Este documento fornece estratégias para otimizar o tempo das aulas de educação física, incluindo: fixar o tempo de entrada em 10 minutos; transmitir poucas regras claras; variar as condições de prática das habilidades para manter o envolvimento; e encorajar feedbacks frequentes para melhorar a aprendizagem motoras.
1. PARA OTIMIZAR O TEMPO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
No decorrer da aula de Educação Física podem ser adotadas várias estratégias
tendo em vista o incremento do tempo útil da aula, o tempo disponível para a
prática e o tempo de empenhamento motor:
Fixar/chamar atenção para o tempo de entrada na aula em 10 minutos;
Utilizar regras e sinais de atenção de modo a sermos vistos e ouvidos
por todos;
Utilizar métodos económicos de verificação
de presenças;
Estar sempre de frente para os alunos, de
modo a visualizá-los a todos;
Escolher, na introdução de jogos ou
habilidades, exercícios cujas regras são
mais acessíveis para os alunos com mais
dificuldades;
Transmitir poucas regras nos jogos (apenas o essencial), pois os alunos
não captam muita informação.
Introduzir progressivamente elementos de dificuldade à execução da
habilidade;
Variar as condições de realização das habilidades (em percurso,
exercício individual, em concurso, etc..)
Criar sempre que possível, situações de trabalho dinâmicas com grande
ritmo e movimentação variada evitando situações em que os alunos
estejam parados;
Numa fase inicial, possibilitar a existência de uma bola para cada aluno,
permitindo assim uma melhor adaptação à modalidade;
Encorajar a questões, comentários e expressão de ideias;
Utilizar o questionamento com frequência, utilizando-o como método de
ensino;
Utilizar sempre os últimos 3/5 minutos de aula para um pequeno diálogo
sobre os conteúdos abordados na aula, o que correu bem e o que correu
mal;
Ser claro, sucinto e evitar longos discursos, salientando apenas os
aspetos fundamentais da habilidade, sem referir demasiados detalhes;
Sempre que pretenda transmitir instrução posicioná-los sempre virados
para a parede/locais sem movimento para que não se distraiam com
situações alheias à aula;
Utilizar meios gráficos auxiliares como
suporte/complemento da explicação da
habilidade;
Acompanhar a explicação com a respetiva
demonstração, principalmente quando se
trata da aprendizagem de um novo
elemento. A demonstração deve ser
efetuada pelo professor ou por algum aluno que domine e execute de
forma correta as devidas componentes críticas que serão abordadas na
aula, utilizando-o como agente de ensino;
2. Reforçar, durante a demonstração, os aspetos fundamentais da
habilidade, usando palavras-chave e frases curtas;
Escolher, na introdução de jogos ou habilidades, exercícios cujas regras
são mais acessíveis para os alunos com mais dificuldades;
Prestar atenção às expressões não verbais dos alunos de modo a
verificar a compreensão/confusão dos mesmos em relação à explicação;
Transmitir informação apenas quando os alunos se manifestarem
atentos – interrogar aluno desatento;
Garantir a compreensão da mensagem por parte dos alunos para que
estes saibam o que têm de fazer. Pedir para o aluno «dizer antes de
fazer»;
Permitir que os alunos realizem, um número razoável de tentativas antes
de proceder às primeiras correções, a não ser que estas sejam graves;
Controlar ativamente a prática dos alunos, colocar-se de modo a
controlar visualmente todos os alunos para assegurar o feedback e
garantir a segurança;
Concentrar a atenção sobre os erros mais
importantes, ou seja, os que estão
relacionados com os aspetos fundamentais
da habilidade já referidos;
Ao corrigir um aluno com dificuldades na
realização da tarefa, ser afetuoso e sereno sem ser ríspido ou hostil,
relembrando os aspetos fundamentais da habilidade;
Confirmar os efeitos da sua correção, acompanhando as próximas
tentativas do aluno, valorizando os pequenos progressos e realçando-os
sempre que possível - realizar ciclos de feedbacks;
Utilizar os alunos que facilmente realizaram a habilidade, para realçar o
que fazem bem, dando exemplo aos colegas;
Ao fornecer feedbacks, em algumas matérias (ex: atletismo – salto em
comprimento), chamar aluno à parte e fornecer-lhe feedback, de forma a
permitir aos outros continuarem a tarefa.
Valorizar os pequenos progressos, realçando-os sempre que possível,
de modo a motivar os alunos;
Estar atento, ao mesmo tempo que se corrigem os alunos, aos aspetos
de organização para evitar problemas de disciplina e conseguir manter
níveis elevados de tempo de prática;
Proporcionar um número considerável de repetições em situações
simples;
Introduzir progressivamente elementos de dificuldade à execução da
habilidade;
Variar as condições de realização da habilidade
(em exercício individual, em percurso, em
concurso, etc.).
Exigir regras de segurança rígidas, exigindo
que os alunos a cumprem, por exemplo
circularem sempre afastados quer dos
separadores, quer das balizas; na corrida realizada na mobilização
geral, dar sempre espaço ao colega da frente para poder realizar os
exercícios, não tocar nos postes e elástico utilizado no voleibol, etc.
3. Realçar frequentemente as regras estabelecidas e assegurar a sua
compreensão por todos os alunos;
Destacar grupos de alunos para arrumar o material, ou fazer um jogo de
modo a motivar os alunos para a arrumação do material e que esta seja
feita de forma breve;
Colocar-se nos locais onde as tarefas envolvam mais risco ou solicitem
ajuda (ex.: lançamentos, saltos.);
Certificar-se, antes dos alunos o utilizarem, que o material se encontra
em boas condições de segurança e bem colocado. Por exemplo nos
saltos, os colchões têm que estar sempre juntos ao aparelho, os postes
usados no voleibol tem de estar sempre virados para dentro do campo;
Verificar antes e depois da utilização o estado de conservação do
material;
Ensinar aos alunos o nome dos vários
materiais;
Estabelecer e combinar regras de utilização
dos materiais, através de formas jogadas e
sempre pela positiva;
Inicialmente os alunos precisam de maior
apoio e atenção do professor, pelo que se
devem formar grupos pequenos e relativamente homogéneos, para
facilitar a intervenção do professor. De início colocar um aluno mais
desenvolvido a nível motor que possa ajudar os companheiros, mais
tarde realizar grupos de nível;
Formar grupos previamente e dar indicação clara para que os alunos
saibam quem faz o quê e com quem;
Na aula, não perder tempo na formação de grupos, para isso utilizar
formas jogadas para constituir grupos;
Promover a diversidade na turma, variando os pares, trios e os grupos.
Todas elas são fundamentais para as aprendizagens e, consequentemente, no
desenvolvimento da criança, e tendo em conta que é apenas na escola que
muitas destas crianças têm acesso à prática de atividade física, a sua
implementação favorecerá maior tempo de prática e contribuirá para o alcançar
de melhor aptidão física.