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SANGUE RUIM 1
sangue
ruim
Angelo Tomasini
LIVRO ERÓTICO
SANGUE RUIM2
SANGUE RUIM 3
Primeira parte
Era um bar na zona portuária da cidade. Na verdade, um
inferninho. Ele já estava na quinta cerveja. Terminaria a
que estava tomando e iria embora. Voltaria para a pensão ba-
rata, onde costumava se hospedar. Mas não antes de almoçar.
Olhou para o velho relógio de pulso, ainda de ponteiros, e
conferiu a hora: ia dar uma da tarde. Faltavam poucos mi-
nutos. Então, chamou a garçonete. Atendeu-lhe uma negra
jovem, mas tão magra que parecia estar aidética:
- Quanto foi aqui?
- Dona Solange pediu que não te cobrasse. Que você
poderia tomar quantas cervejas quisesse. Depois, ela mesma
vem acertar as contas.
Ele pareceu nem ouvir o que a prostituta estava dizen-
do. Botou a mão no bolso e tirou algum dinheiro. Jogou em
cima da mesa e disse:
- Pode ficar com o troco.
SANGUE RUIM4
- E o que digo à patroa?
- Nada. Aliás, diga-lhe que depois eu volto aqui. – Disse
o mulato de quase dois metros de altura.
Levantou-se e caminhou em direção à saída do putei-
ro com passos seguros, como se não tivesse bebido. Quando
cruzou a porta de saída, a negra gritou:
- Vai para o chinês, como costuma ir a essa hora?
Ele não respondeu. Mas, pouco depois, entrava num
restaurante chinês, duas quadras depois. Sentou-se a uma das
mesas e pediu:
- O de sempre. De preferência, que eu seja atendido
pelo dono, pois ouvi dizer que quer falar comigo. – Disse
para uma atendente de olhos repuxados, com cerca de qua-
renta anos de idade. Ela o atendeu sem muito entusiasmo, e
sem a costumeira amabilidade com os clientes. Ainda falou,
em voz alta, para que todos os clientes ouvissem:
- O badron non se enconta. Non vô te servi. A meno
qui pague ontes.
Ele não retrucou, apesar de todos os olhares se volta-
rem para ele. Pegou um cardápio na mesa ao lado, sem nem
mesmo pedir aos seus ocupantes, e deu uma olhada. Pediu
um macarrão shop suey. A chinesa fez que não ouviu o seu
pedido, indo atender outro cliente numa mesa mais distan-
te. Mesmo assim, ele não se alterou. Quando a mulher, no
entanto, veio com um prato do macarrão, para servir em ou-
tra mesa onde estava um casal, ele levantou-se e lhe tomou a
bandeja com a comida que ela vinha trazendo. Mas a coroa
puxou a bandeja de volta, derrubando toda o shop suey no
chão. Antes do homem reagir, ouviu-se uma voz:
- Deixar, Ming. Eu cuidar dele.
- Mas a patron disse...
A jovem, de cerca de vinte anos, também de olhos re-
puxados, fez um sinal, pedindo que a outra se afastasse e lim-
passe o piso. E sentou-se à mesa do negro, que aparentava
ter o dobro de sua idade. Ele abriu-lhe o seu melhor sorriso.
SANGUE RUIM 5
Disse:
- É um enorme prazer desfrutar de tua companhia.
Pensou em minha proposta?
- A resposta é a mesma: sou comprometida e vou me
casar em breve. Além disso, já disse que não gosto de você. –
Disse ela, agora falando num excelente português.
- É uma pena. Eu te foderia, assim mesmo. Cadê teu
pai?
- Deve estar vindo. Foi comprar algumas coisas e já era
para estar aqui.
- Estou com fome. Já que não posso te comer, posso
pedir um macarrão?
A jovem chamou a garçonete e ordenou, em chinês,
que ela trouxesse outro shop suey. Depois, falou:
- Não saia antes de meu pai vir. Não precisa pagar pela
comida, dessa vez.
- E a que eu devo a gentileza?
- Meu pai quer algo de você. Ordenou-me que eu te
tratasse bem. Mas que te impedisse de sair, caso comesse e
quisesse ir embora.
-Então, estou lascado. Aquele velho não dá nada sem
querer algo maior em troca. Sabe do que se trata?
- Sim, sei. Mas vou deixar que ele mesmo te diga. – Ela
disse, levantando-se da mesa – E me dê licença, preciso aten-
der aos outros clientes.
Ele ia dizer alguma coisa, mas viu o velho chinês, dono
do restaurante, chegar. Tinha uns sacos de compras em cada
mão. Disse, se dirigindo a todos no local.
- Tarde. Bem-vindo ao meu humilde casa. Chinês estar
honrado. Brigado a todo.
Entregou os pacotes à garçonete e sentou-se à mesa do
negrão. Desculpou-se.
- O senhor me desculpe o atraso. Queria falar urgente
contigo. Já foi servido?
SANGUE RUIM6
- Estou esperando o rango. Mas não sei porque insiste
em falar errado minha língua, se sabe o português tão bem...
- É uma demonstração de humildade. O povo daqui
gosta de nos ver falando errado. Bom para os negócios.
- Porra, é que isso me deixa com cara de otário. O que
quer de mim?
- Você tem comido minha comida e tem ido embora
sem pagar. Chegou a hora de acertarmos as nossas contas...
- Não tenho dinheiro. Nunca mais que consegui um
bom biscate. Mas vou te pagar com juros, qualquer dia des-
ses.
-Vou direto ao assunto: minha filha vai casar em breve.
O noivo chegará esta semana da China, para os acertos finais
do casamento. Preciso preparar uma recepção digna dele.
Então, vou precisar de você.
- Pra quê?
- Ele adora carne de gato. Quero que você capture al-
guns e traga-os para mim. Quero preparar um prato à altura
dele e de sua comitiva.
- Puta que pariu. Coitados dos bichanos. Tenho que
trazê-los vivos ou mortos?
- O que preferir. Mas não quero que minha clientela
tome ciência disso. A maioria é de brasileiros. E, se a Saúde
Pública me flagrar, estarei em apuros.
- Entendo. Claro que irei trazê-los mortos. Mais fácil
para mim. Pode ser hoje, depois da meia-noite?
- Já ia pedir isso. Então, sua dívida comigo estará paga.
- Fechado. Agora, deixe-me comer meu almoço, que a
barriga já está roncando... - Disse ao ver que a garçonete já
lhe trazia o prato.
Pouco depois, o cara estava de volta ao puteiro. Vie-
ra pensando onde encontrar os bichanos, para cumprir seu
trato. Sentou-se na mesma mesa de antes. Mas, dessa vez, a
própria dona da pensão o veio atender.
SANGUE RUIM 7
- Que bom que voltou -, disse a mulher gorducha, com
cerca de sessenta anos de idade. Porém, sua pele enrugada no
rosto e nos braços sugeriam bem mais – Pensou na minha
proposta?
- Esqueci. Qual seria?
- Não se faça de filho da puta. Sabe muito bem do que
estou falando...
- Ah, sim. Trepar contigo, em troca de moradia gratuita
neste puteiro. Eu passo. Estou muito bem lá na pensão onde
moro...
- Eu ficaria chateada com tua negativa, se não gostasse
de você. Nenhuma mulher gosta de ser rejeitada. Sabe que
sempre te desejei, desde que ainda era um pimpolho. Porém,
estou precisando de umas bimbadas, rapaz. Ordens médicas.
Ninguém mais procura uma velha, como eu, para foder. En-
tão, estou de boceta ressecada e posso ter problemas de saú-
de, depois. Eu te pago...
Ele pensou um pouco. Depois, disse:
- Okay. Podemos dar umas. Se é mesmo por indicação
médica, não precisa me pagar por isso.
Ela deu um largo sorriso. Depois, tentou beijá-lo na
boca. Ele recusou:
- Sem beijo na boca, por favor. Não beijo putas. Sabe
muito bem disso.
- Está bem. Seja feita a tua vontade. Vou arrumar nosso
quarto. Logo, mando te chamar...
Cerca de vinte minutos depois, ele entrou no quar-
to da mulher. Trazia uma garrafa cheia de cerveja na
mão e um cigarro no bico. Ela já estava nua, esperan-
do por ele. Pediu que se aproximasse da cama e tirou-lhe
as roupas. Ele continuou bebendo e fumando. Ela as-
soviou, quando vislumbrou seu enorme cacete. Disse:
- Uau, garoto. Bem que me disseram que você tem um
pauenorme.Antesqueeutefoda,querodarumabelachupada.
SANGUE RUIM8
- Vá em frente, mas não espere que te faça o mesmo.
Não chupo putas. – Disse ele, cuspindo de lado.
Ela não lhe deu ouvidos. Atracou-se com o caralho e
ficou lambendo todo o mastro. Depois, quando este estava
molhado, concentrou-se na cabeçorra. O pau estava ainda
mole, mas, pouco depois, foi ganhando tamanho e grossura.
