2. A gravidez é um evento resultante da fecundação do ovulo
(ovócito) pelo espermatozoide. Habitualmente, ocorre dentro do
útero e é responsável pela geração de um novo ser. Este é um
momento de grandes transformações para a mulher, para seu
(sua) parceiro (a) e para toda a família. Durante o período da
gestação, o corpo vai se modificar lentamente, preparando-se
para o parto e para a maternidade. A gestação (gravidez) é um
fenômeno fisiológico e, por isso mesmo, sua evolução se dá, na
maior parte dos casos, sem intercorrências.
GESTAÇÃO
3. GESTAÇÃO
A gravidez dura 268 dias desde o
momento da conceção ou 280 dias (40
semanas) desde o primeiro dia da
última menstruação. Mas como os ciclos
menstruais variam de mulher para
mulher, o termo da gravidez também
pode oscilar entre as 37 e as 42
semanas.
4. GESTAÇÃO
Diagnóstico de gravidez
As alterações fisiológicas, endócrinas e
anatômicas que acompanham a gravidez,
na maioria dos casos, fornecem evidencias
claras de uma gestação em curso.
O diagnóstico de gravidez pode ser feito
por métodos clínicos, laboratoriais e
ultrassonográficos. Os sinais e sintomas
podem ser classificados como presuntivos,
de probabilidade e positivos de gravidez.
5. SINTOMAS DO GRAVIDEZ
Sinais e sintomas presuntivos de
gravidez
Relacionam – se com sinais e sintomas
gerais e subjetivos. Podem estar
presentes em outras situações que não
se caracterizam como gestação, ou até
mesmo podem ser simulados, motivo
pelo qual a presença isolada de um
deles não é sugestivo de gravidez. São
eles:
6. SINTOMAS DA GRAVIDEZ
Amenorreia: ausência da menstruação, isto é, o desaparecimento
das regras em mulher já menstruada anteriormente;
Náuseas, vômitos matutinos (enjoo matinal), ptialismo, aumento
ou diminuição do apetite;
Aversão a odores (cigarros, alimentos, perfumes);
Polaciúria: desejo de urinar com frequência, comum nos três ou
quatro primeiros meses e nos finais da gravidez;
7. SINTOMAS DA GRAVIDEZ
Alterações das mamas: aumento de
tamanho, consistência e sensibilidade. Os
mamilos e aréolas ficam maiores, mais
escuros e a rede venosa mais evidente.
Tubérculos de Montgomery tornam – se
maiores. Presença de colostro;
Aumento de pigmentação da linha Alba
(Linha Nigra), estrias recentes;
Sinal de Chadwick: aspecto arroxeado ou
azul escuro da mucosa vulvar e vaginal;
8. GESTAÇÃO
Sinais de probabilidade
Relacionam – se com sinais e sintomas gerais e subjetivos. Podem
estar presentes em outras situações que não caracterizam como
gestação, ou podem ser simulados, motivo pelo qual a presença
isolada de um deles não é sugestivo de gravidez. A ocorrência de
dois ou mais, simultaneamente, constitui uma evidencia de
gravidez. Os sinais são:
9. Aumento do abdome: evidencia – se por volta do terceiro ao
quinto mês de gestação;
Modificações na forma, volume e consistência do útero,
perceptíveis pelo toque
Amolecimento do colo já no inicio do segundo mês de gestação;
Palpação do contorno fetal. Deve – se descartar a probabilidade
de tumores que poderiam simular partes fetais;
Teste imunológico de gravidez: pela pesquisa de gonadotrofina
coriônica humana na urina. São possíveis resultados tanto falso-
negativos quanto falso-positivos.
10. GESTAÇÃO
Sinais positivos de
gravidez
São três os sinais positivos,
que emanam do feto:
Presença dos batimentos
cardíacos fetais (BCF), que
são detectados pelo sonar a
partir de 12 semanas e pelo
Pinard a partir de 20 semanas;
11. GESTAÇÃO
Percepção de partes do feto e de seus movimentos ativos:
Visualização do contorno esquelético fetal: é possível por
meio de exposição dos raios X ou ultrassom.
A exposição aos raios X não é isenta de risco para o feto;
deve ser evitada como método diagnostico,
particularmente no inicio da gestação.
12. GESTAÇÃO
Palpação obstétrica e medida da altura uterina (AU).
Objetivos:
Identificar o crescimento fetal;
Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a
altura uterina e a idade gestacional;
Identificar a situação e a apresentação fetal.
