O documento discute a organização da escola em ciclos, enfatizando a importância de democratizar o acesso à educação, reorganizar a dinâmica escolar, e assegurar o processo de ensino-aprendizagem de forma contínua. Também aborda o papel da avaliação no acompanhamento do desenvolvimento dos estudantes.
3. Escola em Ciclos
Segundo Claudia de Oliveira Fernandes ,
em “Escola em ciclos: uma escola inquieta - o papel da avaliação”
In: Ciclos em Revista vol. 1 (2007)
Organizar a escola em ciclos significa:
> Democratizar o acesso e permanência da população à escola;
> Reorganizar, ressignificar, replanejar e reinventar a organização e a dinâmica escolar;
> Assegurar o processo de ensino-aprendizagem de forma contínua e sem retrocessos;
> Desenvolver uma metodologia que contemple os princípios de continuidade,
de construção do conhecimento, da diversidade do ritmo de aprendizagem;
> Repensar as relações entre professor-aluno e família-escola.
Ir além das discussões e ações acerca da avaliação aprovação/reprovação dos estudantes
7. Processo de avaliar
Disposição de acolhimento do aluno;
Diagnóstico a partir de dados adequados ao que se pretende
avaliar e através de instrumentos adequados;
Qualificação dos dados com base no objetivo avaliativo, no
planejamento de ensino e sustentado em uma teoria de ensino;
Tomada de decisão: indicar caminhos adequados para se atingir
os objetivos.
Segundo Luckesi,
em “O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?”
9. A avaliação diagnóstica mais conhecida é a sondagem das
hipóteses silábicas, contudo esta avaliação pode ser usada
em qualquer disciplina no início de qualquer unidade de
ensino. Cabe ao professor pensar propostas em que os
alunos irão expor suas ideias e conceitos prévios sobre o
assunto que será estudado.
O quê Para quê
Como
Uma das tarefas do professor é
saber o que seus alunos já
sabem e o que ainda não
sabem.
“Sabendo o que os alunos já
sabem”, tem uma referência
segura para elaborar seu
planejamento.
A avaliação contínua e
diagnóstica evita reprovações
desnecessárias ou evitar que a
progressão continuada se
faça indiscriminadamente.
10. Instrumentos de avaliação
Estes instrumentos ajudam a acompanhar o
desenvolvimento dos alunos e são uma fonte de
aprendizado para o professor.
Pautas
de observação
11. • O que são
Anotações curtas feitas nas aulas, como frases, comentários dos alunos,
perguntas e dúvidas levantadas por eles, conteúdos a serem
pesquisados, informações para checagem etc.
• Objetivo
Lembrar momentos importantes e não perder dados significativos do
processo de ensino e aprendizagem.
• Organização
Deixar sobre a mesa uma prancheta, sulfites e canetas. Não é preciso
se preocupar com a ordem nem com a profundidade dos apontamentos.
• Como usar
Elas serão a base de planejamentos futuros, relatórios mais detalhados
sobre projetos ou atividades e dos relatórios de avaliação dos alunos.
12. Terça – feira, 26/02/2008
A) Roda de leitura
Os alunos relataram não
ter o costume de fazer
roda e participar de
momentos de leitura.
B) Matheus extrema
dificuldade em compor
frases. Não há coerência
ou coesão. Suprime
pedaços das palavras.
13. • O que são
Tabelas de duas ou mais entradas, nas quais aparecem o nome dos alunos e
os conteúdos didáticos ou atitudinais a ser observados.
• Objetivo
Acompanhar a evolução do aprendizado de um ou mais conteúdos ao longo
do ano.
• Organização
Tabular os nomes e os aspectos a serem analisados. Legendar a tabela com
conceitos ou cores referentes a um estágio de aprendizagem. Preencher
durante ou logo após a atividade.
• Como usar
De tempos em tempos, é preciso fazer a análise e a comparação das tabelas.
Quanto maior a frequência com que elas forem preenchidas e analisadas,
mais informações se tem sobre o avanço de cada estudante e mais rápido é
possível fazer intervenções.
14.
15. • O que são
Narrativas sobre o que aconteceu na sala de aula, tanto em relação a comentários e produções dos
alunos como em relação a si mesmo (impressões e reflexões).