Ela sorriu e passou a masturbá-lo, também. Não demorou a
tê-lo em ponto de bala. Ele abriu mais as pernas. Jogou o ci-
garro no chão e depositou a garrafa numa mesinha, perto da
cama. Apoiou-se melhor e segurou a cabeça dela com ambas
as mãos. Ficou forçando a invasão do membro em sua boca,
fazendo-a engasgar várias vezes. Então, ela pediu que ele fi-
casse parado. Em seguida, foi engolindo o mastro, até que
não sobrasse fora da boca nenhum centímetro. Depois, ficou
deglutindo com a goela, causando uma gostosa sensação ao
rapaz.
- Vai, puta. Massageia também as bolas. Já estou quase
gozando...
Ela balançou a cabeça e agitou o indicador, como se
suplicasse que ele se prendesse. Ele voltou a segurar-lhe a
cabeça com as duas mãos, fazendo movimentos para frente
para trás, fodendo a goela dela. A mulher não mais se en-
gasgou. Aguentava bravamente a invasão em sua garganta.
Apenas babava com profusão, fazendo o líquido escorrer
boca abaixo. Ele olhou para seus seios desnudos. Ainda eram
razoavelmente durinhos, com os biquinhos enormes, duros,
apontando para ele. Beliscou-os, e ela gemeu. Ele a empurrou
com firmeza, mas de forma delicada, deitando-a na cama.
Ela, imediatamente, dobrou as pernas e segurou-as com as
mãos, facilitando a visão de sua vulva enorme. O talho, no
entanto, era desproporcional ao sexo. Era pequeno, como
uma boceta infantil. Ele apontou a cabeçorra para a entrada.
Ela fechou os olhos e trincou os dentes. Pediu:
- Bem devagar, meu anjo. Quero sentir cada centímetro
entrar em mim...
SANGUE RUIM 9
Ele cuspiu na mão e lambuzou o talho. Meteu um dedo,
com cuidado. Ela era muito apertada, tal qual uma virgem.
Quando ele conseguiu invadi-la com a cabeçorra, ela deu um
gemido arrastado. Ele parou e deixou-a se acostumar com a
penetração.
- Vai. Continua. Mas devagarzinho, por favor...
Ele retirou toda a peia, sob protestos dela. Untou-a, no-
vamente, com saliva, e enfiou a trolha de novo. Entrou um
pouco mais.
- Uiiiiiiiiiiii, gato. Assim mesmo. Está doendo, mas tá
gostoso. Enfia mais...
Ele mais uma vez tirou tudo de dentro, e voltou a inva-
di-la cada vez mais profundo. Ela abriu-se mais, para acolher
melhor o enorme caralho dele.
- Porra, que delícia. Enfia toda...
Ele respirou fundo, retirou alguns centímetros de den-
tro, depois forçou a introdução. Ela deu um grito. Ele sentiu
algo se romper lá dentro. Também sentiu dor. Então, retirou
tudo da bocetinha dela.
- Não... não... nãaaaaaaaaaaaaao...
Ele olhou para a sua peia. Sangrava. O cabresto havia
rompido. Ardia muito. Ela abriu os olhos e viu o sangue pin-
gar. Disse:
- Põe de volta, que para de doer e de sangrar, meu anjo.
Agora. Já...
Ele fez o que ela pediu. De fato, a ardência não demo-
rou muito. Ele tinha a metade da pica socada nela. Então,
quando diminuiu bastante a dor, empurrou tudo de uma vez
só. Ela não gritou. Apenas abriu desmesuradamente a boca e
os olhos, como se a cabeçorra da rola tivesse chegado até ali.
- Soca. Soca, meu nego. Soca e bombeia. Soca... soca...
socaaaaaaaa...
Ele iniciou os movimentos de cópula. A cada estoca-
da, ela dava um gritinho. O negrão aumentou a velocidade
das estocadas. Ela acompanhava o ritmo com gemidos. Aí
SANGUE RUIM10
ela pediu:
- Goooooooooza... goza agora... goz...
E ele esporrou dentro dela, numa gozada cavalar. Ela
fez um ruído quase inaudível, como se estivesse sem voz. De-
pois, agarrou-o pelas ancas e entrou num ritmo frenético, até
que ela mesma chegou ao orgasmo.
Fim da primeira
SANGUE RUIM 11
Segunda parte
- Sabe onde consigo gatos em quantidade? - Perguntou
o mulato.
A dona do puteiro, ainda arfante, espantou-se:
- Gatos? E pra que você precisa deles?
- Fui contratado para pegar alguns bichanos. Querem
dar uma festa à base de churrascos.
- Cruz Credo. Coitados desses pobres animais. Quem
seria tão filho de puta para comê-los?
- Deixa quieto. Se não pode me ajudar, não precisa sa-
ber de mais nada disso.
A senhora esteve pensativa. Depois, disse:
- Tem um terreno baldio perto daqui onde os gatos va-
dios se reúnem, pois é cheio lixo, e no lixo se acumulam os
ratos. É pasto cheio para os bichanos. Mas, a maioria é de
gatos doentes.
- Bem, não me falaram nada sobre eu capturar gatos
SANGUE RUIM12
sadios. Eu os levarei já sem o couro, para que não percebam
que são produtos estragados - riu-se ele.
- Você é uma peça ruim. Um dia, ainda irá levar um
desacerto de alguém, por causa disso.
Ele fez uma expressão de desdém. Levantou-se, acen-
deu um cigarro e pegou a garrafa de cerveja que estava sobre
um móvel. Tomou um gole e cuspiu fora. Estava quente.
- Porra, teria de tomar soprando, de tão quente que
está. Posso pedir outra?
Ela apontou-lhe um frigobar no quarto. Ele foi até lá,
mas só encontrou cervejas de 350 ml. Ela pediu:
- Traga uma para mim, também.
- Por quê não coloca garrafas maiores? O espaço dá.
- Costumo beber sozinha. E não bebo tanto.
- Poderia convidar uma das tuas meninas...
- Nem pensar. Nenhuma entra no meu quarto. Corro o
risco de ser roubada, meu anjo.
- Entendo. Mas, por que confiou em mim?
- Já disse: faz tempo que sou afim de você. E tenho cer-
teza de que não me roubará. Se precisar de grana, pode me
pedir. Não será preciso roubá-la.
- Bom saber que poderei contar contigo.
- Mas não vale me explorar. Até porque já não ganho
tanto dinheiro como antigamente. Ninguém mais procura as
putas, hoje em dia. Nem as mais jovens. Passou o nosso tem-
po. As menininhas de família estão aí, dando adoidado.
- É verdade. E os machos estão nascendo cada vez mais
boiolas. Já as mocinhas, cada vez mais lésbicas.
- Mau exemplo da tevê, meu amigo. As novelas só ins-
piram traição e homossexualidade, além de crimes.
Ele esvaziou a long neck de um gole, enquanto ela to-
mava devagar. Depois, vestiu a cueca.
- Já vai? Tão cedo...
- Vou à luta. Já está escurecendo. Obrigado pela dica.
- Não quer outra chupadinha, de lambuja?
SANGUE RUIM 13
- Desta vez, eu passo. Até amanhã.
Pouco depois, ele estava no terreno baldio. Antes, ha-
via passado na pensão onde residia e tinha pego alguns sa-
cos grandes, daqueles usados para colocar lixo. A dona da
pensão criava dois gatos e, semanalmente, comprava ração
felina para eles. Surrupiou-lhe meio pacote e o levou consi-
go. Também tinha um punhal de lâmina fina e muito afiada.
Quando espalhou a ração no chão, amontoada, os bichanos
correram a comer, todos eles. Ficou fácil ir fincando-lhes a lâ-
mina na nuca, um a um. Alguns se assustaram quando viram
os companheiros gritarem e caírem, mas não paravam de co-
mer. Tinham muita fome, e adoraram a ração. Pouco depois,
o mulato se afastava, com vários sacos de lixo cheio de gatos
mortos. Não os matou todos. Apenas uma quantidade que
considerou suficiente.
Havia uma casa abandonada, fechada, perto dali. Não
foi difícil o cara abrir a porta, usando uma gazua. O imóvel
estava muito depredado, mas o dono ainda pagava energia
elétrica e água. Sabia disso por já ter dormido ali, algumas
vezes, quando ficava bêbado e não tinha dinheiro para pagar
a pensão. As lâmpadas permaneciam na residência. Acendeu
uma e sentou-se sobre um entulho de tijolos, preparando-se
para tirar o couro dos bichanos. Alguns ainda agonizavam,
e ele teve que aplicar novas punhaladas. Antes, porém, tirou
toda a roupa e deixou-a num canto, para não sujar de sangue.
Já era mais de meia-noite, quando terminou seu traba-
lho. Tinha o corpo todo sujo de sangue de bicho, então to-
mou um banho demorado. Vestiu-se e saiu da casa, voltando
a fechá-la à gazua. Pouco depois, batia à porta do restaurante
chinês. A filha do dono, sonolenta, veio atendê-lo à porta,
vestida com uma camisola de seda vermelha, com um gene-
roso decote, onde apareciam seus seios.