13. PALPAÇÃO OBSTÉTRICA
A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da
altura uterina. Ela deve iniciar-se pela delimitação do fundo
uterino, bem como de todo o contorno da superfície uterina (esse
procedimento reduz o risco de erro da medida da altura uterina). A
identificação da situação e da apresentação fetal é feita por meio
da palpação obstétrica, procurando identificar os pólos cefálico e
pélvico e o dorso fetal, facilmente identificados a partir do terceiro
trimestre.
14. MANOBRA DE LEOPOLD
Quando iniciar a manobra de Leopold?
A manobra de Leopold é realizada para a verificação da posição
e da apre- sentação fetal no útero. Essa manobra é realizada por
meio da palpação em quatro tempos, como veremos a seguir. Sua
realização é indicada a partir da 28ª semana, sendo que a AU e
os BCF podem ser avaliados a partir da 12ª semana de gestação.
16. MANOBRA DE LEOPOLD
O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) ou
transversa. A situação transversa reduz a medida de altura
uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. As
apresentações mais frequentes são a cefálica e a pélvica.
18. MANOBRA DE LEOPOLD
A situação transversa e a
apresentação pélvica em fim
de gestação podem significar
risco no momento do parto.
Nessas condições, a mulher
deve ser, sempre, referida
para unidade hospitalar com
condições de atender
distocia.
19. GESTAÇÃO
Modificações do organismo materno
Modificações sistêmicas:
A) Postura e deambulação
Lordose da coluna lombar e modificações na deambulação.
B) Sistema cardiovascular
Diminuição da pressão arterial.
De 3 a 5 mmHg na pressão sistólica;
De 5 a 15 mmHg na diastólica;
20. GESTAÇÃO
C) Circulação cutânea
Aumento da sudorese e do calor.
D) Pressão venosa
Apresenta – se aumentada três vezes mais nos membros
inferiores, devido à compressão das veias abdominais e
pélvicas. Tendência a edema de membros inferiores, hipotensão,
lipotimia, varizes e hemorroidas.
21. GESTAÇÃO
E) Sistema sanguíneo
Aumento na produção de hemácias, daí a necessidade de
suplementação de ferro;
F) Sistema urinário
Alterações anatômicas e funcionais predispõem a gestante à alta
incidência de infecção;
G) Sistema respiratório
Há um maior valor de sangue sendo oxigenado nos pulmões para
suprimir as necessidades do feto. O aumento nas taxas hormonais, próprio
da gestação, causa dispneia na gestante.
22. GESTAÇÃO
H) Sistema respiratório
Há um maior valor de sangue sendo oxigenado nos pulmões
para suprimir as necessidades do feto. O aumento nas taxas
hormonais, próprio da gestação, causa dispneia na gestante.
I) Sistema digestivo
Mais de 50% das gestantes relatam o aumento do apetite e da
sede. Náuseas e vômitos são comuns devido à diminuição do tônus
e da motricidade intestinal. A vesícula biliar apresenta retardo no
esvaziamento, determinando tendencia à colelitíase (cálculos).
23. GESTAÇÃO
J) Ossos e articulações
Poderá ocorrer insuficiência de cálcio na matriz óssea por
deficiência na ingestão desse nutriente.
L) Pele
Aumento na pigmentação da pele: face (cloasmas
gravídicos e pigmentação geral (vulva, períneo, nariz e linha
nigra, aréola mamária);
Estrias: aparecem após o sexto mês no abdome, nas
mamas, nos flancos e na região sacral e lombar;
24. GESTAÇÃO
M) Pele
Aumento na pigmentação da pele: face (cloasmas gravídicos e
pigmentação geral (vulva, períneo, nariz e linha nigra, aréola
mamária);
Estrias: aparecem após o sexto mês no abdome, nas mamas,
nos flancos e na região sacral e lombar;
25. GESTAÇÃO
N) Ganho de peso
Entre 10 e 12,5 kg, assim distribuídos:
Feto: 3.400 gramas;
Placenta: 650 gramas;
Útero: 900 gramas;
Líquido: 800 a 1000 gramas;
Mamas: 400 a 500 gramas;
Volume sanguíneo: 1300 a 1500 gramas;
Liquido extracelular: 1500 gramas;
Excedente: 2300 a 3300 gramas de gordura.
26. GESTAÇÃO
Modificações no aparelho reprodutor
O útero não gravídico mede 7 cm de comprimento, atinge,
durante a gravidez, até 34 cm, e seu peso, que normalmente
é de 100 a 150 g, poderá chegar até a 900 g. No primeiro
trimestre, ocorre espaçamento das paredes uterinas, que
atinge o auge o quarto mês de gestação.