente9 . Exemplos típicos são os problemas do acesso, absentismo, insucesso, abandono e orientação escolar. Qualquer intervenção sobre este tipo de problemas deve ser precedida de um diagnóstico precoce e personalizado, para o que é indispensável uma parceria sólida entre escola e comunidade envolvente, com os objectivos de visar o desenvolvimento pessoal e social de todos os protagonistas e a criar uma rede social que os apoie nesse processo. Com o aumento de pressão social sobre os sistemas educativos e com a abertura destes a todos os segmentos sociais, tornou-se regra dominante a coexistência de diversas culturas num mesmo espaço, o que ainda há poucos anos era uma situação pouco frequente ou pelo menos ignorada em muitos países. O modo de gerir a crescente diversidade social e, em particular, os seus efeitos no sistema educativo, tem variado de acordo com os pressupostos 8 Estudantes, professores e outro pessoal não docente 9 Famílias, autarquias, instituições públicas, organizações não governamentais, líderes comunitários, entre outros.
  • 14. 14 doutrinários. Herdeira da doutrina do pluralismo cultural, a corrente da educação intercultural defende que a crescente diversidade étnica, linguística, de género, de estatuto social e de capacidade de aprendizagem, deve ser considerada não apenas como problema mas também (e sobretudo) como recurso educativo. É neste contexto que o DC pode ter (e tem tido) um um significativo papel sócio-educativo como instrumento de educação intercultural e, num sentido mais amplo, de educação para o desenvolvimento (Carmo, 1998b) de todos os agentes no processo educativo. Desenvolvimento comunitário e saúde No domínio da protecção da saúde das populações podem identificar-se três campos em que as técnicas de intervenção comunitária têm sido usadas com êxito: no apoio a cidadãos fragilizados por condições de saúde particulares; em programas de cuidados primários de saúde em instituições de cuidados diferenciados de saúde No que respeita aos cidadãos sanitariamente mais fragilizados como os idosos, os deficientes, os doentes crónicos, os doentes mentais, os toxicodependentes e os doentes terminais, o tipo de apoio requerido pode agrupar-se em duas vertentes, a ajuda logística10 e o apoio psico- social11 , qualquer deles exigindo um forte empenhamento comunitário. Alguns dos programas atrás referidos podem ser desenvolvidos nos Centros de Saúde que constituem instrumentos fundamentais da organização e do desenvolvimento das comunidades locais. São exemplos 10 A ajuda logística requer a criação de condições materiais que proporcionem uma melhor autonomia ao sistema-cliente em situação de risco. É o caso do apoio medicamentoso para doentes crónicos, dos programas de troca de seringas para toxicodependentes, do apoio domiciliário para idosos e doentes, da instalação de sistemas de telecomunicações para isolados e da adaptação do espaço doméstico a certos tipos de deficiências. 11 O apoio psico-social visa reduzir o sofrimento solitário em que estes cidadãos muitas vezes se encontram e criar uma rede social de apoio que contribua para melhorar a sua qualidade de vida. São exemplos de apoio psico-social, os centros de dia para idosos e deficientes, as visitas domiciliárias para doentes crónicos e os programas de apoio para grupos de doentes mentais, alcoólicos, toxicodependentes, seropositivos, portadores de SIDA e doentes terminais.
