SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 22
Baixar para ler offline
Missão Dupla de uma
militante: visão crítica e
pontos de vistas de
usuários sobre os
medicamentos da alma
Palestrante :
Céline Cyr de
Montréal, Québec, Canada
Forum internacional
Novas abordagens em
saude mentale
Setembro 2019
Pelotas, Goiâinia,
Belo Horizonte
Plano da presentação
1.) O ínicio – anos 90
 -Guia Crítico dos Medicamentos da Alma e de O
outro lado da pílula
 -Comitê de Desmame ligado ao Comitê GAM
2.) Forum GAM Internacional 2007
3.) Meu compromisso toma diversas formas –
anos 2010
 - Publicação: Guide GAM 2e éd.; movimento
das mulheres; desafios que persistem
O ínicio – anos 90
 Trabalhador jovem em plena crise:
 contradição e questionamentos
 Estou depressivo/ burnout:
 a questão da medicação me interessa
 mais do que nunca
 Quero que as pessoas tenham outras escolhas
 Começo um novo trabalho social – Guia crítico dos
medicamentos da alma com David Cohen e
l’AGIDD-SMQ (Assoc. de Grupos de Intervenção en
defesa dos direitos em Saúde Mental de Quebec)
 Me involvo profundamente no Comité de Desmame
do RRASMQ (Agrupamento de Recursos Alternativos
em Saúde Mental de Quebec)
2 aliados: defesa dos direitos
e a alternativa
 Movimento comunitário autônomo
 RRASMQ – Agrupamento de Recursos Alternativos
em Saúde Mental de Quebec – 1983
 AGIDD-SMQ – Associação de Grupos em Defeda
dos Direitos em Saúde Mental de Quebec - 1990
DUPLA IMPLICAÇÃO: o outro lado
da pílula & Comitê GAM
 Após a publicação do Guia Crítico dos
Medicamentos da Alma (1995) – criação
e formação do: « O outro lado da pílula »
- da AGIDD-SMQ
 O Comitê de Desmame do RRASMQ
torna-se o Comitê GAM: a gestão
autônoma dos medicamentos da alma
nasce.
O OUTRO LADO DA PÍLULA
 Formação de 2 dias dados aos usuários –
segundo uma visão crítica
 Conteúdo - 5 tipos de medicamentos:
-indicações; efeitos colaterais (curto prazo; longo
prazo)
interações; effeitos do desmame, também, as
taxas de eficência;
os direitos; as abordagens alternativas; o ponto
de vista dos usuários sobre a medicação;
anternância entre: paciente e psiquiatra.
Algumas das minhas aprendizagens
com « O Outro Lado da Pílula »
 As pessoas que estão usando querem saber o que
estão usando e querem a verdade: elas têm
pouca informação
 Como dizer às pessoas informações delicadas:
efeitos secundários do lítium; neurolépticos –
nunca terminar a esperança: monitorar;
alternativas; a medicação tem limites; a gente
aprende a entender e a lidar com os humores.
 A contribuição única de compartilhar em grupo;
processo de conscientização
Do Comitê de Desmame ao
Comitê GAM
 Comitê de Desmame – objetivo era de
criar centros de desmames através de
Quebec – « Centro de Alter-ação»
 Volta principal, reorientação do comitê
 - não dissociar o desmame do restante
do processo da tomada de
medicamentos
 - Ferramentas no lugar de auto-falantes e
pessoas que se engajem em todo o
processo.
Primeiro
guia GAM
do mundo !
Forum GAM Internacional 2007
A GAM se abre ao mundo
 Forum GAM Internacional 2007 -
 Ontario – sim, a GAM se exterioriza!
 -grupo de pais; medicamentos e outras
substâncias psicoativas; GAM no hospital
psiquiátrico – papel dos pares ajudantes
 Chega no Brasil! Sim, a GAM se exterioriza
para outro continente!
 -ARUCI-SMC - Aliança Internacional de
Pesquisa Universidades-Comunidades Saúde
Mental e Cidadania
Minha memória - 2012
 « Vista interior da medicação psiquiátrica:
a experiência das pessoas que se
submeteram à GAM»
 Estudo qualitativo; entrevistas em
profundidade
 10 pessoas – 9 mulheres e 1 homem
 Recurso alternativo em Saúde Mental
 Uso de medicamentos à longo prazo:
neurolépticos e reguladores do humor
OS EFEITOS DE EXPLOSÃO
 A contribuição global da medicação
 O efeito do gel
 O efeito do degelo
 A grande fatiga
 A dificuldade de atribuição
 O desejo de parar
 Os efeitos no contexto
 Os efeitos paradoxais
Visão Geral dos Principais Efeitos
(representativos)
 Em uma frase: os efeitos são principais
para todos; os pontos de vista são bem
variados; a contribuição é variada e
flutuante.
 A gravidez dos efeitos secundários
 A contribuição global dos
medicamentos: de inútil à indispensável;
para a maioria a contribuição é
contraditória ou o efeito é mixto.
La contribuição dos
medicamentos (citações)
 « Eu tive uma vida
muito difícil e os
medicamentos não
me ajudaram »
Élise
 «É verdade que se
eu não os tivesse,
eu não sei onde
estaria. Eu estaria
provavelmente
morta. Porque o
sofrimento foi tanto
que....»
Colette
Nova estratégia: incursão no
movimentos das mulheres:
Québec e Ontario
 Sempre nos movimentos comunitários: Québec conta
com mais ou menos 100 centros de mulheres; 100 casas
de alojamento para mulheres em dificuldade ou
violentadas;
40 CALACS (Centros de Ajuda e de Luta contra as
Agressões ao Carácter Sexual) e outros recursos para as
mulheres
 2 abordagens emancipadoras: a alternativa e as
feministas – mesmos valores
 Integração por etapas da GAM na intervenção
feminista interseccional da Federação das Casas de
Alojamento para Mulheres (Québec)
Mapa do Canada
A abordagem feminista
interseccional
 A abordagem feminista interseccional leva em
conta diferentes sistemas de opressão que
atraversam a vida das pessoas (ex: patriarcado,
heterossexismo, cisgeneridade, racismo,
colonialismo, capacitismo e discriminação etária)
 Destrói diagnósticos dados às mulheres – reações,
consequências normais ou estratégias face aos
sistemas de opressão e violências sofridas.
 Ação Ontariana contra a violência feita às
mulheres; Alojamento das Mulheres do Canada
 Outros movimento à investir: deficientes,
imigração, pobreza
Guide GAM
2e édition
(2017)
O uso mínimo de medicamentos
em Saude Mental: à investigar
 Grande preocupação : diabetes, problemas
cardiácos, ganho de peso – ex. quetiapina,
olanzépina: dano renal pelo lítium
 Prescreve-se rapidamente neurolépticos
 Referência chave: « A Guide to Minimal Use of
Neuroleptics: Why and How (2015) de Aderhold et
Statsny
 Um movimento para o uso mínimo de
medicamentos ?
 Devemos integrar o GAM e o uso mínimo?
 Dr. Carmen Conceição França de Britto -
psiquiatra e homeopata de Porto Alegre
Os desafios que virão:
 Como tornar acessível o conhecimento das
pessoas, a experiência subjetiva do uso de
medicamentos?
 Como as pessoas poderíam ter acesso à uma
informação completas dos medicamentos
(limites da medicação, taxas de eficência,
efeitos colaterais – curto e longo prazo);
alteranativas?
 Como manter as práticas do GAM?
 A crescente medicalização das dificuldades
das pessoas
Obrigada a todos
que trazem a GAM
no coração
e na cabeça.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Relacionamento Terapeutico Prof Paula .pptx
Relacionamento Terapeutico Prof Paula .pptxRelacionamento Terapeutico Prof Paula .pptx
Relacionamento Terapeutico Prof Paula .pptxPaulaFernandaOliveir4
 