SANGUE RUIM14
- Estava esperando-o, mas adormeci. Papi disse que vi-
ria.
- Posso dar um beijo nesses seios lindos?
Ela não respondeu. Pegou os sacos de gatos e depositou
-os em algum lugar. Só depois, abriu mais o decote e botou os
peitos para fora. Tinha os olhos fechados, como se estivesse
dormindo. Ele lambeu cada biquinho, deixando-a toda arre-
piada. Ela gemeu:
- Aaaai, assim não. Não quero gozar. E você lambe gos-
toso...
- Posso te dar uma lambida na xoxota.
- Não. Deixei-te me mamar apenas em agradecimento
por você estar ajudando na festa de Papi. Mas, agora, chega.
Vá-se embora.
Ele estava tarado. Sem parar de lhe chupar o mamilo,
meteu a mão entre as pernas da jovem. Levou uma joelhada
certeira, nos testículos. Quando gemeu e vergou-se, levando
as mãos ao órgão atingido, ela rodou o pé no ar, aplicando-
lhe um golpe de caratê na cabeça. Ele caiu no chão, com todo
o corpo. Ela não se alterou. Arrastou-o para fora do restau-
rante e fechou a porta, deixando-o lá, desmaiado.
Quando acordou, o mulato ainda sentia uma dor terrí-
vel no saco e no rosto, onde tinha sido atingido. Ao invés de
ficar fulo, sorriu. Gostava cada vez mais daquela chinesinha.
Levantou-se e foi embora. Resolveu passar pelo puteiro, para
tomar umas. Encontrou o local cheio, como nunca vira antes,
a não ser nos finais de semana. Perguntou à negrinha, com
cara de aidética:
- Que está acontecendo? Por que tanta gente, hoje?
- Chegou uma puta nova. Disse que treparia com todo
mundo, de graça, hoje. Uns devem ter telefonado para ou-
tros, avisando da novidade. Logo, isso aqui estava lotado.
- E cadê ela?
- Está no quarto, nesse momento, fodendo com três de
SANGUE RUIM 15
uma vez.
O mulato sorriu. Procurou uma mesa desocupada e
não encontrou. Aí, viu um cara ainda imberbe, com uma câ-
mera de filmagem, sentado e bebendo. Foi até ele.
- Posso me sentar aqui, amigo?
O cara dirigiu-lhe um olhar de bêbado e acenou com a
cabeça. Nem se deu ao trabalho de responder com a voz. O
mulato sentou-se e pediu uma cerveja. A negra esquelética a
foi buscar.
- Não tem medo de ter a máquina roubada, cara? - Per-
guntou o mulato.
- Ninguém se atreveria. Meu irmão é delegado, logo
prenderia o safado que me roubasse. Quer tentar?
O mulato riu. Havia gostado do jeitão do fedelho que
devia ter, no máximo, uns vinte anos.
- Como é teu nome? - Ouviu o rapaz perguntar - nunca
te vi por aqui.
- Meu nome não importa. Mas, me chamam de Sangue
Ruim. Desde pequeno. E você?
- Eudes. Prazer - , disse o rapaz, estendendo a mão para
o mulato.
Este apertou a mão estendida, bem na hora em que lhe
traziam a cerveja. Agradeceu, levou a mão ao bolso, mas a
negra disse:
- Você não precisa pagar. Ordens da dona.
Ele tirou uns trocados do bolso e deu para ela.
- Então, tome. Pago-te uma cerveja.
Ela sorriu. Agradeceu com um beijo na testa dele. De-
pois, falou:
- Não posso beber agora, pois ainda estou trabalhando.
Mas, quando largar, eu tomo a cerveja. Pode ser?
- Faça como quiser.
Ela se afastou, guardando o dinheiro entre os seios. O
mulato terminou de encher o copo do rapaz, mesmo ainda
tendo cerveja na garrafa dele. Fez um brinde:
SANGUE RUIM16
- A todas as mulheres safadas do mundo.
O rapaz desabou no choro. O biscateiro ficou sem en-
tender. Deixou-o se acalmar e perguntou:
- Que foi isso, cara? Disse algo que não devia?
- É que... a garota que está levando rola, lá dentro, já foi
minha namorada. Não era puta, até hoje. Faz o que faz para
me agredir. Eu a fodi e depois a abandonei. Mas gosto muito
dela, entende?
- Ela já havia te traído alguma vez?
- Nada. A bichinha era virgem e eu mexi com ela. De-
pois, lhe disse na cara que ela era ruim de foda. Aí, ela disse
que eu iria pagar por minhas palavras...
- Puta merda. Estás lascado, se está tardiamente apai-
xonado por ela.
Ele voltou a chorar. Depois, perguntou:
- Acha que eu deveria ir lá e arrastá-la à força para casa?
- Pretende casar com ela?
- Não, porra. Mas me dói ela se destruindo por causa
de mim...
- Deixe que ela se foda, rapaz. Leite derramado. Procu-
re outra, mas tente não ser sacana com ela.
O cara baixou a cabeça. Pareceu estar pensando nas pa-
lavras do mulato. Depois, falou:
- Não dá. Acho que a amo. Só não sabia disso, antes.
O mulato terminou de tomar a cerveja de um gole, de-
pois levantou-se. Abriu espaço entre os caras que faziam fila,
aguardando a vez. Reclamaram quando ele seguiu em dire-
ção à porta. Um deles, um sarará parrudo, disse:
- Aguarde sua vez lá no fim da fila, velhote. Você não
vai passar na nossa frente.
O mulato nem ligou para as suas palavras. Postou-se na
frente da porta, com os braços cruzados, e disse:
- Bem, gente, acabou a festa. Não haverá mais fodelan-
ça aqui, hoje. Quem quiser sexo, terá que chupar meu pau.
Houve um silêncio geral. Uns olharam para os outros,
SANGUE RUIM 17
surpresos. Aí, o sarará avançou:
- Não, negrão. Você é quem vai chupar meu cacete, se
não sair daí rápido.
- Me tira daqui, se puder.
O sarará lançou o braço. O biscateiro se esquivou e re-
agiu imediatamente. O cara levou um murro no queixo que
o fez desabar. Mas aí, os outros caras atacaram ao mesmo
tempo. O mulato jogou dois contra a porta, pondo-a abaixo.
Os três caras que estavam com a mocinha se assustaram. Mas
vieram ajudar os outros, por terem a transa interrompida. O
cinegrafista tentou se levantar, para ajudar o sujeito, mas caiu
sentado de novo. Estava muito bêbado. Aí, ligou a câmera e
ficou gravando a cena. Um cara quebrou uma garrafa de cer-
veja na nuca do mulato, deixando-o semi desacordado. Aí, a
turba partiu para cima, chutando-o várias vezes. Finalmente,
o cara desabou.
O mulato acordou deitado numa cama. Ainda tinha as
vistas turvas, mas vislumbrou um rosto jovem e bonito em
sua frente.
- Ele está acordando - a jovem disse.
- Porra, ainda bem.
- Você está bem, querido?
Reconheceu a terceira voz. Pertencia à dona do bordel.
O cara quis sentar-se, mas o corpo estava todo dolorido. Dei-
tou-se, novamente.
- O que houve?
- Você levou um pau daqueles, querido. Mas teve sorte.
Ia passando um carro da Polícia na hora, e a garçonete cha-
mou-os. Senão, poderia estar morto, agora.
- Que loucura, cara, enfrentar aquela gente toda sozi-
nho... - O rapaz disse, sorrindo. Já estava bom da cachaça.
- Por que fez aquilo? Queria trepar comigo primeiro? -
Perguntou-lhe uma voz melodiosa.
SANGUE RUIM18
Agora, o mulato a via bem. Mas, apenas por um olho.
O outro estava inchado demais. Era uma jovem muito boni-
ta. Se muito tivesse, era uns dezoito anos de idade.
- Eu nem sei porque fiz aquilo, moça. Sempre fui muito
impetuoso. Faço as coisas sem nem pensar...
- Pois merece um trepada, por tentar me salvar. Me co-
bre isso, depois. - Disse-o olhando para o ex namorado. Ele
ficou desconcertado. Depois, falou:
- Eu vou querer filmar a foda de vocês.
- Uau, que legal. Depois, você posta na Internet? Vou
adorar. - Alegrou-se a mocinha.
- Bem, gente. Deixemos que descanse -, disse a dona do
puteiro, enciumada - e saiamos todos do quarto. Ele não está
em condições de trepar com ninguém.
Todos saíram, e a dona do prostíbulo fechou a porta
à chave. Pouco depois, a negra magérrima entrou, trazendo
uma bacia com água e uns panos limpos.
- Vamos limpar esses ferimentos? Depois, vou botar
remédio...
Ela passou um pano úmido em todos os machucados,
com cuidado para não doer mais do que já estavam. Aí, viu
o saco dele inchado. Havia tirado todas a suas roupas, até a
cueca, deixando-o nu.
Nossa, te acertaram feio aí. Vou pegar uma pomada.
