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No Vale da Lua II



        Os gemidos se intensificaram. Max encarava-a angustiado. Se pudesse,
tomaria o seu lugar, mas era impossível. Lágrimas rolavam pelo rosto dela,
molhando o lençol da cama.


        Ela apertava sua mão com muita força e a cada gemido, seu rosto ficava
vermelho intenso. Sua dor era latente. Era muito difícil estar ali naquele momento
vendo-a sofrer tanto, mas era o dia mais esperado para eles.


        Com um grito longo e rouco, Surya sente seu esforço recompensado pelo
choro de criança. Era seu bebê! Seu e de Max! No momento que fitou a filha,
Surya sabia qual nome lhe daria: Valentina, em homenagem à avó de Max,
Assunpción, que nascera em Valência, na Espanha.


        Surya sorriu. Só descobriu o verdadeiro nome de Max às vésperas do
casamento, quando foram assinar os papéis no civil. Miguel Alejandro Navarro
nascera em Madrid, na Espanha e sua família era bastante conhecida. Fora
estudar dois anos em Londres, onde era chamado de Michael e logo recebendo o
apelido de Mike ou Max.


        Seus pensamentos foram interrompidos pelo beijo de Max em seu rosto.
Suas mãos fizeram-lhe um carinho nos cabelos.


        - Ela é linda, obrigada meu amor!


        - Ela é perfeita! Viu a cor dos olhos dela? Verde e mel misturados, a cor
dos nossos olhos, sorriu ela feliz.
No outro dia, Max entra no quarto e vê a cena que seria a mais linda de
sua vida: sua esposa amamentando sua filha. Ela sorria feliz e acariciava os
cabelos do bebê.


          Ele recostou na cama ao lado da esposa e falou, acariciando também o
cabelo.


          - Estou louco pra voltarmos pra nossa casa e curtirmos nossa pequena.


          - Eu também! O Dr. César disse que podemos ir para casa amanhã, só
vamos ficar em observação por mais 24h.


          - Amor, ela é tão linda. Estou muito feliz. Nem acredito que isso está
acontecendo na nossa vida. Obrigado por me fazer o homem mais feliz do mundo
[ele disse dando um breve beijo nos lábios da esposa]. Acho que vou sentir
saudade da sua barriga amor.


          - Ah nem me fale! Já estava pesando rs


          - Você ficou linda grávida [ele falou acariciando sua barriga].


          - E você é a pessoa mais carinhosa que já conheci na vida. Te amo meu
amor.


          - Também te amo Vida! Agora acho melhor você descansar um pouco.
Vou ficar aqui com vocês, fique tranqüila.


          Está bem amor, estou realmente cansada e com muito sono. [ela disse
isso e entregou a filha ao marido, sorrindo, feliz].
Enquanto Surya dormia, Max voltou seus pensamentos aos dias em que
conhecera a esposa. Um acidente os uniu. Ela o encontrou desacordado e
machucado no Vale da Lua, onde ele escrevia uma matéria para o trabalho, e o
levou pra sua casa, onde cuidou dele com todo zelo e carinho.


           Os dias se passaram e os dois se apaixonaram. Tudo ia muito bem até
Julia, sua ex-namorada, ligar para o seu celular e Surya atender. Ele estava
dormindo depois de uma bela noite de amor a dois e quando acordou, Surya havia
partido.


           Ele ficou desesperado e mesmo com a perna ainda dolorida, conseguiu
uma carona ao aeroporto, onde viajou a procura dela. No entanto, com a falta de
confiança dela, ele demorou alguns dias até se decidir por encontrá-la.


           Estava no hotel já há uma semana e andava de um lado para o outro feito
leão preso na jaula. Sentia a falta dela. Mal conseguia dormir e se alimentava mal.
Por duas vezes chegou a ir até o endereço das filhas de Surya, onde ele
imaginava que ela estava, mas não saiu do carro. Voltou para o hotel onde se
jogou na cama com tremores pelo corpo. Era raiva! Raiva dela e raiva de si
mesmo. Ele se achava um covarde, mas o seu orgulho era maior que o amor que
sentia por ela.


           Foi pensando nisso que num belo dia acordara suado. Tivera um pesadelo
com Surya. Tomou um banho, pegou as chaves do carro alugado e partiu
novamente, só que desta vez, disposto a conversar com ela.


           Assim que chegou em frente à casa dela, Max demorou a tocar a
campainha e quando o fez, um cachorro da raça boxer veio recebê-lo, alegre.
Tocou novamente e nada. Estava quase desistindo quando ouviu uma voz
resmungando. Era Surya!
Ela estava linda. Vestia uma camisola branca e um roupão bordado à
mão, jogado de qualquer jeito por cima. Ela não se dera conta que não o fechara
direito, deixando os bicos dos seios intumescidos de frio à mostra através da leve
transparência do tecido. Ele deu um breve sorriso, lembrando de como a pele dela
ardia sob suas mãos e boca. Não! Não podia pensar naquilo, não enquanto não
conversava com ela [pensou, fechando o sorriso].


        Surya desceu as escadas, mal-humorada. As meninas saíram cedo para o
trabalho. Quem poderia ser a essa hora? Era “madrugada” pra ela que
ultimamente mal pregara o olho quando o sol se despontava no horizonte. O sol
da manhã era intenso e ela mal abria os olhos.


        Assim que o viu, ela colocou uma mão na boca, surpresa.


        - Mas o que... ?


        - Surya...


        - Max!