gerenciamento de enfermagem
gerenciamento de enfermagemgerenciamento de enfermagem
gerenciamento de enfermagemjosi uchoa
 
LITERACIA EM SAUDE - TECNICA ACP PARA MELHORAR A LITERACIA DO CIDADAO
LITERACIA EM SAUDE - TECNICA ACP PARA MELHORAR A LITERACIA DO CIDADAOLITERACIA EM SAUDE - TECNICA ACP PARA MELHORAR A LITERACIA DO CIDADAO
LITERACIA EM SAUDE - TECNICA ACP PARA MELHORAR A LITERACIA DO CIDADAOISCSP
 
Psicologia aula 4 resumo aulas 1 2-3
Psicologia aula 4 resumo aulas 1 2-3Psicologia aula 4 resumo aulas 1 2-3
Psicologia aula 4 resumo aulas 1 2-3Cintia Colotoni
 
Aula - 1 Processo Trabalho em Saúde
Aula - 1 Processo Trabalho em SaúdeAula - 1 Processo Trabalho em Saúde
Aula - 1 Processo Trabalho em SaúdeJesiele Spindler
 
Algumas Reflexões sobre a evolução do trabalho da enfermagem em saúde mental ...
Algumas Reflexões sobre a evolução do trabalho da enfermagem em saúde mental ...Algumas Reflexões sobre a evolução do trabalho da enfermagem em saúde mental ...
Algumas Reflexões sobre a evolução do trabalho da enfermagem em saúde mental ...Aroldo Gavioli
 
Modulo I – psicologia no contexto da humanização
Modulo I – psicologia no contexto da humanizaçãoModulo I – psicologia no contexto da humanização
Modulo I – psicologia no contexto da humanizaçãoArtur Mamed
 
O que é dependência química conceitos fundamentais
O que é dependência química conceitos fundamentaisO que é dependência química conceitos fundamentais
O que é dependência química conceitos fundamentaisRicardo Alexandre
 
Aula 01 farmacologia prof. clara mota
Aula 01   farmacologia prof. clara motaAula 01   farmacologia prof. clara mota
Aula 01 farmacologia prof. clara motaClara Mota Brum
 
linguagem verbal e não verbal
linguagem verbal e não verballinguagem verbal e não verbal
linguagem verbal e não verbalEquipe_FAETEC
 
Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Farmacoeconomia: Medindo Custos em SaudeFarmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Farmacoeconomia: Medindo Custos em SaudeClaudio Pericles
 

Mais procurados (20)

Relacionamento Terapeutico Prof Paula .pptx
Relacionamento Terapeutico Prof Paula .pptxRelacionamento Terapeutico Prof Paula .pptx
Relacionamento Terapeutico Prof Paula .pptx
 
A construção do sus
A construção do susA construção do sus
A construção do sus
 
Aula Saúde Mental
Aula Saúde MentalAula Saúde Mental
Aula Saúde Mental
 
gerenciamento de enfermagem
gerenciamento de enfermagemgerenciamento de enfermagem
gerenciamento de enfermagem
 
LITERACIA EM SAUDE - TECNICA ACP PARA MELHORAR A LITERACIA DO CIDADAO
LITERACIA EM SAUDE - TECNICA ACP PARA MELHORAR A LITERACIA DO CIDADAOLITERACIA EM SAUDE - TECNICA ACP PARA MELHORAR A LITERACIA DO CIDADAO
LITERACIA EM SAUDE - TECNICA ACP PARA MELHORAR A LITERACIA DO CIDADAO
 
Psicologia aula 4 resumo aulas 1 2-3
Psicologia aula 4 resumo aulas 1 2-3Psicologia aula 4 resumo aulas 1 2-3
Psicologia aula 4 resumo aulas 1 2-3
 
Aula - 1 Processo Trabalho em Saúde
Aula - 1 Processo Trabalho em SaúdeAula - 1 Processo Trabalho em Saúde
Aula - 1 Processo Trabalho em Saúde
 
Algumas Reflexões sobre a evolução do trabalho da enfermagem em saúde mental ...
Algumas Reflexões sobre a evolução do trabalho da enfermagem em saúde mental ...Algumas Reflexões sobre a evolução do trabalho da enfermagem em saúde mental ...
Algumas Reflexões sobre a evolução do trabalho da enfermagem em saúde mental ...
 
5º sinal vital2
5º sinal vital25º sinal vital2
5º sinal vital2
 
Modulo I – psicologia no contexto da humanização
Modulo I – psicologia no contexto da humanizaçãoModulo I – psicologia no contexto da humanização
Modulo I – psicologia no contexto da humanização
 
Processo saúde doença
Processo saúde doençaProcesso saúde doença
Processo saúde doença
 
O que é dependência química conceitos fundamentais
O que é dependência química conceitos fundamentaisO que é dependência química conceitos fundamentais
O que é dependência química conceitos fundamentais
 
apresentação saude mental.pptx
apresentação saude mental.pptxapresentação saude mental.pptx
apresentação saude mental.pptx
 
Apresentação saude mental 1
Apresentação saude mental 1Apresentação saude mental 1
Apresentação saude mental 1
 
Apresentação teoria transcultural
Apresentação teoria transculturalApresentação teoria transcultural
Apresentação teoria transcultural
 
13 vias de administração
13 vias de administração13 vias de administração
13 vias de administração
 
Aula 01 farmacologia prof. clara mota
Aula 01   farmacologia prof. clara motaAula 01   farmacologia prof. clara mota
Aula 01 farmacologia prof. clara mota
 
