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Roma




        Para a mitologia, a origem de Roma nasceu através do mito de Rômulo
e Remo. Os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália, e resgatados por
uma loba, que os amamentou. Foram criados posteriormente por um casal de
pastores. Adultos, retornam à cidade natal de Alba Longa e ganharam terras,
fundando, assim, uma nova cidade, que seria chamada de Roma.




        No entanto, para os historiadores e para a Monarquia Romana, Roma
resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península itálica:
Os gregos, os etruscos e os italiotas. A religião neste período era politeísta,
adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes.




        E foram essas duas histórias que foram contadas à Selene, ainda
pequena. Com apenas cinco anos, Selene aprendeu a ler e escrever e era uma
menina diferente das outras.

        Enquanto suas amigas viviam para as brincadeiras, ela tinha prazer em
passar quase que o dia todo [e parte da noite] na biblioteca, lendo com o seu
avô, Hélios, nome esse, recebido em homenagem ao Deus Sol, de origem
grega, como era sua bisavó. Assim, a família de Selene, como muitas outras,
eram de origem Greco-romana.




        Hélios se enchia de orgulho ao ver sua pequena Selene discutindo os
mais variados assuntos. Ela amava desde a poesia à filosofia, bem como as
leis de Roma, que só eram respeitadas se fossem exercidas pelos homens. Ela
também expunha suas idéias com fervor nada normal para uma menina
daquela idade.
E assim, Selene cresceu e se tornou uma bela mulher. Seu avô havia
falecido há dois anos, porém, deixou-lhe ensinamentos valiosos, o que foi
importante para o desenrolar de sua vida.




        Em seu primeiro baile, Selene conheceu os irmãos Caius Caesar e
Cícero Caesar. Ambos ficaram apaixonados por Selene assim que a viram.

        Seus longos cabelos loiros caíam-lhe pelas costas, e algumas pechas
estavam presas um pouco acima da cabeça por uma tiara dourada. Seus
vestido era branco com delicadas flores bordadas de dourado na barra, e
estava preso a um laço, somente a um ombro, deixando o outro, delicadamente
exposto.




        Seus pés eram adornados por belíssima sandália dourada, trançada
até pouco abaixo do joelho, o que lhe dava um ar de deusa, uma deusa
romana.




        Durante todo o baile, Selene dançou com vários rapazes, mas seus
olhos não se perdiam dos olhos de Caius Caesar. Os dois sabiam que era
amor à primeira-vista, mas ficaram com medo deste sentimento e procuraram
disfarçar o máximo possível.




        Do outro lado do salão, Cícero acompanhava com o olhar todos os
passos de Selene, fazendo com que esta sentisse um ligeiro mal-estar e um
aperto no coração, ao fitá-lo.
A partir desta noite, muitos rapazes tentaram visitar Selene, mas ela
aceitava somente o convite de Caius, e logicamente, Cícero ia junto. Ao
conversarem, Caius ficava mais apaixonado pela bela mulher que não media
as palavras, apesar da voz baixa, rouca e refinada. Ela entendia de poesias,
adoravam os mesmos deuses e amavam as leis como ninguém.




       A inteligência que impressionou Caius, porém, foi motivo de ironia por
parte de Cícero. Para ele, era inconcebível uma mulher falar de leis tão à
vontade. A mulher, segundo ele, deveria ser mãe, esposa e cuidar da casa e
do marido.




       Esse comentário fez surgir um sorriso irônico aos bem-desenhados
lábios de Selene, que retorquiu com veemência sua posição perante tal
absurdo, o que fez Cícero cerrar os dentes de raiva.




       Caius e Cícero eram filhos do homem mais importante de Roma, o
Senador Otávio Caesar, e logo um deles tomaria o seu lugar, o que provocava
certa ira no coração de Cícero, mas que não preocupava Caius. Para ele, o
que o pai decidisse, estaria certo e ele não se importava se o irmão fosse o
escolhido.




       No entanto, Cícero vivia ás voltas com banquetes repletos de bebida,
comida e falatórios, além de orgias com mulheres de índole duvidosa.




