1) O documento discute a prevalência do pé diabético e a assistência a pacientes na Atenção Básica no Brasil. 2) Há uma alta prevalência de complicações nos pés de pessoas com diabetes, como úlceras e amputações. 3) A avaliação regular dos pés é essencial para prevenção, porém os registros médicos indicam que essa avaliação nem sempre é feita de forma adequada na Atenção Básica.
1.
Prevalência do pé diabético e
assistência ao paciente na
Atenção Básica
Professora Angelina Lessa
Departamento de Nutrição
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
2.
A Síndrome do Pé Diabético,
conforme definido pela
Organização Mundial da Saúde, é
uma "ulceração do pé (incluindo o
tornozelo) associado a neuropatia
e diferentes graus de isquemia e
infecção “
Pé diabético
WHO, 1996; WHO, 2017
3.
Aproximadamente 20% das internações de
indivíduos com DM decorrem de lesões nos
membros inferiores.
Complicações do Pé Diabético respondem por 40% a
70% do total de amputações (não traumáticas) de
membros.
Condições associadas ao pé diabético
Ministério da Saúde, 2016
4.
Proporção de pessoas de 18 anos ou + com diagnóstico auto referido de
diabetes e que apresentam complicações de saúde por causa do diabetes,
segundo o tipo de complicação de saúde- Brasil - 2013
IBGE, 2014
5.
Equipe:
Profa. Angelina do Carmo Lessa
Profa. Luciana Neri Nobre
Nardjara Leão (Mestranda)
Jakeline Diana Almeida (Iniciação Científica)
Bianca de Fátima Soares (Iniciação Científica)
Fernanda Gonçalves Sette (Iniciação Científica)
Estudo com dados secundários
Registros dos prontuários dos pacientes com diagnóstico de
Diabetes atendidos nas 10 Unidades Básicas de Saúde da
sede do município. Diamantina/MG.
Dados referentes ao período de 12 meses (agosto de 2015 a
julho de 2016)
Prevalência de pé diabético e qualidade da
assistência: dados preliminares
6. Evento Sim Não Total
Pé diabético 24
(4,3%)
525
(95,7%)
549
(100%)
Amputação 4
(0,7%)
545
(99,3%)
549
(100%)
Prevalência de pé diabético e qualidade da
assistência: pé diabético e amputação
Pesquisa Nacional de Saúde, 2013:
o 5% de úlceras e 0,7% de amputações em portadores com menos de 10
anos
o 5,8% de úlceras e 2,4% de amputações em portadores com mais de 10
anos (IBGE, 2014)
7.
Registro testes Sim Não Total
Neurológicos/
sensibilidade
180
(33%)
369
(67%)
549
100%
Prevalência de pé diabético e qualidade da
assistência: registros de testes neurológicos e de
sensibilidade
Avaliação do pé diabético, com testes de
sensibilidade, segundo o Ministério da Saúde deve
ser realizado em todo as consultas de rotina
Ministério da Saúde, 2013
8.
Prevalência de pé diabético e qualidade da
assistência: registro do Estado Nutricional
0%
10%
20%
30%
40%
50%
4,0%
19,0%
36,0%
41,0%
17,0%
36,0%
17,0%
30,0%
Adultos
Idosos
Entre 549 prontuários estudados somente em
156 (28,4%) tinham registro de avaliação do Estado Nutricional
Almeida et al, 2017
10.
Prevalência de pé diabético e qualidade da
assistência: consultas e exames bioquímicos
0 consultas - 31,0%
1 consulta - 13,8%
2 consultas - 17,0%
3 ou + - 38,2%
31,3% dos pacientes com registro
de Hemoglobina glicada nos
últimos 12 meses
2 exames/ano se metas
alcançadas
ou a cada 3 meses (MS, 2013)
11.
Novo cenário 1?
• Publicação de Manual do Pé diabético
pelo Ministério da Saúde, 2016
• Implantação do e-SUS
13. A avaliação regular dos pés da pessoa com DM deve ser
realizada por profissionais de nível superior. Entretanto, em
situações nas quais a demanda da equipe inviabiliza a
avaliação por esses profissionais de toda a população com
DM......avaliar a possibilidade de capacitação dos profissionais
técnicos de enfermagem ..... encaminhando os casos alterados
ou suspeitos para os profissionais de nível superior.
O ACS também pode contribuir para identificar os sinais de
alteração, quando capacitado para tal. Nas visitas domiciliares
e no convívio das atividades extramuros, pode observar e/ou
questionar sobre esse cuidado.
Manual do Pé diabético
Ministério da Saúde, 2016
15. Ficha de cadastro individual – identifica usuários que se
autorreferem diabéticos.
Ficha de atendimento individual – identifica o DM como
problema/condição avaliada no atendimento ao usuário.
Ficha de visita domiciliar – identifica quando a motivação para a
visita é o acompanhamento da pessoa com DM.
Ficha de atividade coletiva – identificação de “pessoas com doenças
crônicas” no público alvo e de “autocuidado de pessoas com
Doenças Crônicas” nas práticas/temas para saúde.
Ficha de atendimento individual odontológico – identificação como
“paciente com necessidades especiais”.
Relatório operacional de risco cardiovascular – permite a
identificação de todos os usuários com DM que estão sob os
cuidados da equipe, conforme integração de dados do cadastro
individual.
Ficha de procedimentos – identifica especificamente a realização do
“exame do pé diabético”
Funcionalidades do e-SUS
Facilitará a busca ativa e o acompanhamento do usuário com
DM, com destaque para a avaliação do Pé Diabético:
Ministério da Saúde, 2016
19. 1- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Manual do pé diabético : estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da
Saúde, 2016.
2- Plataforma DHESCA Brasil. O Impacto da Política Econômica de Austeridade nos Direitos
Humanos, Brasil, 2017.
3- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
4- IBGE. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas brasil, grandes regiões e
unidades da federação, Rio de Janeiro, 2014.
Referências