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Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto
Chefia : Dr. Valdemar Mano Sanches
Dr Brunno Rosique Lara
Trauma de Face
Atendimento Inicial
Introdução
A incidência de traumatismos na face é alta, por ser uma área exposta e com pouca proteção. O
principal mecanismo de trauma é o acidente com automóveis. Em acidentes automobilísticos as lesões da
face ocorrem em 75 % de todas as vítimas. Outras causas freqüentes são as quedas de bicicleta, queda da
própria altura e agressões físicas.
O tratamento precoce do trauma de face diminui a possibilidade de deformidades permanentes e de
distúrbios funcionais. Porémé necessário diagnosticar e tratar outros traumas associados, que possamcausar
a morte do paciente, antes de tratar o trauma de face.
Os ferimentos da face devem ser lavados e cobertos com gazes estéreis para diminuir a
contaminação, até que se possa realizar o tratamento adequado. Sangramentos são controlados por
compressão local direta. O clampeamento ou eletrocauterização as cegas é contra-indicado devido ao risco de
lesão iatrogênica de outras estruturas.
Existem três situações de emergência nos traumas de face:
1- Obstrução das Vias Aéreas;
2- Hemorragia;
3- Aspiração.
Estabelecimento e controle da via aérea: Intubação orotraqueal ou nasotraqueal, e via aérea cirúrgica
(cricotireoidostomia e traqueostomia)
Controle do sangramento nasofaringeo é feito de três formas (a artéria maxilar interna é o
principal foco de sangramento)
A- Tamponamento Nasal;
B- Curativo Compressivo Externo;
C- Ligadura Arterial Seletiva
Exame Clínico
Um exame físico minucioso é sempre indicado, inclusive para pacientes que apresentam apenas
escoriações superficiais ou pequenas abrasões.
As lesões da face podem ser divididas em três categorias: (1) ferimento de partes moles; (2)
ferimento associado à fratura; (3) fraturas sem outros ferimentos.
O exame deve ser ordenado, superior para inferior ou inferior para superior. Sinais e sintomas
produzidos pelas lesões da face incluem dor, crepitação, hipoestesia na distribuição de um nervo especifico,
paralisia, falha de oclusão, distúrbios visuais, assimetria de face, deformidades, respiração ruidosa, lacerações,
sangramentos e contusões.
Na inspeção deve ser feita a comparação de um lado com o outro, observando a simetria e
deformidades. As superfícies ósseas são palpadas ordenadamente:
- Margens da órbita superior e inferior;
- Nariz;
- Arco zigomático;
- Eminências do malar;
- Bordas da Mandíbula.
Em seguida realiza-se a inspeção da cavidade oral e palpação dos arcos dentários, a fim de
identificar irregularidade óssea, edema, hematoma, movimentação, dor e crepitação.
A presença de hipoestesia ou anestesia na distribuição do nervo supraorbital, infraorbirtal e
mentoniano, sugeremfraturas na região das raízes nervosas.
Os movimentos dos músculos da expressão facial (nervo facial), devem ser examinados no paciente
consciente e cooperativo.
A excursão e o movimento lateral da mandíbula, presença de dor durante a abertura da mandíbula, a
relação entre os dentes e a simetria dos arcos dentários são pistas importantes para o diagnóstico de fraturas
envolvendo a dentição.
Colocando um dedo dentro do canal auditivo pode detectar o movimento do côndilo da mandíbula.
Otorragia pode indicar uma laceração do canal auditivo, deslocamento do côndilo ou fratura da base do crânio
(fossa média).
Edema e sangramentos podemmascarar assimetrias da face.
Radiografias
As incidências mais empregadas na avaliação do trauma de face incluem: Caldwelll
(posteroanterior); Waters, Towne, e lateral;
Waters: Empregado para visualização oblíqua anterior da órbita, malar, arco zigomático. É
importante para o diagnóstico de fraturas da maxila, seios maxilares, assoalho da órbita, borda infraorbitaria e
arco zigomático. Também permite visualizar ossos nasais, processo nasal da maxila e borda supraorbitária.
Caldwell: Usada para demonstrar os seios frontais, osso frontal, células etmoidais anteriores e sutura
zigomaticofrontal.
Fronto-Occipital: usada quando não se pode colocar o paciente sentado ou em decúbito ventral.
Essa projeção permite visualização satisfatória da órbita, das asas do esfenóide, osso frontal, seios frontal e
etmoidal, septo nasal, palato duro, mandíbula e arcos dentários.
Waters Reverso: Similar ao Waters, mas devido a maior distância entre os ossos e o filme há
aumento das estruturas.
Obliqua da Órbita (Forame Óptico): Demonstra o forame óptico, a parede lateral do seio frontal, o
teto e a parede lateral da órbita;
Semiaxial (Titterington): Arco zigomático e órbitas são bemvisualizados nesta projeção;
Lateroanterior (Fuchs): Visão obliqua do arco zigomático, sem sobreposição de estruturas .
Perfil: É importante na avaliação da relação da maxila com a mandíbula, e para fraturas da placa
vertical do osso frontal.
Lateral do Nariz: Visão detalhada dos ossos do nariz do lado próximo ao filme.
Axial do Nariz: A visão superoinferior dos ossos do nariz é usada para demonstrar deslocamento
lateral ou medial de fragmentos ósseos. Mostra apenas os ossos que se projetamalémdo plano da glabela e
dos incisivos superiores.
Submentovértice: projeção axial da mandíbula, processo coronóide e côndilo. Também mostra os
arcos zigomáticos e a base do crânio.
Panorâmica de Mandíbula: Incidência de maior precisão para diagnóstico de fraturas de
mandíbula (92%).
