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Departamento de Ortopedia e Traumatologia
Bernabé Manuel Tepa
Dr. Dário Fernandes
Dr. Olímpio Durão
Discente: Docentes:
Fracturas - Generalidades
Janeiro de 2023
HOSPITAL CENTRAL DA BEIRA
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE –TETE
 Conceito de esqueleto, do osso, suas funções e componentes,
 Divisão do esqueleto humano,
 Classificação dos ossos,
 Partes do osso longo e a sua composição,
 Conceito de fracturas
 Classificação das fraturas.
 Fracturas em crianças,
 Princípios gerais das fraturas em crianças,
 Epifisiolise,
 Etapas no reparo de uma fratura óssea
 Fatores que promovem ou atrasam a cura óssea
 Abordagem nas fracturas
 Complicações das fracturas
 Bibliografia
Conteúdo
Esqueleto
 O termo esqueleto deriva do grego que significa seco.
 Conjunto de ossos unidos entre si por meio de articulações na
sua posição anatómica.
OSSOS
 São órgãos de tecido conjuntivo, esbranquiçados, duros,
tendo como a principal característica, a mineralização
(cálcio) na sua matriz.
O número total dos ossos: 206.
Funções do esqueleto
 Sustentação,
 Forma,
 Proteção,
 Movimento,
 Armazenamento e homeostase mineral
(especialmente cálcio e fósforo),
 Local de produção de células do sangue.
Componentes de
esqueleto
 Ossos
 Tendões
 Ligamentos
 Cartilagens
Divisão do esqueleto humano
Classificação dos ossos
 Ossos longos - o seu comprimento domina sobre a sua
largura e espessura. Ex: fêmur, tíbia, fíbula, úmero, rádio,
ulna, clavícula, metacarpos, metatarsos, falanges.
 Ossos laminares ou planos - O seu comprimento e
largura predominam sobre a sua espessura. Ex: Ossos do
crânio (parietal, frontal, occipital), Escápula, Ossos do quadril.
 Ossos curtos - São aqueles que apresentam
equivalência das três dimensões. Ex: Os ossos do carpo e
do tarso.
 Ossos irregulares - De geometria complexa. Ex.:
vértebras, osso temporal).
 Ossos pneumáticos - Apresentam uma ou mais
cavidades de volume variável, revestidas de mucosa e
contendo ar. Ex: osso frontal, maxilar, temporal, etmóide e
esfenóide.
 Ossos sesamóides - Desenvolvem-se na substância
de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve
certas articulações. Ex. Patela.
Classificação dos ossos cont.
Partes do osso longo
Histológicamente existem dois
tipos de osso.
1. Osso Compacto ou cortical
2. Osso Esponjoso ou trabecular
Composição óssea
Fase inorgánica
(60% do peso corporal)
Hidroxiapatita cálcica
Fosfato dicálcico dihidratado
Fase orgánica
(35% do peso corporal)
Colágeno Tipo I
Proteoglicanos (Glicosaminoglicanos (GAG)
Proteínas não colágenas (osteocalcina 1,
osteonectina, osteopontina)
Células (Osteoblastos, osteócitos, osteoclastos)
Agua (5% do peso corporal)
O periósteo envolve o osso, é mais grosso na infância e é responsável pelo
crescimento em diâmetro (largura) dos ossos longos.
Histologia
do osso
Vasculatura e inervação
de um osso longo.
Fracturas
É uma solução de continuidade completa
ou incomplete de um osso.
Classificação das fraturas
 Fractura fechada é aquela que não
se comunica com o meio externo.
 Fractura exposta ou aberta é aquela
que apresenta uma ferida na pele, que
comunica com o foco de fractura.
Quanto à lesão de partes moles associada
 Simples - apresentam traço único com apenas dois fragmentos
ósseos;
 Em cunha - apresentam, pelo menos, um terceiro fragmento,
porém com contato entre os dois principais.
 Complexa - são aquelas em que não há contato entre os dois
fragmentos principais.
Quanto ao traço
 Intra-articular - o traço da fratura atinge a articulação;
 Extra-articular - o traço da fratura não acomete a articulação
Quanto ao acometimento articular
 Diafisárias,
 Metafisárias,
 Epifisárias
 E ainda intra-articulares.
Quanto à porção do osso acometida
 A fratura patológica - ocorre em um osso enfraquecido por uma
patologia prévia (ex.: osteoporose, mieloma múltiplo). Podem
ocorrer após pequenos traumas.
