O documento fornece informações sobre a prevenção do pé diabético, incluindo: (1) a epidemiologia da diabetes em Portugal, com taxas de prevalência entre 9,5-14,2%; (2) as complicações da diabetes, como lesões nos pés; e (3) a importância da educação do paciente na prevenção através do controle glicêmico, exames regulares dos pés, e cuidados apropriados.
1. PREVENÇÃO NO PÉ
DIABÉTICO:
EDUCAÇÃO
Carlos Mateus
Centro de Saúde de Pêro Pinheiro
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária
Pós-graduação em Tratamento de Feridas e Viabilidade
Tecidular
Mestre em Nutrição Clínica
3. Prevenção no Pé Diabético
Prevalência da Diabetes em Portugal 2009
Padronizada
14,2%
11,7%
9,5%
Diabetes 11,7% (IC a 95%: 10,8% a 12,6%)
H - Diabetes 14,2% (IC a 95%: 12,5% a 15,5%)
PREVADIAB 2009 M - Diabetes 9,5% (IC a 95%: 8,5% a 10,6%)
4. Prevenção no Pé Diabético
Diabetes Mellitus: Impacto na Saúde
1ª causa de 1as causas de morte
insuficiência
Doença
renal cardiovascular
e AVC:
2x a 4x aumentada
Diabetes
1ª causa
de Lesões neurológicas em
cegueira 60% a 70% dos doentes
1ª causa de
amputações
não traumáticas Diabetes Statistics. March 1999. NIDDK publication NIH 99-3892.
Harris MI et al. Diabetes Care. 1993;16:1446–1452.
5. Prevenção no Pé Diabético
Complicações
• As complicações do pé são uma das razões
mais frequentes para hospitalização em
doentes diabéticos
• Elevado risco de amputação
DGS – Programa de Controlo da Diabetes (2001)
6. Prevenção no Pé Diabético
Complicações
A prevenção de lesões é uma medida prioritária para
reduzir a incidência de novos casos e a sua
gravidade
DGS – Programa de Controlo da Diabetes (2001)
7. Prevenção no Pé Diabético
Prevenção = Educação
• Prevenção
– Controle metabólico
– Inspecção e exame do pé em situação de risco
– Identificação do pé em situação de risco
– Educação do doente, familiares e dos
prestadores de cuidados de saúde
– Utilização de calçado apropriado
– Tratamento de patologia não ulcerada
Consenso Internacional sobre o Pé Diabético – Directivas Práticas(2007)
8. Prevenção no Pé Diabético
Prevenção = Educação
Controle metabólico
◦ Glicemia capilar (AV)
◦ Rotinas laboratoriais
◦ Ajustes terapêuticos
Educação em Saúde
◦ Ensino alimentar
◦ Estilos de vida
◦ Mudança de
comportamentos
9. Prevenção no Pé Diabético
Prevenção = Educação
• Inspecção e exame frequentes do pé
– Avaliação de pulsos
– Detecção de zonas de pressão
– Hiperqueratoses
– Micoses
– Avaliação da sensibilidade
• Monofilamento Semmes-Weinstein
• Vibratória (Diapasão 128 Hz)
• Discriminação (picada de alfinete)
• Táctil (algodão ou pincel)
• Reflexos aquilianos
10. Prevenção no Pé Diabético
Avaliação do Pé Diabético
Material para exame
do pé
• Monofilamento Semmes-
Weinstein
• Diapasão 128 Hz
• Pincel
• Martelo de Reflexos
11. Prevenção no Pé Diabético
Prevenção = Educação
Instrumentos de
registo
12. Prevenção no Pé Diabético
Factores de
risco
Factores
predisponentes
13. Prevenção no Pé Diabético
Deformação ou proeminências ósseas
14. Abordagem local do Pé Diabético
Deformação ou proeminências ósseas
