André tem sonhado constantemente com uma garota desconhecida. Nos sonhos, eles compartilham momentos íntimos e sedutores, o que deixa André confuso sobre quem ela é e por que continua sonhando com ela. Em um dos sonhos, André consegue ver detalhes do rosto e corpo da garota, o que o leva a desenhá-la em busca de respostas. No entanto, as perguntas sobre a identidade da garota permanecem sem resposta.
1. Quem é ela?
Estava de manhã. O Sol iluminava o local pela fresta
de sua janela, o que permitia criar uma dualidade luz-
sombra naquele ambiente. A claridade que
violentamente batia em seus olhos o fez acordar.
Ele acordou vagarosamente. No primeiro lento
impulso, ainda tomado pela preguiça, olhou para o
relógio sobre a mesa ao lado de sua cama. Ainda eram
7 horas da manhã... O garoto decide voltar a dormir –
ou pelo menos tentar dormir.
Ela o estava provocando. Seduzindo-o com seu corpo
recém saído da piscina, que com a luz do Sol que ali
estava, permitia uma visão nítida das gotículas de água
desenhando a silhueta de seu belo corpo.
Então ela chegou perto – perto até demais – do seu
corpo, e ele percebeu que seus lindos e grossos lábios
se mexiam, expelindo palavras que ele simplesmente
não conseguia decifrar, pois estava muito atento
desejando sentir o sabor daqueles lábios nos seus.
Enquanto ela se curvava em sua frente, no seu mais
árduo impulso masculino, seus olhos deslizaram dos
lábios, passando pelo pescoço da menina, chegando
até os seios. Eles não eram exageradamente grandes
nem pequenos, eram de um tamanho sedutor.
2. Ela percebeu que ele a observava com desejos no
olhar. Notou um volume se formando na calça do
garoto e resolveu se entregar ao prazer que toda
mulher sente ao saber que é desejada. Foi então que
ela aproximou devagar seus lábios dos dele e...
O despertador tocou. Ele acorda num súbito pulo de
sua cama. As perguntas rodeiam sua cabeça de um
garoto. Não é a primeira vez que sonha com essa
menina, mas nem ao menos a conhece. O que está
acontecendo com ele? Quem é ela afinal?
Ele vai ao banheiro e percebe que está um pouco
excitado ainda. Envergonhado, toma um banho gelado
para despertar até perceber que toda a tensão se foi.
Então, se arruma para ir à escola.
Subindo as escadas, as lembranças do seu estranho
sonho voltam. O garoto se sente estranho. Como ele
pode sonhar com uma pessoa que ele nem sabe quem
é? Aliás, essa pessoa realmente existe ou é fruto de
uma imaginação de menino e desejo de homem?
Enfim, ele percebe que não há tempo para mais
questionamentos, pois o sinal tocou e o professor pode
chegar a qualquer momento e começar a aula.
Para sua sorte, a primeira aula daquele dia é Filosofia.
O professor com sua figura imponente e seu alto astral
contagiante entra em sala e vai logo tirando sarro do
menino – como de costume. O garoto não descreveria
3. essa relação com seu professor como amizade, mas
diria que existe um sentimento agradável.
E, por 50 minutos ele tira aquele sonho de sua cabeça
para focar na aula extraordinária de Filosofia.
O tempo passou, agora ele assiste a última aula do
dia, Física. Apesar de sua paixão pelas matérias de
exatas, se ele pudesse escolher qualquer aula para
encerrar aquele dia na escola, certamente não seria
essa.
A verdade é que seu dia escolar acabou. Voltando
para casa, no carro de sua mãe, enquanto ele sente
aquele ar fresco bagunçar seu cabelo que ele
meticulosamente arrumou de manhã, as lembranças da
garota de seus sonhos – literalmente – o atormentam.
Não foi a primeira vez que ele sonhou com ela, e
certamente não será a última. Mas tudo ali pareceu tão
real. O corpo sexy daquela garota. A excitação que
sentiu – e que não foi só no sonho. A vontade de beijar
aqueles lábios que exalavam sedução... Tudo era real
demais para ser só um sonho.