• Objetivo
Refletir sobre o planejamento e sua adequação às necessidades dos alunos, ter pistas sobre os rumos
que se pode tomar, documentar o trabalho feito com a turma e aprofundar ideias para serem usadas no
futuro.
• Organização
Ter um caderno reservado para o diário (ou um arquivo no computador) e escrever nele logo depois da
aula, ou nos dias posteriores, para que os fatos não sejam esquecidos. O mais importante é registrar o
maior número possível de dados, sempre refletindo e avaliando a prática pedagógica e não apenas
listando as atividades.
• Como usar
Uma das principais utilidades é o compartilhamento com o coordenador pedagógico, que poderá, com
base nas reflexões do docente, ajudar a reavaliar sua prática pedagógica. O ideal é escrever com
frequência e recorrer aos diários quando planejar e avaliar .
16. Sexta, 07/08/2008
Os alunos tem muita dificuldades
em problemas que a informação
não seja óbvia - INFERÊNCIA.
Tenho sempre que mediar,
questionar e fazer com eles a
resolução para que busquem a
informação correta e descubram as
operações que devem utilizar.
17. • O que são
Avaliação do desempenho de uma criança ou do grupo durante um determinado período.
• Objetivo
Documentar o desempenho dos estudantes para comunicar às famílias as aprendizagens.
• Organização
Pautas de observação, notas e diários são fundamentais na hora de elaborar os relatórios. Nas
escolas onde não há um modelo, uma dica é começar com um breve relato do que foi trabalhado
com a turma naquele período. Em seguida, para cada aluno, relatar como foi o avanço global em
relação aos objetivos iniciais. Vale lembrar que elementos como falas e desenhos enriquecem o
registro e facilitam o diálogo com a família. O coordenador pedagógico deve aparecer como
corresponsável pelo documento, com quem o professor compartilha o material e reflete sobre ele.
• Como usar
Cada escola trabalha com uma periodicidade para enviar a avaliação aos pais – bimestral,
trimestral ou semestralmente. Em todos os casos, é preciso começar a produção dos relatórios
com antecedência, pois o detalhamento requer tempo e reflexão.
18.
19. João da Silva
• Reconhece personagens e ambientação onde se passam as histórias
narradas ou lidas. Apesar de muito criativo ao redigir seus textos, ainda
não faz parágrafos e nem usa as iniciais maiúsculas. Apresenta uma boa
escrita ortográfica, cometendo erros na escrita de palavras com nh/fr-
fl/omissão de som nasal.
• Em Matemática, demonstrou realizar, com dificuldades, subtração com
reserva de números que tenham o zero como um de seus algarismos.
Quanto à operação de multiplicação com dois algarismos no multiplicador,
está em processo de aprendizagem da mecânica do algoritmo, já que ainda
não atenta para a etapa de soma dos resultados da multiplicação das
unidades e dezenas. Analisa e soluciona situações-problemas que
envolvam operações simples, como adição e subtração.
20.
21. Avaliar para ensinar melhor
Professora
usa a avaliação para investigar
como os alunos estão
aprendendo e o que deve ser
feito para melhorar; ela
observa os estudantes
individualmente, procurando
sanar as dificuldades
específicas de cada um.
Alunos
percebem que a avaliação
tem como objetivo fazer todos
aprenderem e veem o trabalho
em sala ganhar sentido; assim
têm a oportunidade de
desenvolver atividades que
objetivam resolver suas
dúvidas e progredir.
24. Bibliografia
BATISTA, Antônio Augusto Gomes. Avaliação Diagnóstica da
Alfabetização/ Antônio Augusto Gomes Batista at al – Belo
Horizonte: Ceale/Fae/UFMG,2005.
FERNANDES, Claudia de Oliveira. Escola em ciclos: uma escola
inquieta - o papel da avaliação. Ciclos em revista, v. 1, p. 95-
109, 2007.
LUCKESI, Cipriano Carlos. O que é mesmo o ato de avaliar a
aprendizagem? Revista Pátio. Porto alegre: ARTMED. Ano 3,
n. 12 fev./abr. 2000
Revista Nova Escola, edição 159. Disponível em
<http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-
avaliacao/avaliacao/avaliar-ensinar-melhor-424538.shtml >