 A fratura por estresse, ou fratura por fadiga - ocorre, não por um
trauma agudo, mas por pequenos traumas repetidos.
Fractura em ramo verde é uma solução de continuidade
incompleta de um osso longo de uma criança.
 Fractura completa é a perda completa
da continuidade de um osso.
 Fractura incompleta é a perda
incompleta da continuidade de um osso.
Quanto à Extensão
Fractura transversal é produzida
geralmente por uma força que causa
flexão, aplicada directamente no
local da fractura.
Fractura oblíqua é geralmente
produzida por um mecanismo de
torção.
Segundo o mecanismo de produção
Fractura compressiva é produzida
por um mecanismo de compressão.
Fractura cominutiva é produzida
por um traumatismo directo muito
violento e com mais de dois
fragmentos.
Fractura segmentar é causada pôr
um forte traumatismo directo em
diversos pontos de um osso longo,
dando lugar a fracturas nos
segmentos próximal e distal do osso,
com um longo segmento ósseo
desvascularizado entre eles.
Fractura impactada é produzida
por uma força indirecta., que
comprime com firmeza os
fragmentos ósseos entre si.
Fractura por avulção é produzida
pela contracção enérgica de uma
massa muscular, que arranca um
fragmento ósseo do local da sua
inserção.
Fractura espiralada é
produzida por uma força de
torção ou de rotação,
geralmente de tipo indirecto,
Fractura - luxação é aquela que para alem de fracturar um ou
mais ossos de uma articulação existe uma subluxação ou
luxação desta.
Nestes casos a fractura é combinada com uma lesão
ligamentosa e/ou capsular.
Luxação
• É a perda completa do contacto das superfícies articulares.
Existe sempre uma lesão capsular combinado muitas vezes
com lesão ligamentosa.
Subluxação
É a perda incompleta do contacto entre os componentes ósseos
de uma articulação. Subluxação anterior da articulação
estemoclavicular.
Fracturas em crianças
 Muitas vezes dobram-se, como um ramo verde ou às vezes
somente há uma pequena ruga no osso.
 Sempre consolidam.
 Precisam de uma imobilização mais curta e quase sempre
podem ser tratadas conservadoramente.
 Não desenvolvem rigidez articular, nem atrofia muscular.
 Algumas consolidações viciosas corrigem-se com o
crescimento, enquanto outras pioram.
Princípios gerais das fraturas em crianças
1. Tenta conseguir os fragmentos fiquem bem alinhados;
2. Evita rotações;
3. Tenha cuidado com as angulações. A capacidade de
correcção depende de:
a) A idade da criança.
b) Da distância da fractura da epífisis.
c) Encavalgamento ou ligeiro encurtamento não tem
importância.
Epifisiólises
Suspeita-se de uma epifisiólises quando um doente com menos
de 20 anos de idade, tem uma lesão na extremidade de um osso
longo, mesmo que pareça ter somente uma contusão ou entorse.
Epifisiólises extra – articulares
 Tipo I
 Tipo II
Epifisiólises intra – articulares
 Tipo III
 Tipo IV
Lesões por esmagamento da epífise
 Tipo V
Classificação das epifisiólises segundo
Salter e Harris
Epifisiólises extra - articulares
TIPO II
A linha de separação vai através de
uma parte da epífise e depois através
da metáfise onde produz o fragmento
triangular metafisário caracteristico.
 Lesão frequente da zona epifisária
(porção distal do rádio).
 Tratamento: redução fechada
 Prognóstico: bom.
TIPO I
 A epífíse separa-se
completamente da metáfise sem
deslocamento. Frequentes em
crianças pequenas.
 Tratamento: redução fechada.
 Prognóstico: bom (Excepções:
Porção próximal do fémur e do
rádio).
Epifisiólises intra - articulares
TIPO III
 A fractura estende-se da superfície
articular para a linha epifisária e
depois através desta até à sua
periferia separando então um
fragmento da epífise. Lesões raras
e frequentes no maléolo interno.
 Tratamento: Se o desvio >1 mm
redução exposta e osteosíntese.
TIPO IV
 A epífise e uma parte da
metáfise estão fracturadas,
sendo particularmente
frequente no côndilo externo
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 Tratamento: cirúrgico se tiver
um desvio > 1 mm.