       Com o tempo, o laço entre Selene e Caius foi se estreitando e os dois
ficaram noivos, o que provocou a ira em Cícero. Ele passou a nutrir, além de
inveja, um ódio mortal por seu irmão por lhe roubar a única mulher que jamais
gostou dele.
Quando seu pai decidiu-se por Caius a tomar o seu lugar no Congresso
Romano, Cícero fingiu aceitar com resignação, mas saiu para o seu quarto com
planos venenosos em sua cabeça. Ele teria que fazer algo para tomar o lugar
do seu irmão, tanto no Senado quanto no coração de Selene.




        Assim que tomou o lugar do pai, Caius se casou com Selene e foram
viver em um bonito palacete nos arredores de Roma, como Selene sempre
quis. Como presente, Caius mandou construir uma belíssima biblioteca para
ela, o que a fez cair em prantos, feliz, nos braços de seu amado.




        Durante o dia, Selene cultivava diversas espécies de flores, ervas e
condimentos. Apesar de viverem bem e terem inúmeros empregados, Selene
tinha prazer em cozinhar para Caius e o fazia de vez em quando, utilizando,
assim, os variados condimentos cultivados por ela mesma, bem como o chá,
que era feito de acordo com a necessidade de cura para cada mal que Selene
sentia por intuição, tanto contra si mesma como contra outras pessoas.




        Quando não estava tratando suas belas flores, Selene escrevia
pequenas poesias para Caius e as escondia em diversos lugares pela casa
para que ele se surpreendesse quando os encontrasse.

        Ou era embaixo do seu travesseiro, ou no meio de suas roupas, no
bolso da túnica que ele usava para ir ao Senado, dentro de suas sandálias, e
até mesmo, dentro do pote de açúcar, o que fazia Caius se apaixonar cada dia
mais por Selene.

        Cinco anos se passaram e os dois viviam tão felizes quanto o dia em
que se conheceram. Agora tinham um motivo a mais para isso. Liulia Caesaris
era a filha amada dos dois e trouxe mais luz à vida deles. Ela possuía lindos
cachos loiros como os da mãe, e seu sorriso lembrava o sorriso do avô
materno, Helius. Seus olhos eram idênticos aos do pai, Caius.
Durante todo o tempo, Caius aprendeu a confiar na opinião da esposa
e passou a consultá-la frequentemente sobre os assuntos relacionados ao
Senado, o que provocou certa ira de alguns, dentre eles, seu irmão Cícero, que
ainda guardava dentro de si, o desejo pela mulher de Caius e inveja por este
ser Senador, o lugar que deveria ter sido seu.




        Nas horas de folga, Selene aprendeu sobre o espírito com as anciãs da
cidade. Durante seus rituais aos deuses romanos, ela passou a desenvolver
uma intuição invejável, o que fez com que fosse convocada por seu marido a
ser o seu braço direito nas decisões tomadas pelo Senado.




        Suas revelações tornaram-na uma figura central na vida política de
Roma e, famosa por sua capacidade para adivinhar o futuro, era consultada
por todos, desde políticos a generais até ao simples trabalhador. Selene não
negava a ninguém o benefício dos seus talentos.




        E assim, ela se tornou uma famosa pitonisa. Os gregos davam o nome
de Pitonisas a todas as mulheres que tinham o poder da adivinhação, porque o
deus da adivinhação, Apolo, também era chamado de Pítio, por haver matado
a famosa serpente-dragão Píton, e por ter estabelecido o seu oráculo em
Delfos, cidade primitivamente chamada Pito.




        A Pitonisa ficou conhecida como a sacerdotisa do oráculo de Delfos.
Sentada sobre o trípode ou cadeira alta com três pés, acima do abismo hiante
de onde brotavam as exalações proféticas, a Pitonisa divulgava seus oráculos
uma vez por ano, no começo da primavera.
Mas antes de se sentar na trípode, a Pitonisa se banhava na fonte de
Castália, jejuava três dias, mascava folha de loureiro, e com religioso
recolhimento, cumpria várias cerimônias.




        Terminados esses preâmbulos, Apolo prevenia a sua chegada ao
Templo que tremia até os alicerces. Então a Pítia era conduzida pelos
sacerdotes à trípode. Quando dava início à sua função, ouviam-se gritos, uivos
e ela parecia possuída pelo deus. Assim que desvendava o oráculo, ela caía
em uma espécie de transe, que algumas vezes durava muitos dias.




