"O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos
1. Encontros – 12.o ano ▪ Noémia Jorge, Cecília Aguiar, Miguel Magalhães
José Saramago
O Ano da Morte de Ricardo Reis
RETOMA DE
CONTEÚDOS
2. Séc. XVII
BARROCO
Séc. XIX
ROMANTISMO
José Saramago | O Ano da Morte de Ricardo Reis
Friso cronológico
José Saramago (1922-2010)
O Ano da Morte de Ricardo Reis
1984
IDADE
MÉDIA
Séc. XV-XVI
RENASCIMENTO REALISMO
Séc. XX
MODERNISMO
LITERATURA
CONTEMPORÂNEA
4. Representações do espaço e deambulação | Crítica social
Bernardo Soares
Livro do
Desassossego
Lisboa
Espaço
físico e
social
Cesário Verde
Cânticos do
Realismo
Fernão Lopes
Crónica de
D. João I
Poetas
contemporâneos
Eça de
Queirós
Os Maias
José Saramago
O Ano da Morte de
Ricardo Reis
5. Representações do espaço e deambulação | Crítica social
Fernão Lopes
Crónica de
D. João I
Lisboa
Espaço em que decorrem os acontecimentos relatados
↓
• Aclamação do Mestre de Avis (cap. 11) pelo povo
• Preparação do cerco (cap. 115) pelo povo, de forma
empenhada e entusiástica
• Cerco de Lisboa (cap. 148) – vivência da miséria devido à falta
de mantimentos
Crise política de 1383-1385
Período histórico em que o país esteve sem rei
Valor simbólico
Espaço de tomada de consciência de liberdades e
responsabilidades – afirmação da consciência
coletiva (povo)
6. Representações do espaço e deambulação| Crítica social
Eça de Queirós
Os Maias
Lisboa
Espaço em que decorre a maioria dos
acontecimentos
↓
• Intriga secundária: amores de Pedro e Monforte
• Intriga principal: amores de Carlos da Maia e
Maria Eduarda
Outros espaços:
• Santa Olávia (infância de Carlos)
• Coimbra (estudos de Carlos)
• Sintra (ida de Carlos a Sintra, à procura de Maria
Eduarda)
Oposição cidade (capital) / campo
7. Representações do espaço e deambulação| Crítica social
Jantar no Hotel Central - Literatura, Crítica
literária, Finanças, História de Portugal
Corridas de cavalos (Hipódromo de Belém) –
falso cosmopolitismo, falta de civismo,
provincianismo
Jantar dos Gouvarinhos – mediocridade mental
da aristocracia e da classe dirigente
Episódio dos Jornais – Jornalismo corrupto e
parcial
Sarau da Trindade (teatro da Trindade) – atraso
cultural, provincianismo
ESPAÇO SOCIAL
Sociedade lisboeta da segunda
metade do século XIX
Eça de
Queirós
Os Maias
CRÓNICA DE COSTUMES
Episódios da vida romântica
8. Representações do espaço e deambulação | Crítica social
Cesário Verde
Cânticos do
Realismo
Lisboa
Espaço observado e descrito pelo sujeito poético
↓
Deambulação e imaginação: o observador acidental
Espaço social criticado pelo sujeito poético
Representação
minuciosa e realista,
segundo a perceção
sensorial e a
reflexão / análise do
sujeito poético.
Captação de exteriores e
interiores e de pequenos
episódios do quotidiano,
decorrente da
deambulação do sujeito
poético pela cidade e da
observação acidental.
9. Ociosidade, inércia,
artificialidade.
Ex.: criado do bairro
burguês, dentistas,
arlequins, lojistas…
Representação da cidade
Povo / classes
trabalhadoras
Burguesia
Marginais que
vivem na cidade
Degradação social e
moral.
Ex.: ladrões,
bêbedos, jogadores,
prostitutas…
Alvo de simpatia e
solidariedade por parte
do sujeito poético
Alvo de crítica e
ironia por parte do
sujeito poético
Alvo de crítica por
parte do sujeito
poético
Produtividade,
vitalidade, autenticidade.
Ex.: vendedora de
legumes, calafates,
obreiras, varinas…
Tipos sociais
10. Representações do espaço e deambulação | Crítica social
Bernardo
Soares
Livro do
Desassossego
Lisboa
Espaço observado e descrito
por Bernardo Soares
Deambulação: o observador acidental
Espaço social focado: vida citadina,
modernidade do imaginário urbano
Bernardo Soares faz
da deambulação uma
das matérias
principais da sua
prosa.
A essência da existência
de Soares é marcada
pela centralidade do ato
de olhar (“ver”,
“reparar”, “pressentir”).