        Os dois ficaram se olhando por um bom tempo. O rosto de Surya estava
vermelho. Ela ficara nervosa, não sabia o que falar. Ela sentia tanta saudade dele
que não cabia no peito.


        - Vim conversar com você! Disse ele.


        - Max...


        - Surya, eu preciso te explicar, por favor, me deixe entrar!


        Apertando o botão ao lado da porta, Surya abriu o portão pra Max. Ela
estava tremendo. Ele parou a sua frente e segurou seus braços com as duas
mãos.
- Surya, eu preciso te explicar. Porque você fugiu daquele jeito?


       - Eu não...


       - Você acha que eu não tinha o direito de pelo menos saber do que estava
fugindo? Nós passamos uma noite maravilhosa juntos e de repente, você foge
sem nem uma explicação. Você acha justo?


       Ouvindo um barulho, Surya nota o vizinho no portão ao lado, observando-
os.


       - Max, por favor, entre. Aqui não é lugar pra gente conversar sobre isso.


       - Ok!


       - Ela foi andando na frente dele consciente dos olhos dele queimando
suas costas. Sentiu um arrepio na espinha e tentou fechar melhor o roupão.


       Levou-o até a sala.


       - Suas filhas... ?


       - Não. Elas estão no trabalho. Só chegam à noite!


       - Ótimo, assim podemos conversar sem interrupção.


       Ele andava de um lado pro outro, visivelmente nervoso, passando os
dedos entre os cabelos.


       - Max, desculpe!


       - O que? [ele perguntou atônito]
- Desculpe. Eu não deveria ter saído daquele jeito...


          - Não, você não deveria! [ele falou nervoso, interrompendo o que ela
estava falando]. Você não me deu uma única chance de poder me explicar.


          Tremendo, nervosa, ela respondeu:


          - Olha, me desculpe. Depois que esfriei a cabeça, me arrependi de não ter
falado com você, mas depois, perdi a coragem [ela falou abaixando a cabeça]


          Max chegou perto dela e segurou seu queixo.


          - Você é uma boba, sabia? [ele falou com ternura e um leve sorriso nos
lábios]


          - É, eu sei... [ela estava com os olhos cheios de lágrimas]


          - Surya, a Julia não faz parte da minha vida. [ele observou seus lábios
tremendo]. Chegamos a ficar juntos uma única vez, mas não deu certo. Ela é uma
mulher possessiva e ciumenta, além de ser insuportável.


          - Mas... então ela mentiu? [ela perguntou sem graça]


          - Claro que mentiu! Ela ficou louca de ciúmes quando você atendeu meu
celular. Ela sabe como sou discreto! Ela fez aquilo de propósito e conseguiu o que
queria não é?


          - Eu...


          - Você não tem nada pra me dizer?


          - Eu...
- Surya... ?!!! ele falou com firmeza!


         Ela fitou seus olhos. Não conseguia mais se segurar. Era loucamente
apaixonada por ele e sentia sua falta terrivelmente.


         - Eu amo você Max [falou ela se atirando nos braços dele]


         - Eu também te amo Surya e preciso que você confie em mim. Não tenho
nada a esconder de você, apenas não tivemos tempo de conversar sobre nosso
passado.


         - É verdade, você tem toda razão... na hora cometi um erro... e não sei o
que fazer agora quanto a isso....


         - Sim, você sabe! [segurou em seu queixo] - Aceita se casar comigo? [Ele
puxou-a para si, dando um beijo terno em sua boca]


         Surya abraçou-o com força. Nunca mais o deixaria ir. Ela o amava de
verdade e o queria para si.


         - Sim amor, eu aceito me casar com você! [ela respondeu entre um beijo e
outro]


         Max tomou-a nos braços e ela fez um sinal com a cabeça indicando o
caminho até o seu quarto. Ela foi abrindo a camisa dele e dando pequenos beijos
em seu peito.


         - Surya...


         Quando chegou ao quarto, ele fechou a porta com o pé. Colocou-a na
cama e ficou encarando-a. A saudade não cabia no peito. Ele chegou perto da
cama e ela se ajoelhou à sua frente, desabotoando-lhe a camisa com pressa. Ele
enterrou a mão em seus cabelos e puxou-a mais para si, fazendo-a sentir o
quanto ele a queria.


        Sentindo o sexo dele enrijecer contra si, ela beija seu abdômen enquanto
desabotoa-lhe o cinto. Ambos estavam com pressa, sedentos.


        - Quero que me possua Max...


        - Sim meu amor! Vou possuí-la de todas as formas.


        Ele tirou o roupão dela carinhosamente. Sua mão desceu até as alças de
sua camisola, puxando-as para baixo, expondo-lhe os seios intumescidos. Sem
parar para pensar, sua boca desceu até os bicos e sugou-os com força,
arrancando dela um gemido rouco. Ele a empurrou contra a parede com força. Ela
deu um pequeno grito, misto de surpresa e desejo.


        Com movimentos bruscos, Max arrancou-lhe a camisola, deixando-a
somente de calcinha. Ele tinha urgência. Se ajoelhou à sua frente, abriu-lhe um
pouco as pernas e passou a língua pelo sexo dela por cima da calcinha, fazendo-a
segurar os cabelos dele com força e gemer mais alto.


        Em poucos segundos, Max sente o clitóris dela inchar sob sua língua e
puxa-lhe a calcinha para o lado. A cena era perfeita: ela quase toda nua, em pé,
somente de calcinha, encostada na parede e com as pernas levemente abertas e
ele, ajoelhado aos seus pés como um devoto, acariciando seu sexo com uma das
mãos e com a outra, puxando o bumbum dela bumbum.


