Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
EDUCAÇÃO EJA NO SISTEMA PRISIONAL
1. 1
REFORÇANDO O APRENDIZADO DO EJA NO SISTEMA
CARCERARIO O CASO DA ESCOLA CORACORALINA NO
COMPLEXO DE XURI NO ESPIRITO SANTO
Elionaldo De Oliveira Cruz
elionaldocruz@yahoo.com.br
Pós-graduação no sistema EJA
RESUMO
Este artigo trás uma discusão e reflexão sobre o ensino educação jovens e
adultos (EJA) de uma escola que administra módulos escolares num ambiente
prisional, a escola Cora Coralina está numa posição estratégica dentro do
complexo de Xuri dentre suas principais funções: Informações acadêmicas do
corpo docente, administração escolar, histórico escolar dos alunos, relatórios de
apoio, informações, processos de matrícula, módulo de gestão, histórico escolar,
rendimento processos de Resultado Final, Certificado de Conclusão, consultas e
relatórios de apoio, avaliação e frequência, exames, cadastros gerais, solicitação
de serviços, avaliação, frequência, exames, administração escolar, planejamento
da matrícula, designação do aluno, rendimento, processos de resultados finais,
certificado de conclusão, cadastros gerais, planejamento da matrícula, solicitação
de Serviços e processos de Matrícula. Administra todas as demandas de
materiais e recursos didáticos que são distribuídos nas unidades prisionais,
realiza treinamento de sua equipe pedagógica que atuam nas unidades
prisionais.Este artigo aponta sobre a necessidade de um reforço na aprendizagem
nas atividades pedagógicas. Para embasamento destas questões será feito busca
em publicações do tipo impressa ou eletrônica, artigos, livros, revistas, manuais e
etc. de vários autores onde serão analisados os conceitos e aplicados neste
trabalho com o intuito de se atingir os objetivos desse trabalho de forma fácil e
compreensiva. Como o tipo de aluno demanda uma atenção maior em fatores de
neurobiologia do aprendizado, ficará adequada uma linha de pesquisa com base
na Psicologia da Educação: Processos Educativos e Desenvolvimento Humano.
2. 2
Serão apurados os seguintes tópicos: Histórico do EJA no Brasil, Evolução do ensino
no sistema prisional no Brasil, Parceria entre SEJUS e SEDU,Desenvolvimento
humano através de estudo e A escola do futuro.
Palavras-chave: Aperfeiçoamento do aprendizado no sistema prisional, escola
referencia coracoralina.
INTRODUÇÃO
Dentro de um contexto administrativo, o sistema prisional não comporta sobre si
apenas politicas relacionadas com as Leis penais de punição, há um contexto
Social onde são criados alguns projetos que contribuem para o desenvolvimento
da cidadania e reinserção ao apenado;esperando com estas ações uma projeção
para o momento da saída da prisão,para que haja uma reitegração dentro da
sociedade, dentre estas ações pode-se constatar diversos cursos
profissionalizantes, estudos e etc.
A dinâmica de um presidio se divide em demandas que abrangem diversos
profissionais no atendimento ao apenado,são setores criados como suportes na
custodia, desta forma além do grupo da equipe de Segurança que cuida das
escoltas para hospitais,forum,transferencias,permultas e etc, do perimetro interno
e externo da cadeia, do cuidado quanto a integridade fisica,moral e psicologica do
preso,existe outros grupos chamados de corpo técnico composto por
advogados,psicologos,assistente social,medico,enfermeiros e equipe pedagógica
que será objeto de estudo deste artigo.segue uma constante de elementos
voláteis através de diversas atividades que contribuem para o processo de
ressocialização e jurisdição,dentre eles a educação no ensino EJA fica com uma
parcela de 04 horas diarias que conta entre o momento em que o preso sai de
seu momento de prisão e fica num ambiente escolar, ao termino das atividades
escolares ficando praticamente outras 20 h até que se cumpra o ciclo de retorno
ao modulo escolar, dada as demandas diversas da cadeia,o processo de
aprendizado fica interrompido e tudo que foi ensinado poderá ser esquecido.