Lesões por esmagamento da epífise
TIPO V
Uma lesão rara, normalmente na região do joelho ou do tornozelo,
 A placa epifisária é esmagada, uma parte desta encerra mais cedo
que a outra, resultando numa paragem total ou parcial do
crescimento, causando mais tarde um encurtamento do membro ou
uma deformação severas .
 Prognóstico: mau.
Etapas
no
reparo
de
uma
fratura
óssea
Etapas no reparo de uma fratura óssea cont.
Fatores que
promovem ou atrasam
a cura óssea
Fatores que
promovem ou atrasam
a cura óssea cont.
Manifestação Clínica
 História de trauma, dor e impotência funcional,
 Ao exame clínico, a dor é exacerbada pela palpação no
foco de fratura e pela angulação dos fragmentos fraturários.
 Tumefação local e, por vezes, equimoses e crepitação,
 Nas fraturas desviadas, a deformidade pode ser nítida.
Abordagem nas fraturas
 A abordagem às fraturas e luxações começa na letra “E”
(exposition) seguido de ABCD,
 Avaliar a Integridade da Pele e Partes Moles: Fratura Exposta
 Avaliar Pulsos presença ou ausência de sinais de isquemia
distal (dor, palidez, ↓ da tª) e Nervos Periféricos,
 Avaliar as Regiões Proximal e Distal do Local Traumatizado,
 Avaliar Outros Órgãos e Sistemas: Tórax/Abdômen/SNC,
 Fratura exposta ou fratura com lesão vascular grave – cirurgia,
 No restante dos casos, um exame clínico minucioso e seguido
pelo exame radiológico (AP e perfil), TAC, RNM.
Tratamento Definitivo
Os objetivos principais do tratamento definitivo:
1. Alívio da dor;
2. Obter e manter uma posição satisfatória dos fragmentos
fraturários, ou seja, reduzir a fratura;
3. Manter a redução, com imobilização gessada, com órtese ou
fixação cirúrgica;
4. Restaurar a função máxima do osso ou articulação envolvida.
Sugestões no tratamento de fracturas em
crianças
1) Interpretação de uma radiografia.
a) Sempre pedir uma radiografia em 2 planos ( AP e perfil).
2) Redução
a) Tem que ser feita de forma suave, não deve ser aplicada
muita força.
b) Uma epifisiólises dos tipos I e II não corrigida ≥ 10 dias é
preferível deixar na posição deslocada.
3) Fracturas expostas: mesmos princípios como nos adultos.
4) Indicações para tratamento cirúrgico:
a) Todas as fracturas e epifisiólises do colo do fémur e fracturas
subtrocantericas.
b) Epifisiolises do Tipo I e lI que não se conseguiu uma redução
fechada aceitável (região do joelho e no colo do rádio).
c) Epifisiólises de tilpo lll ou lV com desvio de >1 mm.
d) Fracturas da rótula e do olecrânio com desvio.
e) Fracturas de Monteggia e Galleazi se houver uma
redeslocação.
f) Fracturas do epicôndilo interno do húmero (epitróclea),
quando o fragmento é ''succionado'' para dentro da
articulação do cotovelo
Complicações das fracturas
I. Complicações relacionadas
com a própria fractura
(intrínsecas).
1) Infecção
2) Síndrome Compartimental –
sequela contratura de Volkmann
3) Atraso de consolidação
4) Pseudoartrose
5) Necrose -avascular
6) Consolidação viciosa
7) Encurtamento
II. Complicações relacionadas
com as lesões associadas
(extrínsecas)
1) Lesões dos grandes vasos
sanguineos
2) Lesões nervosas
3) Lesões viscerais
4) Lesões tendinosas
5) Lesões e afecções pós-
traumáticas das articulações
6) Embolia gorda .
Bibliografia
 MANUAL DE FRACTURAS - tratamentos recomendados pela escola
de Maputo, Editor: Consejo Interhospitalarío de Cooperación,
Maputo,1997.
 THOMPSON, J.C.MD; Netter. Atlas práctico de anatomía ortopédica.
2ª edição, editor Elsevier, S.L. Barcelona, España, 2011.
 TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia, 12ª edição, Rio
de Janeiro: Guanabard Koogan, 2010.
 GRAY’S, ANATOMIA, A base anatômica da pratica clinica, 40ª edição,
Rio de Janeiro, editor Elsevier, 2010.