        Antes da bisavó de Selene nascer, existira somente uma única
Pitonisa, mas com o tempo e o grande número de consultas que eram
regularmente feitas, exigiu que se criassem ou que fossem recrutadas novas
Pitonisas.




        Para atingir a grande honra de ser sacerdotisa, isto é, Pitonisa, era
necessário satisfazer algumas condições consideradas essenciais, como ser
pura, haver recebido uma educação simples e jamais haver conhecido o luxo, e
vestindo-se com recato.




        De preferência as Pitonisas eram recrutadas entre as famílias pobres,
porque, acreditavam seus ancestrais, que a riqueza era incompatível com a
elevada missão da Pitonisa.




        Essa habilidade apresentada por essa personagem mitológica aparece
em nossas vidas para dizer que o dom da profecia é inerente a todas as
mulheres, pois somente elas traziam consigo os mistérios do sangue
menstrual, da gravidez e do parto.
Esses elementos separam claramente o homem da mulher. A Pitoniza
(ou cartomante) vem ainda nos dizer que nosso futuro depende de nossas
escolhas pessoais. O padrão de energia básica de nossas vidas é
preestabelecido, mas podemos alterá-lo como nos aprouver.




        E foi assim que os Greco-romanos passaram a chamar as mulheres
que possuíam o poder que Deus agraciou Selene.




        Com a ajuda de Selene, Caius se tornou um homem poderoso no
Senado, e Cícero, juntamente com outros ministros invejosos, passaram a
tramar contra Caius e Selene. Muitos foram presos por traição, mas nenhum
deles ousou abrir a boca e acusar Cícero de ser líder da trama, com medo do
castigo ser pior.




        Numa certa madrugada, Caius e Selene acordaram com os gritos de
Liulia e esta se encontrava sentada na cama, chorando e gritando palavras
incompreensíveis. Seus pais fizeram de tudo para acalmá-la até que esta
contasse a razão dos seus pesadelos.




        - Eu vi uns homens maus querendo matar o papai e vi o tio Cícero
rindo. Por favor mamãe, não deixe que ninguém faça mal ao papai! Ele não
pode trabalhar amanhã, por favor mamãe, por favor papai, não vá !!! Por favor!




        Os pais se entreolharam ouvindo o choro contido da criança e levaram-
na para dormir com eles.
Pela manhã, para acalmar a filha, Caius e Selene resolveram levar a
filha com eles ao Senado. Junto com eles, levariam Ceres, a mocinha que
cuidava de Liulia desde que esta nascera. E assim, partiram para o Senado,
mas Liulia estava calada, com os olhinhos tristes.




        No meio da manhã, sentindo um pequeno mal-estar, Selene foi ver a
filha no salão ao fim do corredor e a encontrou chorando em silêncio. Ceres
disse que ela não queria falar e que estava assim desde que chegaram até ali.




        Selene abraçou a filha e esta pediu para ver o pai. As duas estavam
caminhando rumo ao salão onde o pai despachava com os ministros quando
ouviu gritos exaltados vindos lá de dentro.




        Rapidamente pediu à Ceres para sair dali com Liulia e saiu correndo
em busca de seu marido. Assim que chegou lá, Selene viu seis homens
segurando seu marido e Cícero à sua frente com um punhal. Selene deu um
grito, o que fez todos voltarem-se para ela.




        Ela olhou nos olhos de todos e disse que aquilo não poderia acontecer,
pois todos seriam presos e condenados à morte por traição. Aproveitando-se
do momento de distração dos homens, Caius fez um gesto brusco e correu ao
encontro de Selene. Os dois se abraçaram e Cícero olhou para eles, falando
com voz dura e meio pastosa:




        - Meu irmãozinho Caius, você precisa morrer. Você é o preferido do
nosso pai, do povo. Me tomou Selene, o grande amor da minha vida!! Há muito
tempo espero por esta oportunidade e hoje é o grande dia meu irmão.
O poder será meu, assim como Selene será minha. Mas não se
preocupe irmãozinho, tomarei conta de Liulia pra você e terei muitos outros
filhos com Selene. [ele falou rindo]




        - Não enquanto eu viver Cícero!! [vociferou Caius]




        Somos irmãos. Imagina como meu pai verá esta tua traição. Porque
tanto ódio em teu coração? Eu nunca quis o poder. Eu estou apenas ajudando
meu pai e o povo a ter uma vida mais digna.