        Seus dedos separaram os lábios do sexo dela, expondo-lhe mais ainda o
botão intumescido. Ele ficou olhando antes de tocar-lhe com um dedo, deslizando
em movimentos giratórios, até que ela implorasse para que ele não parasse.
Brincando com ela, ele introduziu-lhe dois dedos de uma vez, fazendo-a
arranhar-lhe os ombros com força. Suas respirações estavam aceleradas. Quando
sentiu que ela estava a ponto de subir ao ponto mais alto do prazer, ele puxou-lhe
com força e fê-la ficar de quatro para ele.


        Fez um carinho em seu bumbum. Introduziu novamente os dedos dentro
dela, abrindo caminho para o seu sexo sedento. Posicionou-se atrás dela e com
uma estocada forte, tomou-a para si, transformando-os em apenas um só.


        O movimento de vai-e-vem foi tornando-se mais forte até que os dois, não
agüentando mais esperar, atingiram juntos, o que seria um dos maiores orgasmos
de suas vidas.


        No entanto, ela não queria que ele parasse. Ele também não queria parar.
Tirou seu membro de dentro dela e virou-a para si. Ela sentou-se em cima dele e
arranhou-lhe o peito. Com um movimento preciso, ela baixou o bumbum até senti-
lo inteiramente dentro dela.


        O grito dos dois foi simultâneo. Ela cavalgou em cima dele até que
explodiram num segundo gozo maravilhoso. Deitou em cima dele pra descansar,
enquanto ele acariciava seus cabelos. Ela enroscou a mão nos pelos do peito dele
e suspirou profundamente. Ambos estavam suados, porém felizes.


        Os dois riram. Eles se amavam.
Voltando ao presente, Max morde os lábios. As lembranças acendiam nele
um desejo sem fim. Sua mulher era linda, até mesmo dormindo. Nunca sentira
uma atração tão forte por outra mulher. Ela o preenchia de todas as formas.


        Lembrou, sorrindo, de quando tinham terminado o banho e ouviram o
barulho do carro das filhas, estacionando na garagem. Eles desceram correndo as
escadas e fingiram assistir um filme.


        As meninas chegaram e, surpresas, o cumprimentaram. Surya, muito
envergonhada, pois jamais levara um homem que não fosse seu ex-marido para
casa – deu-lhe um sorriso sem graça e foi logo explicando:


        - Este é o Max... um amigo!


        - Amigo? Não! Sou o noivo dela e futuro padrasto de vocês. [Ele falou e foi
longo estendendo a mão para as meninas, que acharam graça do rubor da mãe].


        As meninas abraçaram-na:


        - Mãe, estamos muito felizes por você. Virando-se para Max, elas
disseram:


        - Eu sabia que tinha acontecido algo com a minha mãe. Ela chegou aqui
calada, chateada e chorona. Tinha que ser por causa de alguém.


        - Olá pra vocês duas. Meu nome é Max e sou louco pela mãe de vocês.
Espero que ela aceite se casar comigo em menos de um mês.


        - Uau, mas porque a pressa?


        - Tenho pressa de ser feliz, de fazê-la feliz e mais pressa ainda para não
deixá-la fugir novamente.
- Ah mãe, que lindo! Você já aceitou?


       - Já sim filhas [ela respondeu rindo], mas não sei porque a pressa.


       - Sabe sim e em menos de um mês quero que se torne a Sra. Surya
Navarro!


       Sorrindo, os quatro continuaram conversando até tarde aquela noite.




       A partir daquela noite, Max nunca mais a deixara sozinha. Se casaram 20
dias depois. Decidiram por uma cerimônia simples, somente para os familiares. Os
pais de Max vieram da Espanha e se encantaram com a mulher que havia
conquistado o filho. Os pais de Max eram maravilhosos, alegres, educados, gentis
e muito carinhosos. Percebia-se porque Max era um homem especial.


       Os pais dela também eram divertidos. Todos se deram muitíssimo bem.
Surya casou-se com o vestido da mãe, na cor champanhe. Era um vestido
simples, delicado, bordado com minúsculas pérolas e sem ombros, deixando-lhe à
mostra o colo branco, salpicado de sardas, que Max achava um de seus maiores
charmes.


       Os longos cabelos loiros foram presos por uma trança raiz, rodeado por
mini-margaridas. Sua maquiagem era suave, quase natural. Os olhos sombreados
por um tom rosa bem claro. Seus lábios com apenas um brilho cor de boca,
ressaltando o lindo desenho natural.


       Logo após a festa de despedida, partiram para Madrid, onde passaram 15
dias em lua-de-mel. Surya conhecera a casa que Max nascera e ele lhe mostrou
os pontos turísticos da capital da Espanha. Ela conheceu o Museu do Prado e o
Museu Thyssen-Bornemisza, mas ficara mais encantada com o Museu Rainha
Sofie, de arte do século XX que conta com coleções de Pablo Picasso e Salvador
Dali. Também havia no museu uma biblioteca de acesso livre especializada em
arte com mais de 100.000 livros que a deixou fascinada.


          Os dias se passaram muito rápido para os dois e tiveram que voltar ao
Brasil. Ambos precisavam colocar o trabalho em dia. Surya tinha um prazo curto
para entregar pronto o seu segundo livro de contos. E Max tinha que terminar a
reportagem que havia iniciado quando conheceu Surya.


