O documento discute a saúde mental do adolescente, abordando os principais tipos de transtornos mentais, o histórico do tratamento de saúde mental, a prevalência de transtornos e a rede de atenção no Brasil. Também apresenta o Programa Saúde do Adolescente, que tem como objetivo promover a saúde integral dos jovens de forma multissetorial e interdisciplinar.
2. Objetivos da aula de hoje:
Tipos de transtorno mental
Histórico
Prevalência
Rede de atenção
Programa Saúde do Adolescente
3.
4. “O direito à saúde mental é um direito fundamental do cidadão,
previsto na Constituição Federal para assegurar bem-estar
mental, integridade psíquica e pleno desenvolvimento intelectual
e emocional”.
5.
6. Tipos de Transtornos Mentais
Esquizofrenia- perseguição e confusão com realidade (2006- internações)
Depressão- dificuldade da pessoa sentir prazer no que ela antes gostava de
fazer
Transtorno bipolar – ciclos de variação do humor
Neurose- medo, preocupado
Histeria- dissociação e conversão
Pânico- paralisação
Fobia- angústia relacionada à causa específica
TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – tendência a se ter pensamentos
persistentes
Sinais de Alerta
7. • Acorrentados
Idade Média
• Manicômio
Século XVIII
• chicotadas,
máquinas giratórias
e sangrias
Século XIX
• psiquiatra italiano
Franco Basaglia
• (MTSM) - Luta
Antimanicomial
• Reforma Psiquiátrica
Segunda metade
do século XX
8. • CAPS
• 1° intervenção hospitalar
• I Conferência Nacional de
Saúde Mental
• NAPS
1987
• Constituição
• SUS
1988 • II Conferência Nacional de
Saúde Mental
• CAPS, NAPS e Hospitais-dia
• Normas para avaliação do
serviço e classificação dos
hospitais.
• Declaração de Caracas
Década de
90
• lei 10.216
• a III Conferência Nacional de
Saúde Mental
2001
Criação PSF
9. • fiscalização e redução de leitos
psiquiátricos no Brasil - 2002
• Programa “De Volta para Casa” - 2003
desinstitucionalização
de pessoas
longamente internadas
• Programa Nacional de Avaliação do
Sistema Hospitalar/Psiquiatria
(PNASH/Psiquiatria) (2002)
• Programa Anual de Reestruturação da
Assistência Hospitalar Psiquiátrica no
SUS (PRH) (2004)
• Programa de Volta para Casa (2003)
• Expansão de serviços como as
Residências Terapêuticas e o CAPS
Principais estratégias
• Programa de Inclusão Social pelo
Trabalho das pessoas com transtornos
mentais e transtornos decorrentes do
uso de álcool e outras drogas – 2005
• PSF – integralidade – década de 90
• Centros de Convivência e Cultura –
2002
• outros
diálogo
“pressupõe transformações culturais e
subjetivas na sociedade e depende sempre
da pactuação das três esferas de governo
(federal, estadual e municipal)”
10. No Brasil...
Fonte: Ministério da Saúde
12% da população necessita de
algum atendimento em saúde
mental, seja ele contínuo ou
eventual
Cerca de 3% da população geral sofre
com transtornos mentais severos e
persistentes
Mais de 6% da população
apresenta transtornos
psiquiátricos graves decorrentes
do uso de álcool e outras drogas
11. Gênero e Sexualidade
Homens com paixões e desejos contrariados por imposição ou opção, e ainda a
recusa ou a proibição do casamento fortes candidatos à loucura, à hipocondria, à
mania, à histeria e ao suicídio. A partir do século XVIII, o onanismo passou a ser
apontado, nos tratados médicos, como uma das principais causas
desencadeadoras de distúrbios físicos e mentais em indivíduos de ambos os sexos.
Puberdade feminina - período propício para o surgimento de várias doenças, dentre
elas a histeria e a loucura. Tratamento: 1. asilo para as perturbações femininas
classificadas como mais prejudiciais; 2. casamento para males menores, como a
histeria, doença que atingia de forma mais significativa as brasileiras (ENGEL,
2008)..