11. Representações do espaço e deambulação | Crítica social
Lisboa
Espaço focado
na poesia contemporânea
Exemplos
Eugénio de Andrade
Em Lisboa com
Cesário Verde
Poetas
contemporâneos
Alexandre O’Neill
Ex.: E de novo, Lisboa
Um adeus português
Lisboa: Ao serviço da
intertextualidade
Lisboa: ao serviço
da crítica social
(representa
Portugal)
12. Representações do espaço e deambulação | Crítica social
Lisboa
Espaço observado e descrito sob o olhar
do protagonista, Ricardo Reis
A deambulação por Lisboa dá origem à
viagem literária (obra de Luís de Camões,
Cesário Verde, Fernando Pessoa…)
Ricardo Reis deambula pela cidade de Lisboa
(Rua do Alecrim, Rua dos Sapateiros
Terreiro do Paço, Praça Luís de Camões…),
procurando encontrar a pátria que deixou ao
ir para o Brasil. Traz nas suas memórias uma
imagem utópica de Portugal, mas encontra
representado em Lisboa um país distópico,
caracterizado por um controlo autoritário e
totalitarista.
José Saramago
O Ano da Morte de
Ricardo Reis
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13. Representações do sentimento amoroso | Crítica social
Obras românticas
• Frei Luís de Sousa
• Amor de Perdição
• Viagens na Minha
Terra
AMOR
Luís de Camões
• Rimas
• Os Lusíadas
Lírica
trovadoresca
Eça de Queirós
• Os Maias
• A Ilustre Casa de
Ramires
Gil Vicente
• Farsa de
Inês Pereira
• Auto da
Feira
José Saramago
O Ano da Morte
de Ricardo Reis
14. Representações do amor | Crítica social
CANTIGA DE AMIGO
Representação
do sentimento amoroso e
da “coita de amor” sob o
ângulo da jovem
enamorada
Poesia trovadoresca
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CANTIGA DE AMOR
Representação
do sentimento amoroso e
da “coita de amor” do
trovador, que presta
vassalagem amorosa à sua
“senhor”
CANTIGA DE ESCÁRNIO E
MALDIZER
Ridicularização do amor
cortês
Gil Vicente
Farsa de Inês Pereira
Conceção materialista
do casamento (sem amor,
forma de ascensão social)
→ crítica social
Auto da Feira
Desvalorização da
instituição
casamento (intenção de
troca de cônjuges)
→ crítica social
Luís de Camões
Rimas
Reflexão sobre a experiência
amorosa:
• oscilação entre o amor
espiritual e o amor carnal
• sentimentos contraditórios
provocados pelo amor
Os Lusíadas
Dimensão simbólica
do amor:
• recompensa pelos feitos
grandiosos
15. Representações do amor | Crítica social
Frei Luís de Sousa
Amor de Perdição
Viagens na Minha Terra
Obras românticas Eça de Queirós
Os Maias
• Amor trágico, associado
ao Destino
• Desvalorização do amor
(adultério)
↓
crítica social
A Ilustre Casa de
Ramires
Desvalorização do amor
(casamento por interesse,
adultério)
↓
crítica social
José Saramago
O Ano da Morte
de Ricardo Reis
Duas experiências
afetivas, dois caminhos
Ricardo Reis
Lídia Marcenda
Amor-paixão
• Protagonizado pelo herói e
pela heroína românticos
• Marcado pela intensidade
e pelo excesso
• Causador de sofrimento
• Amor trágico, associado ao
Destino
• Nem sempre
correspondido
• Desvalorização do amor
(casamento por interesse)
16. Representações do amor
Ricardo Reis / Lídia
Relação carnal, marcada pelo
envolvimento físico:
• Lídia apaixona-se por Ricardo Reis,
provocando nele um duplo efeito
de atração e de menosprezo;
• Lídia sofre por amor, consciente de que a relação
não tem futuro, devido a preconceitos sociais /
diferença de classes sociais (doutor vs. criada);
• Lídia engravida.
COMPROMETIMENTO AMOROSO
“Enlacemos as mãos”
17. Ricardo Reis / Marcenda
Envolvimento poético-afetivo / misto
de atração espiritual e física:
• Marcenda exerce sobre Ricardo Reis
um efeito de fascínio, devido à sua
fragilidade (mão paralisada); inexperiente mas desejosa
de conhecer o amor, Marcenda aproxima-se de
Ricardo Reis;
• A relação assume contornos predominantemente
platónicos/espirituais (é consumada por dois beijos);
• Ricardo Reis pede Marcenda em casamento, mas
esta recusa a proposta.
DESCOMPROMETIMENTO AMOROSO
“Desenlacemos as mãos” Voltar