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I Forum Internacional “Novas abordagens
em Saúde Mental Infantojuvenil”
Revisitando princípios da clínica
Inventando estratégias crianceiras
São Paulo, Abril de 2018
Ricardo Lugon
ricardolugon@gmail.com
Clínica? Ou “afinal, o que é mesmo
que estamos fazendo”? (Delgado, 2009)
• Trata-se de uma clínica em construção. E de
uma clínica que só existe porque está em
construção. E essa construção não acabará
nunca.
• É necessário abrir mão de qualquer
sacralização e solenidade em torno da palavra
“clínica”
• A clínica é essencialmente um esforço
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Clínica? Ou “afinal, o que é mesmo
que estamos fazendo”? (Delgado, 2009)
• Essa clínica se refere a sujeitos: um com o
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cuidado:
• Sujeitos em lugares concretos, historicidades
concretas, momentos concretos;
• “Cuidado” envolve construir novos lugares
sociais para estes sujeitos
• Transformar o território em lugares de
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Sintoma, silêncio e clínica
(Tenório, 2002)
• O modelo manicomial não é a mesma coisa que
hospitalocêntrico: ele é sintomatológico porque foca
na debelação, no silenciamento do sintoma
• Os resultados já estão definidos a priori
– O que é dito às vezes servem apenas ao reconhecimento dos
sintomas, que, inventariados, determinarão a conduta : o
tratamento com frequencia se reduz ao monitoramento dos
sintomas e ao manejo da medicação
• A atençao psicossocial não pode estar em busca do
“equilíbrio”: ela precisa ajudar a dar voz àquilo que
emerge quando da crise (“emergência” do sujeito)
“Vertentes da clínica”
• Que “ecos do passado” reconhecemos no
trabalho de um Caps?
– Desinstitucionalização (basagliana): nega a doença e
convida a inventar instituições que atuem no
território social como motores da sociabilidade
– “Clinica institucional”: toma a positividade da clinica
como campo de trabalho com a loucura: fazer da
instituição um lugar de laço social
– Reabilitação: tem um caráter pedagógico (em seu
sentido amplo) e ajudar a recuperar a “competência
social”
A Inspiração Italiana
• Gorizia e Trieste, 1971
– Para estudar a doença mental, a psiquiatria pôs o
homem entre parênteses e acabou estudando
“doenças abstratas”
– Precisamos, mais do que nunca por a doença entre
parênteses para lidar com sujeitos concretos que
experimentam o sofrimento
– O sujeito em sua totalidade demanda trabalho, lazer,
cuidados, relações e afetos  cooperativas de
trabalho
– Interface com a cultura: video, cinema, teatro;
associações de familiares no território vivo das
relações sociais e políticas, afetivas e ideológicas
Desafios
• Deslocar o foco para o cuidado no território
ajudar a preservar ou resgatar laços de
pertencimento (ou mesmo construi-los)
quando do ‘encontro clínico’ da saúde mental
com crianças e adolescentes
• Tecer redes  redes são o modo de se
agenciar e conceber o cuidado: “papel não
fala”
Desafios
• Sustentar que nenhum sujeito pode ser
reduzido a seu transtorno
• O trabalho diagnóstico ser feito com o sujeito
em sofrimento: recontar sua história,
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suas vias de superação e as dificuldades
concretas acarretadas por sua peculiar
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E mais desafios
• Ousar criar e sustentar espaços para crianças e
adolescentes ouvidores de vozes, mas que não
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• Disputar espaços de negociação dos
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como protagonistas das decisões
– Cuidado com o a priori: “medicação é sempre ruim”
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Revisitando princípios da clínica

  • 1. I Forum Internacional “Novas abordagens em Saúde Mental Infantojuvenil” Revisitando princípios da clínica Inventando estratégias crianceiras São Paulo, Abril de 2018 Ricardo Lugon ricardolugon@gmail.com
  • 2. Clínica? Ou “afinal, o que é mesmo que estamos fazendo”? (Delgado, 2009) • Trata-se de uma clínica em construção. E de uma clínica que só existe porque está em construção. E essa construção não acabará nunca. • É necessário abrir mão de qualquer sacralização e solenidade em torno da palavra “clínica” • A clínica é essencialmente um esforço imperfeito.
  • 3. Clínica? Ou “afinal, o que é mesmo que estamos fazendo”? (Delgado, 2009) • Essa clínica se refere a sujeitos: um com o ofício do cuidado e um que pede esse cuidado: • Sujeitos em lugares concretos, historicidades concretas, momentos concretos; • “Cuidado” envolve construir novos lugares sociais para estes sujeitos • Transformar o território em lugares de produção do cuidado
  • 4. Sintoma, silêncio e clínica (Tenório, 2002) • O modelo manicomial não é a mesma coisa que hospitalocêntrico: ele é sintomatológico porque foca na debelação, no silenciamento do sintoma • Os resultados já estão definidos a priori – O que é dito às vezes servem apenas ao reconhecimento dos sintomas, que, inventariados, determinarão a conduta : o tratamento com frequencia se reduz ao monitoramento dos sintomas e ao manejo da medicação • A atençao psicossocial não pode estar em busca do “equilíbrio”: ela precisa ajudar a dar voz àquilo que emerge quando da crise (“emergência” do sujeito)
  • 5. “Vertentes da clínica” • Que “ecos do passado” reconhecemos no trabalho de um Caps? – Desinstitucionalização (basagliana): nega a doença e convida a inventar instituições que atuem no território social como motores da sociabilidade – “Clinica institucional”: toma a positividade da clinica como campo de trabalho com a loucura: fazer da instituição um lugar de laço social – Reabilitação: tem um caráter pedagógico (em seu sentido amplo) e ajudar a recuperar a “competência social”
  • 6. A Inspiração Italiana • Gorizia e Trieste, 1971 – Para estudar a doença mental, a psiquiatria pôs o homem entre parênteses e acabou estudando “doenças abstratas” – Precisamos, mais do que nunca por a doença entre parênteses para lidar com sujeitos concretos que experimentam o sofrimento – O sujeito em sua totalidade demanda trabalho, lazer, cuidados, relações e afetos  cooperativas de trabalho – Interface com a cultura: video, cinema, teatro; associações de familiares no território vivo das relações sociais e políticas, afetivas e ideológicas
  • 7. Desafios • Deslocar o foco para o cuidado no território ajudar a preservar ou resgatar laços de pertencimento (ou mesmo construi-los) quando do ‘encontro clínico’ da saúde mental com crianças e adolescentes • Tecer redes  redes são o modo de se agenciar e conceber o cuidado: “papel não fala”
  • 8. Desafios • Sustentar que nenhum sujeito pode ser reduzido a seu transtorno • O trabalho diagnóstico ser feito com o sujeito em sofrimento: recontar sua história, reconhecer suas montagens sintomáticas e suas vias de superação e as dificuldades concretas acarretadas por sua peculiar condição na existência
  • 9. E mais desafios • Ousar criar e sustentar espaços para crianças e adolescentes ouvidores de vozes, mas que não podem – de novo – ser uma adaptação de algo criado para os adultos. Inventar formas crianceiras de abrir estes espaços de fala – E precisa ser fora dos Capsi POR FAVOR! • Disputar espaços de negociação dos psicofármacos tendo crianças e adolescentes como protagonistas das decisões – Cuidado com o a priori: “medicação é sempre ruim” – Ruim é o silenciamento da criança ou adolescente!