3. 3
Segundo. Marcos. B.K.A. (acesso em 10 jan.2016) e Costa (Revista do
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, n.º 10, vol. 1, Brasília,
1999).
[...] E um desafio oferecer educação para os privados de liberdade, pois os requisitos de uma
escola peniténciária são maiores, são necessários curriculo e material apropriado, por exemplo, é
importante que tenhamos sensibilidade e disposição para dignificar a vida dessas pessoas.
[...] depois de ser encarcerada, a pessoa presa perde parte de sua cidadania, perde sua
identidade social, interiorizando a condicionamentos da massa carcerária e assimilando hábitos e
costumes da cultura prisional, passando assim a habitar em uma comunidade de pessoas
Frustradas, estigmatizadas, de socializadas no mundo do crime.
Desta forma foi observada a necessidade de um reforço no aprendizado EJA no
sistema carcerario, de forma que fosse extendido o assunto sobre educação para
além-módulo escolar, parafraseando as palavras do escritor sobre o objetivo
principal de uma prisão:
“uma reconciliação individual com o ato de aprender” (MAEYER 2006, p. 28 grifo
nosso).
Através de alguns recurso pedagógico que não entre em paradoxo com a
LEP(leis execução penal), e nem venham interromper o processo de Segurança
das leis de execução Penal ou seja, não poderiamos por exemplo impedir que o
preso fizesse seu banho de sol para ficar na cela estudando um livro e nem
permitir que entrasse materiais que possam ser potenciais riscos a integridade
fisica tanto do proprio interno que em algum momento de depressão ou crises
pensasse num suicidio ou de outrem que divida a mesma cela, objetos de
perfuração, tais como: lápis,canetas e pinceis, porém o aluno poderia levar um
livro para dentro da cela para no outro dia ser conferido pela Segurança
responsavel pelo modulo escolar, todos os dias os alunos poderiam estudar um
livro que estivesse relacionado com a materia de sua maior dificuldade em
aprendizado, desta forma o processo de educação ficaria estendido para dentro
das celas,poderiam ser aplicado plojetos que estivessem ligados a matérias
relacionadas ao EJA,videos educativos etc.
Ao observar a demanda de empresa no Espirito Santo que tem opitado por mão
de obras presidiária fica mais claro o motivo da preocupação com a educação
para uma mão de obra qualificada.
4. 4
[...] Hoje, o sistema prisional do Espirito Santo é referência Nacional, principalmente na área da
ressocialização de presos. Temos 2,4 mil internos, entre homens e mulheres, trabalhando dentro e
fora das unidades prisionais, em 219 empresas conveniadas à Sejus. Além disso, 3,2 mil estudam
em turmas do ensino fundamental e médio. E, até o final de 2015, vamos ofertar 6 mil vagas em
cursos de qualificação profissional.( RICAS.E. acesso em:2016).
Com base nestas pesquisas poderiamos até mesmo acrescentar a necessidade
de se vincular junto a estas duas escolas administradoras do ensino EJA algumas
unidades de ensino Superior para atender esta demanda que está se formando e
demais que já concluiram o ensino medio e Enem.
[...]Segundo o Ministério da Justiça, a população carcerária brasileira era de cerca de 500 mil
pessoas em 2010. Os dados são esparsos e nem sempre confiáveis. Estima-se que 70% dos
presos não tenham o Ensino Fundamental completo, revelando uma área em potencial para
atuação de educadores. Várias iniciativas legais têm surgido nesse sentido, como a criação das
Diretrizes Nacionais para a oferta de Educação de Jovens e Adultos em situação de privação de
liberdade. Aprovado pelo Conselho Nacional de Educação, em maio de 2010 (Resolução
CNE/CEB nº 2/2010) e, portanto, já em vigência, o documento afirma que as Secretarias de
Educação estaduais e municipais devem ser responsáveis pelas atividades de ensino dirigidas a
esse público - o que não vinha ocorrendo em muitas unidades da federação -, sendo extensivas
aos presos provisórios, condenados, egressos do sistema prisional e àqueles que cumprem
medidas de segurança. Indica, ainda, que os processos de ensino e aprendizagem podem ser
vinculados a unidades educacionais e a programas que funcionam fora dos presídios. O CNE
esclarece que os educadores, gestores e técnicos atuantes nesses locais têm de ser profissionais
habilitados do magistério, com remuneração condizente e acesso a programas de formação inicial
e continuada que levem em consideração as especificidades das políticas de execução penal.