        - E eu jamais ficaria com você Cícero. Nunca gostei de você. Você me
dá nojo! [Selene falou enojada].




        - Ah, mas a farei gostar de mim, minha bela Selene. Te darei o que
meu irmão nunca pôde lhe dar. [gargalhadas]




        - Nunca !!!!!! [gritou chorando Selene]




        Neste momento, Cícero partiu para cima do irmão e Caius, ao empurrar
Selene para o lado, deu espaço para Liulia, que entrou à frente do pai,
recebendo, assim, a punhalada que era destinada a este.




        Com um grito desesperador, Caius partiu para cima de Cícero e
travaram uma luta ferrenha. Os ministros, vendo a garotinha se esvaindo em
sangue no chão, ao colo da mãe, largaram seus punhais e saíram correndo,
acovardados.
Sem que percebessem, Ceres entra no salão acompanhada de vários
guardas, que seguraram Cícero e o levaram preso até que fosse decidido o seu
destino.




           Caius se ajoelhou ao chão e abraçou sua garotinha que ainda tinha os
olhos abertos. Lágrimas rolavam por seus olhos e ela, olhando para ospais,
pegou a mão dos dois, colocou uma sobre a outra e falou baixinho:




           - Papai, mamãe, quero que vocês fiquem sempre juntos, haja o que
houver. Eu os amo muito e sabia que esse dia ia chegar. Eu vim só para
proteger vocês dois.




           Mamãe, por favor, não chore! Eu estou feliz. Consegui salvar o papai.
Agora nada mais vai separar vocês dois. Papai, não fique triste com o tio
Cícero. Ele é doente. Eu vim cuidar dele também. Perdoa ele papai e não deixe
que o matem.




           - Não fiquem tristes com a minha partida. Existem muitas crianças que
vocês ainda vão ajudar e em cada uma delas, vocês verão a mim. Em cada
uma delas, eu estarei lá os amparando sempre.




           Os olhos de Liulia se fecharam e um pequeno sorriso se desenhou em
seus lábios, apesar do rosto banhado pelas lágrimas dos pais.




           Caius levantou o corpinho de sua filha, e, abraçado à sua esposa,
desceu as escadas do Senado.
O povo que passava nas ruas parou, chocado ao ver o Senador
carregando o corpo da filha ao lado da grande sacerdotisa, Selene. Eles eram
adorados pelo povo. Roma ficou melhor depois que os dois passaram a
trabalhar juntos e a lutar pelo seu povo.




        Assim, Roma se cobriu de lágrimas e tristezas ao ver o corpinho do
pequeno anjo sendo entregue aos deuses. Depois disso, Otávio morreu de
desgosto pela morte de sua única neta e pela traição do filho.




        Cícero não foi condenado à morte a pedido de sua sobrinha, mas ficou
louco na prisão, onde constantemente era visto gritando que o anjo de sua
sobrinha sempre aparecia para falar com ele.




        Caius e Selene não tiveram mais filhos. Mas viveram por muitos anos
ainda lutando por Roma e por seu povo. Após dez anos, eles se recolheram à
sua casa e se dedicaram a ajudar as crianças pobres a ler e a escrever.




        Cada rostinho, cada sorriso e cada olhar era uma bênção na vida de
Caius e Selene. Eles sempre lembravam das últimas palavras da pequena
Liulia Caesaris e estavam satisfeitos com a nova missão.




        Em um belo dia, uma pequena garotinha chamada Lívia, caminhou até
eles, tomou suas mãos, como Liulia havia feito antes de morrer e pediu para
que eles a seguissem.
Com alegria, eles caminharam até os fundos da propriedade e tiveram
a maior surpresa de suas vidas. As crianças haviam se reunido em suas horas
vagas e haviam plantado um lindo jardim de flores coloridas para homenagear
Liulia.




          Caius e Selene se abraçaram em lágrimas. Felizes com a surpresa,
caminharam até o jardim. Os empregados haviam colocado um lindo banco de
ferro branco, onde os dois poderiam passar horas absortos com a leitura ou
mesmo apenas observando as flores.