          Em comum acordo, os dois foram morar juntos no Vale da Lua, onde tudo
começou. Dois anos e meio se passaram até que um dia Surya acordara enjoada.
Foram ao médico depois de uma semana e lá souberam que ela estava grávida.


          No início, ela se recusara a acreditar, ainda preocupada com a sua idade,
mas após vários exames, o médico deixara-os tranqüilos. Surya tinha 43 anos,
mas possuía excelente saúde. Os nove meses passaram-se rápidos. Os dois
faziam caminhadas diárias e se alimentavam bem. Max não saía do lado da
esposa.


          O sexo entre eles não mudou, ao contrário, ficou mais intenso. Max
adorava fazer carinho na barriga da esposa. Muitas vezes ela dormia abraçada a
ele e ele ficava ali acariciando sua barriga e conversando com a filha.


          Enquanto isso, eles fizeram uma pequena reforma na casa. O escritório
dela fora ampliado para ser também o escritório dele. Era um prazer imenso
trabalharem juntos. Transformaram o quarto de hóspedes no quarto do bebê. As
filhas de Surya ficaram ansiosas pela vinda de mais um irmão e iam visitá-los
todos os meses. No final, Surya fora para a casa das filhas com Max, aguardar a
chegada da filha.


          E agora ali estavam eles com a princesa Valentina. Sua filha era linda.
Tinha os olhos lindos. Seus cabelos eram levemente encaracolados nas pontas
como os da mãe. Sua pele era branca e suas bochechas eram rosadas. Suas
mãos eram lindas como a de Surya e Max estava ali no momento segurando-as e
analisando o formato dos dedos e das unhas.
Surya acordou com os resmungos da filha. Fazia dois dias que estavam
em casa. Ela virou o corpo na cama e viu Valentina nos braços do pai, que dormia
com a cabeça pendida para o lado, no sofá que ficava aos pés da cama.


        Ela sorriu. Ele era um pai maravilhoso e um marido perfeito. Jogou o
edredom para o lado e levantou-se devagar, procurando não fazer barulho.
Chegou perto do marido e pegou a filha do colo dele. Queria chamá-lo para ele ir
pra cama, mas ela o conhecia, se o chamasse, ele acordaria e não dormiria mais.


        Sentou-se na poltrona ao lado do berço, aconchegou a filha suavemente
em seu colo, puxou a alça da camisola e ofereceu o seio a ela. Surya sorriu,
observando a filha sugar seu seio com força, como se tivesse ficado sem comer
um dia inteiro, afinal, ela ainda acordava bastante no meio da noite.


        Enquanto a filha mamava, ela ficou observando o marido. Como o amava!




        Ela se lembrava de como o conhecera e o trouxera da mata até em casa
com dificuldade. Se lembrava principalmente da primeira vez que fizeram amor, de
como tudo foi como um conto de fadas. Ela se apaixonara por ele como homem,
como ser humano.


        Max era uma das pessoas mais corretas que ela conhecera. Não se
importava de abrir mão de algo para ajudar o próximo. Ele amava trabalhar e isso
a deixava feliz, afinal o seu ex não se importava muito com isso, era uma pessoa
acomodada que queria tudo nas mãos, sem fazer um pingo de esforço.


        Voltando novamente há três anos antes, Surya se lembrou de como quase
o perdera. Não confiou na sua intuição, no sentimento que estava escrito nos
olhos de Max e fugiu. Julia, uma moça que era apaixonada por Max, ligara em seu
celular e Surya atendeu. Trocaram algumas palavras e ela achou que Max mentira
pra ela. Arrumou algumas roupas e fugiu para a casa das filhas.


          Somente quando chegara, se dera conta da besteira que havia feito. Ligou
para sua casa, tentou inúmeros números e não conseguiu localizar Max. Ela
passava os dias andando de um lado para o outro. Entrou em contato com o Dr.
Marcos para saber se havia notícias de Max e nada!


          Ligou para a Revista que ele trabalhava, mas ninguém quis passar-lhe os
contatos dele. Ela desligou o telefone com uma fúria incontrolável e começou a
chorar. Ela não tinha idéia que Max estava à sua procura.


          Ela passava as noites pensando, chorando, ouvindo música. Suas filhas
notaram que a mãe andava nervosa, mas não queriam se meter na vida dela,
assim, decidiram por deixá-la à vontade caso quisesse conversar com elas.


          Um belo dia, Surya acordou com o som da campainha. Ela falou um
palavrão e enterrou a cabeça nos travesseiros. O som continuou aborrecendo-a.
De má vontade, ela se levantou e jogou um roupão de qualquer jeito por cima da
camisola. Não tava nem aí para os vizinhos!


          Olhou-se no espelho e viu as olheiras profundas. Estava abatida e
emagrecera bastante. Saiu descendo as escadas devagar, quem sabe o
intrometido iria embora. Mas assim que abriu a porta, deu de cara com o reflexo
do sol em seu rosto. Viu a silhueta de alguém no portão, mas não sabia quem era.


          Colocou as mãos nos olhos para protegê-la dos reflexos e só então viu
Max. Ela sentiu a boca seca, achou que seu coração ia parar. Quase se beliscou
para ter certeza que não estava sonhando. Era Max! Seu Max! Abriu o portão sem
graça. Não sabia o que dizer. Não sabia se ele a perdoaria, mas pelo menos iria
tentar.
Voltando ao presente, ela solta um suspiro profundo. Fechou levemente
os olhos e fez uma prece de agradecimento a Deus por possuir uma família tão
linda quanto a sua. Como os amava!