- Quando voltou, o mulato parecia adormecido. Con-
doeu-se dele. Passou-lhe uma pomada no escroto, com cui-
dado para não despertá-lo. Mas aí, o pau do cara acordou.
Adquiriu mais do dobro do tamanho. Aquilo deixou-a ex-
citada. Deu mais uma volta na chave e aproximou-se dele.
Manuseou com cuidado seu caralho, temendo que ele des-
pertasse. Quando o membro ficou duríssimo, levou-o à boca.
Ele gemeu e se mexeu, aí ela deu um tempo. Quando voltou a
mexer com ele, o cara não mais se moveu.
A boceta miúda dela pingava gozo. Mas tinha receio de
SANGUE RUIM 19
se enfiar na pica do cara e acordá-lo. Continuou chupando-o,
enquanto friccionava a vulva. Quando estava para gozar, ba-
teram na porta. Era a dona do bordel:
- O que está fazendo, trancada com o meu macho, va-
dia? Abra já essa porta!
Não adiantava tentar esconder o fato de estar mexendo
com o mulato. A dona do puteiro era experiente, e veria isso
em seus olhos. Abriu a porta, empulhada.
- Ah, interrompi tua foda, não é, vagabunda? Você sabe
que amo este homem, catraia.
- Eu também gosto dele. - a negra a enfrentou.
A coroa esteve olhando para ela. Primeiro, fechou a
cara. Depois, abrandou. Falou:
- Está bem. Dá pra nós duas. Sei que deve estar afim de
foder, já que ninguém te procura. Mas, só desta vez, viu? - A
coroa já estava tirando a roupa.
A magrinha sorriu e deu um beijo na bochecha dela.
Ajudou-a a se despir.
- Antes, me responda uma coisa, tire-me uma dúvida,
ok?
- A senhora pode dizer.
- É verdade o que dizem, que está com AIDS? Se assim
for, vamos ter que botar uma camisinha nele.
- É boato, dona Solange. Antes de vir para cá, passei
muita fome. Por isso, sou tão magra.
- Ok. Mas, por via das dúvidas, coloque-lhe uma ca-
misinha. Depois, me ajude a sentar em seu colo. Fique me
apoiando, para eu não cair. Depois, ele será todo seu.
A coroa gozou várias vezes sentada na pica do cara. Ele
acordou justamente na hora em que ela se estrepava em seu
pau. Tentou pegá-la pelas ancas, mas seus braços estavam
muito doloridos. Ouviu a voz da negra:
- Ele acordou, dona Solange.
A mulher teve um orgasmo prolongado, ao ouvir essas
palavras. Depois, saiu de cima do cara, com a ajuda da garço-
SANGUE RUIM20
nete. A negra perguntou:
- Posso continuar?
A coroa balançou afirmativamente a cabeça. Estava
resfolegando demais para falar. Quando a magrinha se ajoe-
lhou de pernas abertas sobre o corpo do mulato, lhe pingou
gozo da boceta. Ela passou a mão na tabaca e levou-a à boca,
lambendo o próprio néctar. Ele disse:
- Também quero um pouco.
Ela sorriu. Aproximou a xoxota da cara dele e esfre-
gou-a. Mesmo com os lábios doloridos, ele a lambeu ali. Fi-
cou brincando com a língua no seu pinguelo. Ela gemeu alto
e gozou pela primeira vez. Espirrou um jato de esperma no
rosto dele.
- Hummmmmmmm, é doce e cheiroso... - Ele falou.
- Ai, morde meu grelinho. Me faz gozar, amor...
Ele fez o que era pedido. Logo, ela começou a estre-
mecer todo o corpo e espirrou gozo mais uma vez. A dona
do puteiro levou a mão à boceta, numa siririca veloz. Ficou
excitada, ao ver a outra gozando.
- Ahhhhhhh, como eu gostaria de poder lançar porra
igual a você, menina...
Aí, a negra gozou mais uma vez, quando o cara lhe
mordeu o clitóris com os lábios, para não machucá-la.
- Ah, puto gostoso. Agora, mete depressa esse pauzão
na minha xoxotinha, mete...
Fim da segunda
SANGUE RUIM 21
Terceira parte
Depois que fez o mulato gozar, a negra retirou-lhe a ca-
misinha e sorveu todo o líquido contido nela. Lambeu
os lábios e depois jogou o objeto fora, no lixo. O cara tinha o
rosto cada vez mais inchado, mas parecia satisfeito. A coroa
aninhou-se num braço dele e a negra no outro. Mesmo com
dores, ele afagou as duas.
- Cadê o casal que vi aqui? - Perguntou ele.
- Estão lá fora, amor. Deixei-os tomando uma cerveja.
Parece que tinham muito a falar, um para o outro... - Expli-
cou a garçonete.
- Não me diga que está querendo, mesmo, foder aquela
catraia? - Reagiu a coroa.
- E por que não? Minha vida fora deste puteiro perten-
ce apenas a mim.
- O jovenzinho parece gostar dela. Falo só por causa
disso. Se eu fosse você, a deixava para ele.
SANGUE RUIM22
O mulato não respondeu. Levantou-se e vestiu-se.
Logo, saía do quarto da coroa. Avistou o casal sentado a uma
mesa. Caminhou até eles. O puteiro estava fechado, com eles
dentro.
- Folgo em saber que está melhor, amigo. Venha beber
uma cerveja conosco...
O homem aceitou o copo que lhe era oferecido. Sen-
tou-se, saboreou um gole e elogiou a bebida estar geladíssi-
ma. Depois, falou:
- E aí, já chegaram a um acordo?
O cara baixou a cabeça. Ela foi quem respondeu:
- Cada um segue sua vida. Eu adorei foder com todos.
Pena que nenhum tivesse um caralho bem grande, como eu
gostaria.
- Tamanho não é documento, mocinha. Vai aprender
isso. O importante é que o cara saiba trepar.
- Você sabe?
- Não me provoque. Teu namorado ainda gosta de ti,
e é bem capaz de aproveitar meu estado para me dar nova
sova. - Disse ele, rindo.
Todos caíram na risada. Depois, muito sério, Eudes fa-
lou:
- Não me importo que ela dê umas contigo. Você fez
por merecer. Mas insisto em filmar a foda dos dois.
- Você me paga quanto, para que eu faça o papel de
fodelão da tua namorada?
O jovem ficou vermelho. Depois, explicou:
- Nunca filmei uma foda. Filmo casamentos, festas em
geral. Nem saberia quanto pagar a atores, para produzir um
filme. Nunca pensei nisso...
- Certa vez, fui procurado por um cara para foder-lhe
a nega, enquanto ele assistia. Ganhei uma boa grana. Mas aí,
a nega quis transar outras vezes comigo, me encontrando às
escondidas. O marido descobriu e veio pra cima de mim. Por
SANGUE RUIM 23
pouco, não me matou. Tomei-lhe a arma e atirei nele. Por
isso, passei uns anos preso.
- Ah, tadinho. Mas estou pensando em algo que pode
dar certo... - Afirmou a mocinha.
- E o que seria?
Ela se ajeitou melhor na cadeira, disposta a alongar a
conversa. Falou que tinha algumas amigas que iriam adorar
posar de atriz pornô, gravando um filme curto. Se fosse com
alguém desconhecido, ao invés do namorado, que pudesse se
passar por garanhão, seria melhor ainda. Então, explicou que
a ideia era usar o mulato como ator pornô, oferecendo-o às
amigas. Eudes filmaria as cenas. Cobraríamos por isso. Era só
pesquisar por quanto sairia uma produção dessas. As amigas
tinham grana, pagariam na certa.
- Bem bolado - disse o mulato.
- Então, começaremos as filmagens amanhã. - Afirmou
o jovem. - O amigo aqui será o nosso modelo. Faremos um
demo, para você, Anitta, apresentar às tuas amigas.
- Mas, já? Não é melhor deixar nosso amigo sarar dos
machucados?
- Não, não... Assim, fica mais interessante. Pensarei
numa historinha convincente, para justificar os machucões.
Deixa comigo.
Tomaram mais duas cervejas, depois o casal foi-se em-
bora. O mulato despediu-se das duas mulheres do bordel e
foi para a pensão onde morava. No entanto, a caminho de
lá, avistou o sarará que havia iniciado a briga, pouco antes.
O cara estava bebendo numa mesa disposta à calçada de um
barzinho, com dois amigos que também participaram do lin-
chamento. Reconheceram-no.
- Ei, olha lá o otário que levou uma surra da gente. Tá
todo arrombado. Kkkkkkkkkkkk...
O mulato nem olhou para eles. Seguiu seu caminho.
No entanto, quando chegou na pensão onde morava, pegou
um martelo grande entre as ferramentas que usava para fazer
SANGUE RUIM24
biscates, e voltou ao bar.
Quando os três caras o viram de volta, levantaram-se
da mesa. Fecharam a cara e partiram pra cima do mulato. Os
poucos clientes do bar logo pressentiram que ia ter confusão.