 HEBERT & SIZINIO; Ortopedia e Traumatologia: Princípios e práctica,
2ª edição, Porto Alegre, ArtMed,1998.

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  • 1. Departamento de Ortopedia e Traumatologia Bernabé Manuel Tepa Dr. Dário Fernandes Dr. Olímpio Durão Discente: Docentes: Fracturas - Generalidades Janeiro de 2023 HOSPITAL CENTRAL DA BEIRA UNIVERSIDADE ZAMBEZE FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE –TETE
  • 2.  Conceito de esqueleto, do osso, suas funções e componentes,  Divisão do esqueleto humano,  Classificação dos ossos,  Partes do osso longo e a sua composição,  Conceito de fracturas  Classificação das fraturas.  Fracturas em crianças,  Princípios gerais das fraturas em crianças,  Epifisiolise,  Etapas no reparo de uma fratura óssea  Fatores que promovem ou atrasam a cura óssea  Abordagem nas fracturas  Complicações das fracturas  Bibliografia Conteúdo
  • 3. Esqueleto  O termo esqueleto deriva do grego que significa seco.  Conjunto de ossos unidos entre si por meio de articulações na sua posição anatómica. OSSOS  São órgãos de tecido conjuntivo, esbranquiçados, duros, tendo como a principal característica, a mineralização (cálcio) na sua matriz. O número total dos ossos: 206.
  • 4. Funções do esqueleto  Sustentação,  Forma,  Proteção,  Movimento,  Armazenamento e homeostase mineral (especialmente cálcio e fósforo),  Local de produção de células do sangue. Componentes de esqueleto  Ossos  Tendões  Ligamentos  Cartilagens
  • 6. Classificação dos ossos  Ossos longos - o seu comprimento domina sobre a sua largura e espessura. Ex: fêmur, tíbia, fíbula, úmero, rádio, ulna, clavícula, metacarpos, metatarsos, falanges.  Ossos laminares ou planos - O seu comprimento e largura predominam sobre a sua espessura. Ex: Ossos do crânio (parietal, frontal, occipital), Escápula, Ossos do quadril.  Ossos curtos - São aqueles que apresentam equivalência das três dimensões. Ex: Os ossos do carpo e do tarso.
  • 7.  Ossos irregulares - De geometria complexa. Ex.: vértebras, osso temporal).  Ossos pneumáticos - Apresentam uma ou mais cavidades de volume variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Ex: osso frontal, maxilar, temporal, etmóide e esfenóide.  Ossos sesamóides - Desenvolvem-se na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações. Ex. Patela. Classificação dos ossos cont.
  • 8. Partes do osso longo Histológicamente existem dois tipos de osso. 1. Osso Compacto ou cortical 2. Osso Esponjoso ou trabecular
  • 9. Composição óssea Fase inorgánica (60% do peso corporal) Hidroxiapatita cálcica Fosfato dicálcico dihidratado Fase orgánica (35% do peso corporal) Colágeno Tipo I Proteoglicanos (Glicosaminoglicanos (GAG) Proteínas não colágenas (osteocalcina 1, osteonectina, osteopontina) Células (Osteoblastos, osteócitos, osteoclastos) Agua (5% do peso corporal) O periósteo envolve o osso, é mais grosso na infância e é responsável pelo crescimento em diâmetro (largura) dos ossos longos.
  • 12. Fracturas É uma solução de continuidade completa ou incomplete de um osso.
  • 13. Classificação das fraturas  Fractura fechada é aquela que não se comunica com o meio externo.  Fractura exposta ou aberta é aquela que apresenta uma ferida na pele, que comunica com o foco de fractura. Quanto à lesão de partes moles associada
  • 14.  Simples - apresentam traço único com apenas dois fragmentos ósseos;  Em cunha - apresentam, pelo menos, um terceiro fragmento, porém com contato entre os dois principais.  Complexa - são aquelas em que não há contato entre os dois fragmentos principais. Quanto ao traço  Intra-articular - o traço da fratura atinge a articulação;  Extra-articular - o traço da fratura não acomete a articulação Quanto ao acometimento articular
  • 15.  Diafisárias,  Metafisárias,  Epifisárias  E ainda intra-articulares. Quanto à porção do osso acometida  A fratura patológica - ocorre em um osso enfraquecido por uma patologia prévia (ex.: osteoporose, mieloma múltiplo). Podem ocorrer após pequenos traumas.  A fratura por estresse, ou fratura por fadiga - ocorre, não por um trauma agudo, mas por pequenos traumas repetidos.
