O documento discute a realidade dos adolescentes privados de liberdade no Brasil e estratégias para o manejo de crises nesta população. Apresenta dados demonstrando o crescimento significativo deste grupo nos últimos anos e altas taxas de problemas de saúde mental e uso de drogas. Também discute a importância de abordagens centradas na pessoa para avaliação e tratamento destes adolescentes, enfatizando o respeito, acolhimento e evitando julgamentos.
3. Eram 323 unidades de internação e internação
provisória , com 18.000 mil adolescentes privados de
liberdade em 2002 (IPEA, 2002);
Hoje (2013) são 461 estabelecimentos sócio educativos
com 23.100 adolescentes privados de liberdade (IPEA,
2013);
Em 10 anos houve crescimento deste publico em 25%, 3
vezes maior do que o crescimento da população
adolescente no mesmo período;
CONHECENDO UM POUCO A REALIDADE DOS
ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE
5. A maior concentração está na faixa etária de 15 a 18
anos (IPEA, 2013);
22% dos adolescentes que passaram pelo sistema sócio
educativo em 2010, tentaram o suicídio (Wasserman,
2010);
85% dos adolescentes que entram nas instituições já
tiveram algum contato com drogas;
CONHECENDO UM POUCO A REALIDADE DOS
ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE
6.
7.
8. O QUE É PROBLEMA, O QUE É NORMAL
E O QUE É SOLUÇÃO?
9. GracyKely, 17 anos é uma jovem depressiva,
drogadita, que teve 5 internações
psiquiátricas, mas fugiu de todas, tem
histórico de abuso e por isso esta em
acolhimento institucional há 2 anos, quando
foge comete crimes e ultimamente tem se
cortado muito por todo corpo, em consulta
psiquiátrica foi prescrito três medicamentos,
mas nega-se a tomar.
10. O QUE É PROBLEMA, O QUE É NORMAL
E O QUE É SOLUÇÃO?
11. Complexidade do adolescente e seu entorno
Cultura
Ambiente
Sociedade
Aspectos políticos e
econômicos
Relacionamentos
Apoio
Experiências de vida
Características pessoais
Inatas
Recursos internos
Recursos externos
Fantasias
12. Gatilhos para o sofrimento do adolescente
privado de liberdade e seu entorno
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
13. Gatilhos para o sofrimento do adolescente
privado de liberdade e seu entorno
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Regras Institucionais
Desejo de liberdade
14. Gatilhos para o sofrimento do adolescente
privado de liberdade e seu entorno
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Gatilho
Regras Institucionais
Desejo de liberdade
Distância da família
e de conhecidos
Regras dos grupos
de Internos
15. Gatilhos para o sofrimento do adolescente
privado de liberdade e seu entorno
Gatilho
Gatilho
Regras Institucionais
Desejo de liberdade
Distância da família
e de conhecidos
Regras dos grupos
de Internos
Fantasias e frustrações
Abstinência de
substancias psicoativas
16. Gatilhos para o sofrimento do adolescente
privado de liberdade e seu entorno
Regras Institucionais
Desejo de liberdade
Distância da família
e de conhecidos
Regras dos grupos
de Internos
Fantasias e frustrações
Abstinência de
substancias psicoativas
condições fora da unidade
e historico que o trouxe
Estigma e preconceitos
18. Mas ao invés de olharmos o seu entorno...
Estudos a prevalência de transtornos mentais em
adolescentes cumprindo medida socioeducativa:
Transtorno de Conduta (59,4% a 77%)
Abuso de Substâncias (53,6% a 70%)
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (33%)
Transtorno de Ansiedade e Transtorno de Humor (50%)
Muitos destes jovens apresentavam frequentemente
dois a três transtornos mentais simultaneamente.
25. A anamnese e os diagnósticos tradicionais
pouco ajudam no manejo de crise dos
adolescentes, principalmente dos
adolescentes privados de liberdade
26.
27. Como aplicar o método clinico centrado
na pessoa em adolescentes privados
de liberdade?
28. Como aplicar o método clinico centrado
na pessoa em adolescentes privados
de liberdade?
Seria possível um manejo de crise
centrado na pessoa?
29. Como aplicar o método clinico centrado
na pessoa em adolescentes privados
de liberdade?
Seria possível um manejo de crise
centrado na pessoa?
O adolescente privado de liberdade pode
decidir algo?
30. Apresentar-se (equipe), explicar suas funções e o
motivo de estarem ali;
Ter atitude respeitosa, manter a calma;
Não enfrentar ou duvidar do sujeito, afastar aqueles
que instigam a violência;
Não fazer falsas promessas, dizer a verdade;
Evitar infantilizar, tratar o indivíduo como adulto;
É comum evitarmos o que não entendemos e termos
medo do desconhecido, tomar cuidado para não fazer
comentários depreciativos e reforçar o preconceito.
ELEMENTOS PARA O MANEJO DE
CRISES
31. CUIDADO!
Tratar bem, com afeto e respeito, é muito
diferente de infantilizar, ser condescendente,
paternalista e/ou assumir as decisões, fazer
coisas pelo outro.
ELEMENTOS PARA O MANEJO DE
CRISES
32. Observação – do local e do sujeito aparência,
postura, gestos, fala, modo de andar, objetos ao
redor, comportamento de quem está próximo
1) Avaliação do risco
2) Decidir necessidade de ajuda
3) Combinar com equipe como agir
4) Coordenar a ação
ELEMENTOS PARA O MANEJO DE
CRISES
34. Estabelecer vínculo de confiança, respeitar a condição
emocional;
Manter atitude de acolhimento, mesmo em momentos
onde o indivíduo pode ficar mais hostil e sentir-se
enfraquecido;
Evitar julgamentos morais, avaliar e separar suas crenças,
sentimentos e desejos, sem negar a existência deles;
Não doutrinar e nem banalizar o caso.
O MANEJO DE CRISES
35. Criar fluxos de ações para as equipes de trabalho;
Educação permanente.
Ações reflexivas (supervisão clinica, terapia comunitaria)
para a equipe que cuida destes adolescentes;
Discussão de casos com as equipes.
O MANEJO DE CRISES