       Olhou para o rostinho da filha e tocou seu rosto com a ponta dos dedos,
com medo de machucá-la. Ela era linda, perfeita. Não faltava mais nada em sua
vida. Estava feliz, satisfeita, plena e lembrou-se de uma frase que Max leu para
ela logo depois que se casaram.




       “Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu
   aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas
  atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste
 ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores.
           Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto”.


                                      [Dalai Lama]




       Ainda bem que o passado ficou para trás e ela podia usufruir o presente
com sabedoria e amor...

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No Vale da Lua 2

  • 1. No Vale da Lua II Os gemidos se intensificaram. Max encarava-a angustiado. Se pudesse, tomaria o seu lugar, mas era impossível. Lágrimas rolavam pelo rosto dela, molhando o lençol da cama. Ela apertava sua mão com muita força e a cada gemido, seu rosto ficava vermelho intenso. Sua dor era latente. Era muito difícil estar ali naquele momento vendo-a sofrer tanto, mas era o dia mais esperado para eles. Com um grito longo e rouco, Surya sente seu esforço recompensado pelo choro de criança. Era seu bebê! Seu e de Max! No momento que fitou a filha, Surya sabia qual nome lhe daria: Valentina, em homenagem à avó de Max, Assunpción, que nascera em Valência, na Espanha. Surya sorriu. Só descobriu o verdadeiro nome de Max às vésperas do casamento, quando foram assinar os papéis no civil. Miguel Alejandro Navarro nascera em Madrid, na Espanha e sua família era bastante conhecida. Fora estudar dois anos em Londres, onde era chamado de Michael e logo recebendo o apelido de Mike ou Max. Seus pensamentos foram interrompidos pelo beijo de Max em seu rosto. Suas mãos fizeram-lhe um carinho nos cabelos. - Ela é linda, obrigada meu amor! - Ela é perfeita! Viu a cor dos olhos dela? Verde e mel misturados, a cor dos nossos olhos, sorriu ela feliz.
  • 2. No outro dia, Max entra no quarto e vê a cena que seria a mais linda de sua vida: sua esposa amamentando sua filha. Ela sorria feliz e acariciava os cabelos do bebê. Ele recostou na cama ao lado da esposa e falou, acariciando também o cabelo. - Estou louco pra voltarmos pra nossa casa e curtirmos nossa pequena. - Eu também! O Dr. César disse que podemos ir para casa amanhã, só vamos ficar em observação por mais 24h. - Amor, ela é tão linda. Estou muito feliz. Nem acredito que isso está acontecendo na nossa vida. Obrigado por me fazer o homem mais feliz do mundo [ele disse dando um breve beijo nos lábios da esposa]. Acho que vou sentir saudade da sua barriga amor. - Ah nem me fale! Já estava pesando rs - Você ficou linda grávida [ele falou acariciando sua barriga]. - E você é a pessoa mais carinhosa que já conheci na vida. Te amo meu amor. - Também te amo Vida! Agora acho melhor você descansar um pouco. Vou ficar aqui com vocês, fique tranqüila. Está bem amor, estou realmente cansada e com muito sono. [ela disse isso e entregou a filha ao marido, sorrindo, feliz].
  • 3. Enquanto Surya dormia, Max voltou seus pensamentos aos dias em que conhecera a esposa. Um acidente os uniu. Ela o encontrou desacordado e machucado no Vale da Lua, onde ele escrevia uma matéria para o trabalho, e o levou pra sua casa, onde cuidou dele com todo zelo e carinho. Os dias se passaram e os dois se apaixonaram. Tudo ia muito bem até Julia, sua ex-namorada, ligar para o seu celular e Surya atender. Ele estava dormindo depois de uma bela noite de amor a dois e quando acordou, Surya havia partido. Ele ficou desesperado e mesmo com a perna ainda dolorida, conseguiu uma carona ao aeroporto, onde viajou a procura dela. No entanto, com a falta de confiança dela, ele demorou alguns dias até se decidir por encontrá-la. Estava no hotel já há uma semana e andava de um lado para o outro feito leão preso na jaula. Sentia a falta dela. Mal conseguia dormir e se alimentava mal. Por duas vezes chegou a ir até o endereço das filhas de Surya, onde ele imaginava que ela estava, mas não saiu do carro. Voltou para o hotel onde se jogou na cama com tremores pelo corpo. Era raiva! Raiva dela e raiva de si mesmo. Ele se achava um covarde, mas o seu orgulho era maior que o amor que sentia por ela. Foi pensando nisso que num belo dia acordara suado. Tivera um pesadelo com Surya. Tomou um banho, pegou as chaves do carro alugado e partiu novamente, só que desta vez, disposto a conversar com ela. Assim que chegou em frente à casa dela, Max demorou a tocar a campainha e quando o fez, um cachorro da raça boxer veio recebê-lo, alegre. Tocou novamente e nada. Estava quase desistindo quando ouviu uma voz resmungando. Era Surya!