  • 16. Fractura em ramo verde é uma solução de continuidade incompleta de um osso longo de uma criança.  Fractura completa é a perda completa da continuidade de um osso.  Fractura incompleta é a perda incompleta da continuidade de um osso. Quanto à Extensão
  • 17. Fractura transversal é produzida geralmente por uma força que causa flexão, aplicada directamente no local da fractura. Fractura oblíqua é geralmente produzida por um mecanismo de torção. Segundo o mecanismo de produção
  • 18. Fractura compressiva é produzida por um mecanismo de compressão. Fractura cominutiva é produzida por um traumatismo directo muito violento e com mais de dois fragmentos.
  • 19. Fractura segmentar é causada pôr um forte traumatismo directo em diversos pontos de um osso longo, dando lugar a fracturas nos segmentos próximal e distal do osso, com um longo segmento ósseo desvascularizado entre eles. Fractura impactada é produzida por uma força indirecta., que comprime com firmeza os fragmentos ósseos entre si.
  • 20. Fractura por avulção é produzida pela contracção enérgica de uma massa muscular, que arranca um fragmento ósseo do local da sua inserção. Fractura espiralada é produzida por uma força de torção ou de rotação, geralmente de tipo indirecto,
  • 21. Fractura - luxação é aquela que para alem de fracturar um ou mais ossos de uma articulação existe uma subluxação ou luxação desta. Nestes casos a fractura é combinada com uma lesão ligamentosa e/ou capsular.
  • 22. Luxação • É a perda completa do contacto das superfícies articulares. Existe sempre uma lesão capsular combinado muitas vezes com lesão ligamentosa.
  • 23. Subluxação É a perda incompleta do contacto entre os componentes ósseos de uma articulação. Subluxação anterior da articulação estemoclavicular.
  • 24. Fracturas em crianças  Muitas vezes dobram-se, como um ramo verde ou às vezes somente há uma pequena ruga no osso.  Sempre consolidam.  Precisam de uma imobilização mais curta e quase sempre podem ser tratadas conservadoramente.  Não desenvolvem rigidez articular, nem atrofia muscular.  Algumas consolidações viciosas corrigem-se com o crescimento, enquanto outras pioram.
  • 25. Princípios gerais das fraturas em crianças 1. Tenta conseguir os fragmentos fiquem bem alinhados; 2. Evita rotações; 3. Tenha cuidado com as angulações. A capacidade de correcção depende de: a) A idade da criança. b) Da distância da fractura da epífisis. c) Encavalgamento ou ligeiro encurtamento não tem importância.
  • 26. Epifisiólises Suspeita-se de uma epifisiólises quando um doente com menos de 20 anos de idade, tem uma lesão na extremidade de um osso longo, mesmo que pareça ter somente uma contusão ou entorse.
  • 27. Epifisiólises extra – articulares  Tipo I  Tipo II Epifisiólises intra – articulares  Tipo III  Tipo IV Lesões por esmagamento da epífise  Tipo V Classificação das epifisiólises segundo Salter e Harris
  • 28. Epifisiólises extra - articulares TIPO II A linha de separação vai através de uma parte da epífise e depois através da metáfise onde produz o fragmento triangular metafisário caracteristico.  Lesão frequente da zona epifisária (porção distal do rádio).  Tratamento: redução fechada  Prognóstico: bom. TIPO I  A epífíse separa-se completamente da metáfise sem deslocamento. Frequentes em crianças pequenas.  Tratamento: redução fechada.  Prognóstico: bom (Excepções: Porção próximal do fémur e do rádio).
  • 29. Epifisiólises intra - articulares TIPO III  A fractura estende-se da superfície articular para a linha epifisária e depois através desta até à sua periferia separando então um fragmento da epífise. Lesões raras e frequentes no maléolo interno.  Tratamento: Se o desvio >1 mm redução exposta e osteosíntese. TIPO IV  A epífise e uma parte da metáfise estão fracturadas, sendo particularmente frequente no côndilo externo do húmero.  Tratamento: cirúrgico se tiver um desvio > 1 mm.
  • 30. Lesões por esmagamento da epífise TIPO V Uma lesão rara, normalmente na região do joelho ou do tornozelo,  A placa epifisária é esmagada, uma parte desta encerra mais cedo que a outra, resultando numa paragem total ou parcial do crescimento, causando mais tarde um encurtamento do membro ou uma deformação severas .  Prognóstico: mau.