Saúde Mental
Saúde Mental Saúde Mental
Saúde Mental
 
linguagem verbal e não verbal
linguagem verbal e não verballinguagem verbal e não verbal
linguagem verbal e não verbal
 
Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Farmacoeconomia: Medindo Custos em SaudeFarmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
 

Semelhante a Visão crítica sobre medicamentos psiquiátricos

Experiências em Gestão Autônoma de Medicação
Experiências em Gestão Autônoma de MedicaçãoExperiências em Gestão Autônoma de Medicação
Experiências em Gestão Autônoma de MedicaçãoCENAT Cursos
 
Medicalização no contexto da atenção psicossocial
Medicalização no contexto da atenção psicossocialMedicalização no contexto da atenção psicossocial
Medicalização no contexto da atenção psicossocialCENAT Cursos
 
O QUE SÃO DROGAS? Prof. Noe Assunção
O QUE SÃO DROGAS? Prof. Noe AssunçãoO QUE SÃO DROGAS? Prof. Noe Assunção
O QUE SÃO DROGAS? Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 
V18n1 07redução de danos
V18n1 07redução de danosV18n1 07redução de danos
V18n1 07redução de danosvenanciom
 
Tp opções que interferem
Tp opções que interferemTp opções que interferem
Tp opções que interferemsandra.pereira
 
abordagem_motivacional UDI.pdf
abordagem_motivacional UDI.pdfabordagem_motivacional UDI.pdf
abordagem_motivacional UDI.pdfSES MT
 
SLIDE TRANSTORNO MENTAL E AS PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO [Salvo automaticamente]...
SLIDE  TRANSTORNO MENTAL E AS PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO [Salvo automaticamente]...SLIDE  TRANSTORNO MENTAL E AS PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO [Salvo automaticamente]...
SLIDE TRANSTORNO MENTAL E AS PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO [Salvo automaticamente]...MariaClara773585
 
Resumo do 1º seminário de proteção Escolar
Resumo do 1º seminário de proteção EscolarResumo do 1º seminário de proteção Escolar
Resumo do 1º seminário de proteção Escolaradlesig
 
Campanha anti drogas
Campanha anti drogasCampanha anti drogas
Campanha anti drogasKil Striknina
 
04 PROSAD_Saúde mental do adolescente (1).pptx
04 PROSAD_Saúde mental do adolescente (1).pptx04 PROSAD_Saúde mental do adolescente (1).pptx
04 PROSAD_Saúde mental do adolescente (1).pptxNathalialvares1
 
Drogas & saúde mental
Drogas & saúde mentalDrogas & saúde mental
Drogas & saúde mentalkmillaalves
 
Intervenções grupais e comunitárias em AD
Intervenções grupais e comunitárias em ADIntervenções grupais e comunitárias em AD
Intervenções grupais e comunitárias em ADCaio Maximino
 
Cuidado de pessoas que usam drogas
Cuidado de pessoas que usam drogasCuidado de pessoas que usam drogas
Cuidado de pessoas que usam drogasivone guedes borges
 
Atenção Básica e Saúde Mental
Atenção Básica e Saúde MentalAtenção Básica e Saúde Mental
Atenção Básica e Saúde Mentalmonicalug
 

Semelhante a Visão crítica sobre medicamentos psiquiátricos (20)

Experiências em Gestão Autônoma de Medicação
Experiências em Gestão Autônoma de MedicaçãoExperiências em Gestão Autônoma de Medicação
Experiências em Gestão Autônoma de Medicação
 
Medicalização no contexto da atenção psicossocial
Medicalização no contexto da atenção psicossocialMedicalização no contexto da atenção psicossocial
Medicalização no contexto da atenção psicossocial
 
O QUE SÃO DROGAS? Prof. Noe Assunção
O QUE SÃO DROGAS? Prof. Noe AssunçãoO QUE SÃO DROGAS? Prof. Noe Assunção
O QUE SÃO DROGAS? Prof. Noe Assunção
 
V18n1 07redução de danos
V18n1 07redução de danosV18n1 07redução de danos
V18n1 07redução de danos
 
Recuperação
RecuperaçãoRecuperação
Recuperação
 
Drogas
DrogasDrogas
Drogas
 
Tp opções que interferem
Tp opções que interferemTp opções que interferem
Tp opções que interferem
 
abordagem_motivacional UDI.pdf
abordagem_motivacional UDI.pdfabordagem_motivacional UDI.pdf
abordagem_motivacional UDI.pdf
 
SLIDE TRANSTORNO MENTAL E AS PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO [Salvo automaticamente]...
SLIDE  TRANSTORNO MENTAL E AS PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO [Salvo automaticamente]...SLIDE  TRANSTORNO MENTAL E AS PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO [Salvo automaticamente]...
SLIDE TRANSTORNO MENTAL E AS PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO [Salvo automaticamente]...
 