  • 4. Ela estava linda. Vestia uma camisola branca e um roupão bordado à mão, jogado de qualquer jeito por cima. Ela não se dera conta que não o fechara direito, deixando os bicos dos seios intumescidos de frio à mostra através da leve transparência do tecido. Ele deu um breve sorriso, lembrando de como a pele dela ardia sob suas mãos e boca. Não! Não podia pensar naquilo, não enquanto não conversava com ela [pensou, fechando o sorriso]. Surya desceu as escadas, mal-humorada. As meninas saíram cedo para o trabalho. Quem poderia ser a essa hora? Era “madrugada” pra ela que ultimamente mal pregara o olho quando o sol se despontava no horizonte. O sol da manhã era intenso e ela mal abria os olhos. Assim que o viu, ela colocou uma mão na boca, surpresa. - Mas o que... ? - Surya... - Max! Os dois ficaram se olhando por um bom tempo. O rosto de Surya estava vermelho. Ela ficara nervosa, não sabia o que falar. Ela sentia tanta saudade dele que não cabia no peito. - Vim conversar com você! Disse ele. - Max... - Surya, eu preciso te explicar, por favor, me deixe entrar! Apertando o botão ao lado da porta, Surya abriu o portão pra Max. Ela estava tremendo. Ele parou a sua frente e segurou seus braços com as duas mãos.
  • 5. - Surya, eu preciso te explicar. Porque você fugiu daquele jeito? - Eu não... - Você acha que eu não tinha o direito de pelo menos saber do que estava fugindo? Nós passamos uma noite maravilhosa juntos e de repente, você foge sem nem uma explicação. Você acha justo? Ouvindo um barulho, Surya nota o vizinho no portão ao lado, observando- os. - Max, por favor, entre. Aqui não é lugar pra gente conversar sobre isso. - Ok! - Ela foi andando na frente dele consciente dos olhos dele queimando suas costas. Sentiu um arrepio na espinha e tentou fechar melhor o roupão. Levou-o até a sala. - Suas filhas... ? - Não. Elas estão no trabalho. Só chegam à noite! - Ótimo, assim podemos conversar sem interrupção. Ele andava de um lado pro outro, visivelmente nervoso, passando os dedos entre os cabelos. - Max, desculpe! - O que? [ele perguntou atônito]
  • 6. - Desculpe. Eu não deveria ter saído daquele jeito... - Não, você não deveria! [ele falou nervoso, interrompendo o que ela estava falando]. Você não me deu uma única chance de poder me explicar. Tremendo, nervosa, ela respondeu: - Olha, me desculpe. Depois que esfriei a cabeça, me arrependi de não ter falado com você, mas depois, perdi a coragem [ela falou abaixando a cabeça] Max chegou perto dela e segurou seu queixo. - Você é uma boba, sabia? [ele falou com ternura e um leve sorriso nos lábios] - É, eu sei... [ela estava com os olhos cheios de lágrimas] - Surya, a Julia não faz parte da minha vida. [ele observou seus lábios tremendo]. Chegamos a ficar juntos uma única vez, mas não deu certo. Ela é uma mulher possessiva e ciumenta, além de ser insuportável. - Mas... então ela mentiu? [ela perguntou sem graça] - Claro que mentiu! Ela ficou louca de ciúmes quando você atendeu meu celular. Ela sabe como sou discreto! Ela fez aquilo de propósito e conseguiu o que queria não é? - Eu... - Você não tem nada pra me dizer? - Eu...
  • 7. - Surya... ?!!! ele falou com firmeza! Ela fitou seus olhos. Não conseguia mais se segurar. Era loucamente apaixonada por ele e sentia sua falta terrivelmente. - Eu amo você Max [falou ela se atirando nos braços dele] - Eu também te amo Surya e preciso que você confie em mim. Não tenho nada a esconder de você, apenas não tivemos tempo de conversar sobre nosso passado. - É verdade, você tem toda razão... na hora cometi um erro... e não sei o que fazer agora quanto a isso.... - Sim, você sabe! [segurou em seu queixo] - Aceita se casar comigo? [Ele puxou-a para si, dando um beijo terno em sua boca] Surya abraçou-o com força. Nunca mais o deixaria ir. Ela o amava de verdade e o queria para si. - Sim amor, eu aceito me casar com você! [ela respondeu entre um beijo e outro] Max tomou-a nos braços e ela fez um sinal com a cabeça indicando o caminho até o seu quarto. Ela foi abrindo a camisa dele e dando pequenos beijos em seu peito. - Surya... Quando chegou ao quarto, ele fechou a porta com o pé. Colocou-a na cama e ficou encarando-a. A saudade não cabia no peito. Ele chegou perto da cama e ela se ajoelhou à sua frente, desabotoando-lhe a camisa com pressa. Ele
  • 8. enterrou a mão em seus cabelos e puxou-a mais para si, fazendo-a sentir o quanto ele a queria. Sentindo o sexo dele enrijecer contra si, ela beija seu abdômen enquanto desabotoa-lhe o cinto. Ambos estavam com pressa, sedentos. - Quero que me possua Max... - Sim meu amor! Vou possuí-la de todas as formas. Ele tirou o roupão dela carinhosamente. Sua mão desceu até as alças de sua camisola, puxando-as para baixo, expondo-lhe os seios intumescidos. Sem parar para pensar, sua boca desceu até os bicos e sugou-os com força, arrancando dela um gemido rouco. Ele a empurrou contra a parede com força. Ela deu um pequeno grito, misto de surpresa e desejo. Com movimentos bruscos, Max arrancou-lhe a camisola, deixando-a somente de calcinha. Ele tinha urgência. Se ajoelhou à sua frente, abriu-lhe um pouco as pernas e passou a língua pelo sexo dela por cima da calcinha, fazendo-a segurar os cabelos dele com força e gemer mais alto. Em poucos segundos, Max sente o clitóris dela inchar sob sua língua e puxa-lhe a calcinha para o lado. A cena era perfeita: ela quase toda nua, em pé, somente de calcinha, encostada na parede e com as pernas levemente abertas e ele, ajoelhado aos seus pés como um devoto, acariciando seu sexo com uma das mãos e com a outra, puxando o bumbum dela bumbum. Seus dedos separaram os lábios do sexo dela, expondo-lhe mais ainda o botão intumescido. Ele ficou olhando antes de tocar-lhe com um dedo, deslizando em movimentos giratórios, até que ela implorasse para que ele não parasse.