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  • 1. Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto Chefia : Dr. Valdemar Mano Sanches Dr Brunno Rosique Lara Trauma de Face Atendimento Inicial Introdução A incidência de traumatismos na face é alta, por ser uma área exposta e com pouca proteção. O principal mecanismo de trauma é o acidente com automóveis. Em acidentes automobilísticos as lesões da face ocorrem em 75 % de todas as vítimas. Outras causas freqüentes são as quedas de bicicleta, queda da própria altura e agressões físicas. O tratamento precoce do trauma de face diminui a possibilidade de deformidades permanentes e de distúrbios funcionais. Porémé necessário diagnosticar e tratar outros traumas associados, que possamcausar a morte do paciente, antes de tratar o trauma de face. Os ferimentos da face devem ser lavados e cobertos com gazes estéreis para diminuir a contaminação, até que se possa realizar o tratamento adequado. Sangramentos são controlados por compressão local direta. O clampeamento ou eletrocauterização as cegas é contra-indicado devido ao risco de lesão iatrogênica de outras estruturas. Existem três situações de emergência nos traumas de face: 1- Obstrução das Vias Aéreas; 2- Hemorragia; 3- Aspiração. Estabelecimento e controle da via aérea: Intubação orotraqueal ou nasotraqueal, e via aérea cirúrgica (cricotireoidostomia e traqueostomia) Controle do sangramento nasofaringeo é feito de três formas (a artéria maxilar interna é o principal foco de sangramento) A- Tamponamento Nasal; B- Curativo Compressivo Externo; C- Ligadura Arterial Seletiva Exame Clínico Um exame físico minucioso é sempre indicado, inclusive para pacientes que apresentam apenas escoriações superficiais ou pequenas abrasões. As lesões da face podem ser divididas em três categorias: (1) ferimento de partes moles; (2) ferimento associado à fratura; (3) fraturas sem outros ferimentos. O exame deve ser ordenado, superior para inferior ou inferior para superior. Sinais e sintomas produzidos pelas lesões da face incluem dor, crepitação, hipoestesia na distribuição de um nervo especifico, paralisia, falha de oclusão, distúrbios visuais, assimetria de face, deformidades, respiração ruidosa, lacerações, sangramentos e contusões.
  • 2. Na inspeção deve ser feita a comparação de um lado com o outro, observando a simetria e deformidades. As superfícies ósseas são palpadas ordenadamente: - Margens da órbita superior e inferior; - Nariz; - Arco zigomático; - Eminências do malar; - Bordas da Mandíbula. Em seguida realiza-se a inspeção da cavidade oral e palpação dos arcos dentários, a fim de identificar irregularidade óssea, edema, hematoma, movimentação, dor e crepitação. A presença de hipoestesia ou anestesia na distribuição do nervo supraorbital, infraorbirtal e mentoniano, sugeremfraturas na região das raízes nervosas. Os movimentos dos músculos da expressão facial (nervo facial), devem ser examinados no paciente consciente e cooperativo. A excursão e o movimento lateral da mandíbula, presença de dor durante a abertura da mandíbula, a relação entre os dentes e a simetria dos arcos dentários são pistas importantes para o diagnóstico de fraturas envolvendo a dentição. Colocando um dedo dentro do canal auditivo pode detectar o movimento do côndilo da mandíbula. Otorragia pode indicar uma laceração do canal auditivo, deslocamento do côndilo ou fratura da base do crânio (fossa média). Edema e sangramentos podemmascarar assimetrias da face. Radiografias As incidências mais empregadas na avaliação do trauma de face incluem: Caldwelll (posteroanterior); Waters, Towne, e lateral; Waters: Empregado para visualização oblíqua anterior da órbita, malar, arco zigomático. É importante para o diagnóstico de fraturas da maxila, seios maxilares, assoalho da órbita, borda infraorbitaria e arco zigomático. Também permite visualizar ossos nasais, processo nasal da maxila e borda supraorbitária. Caldwell: Usada para demonstrar os seios frontais, osso frontal, células etmoidais anteriores e sutura zigomaticofrontal.
  • 3. Fronto-Occipital: usada quando não se pode colocar o paciente sentado ou em decúbito ventral. Essa projeção permite visualização satisfatória da órbita, das asas do esfenóide, osso frontal, seios frontal e etmoidal, septo nasal, palato duro, mandíbula e arcos dentários. Waters Reverso: Similar ao Waters, mas devido a maior distância entre os ossos e o filme há aumento das estruturas.
  • 4. Obliqua da Órbita (Forame Óptico): Demonstra o forame óptico, a parede lateral do seio frontal, o teto e a parede lateral da órbita; Semiaxial (Titterington): Arco zigomático e órbitas são bemvisualizados nesta projeção; Lateroanterior (Fuchs): Visão obliqua do arco zigomático, sem sobreposição de estruturas .
  • 5. Perfil: É importante na avaliação da relação da maxila com a mandíbula, e para fraturas da placa vertical do osso frontal. Lateral do Nariz: Visão detalhada dos ossos do nariz do lado próximo ao filme. Axial do Nariz: A visão superoinferior dos ossos do nariz é usada para demonstrar deslocamento lateral ou medial de fragmentos ósseos. Mostra apenas os ossos que se projetamalémdo plano da glabela e dos incisivos superiores.
  • 6. Submentovértice: projeção axial da mandíbula, processo coronóide e côndilo. Também mostra os arcos zigomáticos e a base do crânio. Panorâmica de Mandíbula: Incidência de maior precisão para diagnóstico de fraturas de mandíbula (92%).