Ele almoçou e foi ao seu quarto. “Meu Deus, quem é
essa menina?” pensou. A realidade é que ele sentia que
tinha uma forte ligação com essa figura. De repente
ele ouve o celular tocando. Era sua melhor amiga...
- Oi André, como você está?
4. - Ah, oi Luiza. Estou com uma coisa que não sai da
minha cabeça sabe? Um sentimento que ainda não sei
se é bom ou ruim...
- O que foi menino?
- Bem, é que eu sonhei com aquela garota de novo...
- Você quer dizer, comigo? – Luiza disse sorrindo
- Não, boba, com aquela menina que eu não conheço e
tenho sonhado constantemente com ela... Não sei o
motivo disso
- Relaxa Andrezinho... Logo você esquece isso...
- Assim espero... Luiza, tenho que desligar agora... Vou
estudar um pouco e depois eu acesso a internet pra
gente conversar... Beijos, te amo, se cuida
- Tá bom André. Beijos, eu também te amo, se cuida
você também com esses seus pensamentos...
Ele desliga o celular e senta na cadeira da escrivaninha
em seu quarto e abre o livro de Literatura. Deveres e
mais deveres para fazer e, em seus pensamentos, tudo,
menos a concentração que ele necessita.
André simplesmente dorme sobre o livro. Ele estava
exausto, pois não conseguiu dormir nada na noite
anterior de tanto estudar para o teste de Química que
ele fez.
5. Lá estava ela de novo. Dessa vez na praça da cidade.
Tomava água de coco enquanto André a observava de
longe. O jeito com que ela chupava o líquido pelo
canudinho fez com que ele a imaginasse em outra
cena, uma cena com forte conotação sexual.
Ela se aproximava e sentava ao seu lado. Então os dois
começavam a conversar e ele percebia, de novo, a
excitação chegando. Ela também percebeu, ficou um
pouco ruborizada de vergonha, mas foi lentamente
aproximando a sua delicada mão direita do volume no
short de André, e, quando a mão dela ficou
perigosamente perto demais, ele acordou com o
barulho da campainha do apartamento.
Seus pais haviam chegado do trabalho. Então ficaram
todos reunidos na sala conversando sobre assuntos
diversos. No canto, seu irmão e sua irmã jogavam
xadrez. Deitados no sofá, seus pais conversavam sobre
as finanças da casa. André assistia a tudo meio de
longe, sentado em frente ao computador.
Dessa vez, ele conseguiu ver aquelas lindas mãos. Elas
aparentavam serem bem cuidadas e delicadas, as
unhas estavam perfeitamente pintadas com um
esmalte de uma cor escura com um tom meio
avermelhado.
6. Ele também pode notar o cabelo da garota. Ele era
uma tonalidade de castanho escuro, meio ondulado
nas pontas de cor ruiva.
O corpo dela estava delicadamente coberto por uma
camiseta preta e um short jeans meio curto, o que
deixava aquelas belas e fartas coxas expostas.
Em frente ao computador, André pegou uma folha e
seu material de desenho, e começou a desenhar aquela
menina. Era incrível como ele lembrava as
características ligadas a algo sexual dela, mas não
lembrava a simples cor da sandália que ela usava.
Isso o deixava um pouco constrangido. Para evitar ser
taxado de “tarado” pelos seus colegas de sala, ele
desenhou ela com um tamanco preto que ele achou
que caiu bem naqueles lindos pés.
Pronto. Ele praticamente fez um retrato-falado da
garota de seus sonhos.
Em seu desenho, ele a dava um beijo perdidamente
apaixonado. Um beijo eterno e infindável, como se em
suas bocas houvesse imãs que impediam os lábios
daqueles dois corpos se separarem.
Mas os questionamentos não cessavam em sua
cabeça. Quem era essa menina? Ele a conhecia? Ela
existia? Perguntas que ele não sabia responder.
Respostas que ele estava disposto a achar.