Drogas
DrogasDrogas
Drogas
 
Resumo do 1º seminário de proteção Escolar
Resumo do 1º seminário de proteção EscolarResumo do 1º seminário de proteção Escolar
Resumo do 1º seminário de proteção Escolar
 
Campanha anti drogas
Campanha anti drogasCampanha anti drogas
Campanha anti drogas
 
04 PROSAD_Saúde mental do adolescente (1).pptx
04 PROSAD_Saúde mental do adolescente (1).pptx04 PROSAD_Saúde mental do adolescente (1).pptx
04 PROSAD_Saúde mental do adolescente (1).pptx
 
Drogas & saúde mental
Drogas & saúde mentalDrogas & saúde mental
Drogas & saúde mental
 
Intervenções grupais e comunitárias em AD
Intervenções grupais e comunitárias em ADIntervenções grupais e comunitárias em AD
Intervenções grupais e comunitárias em AD
 
Europa sem drogas
Europa sem drogasEuropa sem drogas
Europa sem drogas
 
Cuidado de pessoas que usam drogas
Cuidado de pessoas que usam drogasCuidado de pessoas que usam drogas
Cuidado de pessoas que usam drogas
 
Trabalho drogas biologia
Trabalho drogas   biologiaTrabalho drogas   biologia
Trabalho drogas biologia
 
Atenção Básica e Saúde Mental
Atenção Básica e Saúde MentalAtenção Básica e Saúde Mental
Atenção Básica e Saúde Mental
 
slides.ppt
slides.pptslides.ppt
slides.ppt
 

Mais de CENAT Cursos

Como implementar um grupo ouvidores de vozes
Como implementar um grupo ouvidores de vozes Como implementar um grupo ouvidores de vozes
Como implementar um grupo ouvidores de vozes CENAT Cursos
 
Autonomias possíveis: práticas e desafios em saúde mental
Autonomias possíveis: práticas e desafios em saúde mentalAutonomias possíveis: práticas e desafios em saúde mental
Autonomias possíveis: práticas e desafios em saúde mentalCENAT Cursos
 
Mitos, estereótipos: uma visão alternativa do autismo
Mitos, estereótipos: uma visão alternativa do autismoMitos, estereótipos: uma visão alternativa do autismo
Mitos, estereótipos: uma visão alternativa do autismoCENAT Cursos
 
MANEJOS DE CRISES EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE
MANEJOS DE CRISES EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADEMANEJOS DE CRISES EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE
MANEJOS DE CRISES EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADECENAT Cursos
 
Deslocando sentidos diante de “adolescentes e suas práticas para morrer”
Deslocando sentidos diante de “adolescentes e suas práticas para morrer”Deslocando sentidos diante de “adolescentes e suas práticas para morrer”
Deslocando sentidos diante de “adolescentes e suas práticas para morrer”CENAT Cursos
 
Política de saúde mental infantojuvenil
Política de saúde mental infantojuvenilPolítica de saúde mental infantojuvenil
Política de saúde mental infantojuvenilCENAT Cursos
 
Como implementar um grupo ouvidores de vozes na comunidade
Como implementar um grupo ouvidores de vozes na comunidadeComo implementar um grupo ouvidores de vozes na comunidade
Como implementar um grupo ouvidores de vozes na comunidadeCENAT Cursos
 
Manifesto: Os Direitos Humanos dos Ouvidores de Vozes
Manifesto: Os Direitos Humanos dos Ouvidores de VozesManifesto: Os Direitos Humanos dos Ouvidores de Vozes
Manifesto: Os Direitos Humanos dos Ouvidores de VozesCENAT Cursos
 
Medicalização: o que ela faz para uma nova abordagem em saúde mental?
Medicalização: o que ela faz para uma nova abordagem em saúde mental?Medicalização: o que ela faz para uma nova abordagem em saúde mental?
Medicalização: o que ela faz para uma nova abordagem em saúde mental?CENAT Cursos
 
