O documento discute os diferentes tipos de psicografia, incluindo psicografia mecânica, semimecânica e intuitiva. Também menciona exemplos históricos de médiuns psicógrafos como Zilda Gama, Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, e descreve fenômenos como a psicografia em línguas desconhecidas pelo médium e a possibilidade futura da psicodigitação.
As violações das leis do Criador (material em pdf)
Tipos de Psicografia
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A PSICOGRAFIA
A psicografia é a faculdade de escrever sob a ação dos espíritos. Portanto são
deles a ideia, o tema, o estilo, enfim, toda a mensagem captada pelo médium. O
espírito comunicante, ao transmitir o seu pensamento, igualmente o impulsiona a
escrever. (1)
A velocidade de escrever varia de um médium para outro bem como a
caligrafia, que nem sempreé legível facilmente. Kardec diz que, de todos os meios
de comunicação mediúnica, a escrita manual é o mais simples, o mais cômodo e
o mais completo. Para esse meio devem tender todos os esforços, porquanto ele
permite se estabeleçam com os Espíritos relações continuadas e regulares, como
as que existem entre nós, e é por ele que os Espíritos revelam melhor sua
natureza e o grau do seu aperfeiçoamento ou de sua inferioridade.
Fazendo uso dessa mediunidade com Jesus, Zilda Gama (1878 - 1969),
Yvonne do Amaral Pereira (1900 – 1984), Francisco Cândido Xavier (1910 –
2002), Divaldo Pereira Franco (1027 -), José Raul Teixeira (1949 -) e outros, nos últimos anos, vêm
cooperando com exemplo de abnegação, colocando-se na condição de fieis intérpretes do plano espiritual
superior, para a implantação do Espiritismo no Brasil e no mundo, com suas obras literárias. (2)
A PSICOGRAFIA PODE SER: MECÂNICA,
SEMIMECÂNICAE INTUITIVA.
Na psicografia mecânica o espírito atua diretamente na
mão do médium e a escrita é produzida rapidamente sem que
o médium tenha consciência do que escreve. Existem casos
em que o médium escreve uma mensagem com a mão diretita
e outra, totalmente diferente, com a esquerda, evidenciando a
atuação de dois espíritos distintos. É uma faculdade muito rara
e muito preciosa, pois, conforme ensina Kardec, em “O Livro
dos Médiuns”, a escrita produzida por este processo não deixa
margem à dúvida quanto à sua autenticidade. (2)
O notável médium português, Fernando de Lacerda,
que escrevia mediunicamente com ambas as mãos, em prosa
e verso, conversava com os amigos enquanto era acionado
pelos escritores clássicos portugueses.“Às vezes, despachava
com a mão direita papéis da repartição em que trabalhava,
enquanto psicografava com a esquerda, páginas de Alexandre
Herculano, Eça de Queirós, Camilo, etc. O mesmo acontecia
com Cármine Mirabelli (1880 – 1951) que, também
conversando, psicografava com as duas mãos, teses
científicas ou filosóficas, em línguas diferentes” (xenografia).
Tais fatos mostram a autonomia do médium em relação
ao comunicante, embora a atuação deste sobre o sistema
nervoso do medianeiro aconteça com o aproveitamento,
também, de seus arquivos mnemônicos, de vez que o Espírito
só pode expressar-se, falando ou escrevendo, com apoio nos recursos intelectuais, vocabulares e
gramaticais disponibilizados pela mente do médium, produto de aprendizagens atuais ou pretéritas. (3)
Os médiuns que trabalharam diretamente com Allan Kardec possuíam a psicografia mecânica,
imprescindível para que não houvesse, na transmissão de todo o grandioso conjunto de ensinamentos dos
Espíritos Superiores, a mínima interferência.
Um pouco diferente é a psicografia semimecânica, pois o impulso para escrever está associado às
ideias que brotam na mente do médium. Ele tem uma certa consciência do que está psicografando.
Na psicografia intuitiva, o médium tem consciência do que o espírito está ditando, sendo esta a
característica mais comum, entre os tipos de psicografia.
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O Codificador esclarece que a diferença entre um tipo e outro de psicógrafo consiste em que o papel
do médium mecânico é o de uma máquina e o intuitivo age como intérprete.
Convém, porém, explicar que, na psicografia intuitiva, embora o médium tenha consciência do que
está escrevendo, ele sabe que as ideias que está passandopara o papel não lhe pertencem. O que evidencia
esta certeza é o fato de que tais ideias brotam em sua mente com um fluxo muito veloz e de forma muito
intensa, sendo este o motivo pelo qual o médium necessita escrever com rapidez para dar vazão a essa
torrente de pensamentos e não perder o fio do raciocínio. (1)
Tanto o processo psicográfico semimecânico, como o
mecânico, podem desenvolver-se de forma ordinária ou xenoglóssica.