Também em 2010 foi aprovada a norma nº 12.245/2010 determinando que nas prisões "serão
instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante. Nesse mesmo
ano, foi sancionada a lei nº 12.433, sobre a remição penal por estudo, uma espécie de perdão em
que cada 12 horas de frequência escolar, realizada de maneira presencial ou a distância,
representam um dia a menos na prisão[...].(GIL JUCA,acesso em:2016).
Foucault M.(2008) Desta forma o papel do juiz de nossos dias faz outra coisa,
bem diferente de “julgar”. Não julga mais sozinho. Ao longo do processo penal, e
da execução da pena, existem toda uma série de instâncias. Pequenas justiças e
juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento principal: peritos
psiquiátricos ou psicológicos, magistrados da aplicação das penas, educadores,
funcionários da administração penitenciária fracionam o poder legal de punir; não
intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a
decisão dos juízes.
Mostrar que as medidas punitivas não são simplesmente mecanismos “negativos”
que permitem reprimir, impedir, excluir, suprimir; mas que elas estão ligadas a
toda uma série de efeitos positivos e úteis que elas têm por encargo sustentar.
O corpo também está diretamente mergulhado num campo político; as relações
de poder têm alcance imediato sobre ele; elas o investem, o marcam, o dirigem, o
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supliciam, sujeitam-no a trabalhos, obrigam-no a cerimônias, exigem-lhe sinais.
Sua constituição como força de trabalho só é possível se ele esta preso num
sistema de sujeição; o corpo só se torna força útil se é ao mesmo tempo corpo
produtivo e corpo submisso. Os deliquentes e apenados que passam pelo
carcere,segundo o mesmo estas pessoas vivem uma realidade em que o uso de
sua mão de obra são usado para fins estratégico no mundo politico e
empresarial,pois tais pessoas tiveram laços com facções criminosas isto pode ser
notado por meio de estatisticas que comprovam a reicedencia criminal e o retorno
destas pessoas para a prisão.Após o recebimento de alvará de
soltura,observando algumas regiões onde a criminalidade opera por nosso país
até mesmo em alguns prostibulos onde a maior parte das prostitutas são
composta de eis detentas.desta forma o sistema segue uma especie de
“retroalimentação” de uma Maquina capitalista de interesses.
Até mesmo se somarmos os lucros em se adquerir uma mão de obra
penitenciária dentro da produtividade de uma empresa no que tange nas
mudanças entre as leis trabalhistas da Consolidação das leis do
trabalho(CLT),para as leis penais onde o custo da mão de obra penitenciaria é
bem menor,contrariando algumas realidades alguns individuos acabam se
ressocializando com o auxilio de cursos e estudos.
1. Histórico do EJA no Brasil
Em sua cartilha em 2007 a Secretaria da educação (SEDU) trás um resumo sobre o
EJA:
[...]Reconstruir a trajetória da educação de jovens e adultos no Brasil é uma tarefa complexa. A
síntese histórica a seguir tem a finalidade de contribuir para a fundamentação dessa modalidade
de ensino, com ênfase maior no Brasil, a partir da década de 30.
Década de 30 A educação de adultos começa a delimitar seu lugar na história da educação no
Brasil.
Década de 40 Ampliação da educação elementar, inclusive da educação de jovens e adultos.
Nesse período, a educação de adultos toma a forma de Campanha Nacional de Massa.
Década de 50 A campanha se extinguiu antes do final da década. As críticas eram dirigidas tanto
às suas deficiências administrativas e financeiras, quanto à sua orientação pedagógica. Década de
60 O pensamento de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de adultos,
inspira os principais programas de alfabetização do país.