          Mais à frente, via-se uma grande mesa com lugar para todas as
crianças, onde poderiam fazer suas refeições ao ar livre. E eles se sentiam
como se estivessem no paraíso...




          Um paraíso, onde a esperança brotava no coração de cada um....

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A história de Selene, a famosa pitonisa de Roma

  • 1. Roma Para a mitologia, a origem de Roma nasceu através do mito de Rômulo e Remo. Os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália, e resgatados por uma loba, que os amamentou. Foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam à cidade natal de Alba Longa e ganharam terras, fundando, assim, uma nova cidade, que seria chamada de Roma. No entanto, para os historiadores e para a Monarquia Romana, Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península itálica: Os gregos, os etruscos e os italiotas. A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. E foram essas duas histórias que foram contadas à Selene, ainda pequena. Com apenas cinco anos, Selene aprendeu a ler e escrever e era uma menina diferente das outras. Enquanto suas amigas viviam para as brincadeiras, ela tinha prazer em passar quase que o dia todo [e parte da noite] na biblioteca, lendo com o seu avô, Hélios, nome esse, recebido em homenagem ao Deus Sol, de origem grega, como era sua bisavó. Assim, a família de Selene, como muitas outras, eram de origem Greco-romana. Hélios se enchia de orgulho ao ver sua pequena Selene discutindo os mais variados assuntos. Ela amava desde a poesia à filosofia, bem como as leis de Roma, que só eram respeitadas se fossem exercidas pelos homens. Ela também expunha suas idéias com fervor nada normal para uma menina daquela idade.
  • 2. E assim, Selene cresceu e se tornou uma bela mulher. Seu avô havia falecido há dois anos, porém, deixou-lhe ensinamentos valiosos, o que foi importante para o desenrolar de sua vida. Em seu primeiro baile, Selene conheceu os irmãos Caius Caesar e Cícero Caesar. Ambos ficaram apaixonados por Selene assim que a viram. Seus longos cabelos loiros caíam-lhe pelas costas, e algumas pechas estavam presas um pouco acima da cabeça por uma tiara dourada. Seus vestido era branco com delicadas flores bordadas de dourado na barra, e estava preso a um laço, somente a um ombro, deixando o outro, delicadamente exposto. Seus pés eram adornados por belíssima sandália dourada, trançada até pouco abaixo do joelho, o que lhe dava um ar de deusa, uma deusa romana. Durante todo o baile, Selene dançou com vários rapazes, mas seus olhos não se perdiam dos olhos de Caius Caesar. Os dois sabiam que era amor à primeira-vista, mas ficaram com medo deste sentimento e procuraram disfarçar o máximo possível. Do outro lado do salão, Cícero acompanhava com o olhar todos os passos de Selene, fazendo com que esta sentisse um ligeiro mal-estar e um aperto no coração, ao fitá-lo.
  • 3. A partir desta noite, muitos rapazes tentaram visitar Selene, mas ela aceitava somente o convite de Caius, e logicamente, Cícero ia junto. Ao conversarem, Caius ficava mais apaixonado pela bela mulher que não media as palavras, apesar da voz baixa, rouca e refinada. Ela entendia de poesias, adoravam os mesmos deuses e amavam as leis como ninguém. A inteligência que impressionou Caius, porém, foi motivo de ironia por parte de Cícero. Para ele, era inconcebível uma mulher falar de leis tão à vontade. A mulher, segundo ele, deveria ser mãe, esposa e cuidar da casa e do marido. Esse comentário fez surgir um sorriso irônico aos bem-desenhados lábios de Selene, que retorquiu com veemência sua posição perante tal absurdo, o que fez Cícero cerrar os dentes de raiva. Caius e Cícero eram filhos do homem mais importante de Roma, o Senador Otávio Caesar, e logo um deles tomaria o seu lugar, o que provocava certa ira no coração de Cícero, mas que não preocupava Caius. Para ele, o que o pai decidisse, estaria certo e ele não se importava se o irmão fosse o escolhido. No entanto, Cícero vivia ás voltas com banquetes repletos de bebida, comida e falatórios, além de orgias com mulheres de índole duvidosa. Com o tempo, o laço entre Selene e Caius foi se estreitando e os dois ficaram noivos, o que provocou a ira em Cícero. Ele passou a nutrir, além de inveja, um ódio mortal por seu irmão por lhe roubar a única mulher que jamais gostou dele.