Na psicografia ordinária, o comunicante emprega a linguagem
corrente, atual, de uso corriqueiro pelo médium e assistentes.
Na psicografia xenoglóssica ou xenopsicografia, o comunicante
se expressa em língua estranha ao médium e aos circunstantes,muitas
vezes, até, já desaparecidas.
Trata-se de um fenômeno singular e particularmente importante,
a atestar, de maneira incontestável, a realidade mediúnica.
Allan Kardec, (1804 – 1869), estudando o fenômeno, catalogou
os médiuns que falavam ou escreviam em línguas que lhes eram
desconhecidas, como médiuns poliglotas. (O Livro dos Médiuns, item
191, Cap. XVI)
No Brasil, destacam-se médiuns famosos como Cármine
Mirabelli Francisco Xavier e Divaldo Pereira Franco, e outros, servindo
a notáveis demonstrações xenoglóssicas.
Tanto na psicografia semimecânica, como na mecânica,
ordinária ou xenoglóssica, o Espírito comunicante pode expressar-se
de forma normal, ou seja, de modo que sua mensagem pode ser lida
diretamente, como ocorre com qualquer texto, ou em forma especular, em que o texto é psicografado em
sentido inverso ao grafismo normal da língua e cuja leitura requisita um espelho.
Evidentemente, a psicografia especular xenoglóssica é um fenômeno mais raro, ainda, a exigir
avançada aptidão mediúnica, constituindo, ao lado de outras provas, valiosa demonstraçãoda sobrevivência
e da interexistência.
Por último, uma referência ao processoque se pode denominar psicodigitação ou psicografia digital, em que
o Espírito, por meio do médium, transmite sua mensagem utilizando as teclas de um computador.
São, ainda, muito raras, as notícias a respeito, mas com os avanços tecnológicos que marcam nosso
tempo, nada impede que
isso ocorra, se o
comunicante e o médium
forem conhecedores da
respectiva técnica. De
acordo com Marlene Nobre,
o médium e expositor Élzio
Ferreira de Souza recebeu
seus livros e mensagens
por esse meio. (O Dom da
Mediunidade).
Segundo Lamartine
Palhano Jr., Mirabelli, às
vezes mediunizado,
datilografava as
mensagens que recebia.
Narra o autor interessante
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episódio protagonizado pelo médium:
“O Sr. Oscar de Oliveira Borges procurou Mirabelli para que este lhe desse um conselho sobre
determinada carta que havia recebido de Nova York. O médium, atendendo, transportou-se, em espírito,
àquela cidade americana, descreveu ao interessado o andamento dos negócios e revelou os passos dados
nesse sentido, naquela cidade, alguns dias após a remessa
da carta. Numa reunião posterior, diurna, na residência do Sr.
Oscar,napresença de Mirabelli e de outras pessoas, chegou,
pelo correio, a resposta esperada. A carta estava escrita em
inglês e o Sr. Oscar disse que precisava pagar a um tradutor,
para conseguir a versão do texto em português. Mirabelli,
naquele mesmo instante, passou a um transe mediúnico e
houve a incorporação de uma entidade espiritual. A carta
permaneceu nas mãos do Sr. Oscar,enquanto o médium, em
transe, numa máquina de datilografia, em poucos minutos,
traduziu-a, corretamente, para o português, francês, italiano,
alemão e hebraico. A carta resposta não diferia, em uma
vírgula sequer, da comunicação obtida por Mirabelli.” (L.
Palhano Jr, Mirabelli: Um Médium Extraordinário.)
Se ontem os recursos datilográficos podiam servir à
comunicação dos Espíritos, nada mais natural, hoje, que o
computador seja usado para tal fim.
Não só o computador. Francisco Cândido Xavier,
como sabido, chegava a grafar em Braille (sistema de escrita
para cegos, com pontos de relevo que são produzidos com
um aparelho próprio par isso).
Indubitavelmente, fenômenos como esses, e
numerosos outros, servem à decisiva comprovação da
realidade interexistencial do ser humano.
(1) Mediunidade: Caminho Para Ser Feliz. Suely Caldas Schubert
(2) A Complexidade da Prática Mediúnica. Waldehir Bezerra de Almeida
(3) Teoria da Mediunidade. Zalmino Zimmermann