Mas as coisas aconteceram muito rápido. A primeira marte-
lada atingiu o sarará, abrindo-lhe a cabeça. Ele caiu. Antes
mesmo que atingisse o chão, outro sujeito recebeu o golpe
de martelo no antebraço, causando-lhe fratura exposta. Ajo-
elhou-se de dor. Em seguida, o mulato arremessou, com for-
ça, a ferramenta contra o rosto do terceiro, quebrando-lhe o
nariz. O cara gritou de dor. O mulato apanhou o martelo em
pleno ar, quando este ricocheteou no cara, e golpeou de novo.
Acertou-lhe o joelho, destroçando-o. O sujeito desmaiou. O
sarará gemia, vertendo sangue do ferimento na cabeça. Rece-
beu um novo golpe no queixo que lhe destroçou a mandíbu-
la. O cara ruiu.
O mulato limpou o martelo sujo de sangue nas roupas
do sarará, depois sentou-se na mesa onde os sujeitos estive-
ram bebendo. Sorveu um gole do copo de um deles, depois
chamou o garçom:
- Os nobres cavalheiros vão me pagar umas cervejas.
Autorizaram-me a pegar a grana dos bolsos deles. Faça-me o
favor de trazer uma bem gelada...
- Sinto muito, mas vou ter que chamar a polícia, cida-
dão.
- Tudo bem. Contanto que faça isso depois que eu to-
mar uma duas cervejas e for embora... - Disse ele, entregando
o martelo ao cara.
- Não precisamos disso aqui, senhor. Mas deixe seu
cartão. De vez em quando acontece de precisarmos de um
marceneiro.
O mulato sorriu. O garçom aproveitou para ir buscar
a cerveja. O pessoal voltou aos seus lugares. Um cara veio
parabenizá-lo.
SANGUE RUIM 25
- Mandou bem, coroa. Três contra um é covardia. Pos-
so te pagar uma cerveja?
- Não, obrigado. Os cidadãos caídos já deixaram algu-
mas pagas, para mim. Mas pode se acercar, se quiser tomar
uns goles...
- Obrigado. Posso chamar minha nega pra cá?
Pouco depois, uma morena linda e rabuda se acercou
da mesa. Pediu licença e sentou-se. Olhava embevecida para
o mulato.
- Esta é Rosa, minha companheira. Adora estar comigo
aqui, no baixo meretrício. Ficou interessada em você. Deixo
os dois transarem, se eu participar da orgia. Que tal?
- Bem direto, você. Mas, detesto gigolôs. - Disse o mu-
lato. - Nada feito. Porém, podem continuar bebendo em mi-
nha mesa. Não estou pagando, mesmo...
A mulher fez um aceno para o companheiro. Este pe-
diu licença e levantou-se. Logo, ela ficou a sós com o mulato.
Viu seus machucados e perguntou:
- Que foi isso? Outra briga?
- Sim, levei um desacerto desses caras. Voltei para me
vigar.
- Vi quando eles galhofaram contigo. Como passaste
direto, achei que eras um covarde. Gostei do que vi agora.
- O que você quer comigo, dona? Vá logo desembu-
chando, que prefiro ficar sozinho.
- Calma, bonitão. Não sou o que você está pensando...
- E você é o quê?
Ela ajeitou-se na cadeira. Passou as mãos nos longos
cabelos, como se quisesse ficar mais bonita para ele. Então,
falou:
- Sou advogada e ninfomaníaca. O cara que estava aqui
é meu irmão, um desempregado que vive às minhas custas.
Nós acabamos de transar, mas não me sinto satisfeita. Então,
pedi-lhe que procurasse homens para me satisfazer. Eu pago
SANGUE RUIM26
bem. E fiquei interessada em você.
O mulato sorveu um grande gole de cerveja, sem olhar
para ela. Quando o fez, avaliou-a da cabeça aos pés. Ela em-
pertigou-se, para facilitar sua opinião.
- Você é bonita, não precisa pagar ninguém para trepar.
- Você é que pensa. Quando os homens sabem que sou
rica, sempre querem arrancar dinheiro de mim. Por isso,
uso-os e descarto-os. Queria encontrar alguém que topasse
ser meu marido, mas só encontro broxas. Quero um homem
viril, que possa trepar comigo todos os dias. Em troca, dou
tudo que ele quiser.
- Uma mulher, por mais bonita e gostosa que seja, um
dia a enjoamos, dona. Aí, a trocamos por outras. Não sou um
bom negócio. Melhor procurar outro.
Ela olhou demoradamente para ele. Num ímpeto, deu-
lhe um beijo na boca. Ele ia dizer que não beijava putas, mas
ela parecia, realmente, uma mulher tipo família, apesar de es-
tar naquela zona. Vestia-se bem, e não tinha cara de quenga.
Deixou-se beijar. Quando ela afastou os lábios, disse para ele:
- Quero estar contigo, nem que seja só uma única vez.
Vamos para o meu apê? Já estou molhadinha...
O garçom, finalmente chegou com uma cerveja gela-
díssima. Falou:
- Oferta da casa, cavalheiro. Tem direito a mais duas,
contanto que pague a conta dos senhores dorminhocos...
O mulato sorriu. Levantou-se, mexeu nos bolsos dos
caras desacordados e entregou um tufo de dinheiro ao gar-
çom, sem contar quanto tinha.
- Tome, fique com o troco.
O garçom ficou contente, mas dividiu o montante ao
meio e entregou a metade a ele:
- Para mim, é o suficiente. O resto, o cavalheiro tem
direito, por ser tão honesto e pagar a conta alheia.
A advogada deu uma gargalhada. Achava os dois muito
divertidos. Mas, reforçou o convite, antes que o garçom se
SANGUE RUIM 27
retirasse:
- Pegue quantas garrafas quiser e levemo-las para mi-
nha casa. Depois eu me acerto com Duduzinho.
- Quem é esse tal de Duduzinho, teu irmão?
- Não, cavalheiro. Sou eu. A quem tenho a honra de
conhecer? - Perguntou o atendente.
- Este é um amigo meu, Dudu. Chama-se Jorge. - Disse
a moça, antes que o mulato respondesse.
Pouco depois, os dois chegavam ao apê dela, localiza-
do num bairro nobre da cidade. Ele trazia quatro garrafas de
cervejas geladas nas mãos. Ela parou no meio da sala e o bei-
jou efusivamente. Depois, foi descendo a boca, enquanto o
despia. Ele disse:
- Deixe-me tomar um banho primeiro, dona. Estou fe-
dendo a boceta.
Ela deu uma bela gargalhada. Reclamou:
- Você é muito afoito. Outra, desistiria de trepar conti-
go no ato, por estar fedendo a sexo. Mas esse cheiro é muito
excitante para mim. Não vou deixá-lo tomar uma ducha ago-
ra, só depois.
E continuou despindo-o, enquanto lambia e beijava o
seu corpo, a caminho do pênis. Quando tirou-lhe a cueca, o
caralho saltou em direção à sua boca. Ela beijou-o e lhe elo-
giou o tamanho e grossura. Lambeu-o com volúpia, chupan-
do a cabeçorra. Ele continuava com as quatro cervejas nas
duas mãos. Falou:
- Essa tua boca quentíssima vai acabar esquentando as
bebidas. Não é melhor pô-las na geladeira?
Ela deu mais uma risada. Adorava o bom humor dele.
Pegou-o pelos flancos e levou-o em direção ao enorme quar-
to. Havia um grande freezer, lá. Ela guardou três, depois abriu
uma das garrafas. Tomou um gole, bebericou e deu um gole a
ele. Depois, inesperadamente, despejou o líquido no peito do
mulato. Agachou-se e sorveu a bebida em seu pau.
SANGUE RUIM28
- Para disfarçar o cheiro de boceta da tua rola. - Disse
ela.
Ele retrucou:
- Acho um desperdício. E estou com sede...
Ela não lhe deu atenção. Estava concentrada na felação.
Parou. Ainda estava vestida com um blazer, e uma saia de
tamanho médio, muito elegante, com uns botões. Virou-se
de costas, para que ele desabotoasse a peça. O mulato desco-
briu um corpo perfeito, já sem calcinha. Meteu o dedo no seu
cuzinho. Ela não se retraiu. E disse:
- Uma grande ideia. Assim, nos livramos desse cheiro
de boceta do teu caralho.
Empinou a bunda para ele. Em pé mesmo, ele apontou-
lhe o membro entre as nádegas. Ela se abriu, usando as duas
mãos, expondo um cuzinho rosado e cheiroso. Ele empur-
rou mais um pouco do pênis. Ela gemeu. Arreganhou mais
as pernas. Ele acomodou-se melhor e mandou pica. Aí, algo
se enroscou entre as pernas do mulato. Ele tomou um baita
susto.
Fim da terceira
SANGUE RUIM 29
Quarta parte
- Jorge, te apresento Jorge, meu gatinho persa. Não é
lindo?
O bichano estava se esfregando entre as pernas do mu-
lato. Este deu só uma rápida olhada, antes de dizer.
- Não acho que esta seja uma boa hora para apresen-
tações.