PENSAR NA REALIDADE HOJE
Normalmente, são as mulheres do núcleo familiar, mães, irmãs e avós, que cuidam
ou se responsabilizam por usuários de serviços psiquiátricos extra-hospitalares.
Porém, também adoecem – dificuldade: filhos pequenos- cuidado (PERGORARO &
CALDANA, 2008).
Internações por sexo
feminino masculino
12. Idade
No Brasil, grande parte da população de crianças e adolescentes vive em
condições adversas e expostos a muitas situações de estresse, o que aumenta o
risco de desenvolverem problemas de saúde mental.
Fatores ambientais como comunidades desorganizadas e escolas inadequadas
também podem trazer reflexos negativos para a saúde mental na infância e na
adolescência.
(Ramires et al., 2009)
13. Epidemiologia dos transtornos
psicológicos
Maior prevalência de transtornos mentais em mulheres:
Transtornos de ansiedade;
Transtornos de humor.
Maior prevalência de transtornos mentais em homens:
Transtornos associados ao uso de substâncias psicoativas;
Transtorno de personalidade antissocial e esquizotípica;
Transtorno de controle de impulso.
(Andrade et al., 2006)
14. Política nacional de saúde mental
Quais são as estratégias?
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS);
Programa Nacional De volta pra casa;
Serviços residenciais terapêuticos;
Programa de redução de leitos hospitalares de longa permanência;
15. Política nacional de saúde mental
Quais são as estratégias?
Leitos em enfermarias especializadas;
Escolas de redutores de danos;
Programa complementar: “Crack - é possível vencer”.
16. Programa de Inclusão
Social pelo Trabalho
das pessoas com
transtornos mentais e
transtornos
decorrentes do uso
de álcool e outras
drogas (2005)
Centros de
Convivência e
Cultura (2002)
Projetos de geração
de renda
Residências
assistidas
Programa de Volta
para Casa
17. O número de CAPS aumentou, apesar de ser distribuído de maneira desigual pelo
território brasileiro, relevando a diferença estrutural e apresentando uma
dificuldade para a cobertura da ação.
O indicador CAPS/100.000 habitantes : cobertura dos CAPS em cada Estado Brasil
18. • A qualidade do atendimento deve ser
garantida em todas as regiões do país e
pode ser assegurada através de um forte
programa de capacitação, supervisão e
formação de multiplicadores.
O distanciamento entre as instituições de
formação e pesquisa e a saúde pública, no
Brasil, agrava as carências de formação e
qualificação de profissionais.
19. Falar de Saúde Mental é falar de que?
Participação
Atenção Básica (organização Política)
Diferenças de gênero, raça, etnia, região, sexualidade....
Saúde
Educação
Justiça
Trabalho
Cultura
Alimentação
Habitação
20. Os problemas de saúde mental são as doenças crônicas dos
jovens
A depressão na adolescência pode ser identificada e tratada
O tema suicídio deve ser abordado com adolescentes, mas
sempre de forma responsável
23. Histórico
1927
Decreto nº 17.943-0
Código de Menores
1988
Constituição Federal
“Constituição
Cidadã”
1989
Assembleia da ONU
1990
Estatuto da Criança
e do Adolescente
Dar assistência e proteção aos
menores, principalmente
àqueles que estivessem em
situação de vulnerabilidade
social.
Regulamentava o trabalho dos
menores e proibia menores de
12 anos de trabalhar.
As crianças e adolescentes
passaram a ser um pouco
mais reconhecidas e o Estado
passa a ter maior
responsabilidade perante a
sociedade.
Artigo 227 “é dever da família, da
sociedade e do Estado assegurar
à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar
e comunitária, além de colocá-los
a salvo de toda forma de
negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade
e opressão”.
Reconhece a importância da
abordagem integral para a saúde do
adolescente;
A saúde integral do jovem deve ser
visto como básica para o
desenvolvimento social dos países e
do mundo;
Os países necessitam tomar medidas
efetivas e permanentes para promover
e preservar a saúde integral das
crianças, dos adolescentes e não
esperar que os danos psicossociais
alcançassem proporções de difícil
remediação.