  • 9. Brincando com ela, ele introduziu-lhe dois dedos de uma vez, fazendo-a arranhar-lhe os ombros com força. Suas respirações estavam aceleradas. Quando sentiu que ela estava a ponto de subir ao ponto mais alto do prazer, ele puxou-lhe com força e fê-la ficar de quatro para ele. Fez um carinho em seu bumbum. Introduziu novamente os dedos dentro dela, abrindo caminho para o seu sexo sedento. Posicionou-se atrás dela e com uma estocada forte, tomou-a para si, transformando-os em apenas um só. O movimento de vai-e-vem foi tornando-se mais forte até que os dois, não agüentando mais esperar, atingiram juntos, o que seria um dos maiores orgasmos de suas vidas. No entanto, ela não queria que ele parasse. Ele também não queria parar. Tirou seu membro de dentro dela e virou-a para si. Ela sentou-se em cima dele e arranhou-lhe o peito. Com um movimento preciso, ela baixou o bumbum até senti- lo inteiramente dentro dela. O grito dos dois foi simultâneo. Ela cavalgou em cima dele até que explodiram num segundo gozo maravilhoso. Deitou em cima dele pra descansar, enquanto ele acariciava seus cabelos. Ela enroscou a mão nos pelos do peito dele e suspirou profundamente. Ambos estavam suados, porém felizes. Os dois riram. Eles se amavam.
  • 10. Voltando ao presente, Max morde os lábios. As lembranças acendiam nele um desejo sem fim. Sua mulher era linda, até mesmo dormindo. Nunca sentira uma atração tão forte por outra mulher. Ela o preenchia de todas as formas. Lembrou, sorrindo, de quando tinham terminado o banho e ouviram o barulho do carro das filhas, estacionando na garagem. Eles desceram correndo as escadas e fingiram assistir um filme. As meninas chegaram e, surpresas, o cumprimentaram. Surya, muito envergonhada, pois jamais levara um homem que não fosse seu ex-marido para casa – deu-lhe um sorriso sem graça e foi logo explicando: - Este é o Max... um amigo! - Amigo? Não! Sou o noivo dela e futuro padrasto de vocês. [Ele falou e foi longo estendendo a mão para as meninas, que acharam graça do rubor da mãe]. As meninas abraçaram-na: - Mãe, estamos muito felizes por você. Virando-se para Max, elas disseram: - Eu sabia que tinha acontecido algo com a minha mãe. Ela chegou aqui calada, chateada e chorona. Tinha que ser por causa de alguém. - Olá pra vocês duas. Meu nome é Max e sou louco pela mãe de vocês. Espero que ela aceite se casar comigo em menos de um mês. - Uau, mas porque a pressa? - Tenho pressa de ser feliz, de fazê-la feliz e mais pressa ainda para não deixá-la fugir novamente.
  • 11. - Ah mãe, que lindo! Você já aceitou? - Já sim filhas [ela respondeu rindo], mas não sei porque a pressa. - Sabe sim e em menos de um mês quero que se torne a Sra. Surya Navarro! Sorrindo, os quatro continuaram conversando até tarde aquela noite. A partir daquela noite, Max nunca mais a deixara sozinha. Se casaram 20 dias depois. Decidiram por uma cerimônia simples, somente para os familiares. Os pais de Max vieram da Espanha e se encantaram com a mulher que havia conquistado o filho. Os pais de Max eram maravilhosos, alegres, educados, gentis e muito carinhosos. Percebia-se porque Max era um homem especial. Os pais dela também eram divertidos. Todos se deram muitíssimo bem. Surya casou-se com o vestido da mãe, na cor champanhe. Era um vestido simples, delicado, bordado com minúsculas pérolas e sem ombros, deixando-lhe à mostra o colo branco, salpicado de sardas, que Max achava um de seus maiores charmes. Os longos cabelos loiros foram presos por uma trança raiz, rodeado por mini-margaridas. Sua maquiagem era suave, quase natural. Os olhos sombreados por um tom rosa bem claro. Seus lábios com apenas um brilho cor de boca, ressaltando o lindo desenho natural. Logo após a festa de despedida, partiram para Madrid, onde passaram 15 dias em lua-de-mel. Surya conhecera a casa que Max nascera e ele lhe mostrou os pontos turísticos da capital da Espanha. Ela conheceu o Museu do Prado e o Museu Thyssen-Bornemisza, mas ficara mais encantada com o Museu Rainha
  • 12. Sofie, de arte do século XX que conta com coleções de Pablo Picasso e Salvador Dali. Também havia no museu uma biblioteca de acesso livre especializada em arte com mais de 100.000 livros que a deixou fascinada. Os dias se passaram muito rápido para os dois e tiveram que voltar ao Brasil. Ambos precisavam colocar o trabalho em dia. Surya tinha um prazo curto para entregar pronto o seu segundo livro de contos. E Max tinha que terminar a reportagem que havia iniciado quando conheceu Surya. Em comum acordo, os dois foram morar juntos no Vale da Lua, onde tudo começou. Dois anos e meio se passaram até que um dia Surya acordara enjoada. Foram ao médico depois de uma semana e lá souberam que ela estava grávida. No início, ela se recusara a acreditar, ainda preocupada com a sua idade, mas após vários exames, o médico deixara-os