- Não seja ciumento. Ele até gostou de você. E olha que
ele não costuma fazer amizades com pessoas.
- Ele ainda não me conhece. Depois, vai querer distân-
cia de mim...
- Mesmo? Por que?
- Detesto gatos. Não os aprecio nem como churrascos.
Ela riu. Achou que ele estava brincando. Beijou-o com
volúpia, antes de se virar de costas, novamente, para ele. Ar-
rebitou o bundão, e ele a lambeu entre as nádegas.
- Uau, que gostoso. Pelo jeito, vou ser muito feliz hoje.
SANGUE RUIM30
– Ela disse.
Ele a pegou nos braços e levou-a para a cama. Deixou-a
de quatro, na borda do leito. Continuou lambendo-a. O gato
enorme pulou para cima da cama e sentou-se sobre as patas
traseiras, como se estivesse assistindo a foda. Ela falou:
- Pode meter sem pena, amor. Teu caralho é grande,
mas eu aguen...
Não terminou a frase. Ele enfiou-lhe, devagar e sempre,
o enorme cacete no rabo dela, até que não ficou um só centí-
metro de fora.
- Uhhhhhhhhhh, que gostoso. Agora, mete...
Ao invés disso, ele retirou tudo de vez. Ela gemeu:
- Não, escroto. Estava tão gostoso. Bota tudo de novo,
bota...
Ele voltou a enfiar sua trolha no cuzinho dela, que ge-
meu arrastado. Mas retirou-se de novo do seu ânus, deixan-
do-a ansiosa.
- Porra, caralho. Deixa dentro. Quero gozar, seu puto...
Ele continuou tirando e botando a pica inteira, até que
ela começou a chorar:
- Não, não judie de mim. Assim eu morro de gozar, seu
cachorro. Deixa dentro. Deixa dentro...
Então, o mulato retirou-se do seu buraquinho e enfiou
a rola de vez, na boceta dela. Ela deu um urro e quis se afas-
tar, mas ele voltou a penetrar-lhe o reto. Ela urrava, de tanto
chorar.
- Cachorro escroto... assim... eu só... vou aguentar...
uma foda.
Ele a pegou pelas ancas e meteu tudo dentro, depois
ficou parado.
- Mete. Mete, seu puto. Ou me deixa rebolar...
E foi o que ela fez. Chorando, passou a mexer a bun-
dona, se esfregando nele. Fazia movimentos circulares, e co-
meçava a sentir a aproximação do gozo. Com pouco tempo,
gritou:
SANGUE RUIM 31
- Estou gozando. Estou gozando. Não tira... Estou... go-
zan... dooooooooo...
Aí, ela levou a mão ao grelo e friccionou-o. Não demo-
rou muito a ter um orgasmo prolongado, lançando um líqui-
do esbranquiçado pela vagina. Retirou-se do caralho dele e
deitou-se de costas na cama. Ficou mijando para cima, mo-
lhando-o todo de gozo. Quando parou de ejacular, ele meteu
a boca em seu grelo. Ela deu um grito de surpresa e de prazer.
Gemeu:
- Não. Mais não. Você vai me matar de gozar, seu es-
croto. Para...
Ele não parou. Só o fez quando ela gozou novamente,
lançando um jato em seu rosto. Ele se afastou um pouco, mas
meteu dois dedos da mão direita dentro do cu dela.
- Puta que pariu, seu cachorro doido. Se me fi-
zer gozar mais uma vez, te dou um chute no saco...
Uhhhhhhhhhhhhhhhhh...
Ele ficou rodando e enfiando mais os dedos dentro
dela, depois os retirava totalmente. Ela revirou os olhos e pa-
recia que ia ter um treco.
- Nãoooooooooo... Piedade... Chega...
Então, o mulato retirou os dedos e enfiou o caralho de-
vagar, até o talo. Ela tentou se arrastar na cama, fugindo dele.
Mas não conseguiu. Chutou-o várias vezes, até que ele lhe
agarrou os dois pés. Ela aperreou-se. Já não tinha mais voz
para gritar. Então, desfaleceu.
Quando ela acordou, o mulato não estava mais lá. Dei-
xara um bilhete de agradecimento, pela foda. Ela rangeu os
dentes:
- Está muito enganado se acha que vai conseguir fu-
gir de mim, seu puto. Agora, fodeu-se. Não saio mais do teu
pé. Que gozada doida arretada. Nunca me havia acontecido
isso...
SANGUE RUIM32
O cara havia voltado para a pensão onde costumava
dormir. O dia estava quase amanhecendo, e ele ficara de se
encontrar com Eudes e sua namorada, para combinarem o
roteiro do filme de putarias. Precisava descansar. E tomar um
banho, pois não tinha se banhado na casa da advogada. Gos-
tara de fodê-la, mas, se tivesse ficado, ela não o deixaria mais
ir embora. Tinha certeza disso. E ele não queria faltar com
o compromisso marcado com o fedelho. Pegou uma roupa
limpa e se dirigiu ao único banheiro da pensão. Encontrou-o
fechado. Esperou um tempo, depois resolveu bater à porta.
Ninguém respondeu. Estranhou. Bateu de novo. Nada. En-
tão, arrombou a porta.
Uma mocinha estava caída no chão do banheiro, com o
chuveiro ligado. Parecia desfalecida. Tentou reanimá-la, mas
ela não reagiu. Tinha uma das mãos metida na vagina. Decer-
to estava se masturbando, quando algo aconteceu. Desligou
o chuveiro, pegou-a nos braços e levou-a para o seu próprio
quarto. Não conhecia a moça, que aparentava uns 30 anos
de idade. Devia ser novata na pensão. No entanto, quando a
depositou na cama, ela acordou:
- Meu Deus, estou no Céu. Obrigada por atender mi-
nhas preces, Senhor. É justamente de um cacete deste tama-
nho que eu estou precisando...
Fim da quarta
SANGUE RUIM 33
Quinta parte
Só depois do segundo tapa no rosto é que a mocinha rea-
giu. Primeiro, aboticou os olhos. Em seguida, fez cara de
zangada. Gritou:
- O que é que você está fazendo comigo? Quem é você?
- Acalme-se, dona. Você estava delirando. Tive que ba-
ter-lhe, para que voltasse ao normal. Mas não bati com for-
ça...
- Quem é você? E o que está fazendo no meu quarto?
Diga logo, senão vou gritar.
- Pode gritar à vontade, não ligo. E você é quem está no
meu quarto. Encontrei-a desmaiada no banheiro e te trou-
xe para cá, pois não sei em que quarto está hospedada. Vou
buscar tuas roupas que ficaram lá no chão. Depois, vista-se e
vá-se embora.
Só então ela percebeu que estava totalmente nua. As-
sustou-se e cobriu os seios e o sexo com dois travesseiros.
SANGUE RUIM34
Olhou em volta e concordou estar em dormitório alheio.
- V-Você não vai me estuprar?
Ele sorriu. Disse:
- Não, moça. Já esgotei minha participação em fodas,
por hoje. Quem sabe outro dia?
- Não fez nada comigo, enquanto eu estava desacorda-
da?
- Fiz, sim. Trouxe-a nos braços para cá. Para isso, tive
que tirar seu dedo que estava enfiado na boceta.
- Mentiroso. Não poderia enfiar nem o mindinho na
vulva. Sou virgem, tá vendo?
E ela abriu as pernas, afastou os lábios vaginais e mos-
trou para ele. Realmente, deu para ver seu hímen intacto. Ele
reagiu com desdém:
- Além de virgem, é doida. Dá pra mim não. Deixe-me
ir buscar suas roupas.
- Não vai mesmo me estuprar?
- Não, dona. Tenho um compromisso amanhã, logo
cedo, e quero dormir. Ainda bem que você acordou. Estava
já pensando em chamar a dona da pensão´- E o mulato abriu
a porta e saiu.
Voltou quase que imediatamente, com as roupas dela
na mão. Entregou-as.
- Vire-se para o outro lado, para que eu me vista.
- Sinto muito, mas não vou fazer isso. Já a vi nua o tem-
po inteiro. Nem por isso, te tarei. Você não faz o meu tipo.
- Não me acha bonita? - Perguntou ela, vestindo-se à
sua frente, sem um pingo de vergonha.
- Também não é feia. Apenas não faz o meu tipo. Talvez
por ser magra demais pro meu gosto. Prefiro as mais cheii-
nhas.
- Gosta de mulheres gordas?
- Não. Gosto das boazudas. E por favor, vá embora.
Quero dormir.
- Chato. Chato de galocha. Eu bem que poderia te dar
SANGUE RUIM 35
uma chupadinha, se fosse mais simpático comigo.
- Eu passo. Já tive a minha cota de sexo hoje. Quero
tomar um banho, pois meu cacete só cheira a cu.
- Credo, que cara depravado. Vou-me embora, mesmo.
E não me procure. Se eu quiser, procuro você.
- Não tem pra quê. Deixe quieto. Faça de conta que
nunca nos encontramos.