  • 4. Quando seu pai decidiu-se por Caius a tomar o seu lugar no Congresso Romano, Cícero fingiu aceitar com resignação, mas saiu para o seu quarto com planos venenosos em sua cabeça. Ele teria que fazer algo para tomar o lugar do seu irmão, tanto no Senado quanto no coração de Selene. Assim que tomou o lugar do pai, Caius se casou com Selene e foram viver em um bonito palacete nos arredores de Roma, como Selene sempre quis. Como presente, Caius mandou construir uma belíssima biblioteca para ela, o que a fez cair em prantos, feliz, nos braços de seu amado. Durante o dia, Selene cultivava diversas espécies de flores, ervas e condimentos. Apesar de viverem bem e terem inúmeros empregados, Selene tinha prazer em cozinhar para Caius e o fazia de vez em quando, utilizando, assim, os variados condimentos cultivados por ela mesma, bem como o chá, que era feito de acordo com a necessidade de cura para cada mal que Selene sentia por intuição, tanto contra si mesma como contra outras pessoas. Quando não estava tratando suas belas flores, Selene escrevia pequenas poesias para Caius e as escondia em diversos lugares pela casa para que ele se surpreendesse quando os encontrasse. Ou era embaixo do seu travesseiro, ou no meio de suas roupas, no bolso da túnica que ele usava para ir ao Senado, dentro de suas sandálias, e até mesmo, dentro do pote de açúcar, o que fazia Caius se apaixonar cada dia mais por Selene. Cinco anos se passaram e os dois viviam tão felizes quanto o dia em que se conheceram. Agora tinham um motivo a mais para isso. Liulia Caesaris era a filha amada dos dois e trouxe mais luz à vida deles. Ela possuía lindos cachos loiros como os da mãe, e seu sorriso lembrava o sorriso do avô materno, Helius. Seus olhos eram idênticos aos do pai, Caius.
  • 5. Durante todo o tempo, Caius aprendeu a confiar na opinião da esposa e passou a consultá-la frequentemente sobre os assuntos relacionados ao Senado, o que provocou certa ira de alguns, dentre eles, seu irmão Cícero, que ainda guardava dentro de si, o desejo pela mulher de Caius e inveja por este ser Senador, o lugar que deveria ter sido seu. Nas horas de folga, Selene aprendeu sobre o espírito com as anciãs da cidade. Durante seus rituais aos deuses romanos, ela passou a desenvolver uma intuição invejável, o que fez com que fosse convocada por seu marido a ser o seu braço direito nas decisões tomadas pelo Senado. Suas revelações tornaram-na uma figura central na vida política de Roma e, famosa por sua capacidade para adivinhar o futuro, era consultada por todos, desde políticos a generais até ao simples trabalhador. Selene não negava a ninguém o benefício dos seus talentos. E assim, ela se tornou uma famosa pitonisa. Os gregos davam o nome de Pitonisas a todas as mulheres que tinham o poder da adivinhação, porque o deus da adivinhação, Apolo, também era chamado de Pítio, por haver matado a famosa serpente-dragão Píton, e por ter estabelecido o seu oráculo em Delfos, cidade primitivamente chamada Pito. A Pitonisa ficou conhecida como a sacerdotisa do oráculo de Delfos. Sentada sobre o trípode ou cadeira alta com três pés, acima do abismo hiante de onde brotavam as exalações proféticas, a Pitonisa divulgava seus oráculos uma vez por ano, no começo da primavera.