tranqüilos. Surya tinha 43 anos, mas possuía excelente saúde. Os nove meses passaram-se rápidos. Os dois faziam caminhadas diárias e se alimentavam bem. Max não saía do lado da esposa. O sexo entre eles não mudou, ao contrário, ficou mais intenso. Max adorava fazer carinho na barriga da esposa. Muitas vezes ela dormia abraçada a ele e ele ficava ali acariciando sua barriga e conversando com a filha. Enquanto isso, eles fizeram uma pequena reforma na casa. O escritório dela fora ampliado para ser também o escritório dele. Era um prazer imenso trabalharem juntos. Transformaram o quarto de hóspedes no quarto do bebê. As filhas de Surya ficaram ansiosas pela vinda de mais um irmão e iam visitá-los todos os meses. No final, Surya fora para a casa das filhas com Max, aguardar a chegada da filha. E agora ali estavam eles com a princesa Valentina. Sua filha era linda. Tinha os olhos lindos. Seus cabelos eram levemente encaracolados nas pontas
  • 13. como os da mãe. Sua pele era branca e suas bochechas eram rosadas. Suas mãos eram lindas como a de Surya e Max estava ali no momento segurando-as e analisando o formato dos dedos e das unhas.
  • 14. Surya acordou com os resmungos da filha. Fazia dois dias que estavam em casa. Ela virou o corpo na cama e viu Valentina nos braços do pai, que dormia com a cabeça pendida para o lado, no sofá que ficava aos pés da cama. Ela sorriu. Ele era um pai maravilhoso e um marido perfeito. Jogou o edredom para o lado e levantou-se devagar, procurando não fazer barulho. Chegou perto do marido e pegou a filha do colo dele. Queria chamá-lo para ele ir pra cama, mas ela o conhecia, se o chamasse, ele acordaria e não dormiria mais. Sentou-se na poltrona ao lado do berço, aconchegou a filha suavemente em seu colo, puxou a alça da camisola e ofereceu o seio a ela. Surya sorriu, observando a filha sugar seu seio com força, como se tivesse ficado sem comer um dia inteiro, afinal, ela ainda acordava bastante no meio da noite. Enquanto a filha mamava, ela ficou observando o marido. Como o amava! Ela se lembrava de como o conhecera e o trouxera da mata até em casa com dificuldade. Se lembrava principalmente da primeira vez que fizeram amor, de como tudo foi como um conto de fadas. Ela se apaixonara por ele como homem, como ser humano. Max era uma das pessoas mais corretas que ela conhecera. Não se importava de abrir mão de algo para ajudar o próximo. Ele amava trabalhar e isso a deixava feliz, afinal o seu ex não se importava muito com isso, era uma pessoa acomodada que queria tudo nas mãos, sem fazer um pingo de esforço. Voltando novamente há três anos antes, Surya se lembrou de como quase o perdera. Não confiou na sua intuição, no sentimento que estava escrito nos olhos de Max e fugiu. Julia, uma moça que era apaixonada por Max, ligara em seu
  • 15. celular e Surya atendeu. Trocaram algumas palavras e ela achou que Max mentira pra ela. Arrumou algumas roupas e fugiu para a casa das filhas. Somente quando chegara, se dera conta da besteira que havia feito. Ligou para sua casa, tentou inúmeros números e não conseguiu localizar Max. Ela passava os dias andando de um lado para o outro. Entrou em contato com o Dr. Marcos para saber se havia notícias de Max e nada! Ligou para a Revista que ele trabalhava, mas ninguém quis passar-lhe os contatos dele. Ela desligou o telefone com uma fúria incontrolável e começou a chorar. Ela não tinha idéia que Max estava à sua procura. Ela passava as noites pensando, chorando, ouvindo música. Suas filhas notaram que a mãe andava nervosa, mas não queriam se meter na vida dela, assim, decidiram por deixá-la à vontade caso quisesse conversar com elas. Um belo dia, Surya acordou com o som da campainha. Ela falou um palavrão e enterrou a cabeça nos travesseiros. O som continuou aborrecendo-a. De má vontade, ela se levantou e jogou um roupão de qualquer jeito por cima da camisola. Não tava nem aí para os vizinhos! Olhou-se no espelho e viu as olheiras profundas. Estava abatida e emagrecera bastante. Saiu descendo as escadas devagar, quem sabe o intrometido iria embora. Mas assim que abriu a porta, deu de cara com o reflexo do sol em seu rosto. Viu a silhueta de alguém no portão, mas não sabia quem era. Colocou as mãos nos olhos para protegê-la dos reflexos e só então viu Max. Ela sentiu a boca seca, achou que seu coração ia parar. Quase se beliscou para ter certeza que não estava sonhando. Era Max! Seu Max! Abriu o portão sem graça. Não sabia o que dizer. Não sabia se ele a perdoaria, mas pelo menos iria tentar.
  • 16. Voltando ao presente, ela solta um suspiro profundo. Fechou levemente os olhos e fez uma prece de agradecimento a Deus por possuir uma família tão linda quanto a sua. Como os amava! Olhou para o rostinho da filha e tocou seu rosto com a ponta dos dedos, com medo de machucá-la. Ela era linda, perfeita. Não faltava mais nada em sua vida. Estava feliz, satisfeita, plena e lembrou-se de uma frase que Max leu para ela logo depois que se casaram. “Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto”. [Dalai Lama] Ainda bem que o passado ficou para trás e ela podia usufruir o presente com sabedoria e amor...