  • 15. 15 de acções em que tal tem sido observado, diversas campanhas de vacinação em massa, programas de apoio a grávidas em geral e a certos grupos de risco (mães demasiado novas ou demasiado velhas), acções de educação para a saúde12 e programas de prevenção de epidemias Também os hospitais, como recursos da comunidade deveriam ser encarados pelos utilizadores como instituições seguras e instrumentos de cura. No entanto, quer pelas condições envolventes13 , quer pela falta de recursos, quer ainda pela situação objectivamente frágil em que o utilizador se encontra - por estar doente ou por requerer acompanhamento específico14 - a vivência de uma estadia num hospital é habitualmente traumática. Neste contexto o DC pode ser usado como um instrumento terapêutico complementar aos cuidados diferenciados de saúde de modo a permitir ao doente durante a sua estadia, sentir-se tratado como pessoa, sem perda dos seus direitos de cidadania; após ter alta, contar com ajuda logística e apoio psico-social no local onde vai convalescer. Desenvolvimento comunitário e exclusão social Um outro domínio em que a intervenção comunitária é utilizada com bastante frequência é o da exclusão social. Seja qual for o grupo social envolvido (vide figura 2), a estratégia de intervenção passa por dois processos: pelo empowerment do sistema-cliente, visando dotá-lo de uma força interna15 que lhe permita uma autonomia progressivamente maior na resolução dos seus problemas e a consequente inclusão social; 12 O campo da educação para a saúde é muito amplo, abrangendo áreas tão diversas como a educação para a saúde mental, para o planeamento familiar, a formação de socorristas e paramédicos, o ensino de medidas de prevenção contra as chamadas doenças de mãos sujas (ex: cólera, sarna), etc. 13 Os exemplos de condições envolventes ameaçadoras para quem entra num hospital são inúmeros. Bastará fazer referência aos espaços frios e despersonalizados e à cultura organizacional autoritária, em que o cidadão-utilizador tem frequentemente a sensação de perda da cidadania, pelo modo como lhe é negado o acesso à informação que lhe diz respeito, pela dinâmica inter-pessoal infantilizadora, etc. 14 È o caso das grávidas em risco, por exemplo. 15 Alguns autores designam esta capacidade de um sistema resistir a forças adversas por resiliência ( do latim resilientia)
  • 16. 16 pela advocacy, por parte do sistema-interventor, assumindo deste modo o papel de instrumento de luta pelos Direitos Humanos da população excluída. Desenvolvimento comunitário e acção macrossocial Há situações de intervenção comunitária que transcendem a simples acção local (modelo A de Rothman), apelando a uma perspectiva macro pela sua evidente dimensão sócio-política (modelos B e C). Nestas situações o valor instrumental do DC tem-se revelado evidente. no que respeita ao planeamento e organização comunitárias a nível municipal, regional e mesmo nacional, porque tem ajudado à articulação entre os protagonistas dos projectos, sendo um poderoso instrumento de coesão e de loco,oção das redes de parceiros; em programas de defesa dos Direitos Humanos, tem-se revelado uma boa ferramenta de gestão de conflitos e um modelo de regulação adequada para situações em que os protagonistas são movimentos sociais e não organizações de estrutura e funcionamento burocráticos. em situações de ameaça à protecção civil (cheias, terramotos, epidemias, conflitos armados, etc) que requerem grande maturidade emocional e capacidade de gestão por parte dos interventores sociais, o emprego dos princípios e metodologia do DC têm permitido uma melhor articulação dos recursos locais com os que provêm do exterior das comunidades-vitimas. Finalmente em programas internacionais16 em que é exigida uma grande capacidade de organização e sistemas de comunicação eficientes, as técnicas de DC têm dado um contributo assinalável. Rumos promissores para o século XXI Não gostaria de terminar esta comunicação sem convosco partilhar algumas reflexões sobre duas áreas de aplicação do desenvolvimento 16 As intervenções das Nações Unidas e de várias das suas agências em várias partes do Mundo com auxílio humanitário, com forças de interposição entre beligerantes ou com programas de desenvolvimento social, bem como certas acções da Cruz Vermelha Internacional e de ONGs como os Médicos sem Fronteiras ou a Acção Médica Internacional, são exemplos de acções deste tipo.
  • 17. 17 comunitário que desenham rumos promissores para o uso desta estratégia de intervenção social como instrumento sócio-educativo, neste período de construção da Sociedade de Informação: a educação para a democracia e a educação aberta e a distância Figura 3 - Educação para a democracia: variáveis em jogo É uma Do que é a Vista como Traduzida em práticas de Que implica saberes nos seguintes domínios: Que se concretiza em No que respeita à educação para a democracia, parece ser relativamente consensual, hoje, a necessidade de uma acção permanente e organizada de educação dos cidadãos para o exercício dos seus direitos Educação para a democracia Aprendizagem significativa Democracia Meta de sociabilidade Método de sociabilidade Respeito pelos direitos humanos Estabilidade sócio-política Prática da cidadania, traduzida no aperfeiçoamento do funcionamento social dos grupos, organizações, comunidades e instituições sociais. Democracia participativa Comunicação de qualidade Democracia representativa 1.Preparação 2.Tomada 3.Execução de decisões 4.Leitura crítica 5.Escrita 6.Fala 7.Escuta com clareza e rigor 8.Escolha 9.Respeito 10.Substituição de representantes