Lei que consolida as
garantias da
constituição e
preconiza as
resoluções da
Assembleia da ONU
24. O que é o PROSAD?
Criado pelo Ministério da Saúde através da
Portaria nº 980/GM, de 21 de dezembro de
1989.
Público alvo: Jovens entre 10 e 19 anos
Política de Promoção da Saúde:
identificação de grupos de risco, detecção
precoce dos agravos com tratamento
adequado e reabilitação, assegurando os
princípios básicos da universalidade,
equidade e integralidade de ações.
25. Objetivo e diretrizes
Promover a saúde de forma integral, multissetorial e interdisciplinar
Ação deve ser pautada no respeito pela adolescência visando:
• crescimento e desenvolvimento;
• sexualidade;
• saúde mental, saúde reprodutiva, saúde sexual e saúde na escola;
• violência e maus tratos;
• família;
• prevenção de acidentes;
• trabalho, lazer.
26. Estratégias
Implementado em todos os Estados brasileiros, pelo Governo
Federal, deve:
• Promover estratégias intersetoriais que aumentem o
alcance do programa e mantenha um canal de
informação e atualização entre as esferas central,
estadual e municipal
• Treinar e capacitar profissionais e voluntários para
atender e acolher os adolescentes;
Os centros de atenção:
• Contam com profissionais das áreas de educação,
médica, saúde bucal, serviço social, enfermagem,
nutrição e saúde mental;
• Realizam trabalhos educativos e preventivos com os
grupos de adolescentes, assim como com suas famílias
e também outros elementos da comunidade;
• Mantêm contato com todos esses indivíduos.
27. Fluxograma de Atendimento
Adolescente agenda a sua
matrícula
Primeiro contato, com
qualquer profissional de
saúde do centro de
assistência
Situação de emergência
deve ser reconhecida
Encaminhado para
profissional de saúde
especifico
Grupos informativos,
educativos e
psicoprofiláticos
A equipe mantem contatos e
interage com a comunidade
visando a promoção de
saúde
30. Referências
CENTRO DE REFERÊNCIA INTERNACIONAL, Casa do Adolescente de Pinheiros vira. Vila Mundo, São Paulo, 7 jan. 2013. Disponível em: <
http://vilamundo.org.br/2013/01/unidade-pinheiros-da-casa-do-adolescente-vira-centro-de-referencia-internacional/>. Acesso em: 2 maio. 2016.
Hora SAE, Correa AKFCC, Cordeiro ABNF, Pontes ACA. Centro de Referência em Atenção à Saúde do Adolescente no município de Jaboatão dos
Guararapes (PE). Adolescência e Saúde. 2008; 5(2): 31-35. Disponível em: http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=58. Acesso em
16 de abril de 2016.
IBGE, Censo demográfico 1991. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil, 1991.
JAGER, M E et al . O adolescente no contexto da saúde pública brasileira: reflexões sobre o PROSAD. Psicol. estud., Maringá, v.19, n.2, Junho 2014.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722014000200005&lng=en&nrm=iso. Acesso em 14 de abril de 2016.
LEÃO, L. M. Saúde do adolescente: atenção integral no plano da utopia. 2005. 180 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Centro de Pesquisa
Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2005. Disponível em: http://www.cpqam.fiocruz.br/bibpdf/2005leao-lms.pdf. Acesso em 14 de abril
de 2016.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Coordenação da Saúde da Criança e do Adolescente. Programa Saúde do Adolescente. Bases Programáticas 2a Edição.
Brasília; Ministério da Saúde, 1996.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Normas de Atenção à Saúde Integral do Adolescente. Secretaria de Assistência à Saúde. Ministério da Saúde, Brasil. 1993.
SEADE - Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Brasil.
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE. Manual de atenção à saúde do adolescente. Secretaria da Saúde. Coordenação de Desenvolvimento de
Programas e Políticas de Saúde- CODEPPS. São Paulo: SMS, 2006.