Suporte em Pares - Open Dialogue
Suporte em Pares - Open DialogueSuporte em Pares - Open Dialogue
Suporte em Pares - Open DialogueCENAT Cursos
 
Autoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery College
Autoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery CollegeAutoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery College
Autoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery CollegeCENAT Cursos
 
Medicalização na infância
Medicalização na infância Medicalização na infância
Medicalização na infância CENAT Cursos
 
Revisitando princípios da clínica
Revisitando princípios da clínicaRevisitando princípios da clínica
Revisitando princípios da clínicaCENAT Cursos
 
A EXPERIÊNCIA DA GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO
A EXPERIÊNCIA DA GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃOA EXPERIÊNCIA DA GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO
A EXPERIÊNCIA DA GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃOCENAT Cursos
 
Uma nova abordagem sobre ouvir vozes
Uma nova abordagem sobre ouvir vozesUma nova abordagem sobre ouvir vozes
Uma nova abordagem sobre ouvir vozesCENAT Cursos
 
Tecnologias leves para o cuidado em saúde mental
Tecnologias leves para o cuidado em saúde mentalTecnologias leves para o cuidado em saúde mental
Tecnologias leves para o cuidado em saúde mentalCENAT Cursos
 
Clinica Centrada na Pessoa: QUEM É A(O) DONA(O) DO TRATAMENTO?
Clinica Centrada na Pessoa: QUEM É A(O) DONA(O) DO TRATAMENTO?Clinica Centrada na Pessoa: QUEM É A(O) DONA(O) DO TRATAMENTO?
Clinica Centrada na Pessoa: QUEM É A(O) DONA(O) DO TRATAMENTO?CENAT Cursos
 
Self help and Peer support: worthy of an academy?
Self help and Peer support: worthy of an academy?Self help and Peer support: worthy of an academy?
Self help and Peer support: worthy of an academy?CENAT Cursos
 
Recovery Enik College
Recovery Enik CollegeRecovery Enik College
Recovery Enik CollegeCENAT Cursos
 

Mais de CENAT Cursos (20)

Como implementar um grupo ouvidores de vozes
Como implementar um grupo ouvidores de vozes Como implementar um grupo ouvidores de vozes
Como implementar um grupo ouvidores de vozes
 
Autonomias possíveis: práticas e desafios em saúde mental
Autonomias possíveis: práticas e desafios em saúde mentalAutonomias possíveis: práticas e desafios em saúde mental
Autonomias possíveis: práticas e desafios em saúde mental
 
Mitos, estereótipos: uma visão alternativa do autismo
Mitos, estereótipos: uma visão alternativa do autismoMitos, estereótipos: uma visão alternativa do autismo
Mitos, estereótipos: uma visão alternativa do autismo
 
MANEJOS DE CRISES EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE
MANEJOS DE CRISES EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADEMANEJOS DE CRISES EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE
MANEJOS DE CRISES EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE
 
Deslocando sentidos diante de “adolescentes e suas práticas para morrer”
Deslocando sentidos diante de “adolescentes e suas práticas para morrer”Deslocando sentidos diante de “adolescentes e suas práticas para morrer”
Deslocando sentidos diante de “adolescentes e suas práticas para morrer”
 
Política de saúde mental infantojuvenil
Política de saúde mental infantojuvenilPolítica de saúde mental infantojuvenil
Política de saúde mental infantojuvenil
 
Como implementar um grupo ouvidores de vozes na comunidade
Como implementar um grupo ouvidores de vozes na comunidadeComo implementar um grupo ouvidores de vozes na comunidade
Como implementar um grupo ouvidores de vozes na comunidade
 
Manifesto: Os Direitos Humanos dos Ouvidores de Vozes
Manifesto: Os Direitos Humanos dos Ouvidores de VozesManifesto: Os Direitos Humanos dos Ouvidores de Vozes
Manifesto: Os Direitos Humanos dos Ouvidores de Vozes
 
Medicalização: o que ela faz para uma nova abordagem em saúde mental?
Medicalização: o que ela faz para uma nova abordagem em saúde mental?Medicalização: o que ela faz para uma nova abordagem em saúde mental?
Medicalização: o que ela faz para uma nova abordagem em saúde mental?
 