  • 18. 18 democráticos, que lhes permita combater manipulações populistas destinadas a plebiscitar decisões, legitimando-as com a capa da participação democrática. A figura 3 resume de forma diagramada algumas das principais ideias-chave que, a nosso ver, devem estar presentes em qualquer programa de educação para a democracia. Como facilmente se compreende, as técnicas de desenvolvimento comunitário adequam-se muito bem a programas de educação para a democracia nas suas duas vertentes: no que respeita ao entendimento da democracia como meta a alcançar, já vimos que os princípios e as raízes que fundamentam esta forma de intervenção social decorrem de uma concepção democrática de entender o desenvolvimento das sociedades; no que concerne à assunção da democracia como método de aperfeiçoamento do funcionamento social, a prática do desenvolvimento comunitário leva os cidadãos a comunicar melhor17 , a preparar, tomar e executar as decisões que lhes dizem respeito de forma mais responsável, e treina-os, no seu quotidiano local, para actos políticos típicos das democracias representativas como escolher, respeitar e substituir representantes. Para finalizar esta reflexão pode dizer-se que o Desenvolvimento Comunitário tem vindo a ganhar eficácia em várias regiões do Mundo estabelecendo uma parceria para o desenvolvimento com diversos sistemas de educação aberta e a distância. Tal parceria tem vindo a revelar-se um poderoso sistema de respostas sócio-educativas, que permitem ampliar e diversificar a oferta educativa tradicional. No campo específico da formação de quadros locais para o desenvolvimento pode dizer-se que o contributo do ensino a distância associado ao Desenvolvimento Comunitário tem vindo a ser útil em três tipos de estratégias educativas: na educação para a resolução de problemas básicos no reforço à educação formal 17 Na aprendizagem das quatro competências comunicacionais enunciadas no diagrama deve também constar o estudo da publicidade, da propaganda e das técnicas de relações públicas, bem como o treino para a utilização de diversos meios de comunicação, escrita, audiovisual e telemática, hoje habituais no trabalho comunitário
  • 19. 19 no desenvolvimento da educação contínua Pelo que atrás se disse parece ser evidente que o Desenvolvimento Comunitário se assume, hoje, de uma evidente actualidade como estratégia de intervenção social integrada, urgindo desenvolver esforços no sentido de o dar a conhecer. Bem haja o ISPA pelo seu presente contributo. Bibliografia Ander-Egg, E., 1980, Metodologia y pratica del desarollo de la comunidad, Tarragona, UNIEUROP, 10ª ed Baptista, M.V. , 1973, Desenvolvimento da Comunidade, S, Paulo, Cortez e Moraes, 3ª ed. Carmo, H., 1995, Avaliação em intervenção comunitária in Estudos de homenagem ao Prof. Adriano Moreira, vol II, Lisboa, ISCSP. 1996a, Ensino a distância e desenvolvimento de quadros locais, in Forum 2000: Regionalização e desenvolvimento, Lisboa ISCSP/UTL: 75-92 Carmo, H., 1996b, Ensino a distância e desenvolvimento comunitário. Contributo para uma estratégia de reabilitação, in 1ª conferência sobre reabilitação e comunidade, Lisboa, ISPA: 263-282. 1998, O Desenvolvimento Comunitário no dobrar do Século, in Barata, O.S., coord., Política Social 1998, Lisboa, ISCSP. 1998b, Educação para o desenvolvimento: um imperativo estratégico, in Tavares, M.J.F. (organização), in Poder e sociedade (Actas das Jornadas Interdisciplinares-199), Lisboa, Universidade Aberta, pp 489-506 1999, Desenvolvimento comunitário, Lisboa Universidade aberta, no prelo. Foster, G., 1974, Antropologia aplicada, Cidade do México, Fondo de de Cultura Economica s.d., As Culturas tradicionais e o impacto das tecnologias, Rio de Janeiro, Fundo de de Cultura Económica Hess, R., 1982, Sociologia de Intervenção, Lisboa, Rés Lebret, Louis 1964, Suicídio ou Sobrevivência do Ocidente?, S. Paulo, Livraria Morais, 1ª ed. 1958 Moreira, M.A.; Buchweitz, B., 1993, Novas estratégias de ensino e aprendizagem: os mapas conceptuais e o Vê epistemológico, Lisboa Novak, Joseph; Gowin, Bob, 1996, Aprender a aprender, Lisboa Plátano, 1ª ed. de 1984 Pereirinha, coord., 1992, Observatory on nacional policies to combat social exclusion: Portugal, Lisboa, CISEP - Centro de Investigação sobre Economia Portuguesa Rothman, J. e Tropman, J., 1987, Models of community organization and macro practice perspectives: their mixing and phasing, in Jacobsen e HeitKamp, 1995, Working with communities, in Johnson, H.W., 1995, The social services: an introduction,Itasca, Peacock Publishers, 4ª ed.: 311-324 Silva, M., 1962, Desenvolvimento Comunitário: uma técnica de promoção social, Lisboa, Associação Industrial Portuguesa VVAA, 1965, Desenvolvimento comunitário, Lisboa, Ministério da Saúde e Assistência VVAA, 1966-197.., "Informação Social", Lisboa, Ministério da Saúde e Assistência VVAA, 1987, Actas do IX Congresso Iberoamericano de Segurança Social, Lisboa, DGORH Costa, A. B., Silva, M. et al, 1985, A pobreza em Portugal, Lisboa, Caritas 1989, A Pobreza urbana em Portugal, Lisboa, Caritas VVAA, 1994, Pobreza é com todos: mudanças possíveis, Lisboa, Comissão das Comunidades Europeias.