Neuroartropatia de Charcot
◦ Destruição progressiva dos ossos do pé através de
microfracturas resultante da neuropatia e retracção
do tendão de Aquiles
◦ Sintomas
Pé mais quente que o outro
Eritema
Edema
Dor em pé insensível
15. Prevenção no Pé Diabético
Deformação ou proeminências ósseas
Pé de Charcot
carlos-mateus@sapo.pt
16. Prevenção no Pé Diabético
Deformação ou proeminências ósseas
17. Prevenção no Pé Diabético
Deformação ou proeminências ósseas
carlos-mateus@sapo.pt
18. Prevenção no Pé Diabético
Úlcera activa
Imagens: Cortesia do Dr. Rui Carvalho
24. Prevenção no Pé Diabético
Avaliação de IPTB
Pulso
Braqueal
Cálculo IPTB Direito
Perna Direita Pulso
Valor Mais Elevado Pressão Sistólica Tornozelo Dto Braqueal
Valor Mais Elevado da Pressão Sistólica do Braço Esquerdo
(entre o braço direito e o esquerdo) Pulso
Pedioso
Perna Esquerda
Valor Mais Elevado Pressão Sistólica Tornozelo Esq Pulso
Valor Mais Elevado da Pressão Sistólica do Braço Tibial
Posterior
(entre o braço direito e o esquerdo)
25. Prevenção no Pé Diabético
Interpretação do IPTB
IPTB < 0,8 – Presença de doença arterial
IPTB < 0,5 – Isquémia crítica
IPTB > 1,3 – Calcificação arterial
26. Prevenção no Pé Diabético
Avaliação do risco do Pé Diabético
Identificação do pé em situação de risco
Atribuição de Grau de Risco
Grau 1 Ausência de neuropatia sensitiva.
Grau 2 Neuropatia sensitiva.
Neuropatia sensitiva, sinais de isquémia
Grau 3 periférica e/ou deformações dos pés ou
proeminências ósseas.
Grau 4 Úlcera prévia
CONSENSUS GRUPO DE TRABALHO INTERNACIONAL SOBRE O PÉ DIABÈTICO (2007)
27. Prevenção no Pé Diabético
Avaliação do risco do Pé Diabético
Reavaliação segundo o Grau de risco
Grau 1 Anual
Grau 2 Semestral
Grau 3 3 meses
Grau 4 1 a 3 meses
28. Avaliação do risco do Pé Diabético
• Estudo efectuado durante o ano de 2008.
• Amostra de 191 diabéticos do CSPP
•G. Masculino – 94
•G. Feminino – 97
29. Estudo de Avaliação do Risco do Pé
Diabético
• Objectivo
– Avaliar o Grau de Risco
dos doentes
acompanhados em
Programa de Controlo da
Diabetes do CS.
31. Resultados
Neuropatia*
% N
Presença 26,7% 51
Ausência 73,3% 140
* Avaliação efectuada com monofilamento de Semmes-Weinstein
32. Resultados
Vasculopatia*
% N
Presença 4,2% ( 4)
Ausência 80,7% (39)
Não avaliado 15,2% (29)
* Definida pela não palpação de pulsos pediosos ou IPTB < 0,8
35. Resultados
Presença de calosidades e zonas de pressão
Calosidades – 55% Zonas de pressão - 13,6%
Correlação significativa entre a presença de zonas de pressão, deformação óssea e
deficiente auto-cuidado (p <0,05)
39. Conclusões do estudo
• A elevada prevalência de doentes com alto
grau de risco e os índices de deficientes auto-
cuidados ao Pé, apontam para a necessidade
de um forte investimento na educação do
doente, familiares e profissionais de saúde e
na intervenção nos cuidados ao Pé.
40. Conclusões do estudo
• O elevada percentagem de doentes que
apresentam deficientes auto-cuidados ao Pé,
apontam para a necessidade de uma mudança
de estratégia na educação do doente e
familiares.