Suporte em Pares - Open Dialogue
Suporte em Pares - Open DialogueSuporte em Pares - Open Dialogue
Suporte em Pares - Open Dialogue
 
Autoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery College
Autoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery CollegeAutoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery College
Autoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery College
 
Medicalização na infância
Medicalização na infância Medicalização na infância
Medicalização na infância
 
Revisitando princípios da clínica
Revisitando princípios da clínicaRevisitando princípios da clínica
Revisitando princípios da clínica
 
A EXPERIÊNCIA DA GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO
A EXPERIÊNCIA DA GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃOA EXPERIÊNCIA DA GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO
A EXPERIÊNCIA DA GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO
 
Emotional CPR
Emotional CPR Emotional CPR
Emotional CPR
 
Uma nova abordagem sobre ouvir vozes
Uma nova abordagem sobre ouvir vozesUma nova abordagem sobre ouvir vozes
Uma nova abordagem sobre ouvir vozes
 
Tecnologias leves para o cuidado em saúde mental
Tecnologias leves para o cuidado em saúde mentalTecnologias leves para o cuidado em saúde mental
Tecnologias leves para o cuidado em saúde mental
 
Clinica Centrada na Pessoa: QUEM É A(O) DONA(O) DO TRATAMENTO?
Clinica Centrada na Pessoa: QUEM É A(O) DONA(O) DO TRATAMENTO?Clinica Centrada na Pessoa: QUEM É A(O) DONA(O) DO TRATAMENTO?
Clinica Centrada na Pessoa: QUEM É A(O) DONA(O) DO TRATAMENTO?
 
Self help and Peer support: worthy of an academy?
Self help and Peer support: worthy of an academy?Self help and Peer support: worthy of an academy?
Self help and Peer support: worthy of an academy?
 
Recovery Enik College
Recovery Enik CollegeRecovery Enik College
Recovery Enik College
 