  • 20. 20 A actualidade do Desenvolvimento Comunitário como estratégia de intervenção social Por Hermano Carmo Universidade Aberta- CEMRI Mapa conceptual de um processo de intervenção social integra 4 elementos em com um emoldurado por um é constituido por traduz-se é constituido por um conjunto de em um conjunto de e que cria condições favoráveis ou desfavoráveis com à mudança diferentes com com que se apresentam sob a forma de um que se que que sob constitui identificam manifestam a forma de em para responder a potenciando e combatendo A intervenção social Sistema- interventor Interacção Sistema- cliente Ambiente Pessoa (s) Grupo(s) Organização(õe s) Comunidade(s) Redes Pessoa (s) Grupo(s) Organização(õ es) Comunidade(s ) Redes Identidade e cultura próprias Características etárias, de género, de estatuto social, de natureza étnica, linguística, etc. Identidade e cultura próprias Características etárias, de género, de estatuto social, de natureza étnica, linguística, etc. Necessidades sociais Recurso social Comunicações Presenciais A distância Verbais Não Verbais Suportes Canais Político Económico Sociocultural Estímulos à mudança Obstáculos à mudança Choque cultural
  • 21. 21 A actualidade do Desenvolvimento Comunitário como estratégia de intervenção social Por Hermano Carmo Universidade Aberta- CEMRI As raízes As raízes do Desenvolvimento Comunitário situam-se no período que mediou as duas guerras mundiais: a prática de formação de líderes locais (sistema colonial britânico de administração indirecta); a experiência americana de organização comunitária, como resposta aos inúmeros problemas sociais, fruto das consequências da industrialização, da urbanização, da imigração e das dificuldades sócio-económicas do pós guerra
  • 22. 22 A actualidade do Desenvolvimento Comunitário como estratégia de intervenção social Por Hermano Carmo Universidade Aberta- CEMRI Os princípios princípio das necessidades sentidas: todo o projecto de desenvolvimento comunitário deve partir das necessidades sentidas pela população e não apenas das necessidades consciencializadas pelos técnicos; princípio da participação: necessidade do envolvimento profundo da população no processo do seu próprio Desenvolvimento; princípio da cooperação: é um imperativo de eficácia a colaboração entre sector público e privado nos projectos de Desenvolvimento Comunitário; princípio da auto-sustentação os processos de mudança planeada devem ser equilibrados e sem rupturas, susceptíveis de manutenção pela população-alvo e dotados de mecanismos que previnam efeitos perversos ocasionados pelas alterações provocadas; princípio da universalidade: um projecto só tem probabilidades de êxito se tiver como alvo de Desenvolvimento uma dada população na sua globalidade (e não apenas subgrupos dessa população) e como objectivo a alteração profunda das condições que estão na base da situação de subdesenvolvimento.