Ela saiu batendo a porta. Ele voltou ao banheiro, onde
tinha deixado as suas roupas. Tomou um banho rápido e vol-
tou ao seu quarto. Logo, estava dormindo.
De manhã cedo, por volta das oito da manhã, desceu
as escadas da pensão para tomar café, como sempre fazia. A
novata não estava lá. Perguntou à cozinheira:
- Cadê a novata? Já tomou café?
- Ah, vocês já se conheceram? Aquela doidinha já saiu.
Disse que iria para alguma praia. Gostou dela?
- Detestei. Discutimos, mas nada que valha a pena co-
mentar.
- Eu ouvi umas falas ontem, mas não sabia que eram
vocês.
Ele não respondeu. Fez o desjejum e despediu-se da
cozinheira. Rumou para o puteiro, onde havia marcado com
o rapaz cinegrafista. O cara, porém, não apareceu. Ficou cha-
teado. Não costumava farrapar seus encontros, e detestava
quem fazia isso. Ainda esperou mais meia hora, mas o jovem
não apareceu. Então, a garçonete com cara de aidética veio
até ele.
- Bom dia, gato. Dona Solange acordou indisposta,
hoje. Não quis se levantar. Mas disse que, se você viesse, ti-
nha direito a cervejas. Posso pegar uma pra mim, já que ela
não está aqui?
- Faça o que quiser. Mas não vou beber agora, tão cedo.
Me dá um refrigerante.
- Tenho suco de tangerina na geladeira. Mais saudável.
SANGUE RUIM36
Você quer?
- Sim, obrigado. Boa ideia. Dormiu bem?
- Demorei a dormir, pensando na nossa foda de ontem.
Nunca mais eu havia feito sexo. Acho que os homens pensam
que sou aidética. Não querem nem conversa comigo.
- E você é?
- Não. Passei muita fome antes de vir para cá. Emagreci
muito. Deixa eu te mostrar uma foto do ano passado...
A mulher desapareceu por uma porta, mas voltou logo,
com uma fotografia na mão. Mostrou a ele:
- Veja, pra não dizer que eu estava mentindo...
De fato, ela era muito bonita e gostosa. Estava de biquí-
ni, numa praia, e o corpo era de fazer qualquer cacete aplau-
dir de pé. Ele levou a mão ao pau. Ela riu. Perguntou:
- Quer que eu te alivie o tesão? Irei adorar...
- Pode entrar alguém, a dona não iria gostar.
- Vamos pro meu quarto. Fechamos a porta e ninguém
irá ver. Chamo uma outra puta pra ficar despachando. Sabe
onde é meu quarto?
Ele sabia. Foi para lá, enquanto ela gritava por alguém.
Logo, ela estava com o mulato. Ele estava deitado na cama,
ainda de roupas. Ela disse:
- Por que não tira a roupa? Fica melhor para mim.
- Sei. Mas aviso que não vou te chupar. Deve saber que
eu não chupo putas.
Ela abriu o fecho da calça dele. Libertou seu enorme
caralho. Baixou as calças até os joelhos e acariciou a jeba. Fa-
lou:
- Nunca fui puta, sabia? Era uma mulher casada, bem
casada. Amava meu marido. Tivemos um casal de filhos. Aí,
ele nos deixou para ir morar com outra, que devia ter uns
quinze anos de idade. Fez mal a ela e a família obrigou-o a ca-
sar. Acho que ele nunca disse que já era casado. Eu me deses-
perei. Não trabalhava. Também não consegui emprego, nem
em casa de família. Como eu era muito bonita, as esposas não
SANGUE RUIM 37
me queriam, temendo que eu seduzisse seus maridos. Passei
a beber muito, às custas de amigos. Depois, aceitava dinheiro
de quem nem conhecia. Mas não fodia com ninguém. Ainda
esperava voltar para o meu marido. Eu só vivia embriaga-
da, então minha sogra tomou meus filhos na justiça. Alegou
abandono do lar. Hoje, meus filhos não querem nem me ver.
Nem a menina, que antes era apegada comigo. Passei a beber
mais ainda. Dona Solange me encontrou caída na rua e me
trouxe para cá. Devo minha vida a ela.
- Ela te paga, aqui?
- Não aceito dinheiro dela. Já fez muito por mim.
- Entendo. Agora chupa, por favor, que estou de cacete
já doendo.
Ela lambeu todo o membro. Tremulou a língua no bu-
raquinho da pica. Depois, começou a chupar a chapeleta. Ti-
nha técnica apurada, de chupar, que ele quase não sentia sua
boca em seu pau.
- Onde aprendeu a chupar assim?
- Na Internet. Antes de meu marido ir embora, eu pas-
sava o dia aprendendo essas coisas, para deixá-lo mais con-
tente...
Ela parou só por um segundo, para responder-lhe a
pergunta, depois voltou à ação. Espalmou uma mão acima
do umbigo dele, deixando-o sem fôlego, enquanto continu-
ava chupando. De vez em quando lhe mordiscava o pau. O
mulato tentava puxar o ar, mas em vão. Aproximava-se do
momento do gozo. Quando ela percebeu seu membro inchar,
meteu-o mais profundo na garganta.
- Vou gozar...
Ela conseguiu deglutir todo o cacete. Ficou movimen-
tando a cabeça, e ele sentiu como se estivesse fodendo um
cuzinho apertado. Esse pensamento apressou-lhe o orgasmo.
Explodiu na garganta dela, gemendo:
- Uhhhhhhhhhhhhhh...
Foi uma gozada cavalar. Ela se engasgou, mas não lar-
SANGUE RUIM38
gou o nervo. Ficou parada, de olhos fechados, curtindo o
gozo dele. O mulato estava trêmulo. Suspirou:
- Que gozada do caralho. Você chupa muito bem...
Quando ela tirou o falo da boca, não pingou nem um
tiquinho de porra. Ela terminou de engolir, antes de prome-
ter:
- Se vier dormir aqui comigo, hoje à noite, te dou outra
chupada dessas. Talvez, até, melhor...
- Não posso. Dona Solange ficaria com ciúmes, e é bem
capaz de te botar de casa pra fora.
- Tem razão. Que ela não saiba que eu fiz isso. Já me
alertou que você é dela. Eu é que não consegui me conter...
- Se você não disser, ela nunca vai saber.
- Eu fiz a besteira de dizer à puta que está lá no bar que
ia foder contigo. É bem capaz de me alcaguetar à dona.
- Deixa comigo. Eu resolvo isso.
Quando ele saiu, a puta olhou para ele, sorridente. Era
uma loira boazuda, mas parecia ter escrito na testa: rapariga.
- Já treparam? Achei que iam demorar...
- Foi uma rapidinha. Estou com pressa.
- Ah, que pena. Se não estivesse apressado, eu ia querer
uma foda, também. Você é um mulato bonitão, e tem cara de
quem trepa bem. Não quer me experimentar?
- Outro dia. Tenho mesmo que ir. Fico te devendo.
- Vou cobrar, viu? Se farrapar comigo, digo à dona. Sei
que ela gosta de você. Na certa, expulsaria a quenga traidora.
Ele fez que não ouviu. Saiu do prostíbulo, que nunca
fechava. A única vez que viu o local fechado foi quando ele
perdeu a briga. Não acreditava que a puta loira iria fazer in-
ferno com a dona do puteiro, dedurando a outra. Pretendia
passar na casa da advogada, já que o rapaz não viera encon-
trar-se com ele. Quando ia atravessando a rua, para pegar
um ônibus, eis que avista a namorada de Eudes. Ela também
o viu. Veio até ele.
- Olá. Encontrou Eudes?
SANGUE RUIM 39
- Não. Esperei até agora e o cara não apareceu. Nem
acho que venha mais. Portanto, estou indo embora.
- Vai pra onde?
- Não é da tua conta.
- Eh, calma... Eu só queria saber se vai tomar umas.
Estou me convidando.
Ele esteve indeciso. Depois, resolveu:
- Ok, te pago umas. Mas não vou beber. É cedo pra isso.
- Ah, assim não vale. Quero deixar você bêbado, pra te
convencer de dar uma foda comigo. Fiquei afim, desde on-
tem. Aproveito para limpar esses machucados. Compre as
cervejas e levamos para a minha casa.
- Melhor não, mocinha. Teu namorado gosta de ti. Não
quero encrenca.
- Tem medo dele?
Ele riu. Respondeu:
- Não tenho medo de ninguém, se quer saber. Fui cria-
do nas ruas, aprendi a me defender.
- É, eu vi a surra que levou.
- Eram muitos. E me pegaram pelas costas. Senão, teria
vencido todos. Mas isso não vem ao caso. Desisto de te pagar
as cervejas.
- Tem medo de mim? - Perguntou ela, com um riso
maldoso.
Antes que ele dissesse algo, ela se atirou nos braços
dele, beijando-o. Ele a afastou com firmeza:
- Sem beijos. Eu não beijo putas.
- Não sou puta. Fiz aquilo para matar de raiva Eudinho.
Ele fez por merecer.