  • 32. Etapas no reparo de uma fratura óssea cont.
  • 33. Fatores que promovem ou atrasam a cura óssea
  • 34. Fatores que promovem ou atrasam a cura óssea cont.
  • 35. Manifestação Clínica  História de trauma, dor e impotência funcional,  Ao exame clínico, a dor é exacerbada pela palpação no foco de fratura e pela angulação dos fragmentos fraturários.  Tumefação local e, por vezes, equimoses e crepitação,  Nas fraturas desviadas, a deformidade pode ser nítida.
  • 36. Abordagem nas fraturas  A abordagem às fraturas e luxações começa na letra “E” (exposition) seguido de ABCD,  Avaliar a Integridade da Pele e Partes Moles: Fratura Exposta  Avaliar Pulsos presença ou ausência de sinais de isquemia distal (dor, palidez, ↓ da tª) e Nervos Periféricos,  Avaliar as Regiões Proximal e Distal do Local Traumatizado,  Avaliar Outros Órgãos e Sistemas: Tórax/Abdômen/SNC,  Fratura exposta ou fratura com lesão vascular grave – cirurgia,  No restante dos casos, um exame clínico minucioso e seguido pelo exame radiológico (AP e perfil), TAC, RNM.
  • 37. Tratamento Definitivo Os objetivos principais do tratamento definitivo: 1. Alívio da dor; 2. Obter e manter uma posição satisfatória dos fragmentos fraturários, ou seja, reduzir a fratura; 3. Manter a redução, com imobilização gessada, com órtese ou fixação cirúrgica; 4. Restaurar a função máxima do osso ou articulação envolvida.
  • 38. Sugestões no tratamento de fracturas em crianças 1) Interpretação de uma radiografia. a) Sempre pedir uma radiografia em 2 planos ( AP e perfil). 2) Redução a) Tem que ser feita de forma suave, não deve ser aplicada muita força. b) Uma epifisiólises dos tipos I e II não corrigida ≥ 10 dias é preferível deixar na posição deslocada. 3) Fracturas expostas: mesmos princípios como nos adultos.
  • 39. 4) Indicações para tratamento cirúrgico: a) Todas as fracturas e epifisiólises do colo do fémur e fracturas subtrocantericas. b) Epifisiolises do Tipo I e lI que não se conseguiu uma redução fechada aceitável (região do joelho e no colo do rádio). c) Epifisiólises de tilpo lll ou lV com desvio de >1 mm. d) Fracturas da rótula e do olecrânio com desvio. e) Fracturas de Monteggia e Galleazi se houver uma redeslocação. f) Fracturas do epicôndilo interno do húmero (epitróclea), quando o fragmento é ''succionado'' para dentro da articulação do cotovelo
  • 40. Complicações das fracturas I. Complicações relacionadas com a própria fractura (intrínsecas). 1) Infecção 2) Síndrome Compartimental – sequela contratura de Volkmann 3) Atraso de consolidação 4) Pseudoartrose 5) Necrose -avascular 6) Consolidação viciosa 7) Encurtamento II. Complicações relacionadas com as lesões associadas (extrínsecas) 1) Lesões dos grandes vasos sanguineos 2) Lesões nervosas 3) Lesões viscerais 4) Lesões tendinosas 5) Lesões e afecções pós- traumáticas das articulações 6) Embolia gorda .
  • 41. Bibliografia  MANUAL DE FRACTURAS - tratamentos recomendados pela escola de Maputo, Editor: Consejo Interhospitalarío de Cooperación, Maputo,1997.  THOMPSON, J.C.MD; Netter. Atlas práctico de anatomía ortopédica. 2ª edição, editor Elsevier, S.L. Barcelona, España, 2011.  TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia, 12ª edição, Rio de Janeiro: Guanabard Koogan, 2010.  GRAY’S, ANATOMIA, A base anatômica da pratica clinica, 40ª edição, Rio de Janeiro, editor Elsevier, 2010.  HEBERT & SIZINIO; Ortopedia e Traumatologia: Princípios e práctica, 2ª edição, Porto Alegre, ArtMed,1998.

Notas do Editor

  1. # cominutiva - As lesões associadas dos tecidos moles são com frequência graves.