  • 23. 23 A actualidade do Desenvolvimento Comunitário como estratégia de intervenção social Por Hermano Carmo Universidade Aberta- CEMRI Tipologia dos modelos de intervenção de Rothman18 Modelo de Desenvolvimento Local Caracterizado por uma intervenção muito localizada (perspectiva microssocial), orientada para o processo de criação de grupos de auto- ajuda em que o interventor assume um papel facilitador com uma forte componente sócio-educativa; Modelo de Planeamento Social Caracterizado por uma intervenção de componente meso e macro mais evidente, voltada para a resolução de problemas concretos, (orientação para o resultado) em que o interventor assume um papel de gestor de programas sociais; Modelo de Acção Social Caracterizado por uma intervenção de perspectiva integrada (macro, meso, micro), orientada para a alteração dos sistemas de Poder em presença em que o interventor assume um papel de activista, advogado do sistema-cliente e negociador, aproximando-se da figura do militante; 18 Rothman, J. e Tropman, J., 1987, Models of community organization and macro practice perspectives: their mixing and phasing, Itasca, Peacock Publishers, cit in Jacobsen e HeitKamp, 1995, Working with communities, in Johnson, H.W., 1995, The social services: an introduction,Itasca, Peacock Publishers, 4ª ed., pp 311-324
  • 24. 24 A actualidade do Desenvolvimento Comunitário como estratégia de intervenção social Por Hermano Carmo Universidade Aberta- CEMRI Tendências da investigação Temáticas escolhidas pelos investigadores: aspectos teóricos, metodológicos e políticos aspectos relacionados com a saúde comunitária questões relativas às minorias trabalho com crianças e jovens apoio à família Perspectiva assumida pela investigação: Dominância dos modelos de Desenvolvimento Local (A) e de Planeamento Social (B) em detrimento do modelo de Acção Social (C) de Rothman.
  • 25. 25 A actualidade do Desenvolvimento Comunitário como estratégia de intervenção social Por Hermano Carmo Universidade Aberta- CEMRI Tendências do ensino instituições de ensino presencial e a distância Ciências Sociais ou da Educação  Gestão autárquica  Educação de base da população adulta  Animação sócio-cultural  Sociologia de Intervenção  Antropologia Aplicada  Serviço Social de Comunidades; Ciências aplicadas ao Desenvolvimento Económico e Social  Saúde Pública  Sociologia Rural  Extensão Rural.
  • 26. 26 A actualidade do Desenvolvimento Comunitário como estratégia de intervenção social Por Hermano Carmo Universidade Aberta- CEMRI Tendências da prática no terreno Educação Saúde Exclusão social Acção macrossocial Rumos promissores  Cidadãos fragilizados - ajuda logística - apoio psicossocial  Cuidados primários - vacinação - apoio a grávidas - educação para a saúde  Cuidados diferenciados - durante a estadia - após a alta …….  Formação inicial - acesso - absentismo - insucesso - abandono - orientação  Formação contínua - educação intercultural - educação ambiental - educação do consumidor - educação p/ maternidade/paternidad e responsável ……. Empowerment do sistema-cliente e advocacy pelo sistema- interventor a:  Crianças e jovens - em estratégia de sobrevivência - negligenciados - maltratados - institucionalizados - em conflito armado - com necessidades específicas - da e na rua  Adultos -pobres -imigrantes -minorias étnicas -sem abrigo -desempregados -ex-reclusos  Idosos -novos idosos -velhos idosos ……….  Planeamento e organização - articulação entre protagonistas - a rede como sistema-cliente (coesão e locomoção)  Defesa dos Direitos Humanos - gestão de conflitos - movimentos sociais  Protecção civil - caracterizar - desenhar a intervenção - Identificar meios - mobilizar meios - organizar meios  Programas internacionais - logística local - organização - comunicações ………….  Educação para a democracia - como meta para - o respeito pelos Direitos Humanos - a estabilidade sócio-política - como método de prática de cidadania - Comunicação de qualidade - D.participativa - D.representativa  Educação aberta e a distância (EAD) - resolver problemas básicos - reforçar a educação formal - desenvolver a educação contínua ……….
  • 27. 27
  • 28. 28 A actualidade do Desenvolvimento Comunitário como estratégia de intervenção social Por Hermano Carmo Universidade Aberta- CEMRI Educação para a democracia: variáveis em jogo É uma Do que é a Vista como Traduzida em práticas de Que implica saberes nos seguintes domínios: Que se concretiza em Educação para a democracia Aprendizagem significativa Democracia Meta de sociabilidade Método de sociabilidade Respeito pelos direitos humanos Estabilidade sócio-política Prática da cidadania, traduzida no aperfeiçoamento do funcionamento social dos grupos, organizações, comunidades e instituições sociais. Democracia participativa Comunicação de qualidade Democracia representativa 1.Preparação 2.Tomada 3.Execução de decisões 4.Leitura crítica 5.Escrita 6.Fala 7.Escuta com clareza e rigor 8.Escolha 9.Respeito 10.Substituição de representantes