Ano de 1964 Aprovação do Plano Nacional de Alfabetização, que previa a disseminação por todo o
Brasil, de programas de alfabetização orientados pela proposta de Paulo Freire. Essa proposta foi
interrompida com o Golpe Militar e seus promotores foram duramente reprimidos.
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Ano de 1967 O governo assume o controle dos programas de alfabetização de adultos,
tornandoos assistencialistas e conservadores. Nesse período lançou o MOBRAL - Movimento
Brasileiro de Alfabetização. Ano de 1969 Campanha Massiva de Alfabetização.
Década de 70 O MOBRAL expandiu-se por todo o território nacional, diversificando sua atuação.
Das iniciativas que derivaram desse programa, o mais importante foi o PEI - Programa de
Educação Integrada, sendo uma forma condensada do antigo curso primário. Lei 5692/71.
Década de 80 Emergência dos movimentos sociais e início da abertura política. Os projetos de
alfabetização se desdobraram em turmas de pós-alfabetização.
Ano de 1985 Desacreditado, o MOBRAL foi extinto e seu lugar foi ocupado pela Fundação Educar,
que apoiava, financeira e tecnicamente, as iniciativas do governo, das entidades civis e das
empresas. Década de 90 Com a extinção de a Fundação Educar, criou-se um enorme vazio na
educação de jovens e adultos. Alguns estados e municípios assumiram a responsabilidade de
oferecer programas de educação de jovens e adultos. A história da educação de jovens e adultos
no Brasil chega à década de 90 reclamando reformulações pedagógicas.
Ano de 1990 Acontece na Tailândia/Jomtiem, a Conferência Mundial de Educação para Todos,
onde foram estabelecidas diretrizes planetárias para a educação de crianças, jovens e adultos.
Ano de 1996 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB 9.394/96 dedica dois artigos (art. 37 e
38), no Capítulo da Educação Básica, Seção V, para reafirmar a obrigatoriedade e a gratuidade da
oferta da educação para todos que não tiveram acesso na idade própria.
Ano de 1997 Realizou-se na Alemanha/Hamburgo, a V Conferência Internacional de Educação de
Jovens, promovida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a
Cultura). Essa conferência representou um importante marco, na medida em que estabeleceu a
vinculação da educação de adultos ao desenvolvimento sustentável e equitativo da humanidade.
Ano de 2000 Sob a coordenação do Conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, é aprovado o Parecer
CEB/CNE nº. 11/2000, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens
e Adultos. Também foi homologada a Resolução CNE/CEB nº. 01/2000.
( SEDU,2007,P.13,14.)[...].
A figura abaixo demostra o conteúdo das disciplinas do EJA
Quadro 1:Foto retirada da cartilha criada pela SEDU em 2007.
Fonte: SEDU (ACESSO, 2016)
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2. Evolução do ensino no sistema prisional no Brasil
Segundo Toffler A.(1990) os países serão divididos entre: Os rápidos e os lentos,
em algumas nações onde a tecnologia age o desenvolvimento econômico, político
e social é incrível, já os países que prezam pelo lado agrícola e que vivem em
estrema pobreza vivem no lado dos lentos se aplicarmos para a educação
poderíamos dizer que também existem os “rápidos e lentos”, sistemas que
demoram intender a necessidade de uma reforma politica educacional com mais
qualidade de forma que tire a ideia de desvalorização do profissional da educação
e amplie o leque de exigências para que nossos filhos, netos e tataranetos não
tenha que ficar do lado lento do conhecimento onde informações ficam
restringidas a escolas particulares.
A UNESC (2006) a educação nas prisões começou em 2005 com o protocolo
assinado entre o governo brasileiro e UNESCO no Brasil, com o auxilio do
governo japonês – Projeto Educando para Liberdade, houveram após isto
diversos movimentos tais como: a Primeira Oficina de Trabalho realizada em
Brasília, no mês de outubro de 2005;I Seminário de Articulação Nacional e
Construção de Diretrizes para a Educação no Sistema Penitenciário, no Rio de
Janeiro, final de 2005; I Seminário Nacional pela Educação nas Prisões, Brasília
2006, Seminário Nacional pela Educação nas Prisões, Brasília 2008; III Seminário
Nacional pela Educação nas Prisões, Brasília 2012,e assim garantir que no
Sistema Penitenciário seja oferecida educação como através da articulação entre
o órgão responsável pela administração Penitenciária e a Secretaria de
Educação, tendo ambas a responsabilidade pela gestão e pela coordenação da
oferta de educação, através das Diretrizes Nacionais para o Sistema
Penitenciário.