Visão crítica sobre medicamentos psiquiátricos

  • 1. Missão Dupla de uma militante: visão crítica e pontos de vistas de usuários sobre os medicamentos da alma Palestrante : Céline Cyr de Montréal, Québec, Canada Forum internacional Novas abordagens em saude mentale Setembro 2019 Pelotas, Goiâinia, Belo Horizonte
  • 2. Plano da presentação 1.) O ínicio – anos 90  -Guia Crítico dos Medicamentos da Alma e de O outro lado da pílula  -Comitê de Desmame ligado ao Comitê GAM 2.) Forum GAM Internacional 2007 3.) Meu compromisso toma diversas formas – anos 2010  - Publicação: Guide GAM 2e éd.; movimento das mulheres; desafios que persistem
  • 3. O ínicio – anos 90  Trabalhador jovem em plena crise:  contradição e questionamentos  Estou depressivo/ burnout:  a questão da medicação me interessa  mais do que nunca  Quero que as pessoas tenham outras escolhas  Começo um novo trabalho social – Guia crítico dos medicamentos da alma com David Cohen e l’AGIDD-SMQ (Assoc. de Grupos de Intervenção en defesa dos direitos em Saúde Mental de Quebec)  Me involvo profundamente no Comité de Desmame do RRASMQ (Agrupamento de Recursos Alternativos em Saúde Mental de Quebec)
  • 4. 2 aliados: defesa dos direitos e a alternativa  Movimento comunitário autônomo  RRASMQ – Agrupamento de Recursos Alternativos em Saúde Mental de Quebec – 1983  AGIDD-SMQ – Associação de Grupos em Defeda dos Direitos em Saúde Mental de Quebec - 1990
  • 5. DUPLA IMPLICAÇÃO: o outro lado da pílula & Comitê GAM  Após a publicação do Guia Crítico dos Medicamentos da Alma (1995) – criação e formação do: « O outro lado da pílula » - da AGIDD-SMQ  O Comitê de Desmame do RRASMQ torna-se o Comitê GAM: a gestão autônoma dos medicamentos da alma nasce.
  • 6. O OUTRO LADO DA PÍLULA  Formação de 2 dias dados aos usuários – segundo uma visão crítica  Conteúdo - 5 tipos de medicamentos: -indicações; efeitos colaterais (curto prazo; longo prazo) interações; effeitos do desmame, também, as taxas de eficência; os direitos; as abordagens alternativas; o ponto de vista dos usuários sobre a medicação; anternância entre: paciente e psiquiatra.
  • 7. Algumas das minhas aprendizagens com « O Outro Lado da Pílula »  As pessoas que estão usando querem saber o que estão usando e querem a verdade: elas têm pouca informação  Como dizer às pessoas informações delicadas: efeitos secundários do lítium; neurolépticos – nunca terminar a esperança: monitorar; alternativas; a medicação tem limites; a gente aprende a entender e a lidar com os humores.  A contribuição única de compartilhar em grupo; processo de conscientização
  • 8. Do Comitê de Desmame ao Comitê GAM  Comitê de Desmame – objetivo era de criar centros de desmames através de Quebec – « Centro de Alter-ação»  Volta principal, reorientação do comitê  - não dissociar o desmame do restante do processo da tomada de medicamentos  - Ferramentas no lugar de auto-falantes e pessoas que se engajem em todo o processo.
  • 10. Forum GAM Internacional 2007 A GAM se abre ao mundo  Forum GAM Internacional 2007 -  Ontario – sim, a GAM se exterioriza!  -grupo de pais; medicamentos e outras substâncias psicoativas; GAM no hospital psiquiátrico – papel dos pares ajudantes  Chega no Brasil! Sim, a GAM se exterioriza para outro continente!  -ARUCI-SMC - Aliança Internacional de Pesquisa Universidades-Comunidades Saúde Mental e Cidadania
  • 11. Minha memória - 2012  « Vista interior da medicação psiquiátrica: a experiência das pessoas que se submeteram à GAM»  Estudo qualitativo; entrevistas em profundidade  10 pessoas – 9 mulheres e 1 homem  Recurso alternativo em Saúde Mental  Uso de medicamentos à longo prazo: neurolépticos e reguladores do humor
  • 12. OS EFEITOS DE EXPLOSÃO  A contribuição global da medicação  O efeito do gel  O efeito do degelo  A grande fatiga  A dificuldade de atribuição  O desejo de parar  Os efeitos no contexto  Os efeitos paradoxais
  • 13. Visão Geral dos Principais Efeitos (representativos)  Em uma frase: os efeitos são principais para todos; os pontos de vista são bem variados; a contribuição é variada e flutuante.  A gravidez dos efeitos secundários  A contribuição global dos medicamentos: de inútil à indispensável; para a maioria a contribuição é contraditória ou o efeito é mixto.
  • 14. La contribuição dos medicamentos (citações)  « Eu tive uma vida muito difícil e os medicamentos não me ajudaram » Élise  «É verdade que se eu não os tivesse, eu não sei onde estaria. Eu estaria provavelmente morta. Porque o sofrimento foi tanto que....» Colette
  • 15. Nova estratégia: incursão no movimentos das mulheres: Québec e Ontario  Sempre nos movimentos comunitários: Québec conta com mais ou menos 100 centros de mulheres; 100 casas de alojamento para mulheres em dificuldade ou violentadas; 40 CALACS (Centros de Ajuda e de Luta contra as Agressões ao Carácter Sexual) e outros recursos para as mulheres  2 abordagens emancipadoras: a alternativa e as feministas – mesmos valores  Integração por etapas da GAM na intervenção feminista interseccional da Federação das Casas de Alojamento para Mulheres (Québec)
  • 17. A abordagem feminista interseccional  A abordagem feminista interseccional leva em conta diferentes sistemas de opressão que atraversam a vida das pessoas (ex: patriarcado, heterossexismo, cisgeneridade, racismo, colonialismo, capacitismo e discriminação etária)  Destrói diagnósticos dados às mulheres – reações, consequências normais ou estratégias face aos sistemas de opressão e violências sofridas.  Ação Ontariana contra a violência feita às mulheres; Alojamento das Mulheres do Canada  Outros movimento à investir: deficientes, imigração, pobreza
  • 19.
  • 20. O uso mínimo de medicamentos em Saude Mental: à investigar  Grande preocupação : diabetes, problemas cardiácos, ganho de peso – ex. quetiapina, olanzépina: dano renal pelo lítium  Prescreve-se rapidamente neurolépticos  Referência chave: « A Guide to Minimal Use of Neuroleptics: Why and How (2015) de Aderhold et Statsny  Um movimento para o uso mínimo de medicamentos ?  Devemos integrar o GAM e o uso mínimo?  Dr. Carmen Conceição França de Britto - psiquiatra e homeopata de Porto Alegre
  • 21. Os desafios que virão:  Como tornar acessível o conhecimento das pessoas, a experiência subjetiva do uso de medicamentos?  Como as pessoas poderíam ter acesso à uma informação completas dos medicamentos (limites da medicação, taxas de eficência, efeitos colaterais – curto e longo prazo); alteranativas?  Como manter as práticas do GAM?  A crescente medicalização das dificuldades das pessoas
  • 22. Obrigada a todos que trazem a GAM no coração e na cabeça.