  • 6. Mas antes de se sentar na trípode, a Pitonisa se banhava na fonte de Castália, jejuava três dias, mascava folha de loureiro, e com religioso recolhimento, cumpria várias cerimônias. Terminados esses preâmbulos, Apolo prevenia a sua chegada ao Templo que tremia até os alicerces. Então a Pítia era conduzida pelos sacerdotes à trípode. Quando dava início à sua função, ouviam-se gritos, uivos e ela parecia possuída pelo deus. Assim que desvendava o oráculo, ela caía em uma espécie de transe, que algumas vezes durava muitos dias. Antes da bisavó de Selene nascer, existira somente uma única Pitonisa, mas com o tempo e o grande número de consultas que eram regularmente feitas, exigiu que se criassem ou que fossem recrutadas novas Pitonisas. Para atingir a grande honra de ser sacerdotisa, isto é, Pitonisa, era necessário satisfazer algumas condições consideradas essenciais, como ser pura, haver recebido uma educação simples e jamais haver conhecido o luxo, e vestindo-se com recato. De preferência as Pitonisas eram recrutadas entre as famílias pobres, porque, acreditavam seus ancestrais, que a riqueza era incompatível com a elevada missão da Pitonisa. Essa habilidade apresentada por essa personagem mitológica aparece em nossas vidas para dizer que o dom da profecia é inerente a todas as mulheres, pois somente elas traziam consigo os mistérios do sangue menstrual, da gravidez e do parto.
  • 7. Esses elementos separam claramente o homem da mulher. A Pitoniza (ou cartomante) vem ainda nos dizer que nosso futuro depende de nossas escolhas pessoais. O padrão de energia básica de nossas vidas é preestabelecido, mas podemos alterá-lo como nos aprouver. E foi assim que os Greco-romanos passaram a chamar as mulheres que possuíam o poder que Deus agraciou Selene. Com a ajuda de Selene, Caius se tornou um homem poderoso no Senado, e Cícero, juntamente com outros ministros invejosos, passaram a tramar contra Caius e Selene. Muitos foram presos por traição, mas nenhum deles ousou abrir a boca e acusar Cícero de ser líder da trama, com medo do castigo ser pior. Numa certa madrugada, Caius e Selene acordaram com os gritos de Liulia e esta se encontrava sentada na cama, chorando e gritando palavras incompreensíveis. Seus pais fizeram de tudo para acalmá-la até que esta contasse a razão dos seus pesadelos. - Eu vi uns homens maus querendo matar o papai e vi o tio Cícero rindo. Por favor mamãe, não deixe que ninguém faça mal ao papai! Ele não pode trabalhar amanhã, por favor mamãe, por favor papai, não vá !!! Por favor! Os pais se entreolharam ouvindo o choro contido da criança e levaram- na para dormir com eles.
  • 8. Pela manhã, para acalmar a filha, Caius e Selene resolveram levar a filha com eles ao Senado. Junto com eles, levariam Ceres, a mocinha que cuidava de Liulia desde que esta nascera. E assim, partiram para o Senado, mas Liulia estava calada, com os olhinhos tristes. No meio da manhã, sentindo um pequeno mal-estar, Selene foi ver a filha no salão ao fim do corredor e a encontrou chorando em silêncio. Ceres disse que ela não queria falar e que estava assim desde que chegaram até ali. Selene abraçou a filha e esta pediu para ver o pai. As duas estavam caminhando rumo ao salão onde o pai despachava com os ministros quando ouviu gritos exaltados vindos lá de dentro. Rapidamente pediu à Ceres para sair dali com Liulia e saiu correndo em busca de seu marido. Assim que chegou lá, Selene viu seis homens segurando seu marido e Cícero à sua frente com um punhal. Selene deu um grito, o que fez todos voltarem-se para ela. Ela olhou nos olhos de todos e disse que aquilo não poderia acontecer, pois todos seriam presos e condenados à morte por traição. Aproveitando-se do momento de distração dos homens, Caius fez um gesto brusco e correu ao encontro de Selene. Os dois se abraçaram e Cícero olhou para eles, falando com voz dura e meio pastosa: - Meu irmãozinho Caius, você precisa morrer. Você é o preferido do nosso pai, do povo. Me tomou Selene, o grande amor da minha vida!! Há muito tempo espero por esta oportunidade e hoje é o grande dia meu irmão.