Assegurar formação continuada dos profissionais de educação que atuam no
Sistema Penitenciário envolvendo diferentes áreas, como trabalho, saúde,
esporte, segurança de modo a contribuir para a melhor compreensão do
tratamento penal.
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Baratta(1981) aponta uma dupla abordagem sobre o processo de personalização
na vida de uma pessoa encarcerada: Segundo o mesmo ao ser preso uma
pessoa passa por um processo psicológico de desculturação e aculturação, no
primeiro sofre a perda de identidade, já na segunda a assimilação de costumes
dentro do cárcere desta forma ao inserir o EJA surge os confrontos entre uma
necessidade social que servirá de base para uma vida de regresso aos preceitos
profissionais e as necessidades e hábitos presentes dentro do cárcere.
Figura 2: Presos dentro de salas de aula
Fonte: G1 NOTICIAS (ACESSO, 2016).
3. Parceria entre SEJUS e SEDU
Em 17 de Dezembro de 2014 numa parceria entre a SEJUS (Secretaria de
Justiça) e SEDU (Secretaria de Educação) foram inauguradas 02 escolas
referencias uma em Viana (Nelson Mandela) e outra no complexo de Xuri (Cora
Coralina),ambas administraria o corpo de professores e pedagogos que em 2014
estavam em 140 bem como a documentação de nas unidades prisionais destes
dois complexos 2,1 mil internos estudando nos presídios destes dois complexos,
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sendo que em todo o estado temos 3,5 mil internos estudando nas 31 unidades
prisionais, matérias que vão desde as series iniciais ao ensino médio completo.
Conforme Martinuzzo (2003), por definição institucional, a SEJUS tem como
competência: coordenação, articulação, planejamento, implantação, controle da
Política Penitenciária Estadual, supervisão da aplicação da Lei de Execução
Penal (Lei 7.210), supervisão dos programas assistenciais aos reclusos e seus
familiares com vistas a reintegração do recluso à sociedade, bem como às
vítimas e suas famílias, implementação de politicas Públicas de proteção a
vítimas e testemunhas de infrações penais; promoção do atendimento ao
indiciado, acusado ou condenado; controle e supervisão da criança e do
adolescente submetidos as medidas de proteção e socioeducativas, em
integração operacional na forma da lei; coordenação e promoção das políticas de
prevenção e educação, quanto ao consumo de drogas e à repressão ao
narcotráfico; entre outras ações voltadas para a ordem pública e o bem-estar
humano e da justiça social. O órgão responsável pela execução das medidas
sócio educativas é o Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo
(IASES), autarquia vinculada à SEJUS. A Secretaria da Justiça, na estrutura do
Governo do Estado do Espírito Santo, também se agrega ao PROCON Estadual.
4. Desenvolvimento humano através de estudo
Ao fazer uma comparação entre os bairros pobres com os ricos verifica-se que a
presença da violência é maior no primeiro, pois a desigualdade social e falta de
cultura são alguns dos fatores que incentivam estes indivíduos a cometerem crimes
que envolvem violência tais como:roubos,homicidios,violencia domestica e etc.;
desta forma vale salientar que com uma formação do ensino médio do EJA e seus
conteúdos pragmáticos poderão ocorrer algumas transformações nas mentes de
alguns indivíduos que ao assimilarem as matérias propostas e seus conteúdos
pedagógicos.(Buoro Andréa,1999).
Segundo dados de estudiosos existem 09 tipos de inteligências: [...],
• Inteligência Verbal ou Linguística: habilidade para lidar criativamente com as palavras.
• Inteligência Lógico-Matemática: capacidade para solucionar problemas envolvendo números e
demais elementos matemáticos; habilidades para raciocínio dedutivo.
• Inteligência Cenestésica Corporal: capacidade de usar o próprio corpo de maneiras diferentes e
hábeis.
• Inteligência Espacial: noção de espaço e direção.
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• Inteligência Musical: capacidade de organizar sons de maneira criativa.
• Inteligência Interpessoal: habilidade de compreender os outros; a maneira de como aceitar e
conviver com o outro.
• Inteligência Intrapessoal: capacidade de relacionamento consegue mesmo, autoconhecimento.
Habilidade de administrar seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos. É a inteligência da
autoestima.
•Inteligência Pictográfica: habilidade que a pessoa tem de transmitir uma mensagem pelo desenho
que faz.
•Inteligencia Naturalista:capacidade de uma pessoa em sentir-se um componente natural
( Golemam.D.apud.Gardener,w.acesso.2016).[...].
Alguns teóricos da educação foram bem radicais em suas interpretações sobre a
escola ao ponto de dizer que:“O aluno é, deste modo <> a confundir ensino com
aprendizagem, obtenção de graus com educação” (ILLICH, p, 21, 1988). Ou seja, na
escola o aluno não aprende, e sim tem apenas o trabalho de avançar as etapas,
dentro do sistema.
Em parte poderá ter sentido uma vez que algumas pessoas fazem parte de uma
escola apenas em busca de um diploma,porem foram as palavras de freire quem
realmente fizeram sentido pois ao invés de propor a não existência da escola Paulo
freire propoe
Uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava
o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), que ele
qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita
conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma
doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas
não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos.
“Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito (FERRARI
MARCIO.apud FREIRE PAULO acesso 2016)”.
Desta forma podemos detectar os vários desafios do ensino EJA nos diferentes
tipos de inteligência, Bons professores de ensino fundamental, genuínos
"Administradores da sala-de-aula", são os primeiros a detectar quando o aluno
precisa utilizar óculos; a encaminhar ao psicopedagogo os que não conseguem
concentrar-se no estudo; a alertar pais de alunos a respeito do excesso de
agressividade dos filhos.
Conclui-se que fatores socioculturais arraigados e questões ligadas a cada pes-
soa, aos grupos, aos processos e outras facilitam ou constituem barreiras
notáveis para o trabalho de mudança comportamental, configurando-se um
desafio contínuo no ambiente atual de extraordinária competitividade e constantes
mudanças.
Um dos equívocos frequentemente encontrados na tecnologia atual de educação
formal é a equiparação dos aprendizes, como se não houvesse diferenças
sensíveis entre eles. A pedagogia baseia-se em certos pressupostos e utiliza
11. 11
certas práticas razoavelmente pertinentes ao aprendiz em foco: a criança ou o
adolescente.
Esses mesmos pressupostos e práticas aplicados ao aprendiz “adulto” não podem
trazer os mesmos resultados, pois o adulto é diferente da criança e do
adolescente. A andragogia tem outras premissas e orientações que não podem
ser ignoradas ao se pretender fazer educação ou ensino de adultos.
situações de aprendizagem, os adultos diferenciam-se de crianças e jovens,
principalmente em relação a autoconceito, experiência, prontidão, perspectiva
temporal e orientação da aprendizagem.
Autoconceito: os jovens percebem-se mais dependentes do professor e de seus
ensinamentos, enquanto os adultos consideram-se mais independentes, com
responsabilidade pelo próprio processo de aprendizagem e capazes de auto
direção para buscar aquilo de que carecem.
Experiência: os adultos trazem maior experiência acumulada em suas atividades
de vida, cada um com seu repertório variado de conhecimentos, técnicas, senti-
mentos, habilidades. Em muitas situações, os adultos aprendem melhor que as
crianças e os jovens, justamente pela experiência anterior, a qual pode ser
utilizada como fonte comum, tornando-se cada participante um recurso de
aprendizagem para os outros, pelo intercâmbio de acertos e desacertos, de
convicções e dúvidas.