  • 9. O poder será meu, assim como Selene será minha. Mas não se preocupe irmãozinho, tomarei conta de Liulia pra você e terei muitos outros filhos com Selene. [ele falou rindo] - Não enquanto eu viver Cícero!! [vociferou Caius] Somos irmãos. Imagina como meu pai verá esta tua traição. Porque tanto ódio em teu coração? Eu nunca quis o poder. Eu estou apenas ajudando meu pai e o povo a ter uma vida mais digna. - E eu jamais ficaria com você Cícero. Nunca gostei de você. Você me dá nojo! [Selene falou enojada]. - Ah, mas a farei gostar de mim, minha bela Selene. Te darei o que meu irmão nunca pôde lhe dar. [gargalhadas] - Nunca !!!!!! [gritou chorando Selene] Neste momento, Cícero partiu para cima do irmão e Caius, ao empurrar Selene para o lado, deu espaço para Liulia, que entrou à frente do pai, recebendo, assim, a punhalada que era destinada a este. Com um grito desesperador, Caius partiu para cima de Cícero e travaram uma luta ferrenha. Os ministros, vendo a garotinha se esvaindo em sangue no chão, ao colo da mãe, largaram seus punhais e saíram correndo, acovardados.
  • 10. Sem que percebessem, Ceres entra no salão acompanhada de vários guardas, que seguraram Cícero e o levaram preso até que fosse decidido o seu destino. Caius se ajoelhou ao chão e abraçou sua garotinha que ainda tinha os olhos abertos. Lágrimas rolavam por seus olhos e ela, olhando para ospais, pegou a mão dos dois, colocou uma sobre a outra e falou baixinho: - Papai, mamãe, quero que vocês fiquem sempre juntos, haja o que houver. Eu os amo muito e sabia que esse dia ia chegar. Eu vim só para proteger vocês dois. Mamãe, por favor, não chore! Eu estou feliz. Consegui salvar o papai. Agora nada mais vai separar vocês dois. Papai, não fique triste com o tio Cícero. Ele é doente. Eu vim cuidar dele também. Perdoa ele papai e não deixe que o matem. - Não fiquem tristes com a minha partida. Existem muitas crianças que vocês ainda vão ajudar e em cada uma delas, vocês verão a mim. Em cada uma delas, eu estarei lá os amparando sempre. Os olhos de Liulia se fecharam e um pequeno sorriso se desenhou em seus lábios, apesar do rosto banhado pelas lágrimas dos pais. Caius levantou o corpinho de sua filha, e, abraçado à sua esposa, desceu as escadas do Senado.
  • 11. O povo que passava nas ruas parou, chocado ao ver o Senador carregando o corpo da filha ao lado da grande sacerdotisa, Selene. Eles eram adorados pelo povo. Roma ficou melhor depois que os dois passaram a trabalhar juntos e a lutar pelo seu povo. Assim, Roma se cobriu de lágrimas e tristezas ao ver o corpinho do pequeno anjo sendo entregue aos deuses. Depois disso, Otávio morreu de desgosto pela morte de sua única neta e pela traição do filho. Cícero não foi condenado à morte a pedido de sua sobrinha, mas ficou louco na prisão, onde constantemente era visto gritando que o anjo de sua sobrinha sempre aparecia para falar com ele. Caius e Selene não tiveram mais filhos. Mas viveram por muitos anos ainda lutando por Roma e por seu povo. Após dez anos, eles se recolheram à sua casa e se dedicaram a ajudar as crianças pobres a ler e a escrever. Cada rostinho, cada sorriso e cada olhar era uma bênção na vida de Caius e Selene. Eles sempre lembravam das últimas palavras da pequena Liulia Caesaris e estavam satisfeitos com a nova missão. Em um belo dia, uma pequena garotinha chamada Lívia, caminhou até eles, tomou suas mãos, como Liulia havia feito antes de morrer e pediu para que eles a seguissem.
  • 12. Com alegria, eles caminharam até os fundos da propriedade e tiveram a maior surpresa de suas vidas. As crianças haviam se reunido em suas horas vagas e haviam plantado um lindo jardim de flores coloridas para homenagear Liulia. Caius e Selene se abraçaram em lágrimas. Felizes com a surpresa, caminharam até o jardim. Os empregados haviam colocado um lindo banco de ferro branco, onde os dois poderiam passar horas absortos com a leitura ou mesmo apenas observando as flores. Mais à frente, via-se uma grande mesa com lugar para todas as crianças, onde poderiam fazer suas refeições ao ar livre. E eles se sentiam como se estivessem no paraíso... Um paraíso, onde a esperança brotava no coração de cada um....