Prontidão: crianças e jovens precisam atingir certo nível de amadurecimento físico
e psíquico para aprenderem determinados comportamentos/conhecimentos. Os
adultos também desenvolvem maturidade em áreas diferenciadas, mais de cunho
social, levando-os a desenvolver interesses específicos e aprender formas mais
complexas de conduta em termos de papéis sociais.
Orientação da aprendizagem: enquanto crianças e jovens aprendem
assuntos/temas ligados a matérias ou disciplinas constantes de um currículo, que
serve de base de conhecimentos para a vida profissional e social, os adultos
procuram aprender aquilo que possa contribuir para resolver os problemas que
enfrentam no presente, aquilo de que carecem para melhorar seu desempenho e
enfrentar os desafios que surgem no dia-a-dia.
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5. A escola do futuro
Certo escritor futurista e visionário, já fazia projeções de uma nova era na
educação:
“[...]Já não é mais suficiente entender o passado. Não basta nem mesmo
compreender o presente, pois o ambiente aqui-e agora logo irá desaparecer. É
preciso aprender a antecipar as direções e o ritmo das mudanças[...]”(TOFFLER
ALVIN,1970,P.324),desta forma algumas mudanças na educação ainda são
desafios para muitos profissionais desta área de uma forma resumida teremos
que estar atentos as mudanças tecnológicas que nos cercam, através de
comunidades virtuais que vão surgindo, culturas diversificadas atravessando o
globo terrestre de nação á nação tornando o planeta como uma aldeia global
onde os costumes vão se misturando entre as nações.
Tofller Alvin (2001) criou o conceito de cabana eletrônica onde a maioria dos
empregos seriam transportados para dentro das residências em que de casa
qualquer trabalhador poderia realizar suas tarefas e assim passar mais tempo
com as famílias de igual parecer temos hoje uma “enxurrada de ensinos de
diversas coisas pelas redes sociais, youtube e artigos publicados, através dos
ensinos a distancia que tem crescido no Brasil milhares de certificados até mesmo
de cursos superiores mostram hoje uma “escola eletrônica, o que contribuem
para auxiliar o aprendizado pois a aula presencial ainda é de suma importância
para o processo educacional.
6. Considerações finais
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Em 17 anos atrás os gastos com Segurança criou uma indústria de controle do
crime onde 15milhões eram investidos em empresas de Segurança privada,
outros 1 milhão com importação de armas de segurança sofisticada e sistemas
tecnológicos de segurança,4,7 milhões com os seguros de automóveis e 360
milhões com seguros de cargas feito por empresas de logística e demais
industrias,4,5 bilhões com segurança privada(SPP),43,9 milhões em
reestruturação, criação e manutenção de presídios ( BUORO,ANDREA et
al,1999),se desta quando estes dados foram apurados houvesse uma revolução
na área do ensino nas comunidades pobres e dos encarcerados alguns índices
diminuiriam porem ao levantamento do histórico da educação nos presídios no
Brasil que começam a vigorar em 2005 mostra o quanto foi demorado a
racionalização da importância da educação do individuo para uma sociedade
como um todo. Desta forma fica bem claro que dentre todas as atividades
desenvolvidas para que o individuo se regenere, a educação tem papel
fundamental ficando assim necessário a implantação de projetos que vão além
das 4hs no modulo escolar, uma educação projetada com elementos que levam
ao aprendizado com plojetos,vídeos,telecursos etc.
Desta forma são convidados todos os envolvidos nesta questão que vão desde os
profissionais que atuam na área do ensino até aos familiares que poderão
contribuir através de algumas reuniões na escola cora coralina para acompanhar
o aprendizado de seus parentes e contribuir através da doação de livros que
estejam relacionados com o assunto explanado dentro da base curricular do EJA,
fica também aberto este artigo para contestações e continuidade de um projeto
apresentado na área da educação.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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14. 14
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11 PORTAL DO GOVERNO DO ESPIRITO SANTO, Ricas E. Disponivel
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12 Presos estudando em Xuri Disponível em:<//g1.globo.com/espirito-
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do-es.html >acesso em 21 jan.2016.
13 SECRETARIA DA JUSTIÇA disponivel em:<http://www.es.gov.br
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