- Conheço a história. Mas, pra fazer aquilo, é preciso
ser muito puta.
Ela amuou. Depois, agarrou-se ao braço dele. Disse:
- Então, me pague uns refrigerantes. E eu prometo não
insistir mais.
Ele levou-a para o restaurante chinês. A filha do dono
SANGUE RUIM40
fechou a cara, quando o viu acompanhado. Mesmo assim,
aproximou-se e disse baixinho:
- Meu pai quer falar contigo de novo. Pediu que eu dis-
sesse a ele quando você aparecesse. Está lá dentro. Pode en-
trar.
- Dê um refrigerante a essa guria.
E, virando-se para a namorada de Eudes, disse:
- Volto logo. Tome o refrigerante devagar. - E sumiu
porta adentro de uma sala que parecia um escritório. O velho
estava lá, triste.
- O que houve, chinês? Não gostou da mercadoria que
eu te trouxe ontem?
- Chinês gostô sim. Né disso que chinês qué falá.
- Ótimo. Mas fale sem essa frescura. Eu sei que você
consegue se expressar em bom português.
- Certo. Chinês quer outro trabalho. Sei que você pode
quebrar galho de chinês.
- De que se trata?
- Chinês quer dar uma festa. Precisa de putas bonitas.
Você deve conhecer muitas.
- Quem te disse?
- Boatos. Onde há fumaça, há fogo.
- Okay. O que essas putas bonitas fariam na festa?
- Atenderiam o último desejo de um homem. É cos-
tume chinês contratar putas para enterros. E pagar a muita
gente, para dar a impressão de que o defunto era muito co-
nhecido e querido. Já contratei muita gente. Faltam as putas.
- Uau, não sabia desse costume de vocês. Quem mor-
reu?
- Você não precisa saber logo. No dia, saberá.
- Por que, o cara ainda está vivo?
- Sim, mas vai morrer logo.
O mulato esteve pensativo. Depois disse:
- Não está me metendo em encrencas, velho? Olhe lá...
- Sei que é destemido. Não estou te pedindo nada pe-
SANGUE RUIM 41
rigoso, não?
- Está bem. Para quando quer as putas?
- Depois de amanhã. Quanto vai me cobrar?
- Depende. Tenho que falar primeiro com as putas. De-
pois, te digo o preço.
- Fechado.
Quando o mulato saiu do escritório do chinês, viu a
chinesinha conversando com a namorada de Eudes. Assim
que o viu voltar, a oriental saiu de perto da outra. Tinha o
rosto carrancudo.
- O que estiveram conversando?
A mocinha riu. Disse:
- Ela veio me perguntar o que eu era tua. Disse-lhe que
era tua noiva. Ela parece que não gostou muito da informa-
ção. Vocês namoram?
- Sim, mas no dia que ela souber disso, acaba o namoro
na mesma hora.
A jovem deu uma gargalhada que fez os poucos clien-
tes do restaurante se voltarem para ela. Aí, seu telefone tocou.
Ela atendeu:
- Diga?... Sim, ele está aqui. Está bem, eu direi.
Quando encerrou a ligação, ela disse:
- Eudinho esteve pesquisando preços, e já comprou al-
gumas coisas. Quer que estejamos na minha casa, pois ele
quer começar a trabalhar já. Vamos?
- Vamos. Mas não vamos filmar já. Não me sinto dis-
posto.
- Eu te faço ficar disposto. Deixa comigo. - Disse ela,
sorrindo.
Ele pagou o refrigerante, levantou-se e ela pegou em
sua mão. Queria mesmo convencer a chinesa de que era mes-
mo namorada dele. O mulato entrou no seu jogo. Ainda ti-
nha o saco dolorido da patada que a oriental lhe deu. Mas não
olhou para trás, pra ver a sua reação. Perguntou à mocinha:
- Você mora aonde?
SANGUE RUIM42
Pouco depois, saltavam do ônibus em frente a uma
enorme casa, num bairro nobre da cidade. Ele ficou embas-
bacado com o tamanho e luxo da residência, mesmo antes de
entrar.
- Quantas pessoas moram aí?
- Eu e mais cinco caseiras.
- Teus pais são vivos?
- Não. Faleceram há dois anos, num acidente de carro.
Eu não tenho irmãos. Herdei tudo sozinha. A casa e uma gor-
da conta no banco. Eu posso ser chamada de rica.
- Estou impressionado. Você não deveria frequentar
puteiros.
- Foi só aquela vez. Não irei mais. Eudinho já teve o seu
castigo. Agora, já posso voltar para ele. Mas quero dar uma
trepada contigo, antes.
- Pretende viver da renda dos filminhos?
- Claro que não. Não preciso trabalhar. Tenho muita
grana, tanta que nem sei quanto.
- O Eudes também é rico?
- Que nada. Mas, não ligo para isso. No início, ele nem
sabia onde eu morava. Só nos encontrávamos na rua ou na
casa dele. Só depois que me deixou é que soube.
- Entendo. E pretende se casar com ele?
- Não. Poderemos ser felizes, sem precisar que nos ca-
semos. Ele continuará na casa dele e eu na minha. Por quê?
- Nada. Parece que você não confia muito nele, só isso.
- É, eu não confio, mesmo. Ele sempre foi muito apega-
do ao dinheiro. Casaria comigo, só para se tornar rico. E eu
não quero isso, sabe?
- Acho que te entendo. Mas, se o ama mesmo, isso não
deveria ser um empecilho.
- Eu deixei de amá-lo, quando ele me rejeitou. Mas, to-
das as vezes que precisei dele, esteve por perto. Me ajudou a
superar a morte dos meus pais.
SANGUE RUIM 43
Duas caseiras vieram perguntar se ela queria algo. Uma
delas era muito bonita. O corpão era fácil de se imaginar, por
baixo do uniforme.
- Vai precisar de alguma coisa, dona Anitta? Preparo
um suco para ambos?
- Sim, Beta. Prepare-nos dois sucos, com ovos crus
dentro. Quero ele bem forte, para fazer o que eu pretendo.
- Está bem. Desculpe perguntar, mas ele é seu namo-
rado?
- Sim, Beta. É meu novo namorado. Rompi com Eudi-
nho. Mas ainda somos amigos. Logo, ele estará aqui. Prepare-
lhe um suco, também, mas sem os ovos.
O mulato não quis desmenti-la. Achava divertido ela
dizer que namorava com ele. Agora, sabia o nome dela. Igual
a uma cantora famosa. Lhe admirou o corpo. Ela tinha uma
bunda redonda, tal qual a cantora. Os cabelos eram grandes
e lisos, quase chegando-lhe à regada da bunda. Era bonita, a
danada. Seu pau ficou duro, antes mesmo de tomar o suco
afrodisíaco.
Anitta disse para a outra criada:
- Alda, traga-me umas pomadas e gazes, para eu limpar
esses ferimentos dele, por favor.
- Não quer que eu lhe faça o curativo? Sabe bem que já
fui enfermeira...
- Não, Alda. Eu mesma cuido dele. Quero vê-lo gritar
na minha mão. - Disse-o rindo.
A doméstica saiu sorrindo, mas estava com pena do ra-
paz. Anitta pediu:
- Vamos para o quarto e você tira a roupa. Quero dar
uma olhada melhor nesses ferimentos.
Pouco depois, estavam num amplo quarto, decorado
por profissionais. Quando Beta chegou com os sucos, ele es-
tava só de cueca.
- Obrigada, Beta. Mas não vá embora ainda. Quero que
me ajude a cuidar dos machucões dele.
SANGUE RUIM44
- Está certo, dona Anitta. O que devo fazer?
- Tire-lhe a cueca. Mas não ligue, se ele ficar de pau
duro. Homem é assim mesmo.
- Eh, não precisa tirar minha cueca para limpar meus
ferimentos...
- As enfermeiras somos nós, e você fará tudo o que nós
dissermos.
Beta sorriu. Achava a patroa divertida. E, pelo volume
da cueca, o cara tinha um pau enorme. Tinha namorado, mas
o pau dele era pequeno. Estava curiosa para ver a jeba do
mulato. Achara-o muito bonito, mas não pretendia roubá-lo
da patroa.
- Como é o nome dele, dona Anitta?
- Antes que a jovem respondesse que não sabia, o mu-
lato falou:
- Meu nome é Jorge, Beta. Muito prazer.
Ele ergueu os quadris, ajudando-a a tirar a peça de rou-
pa. Ela arregalou os olhos, quando vislumbrou o pênis dele.
- Nooossa, dona Anitta. Ele é muito grande. A senhora
vai aguentar tudo isso?
A jovem riu gostosamente. Depois, disse:
- Não sou eu, e sim você que vai aguentá-lo, Beta. Não
queria ser atriz pornô? Agora é a tua chance...
- Ah, não... Eu queria ser atriz pornô antes de conhecer
meu namorado. Hoje, já não quero mais.
- Vai ter que querer. Já, já o Eudinho estará aqui com
material para fazer um teste de filmagem, e você vai foder
com Jorge. Eu quero só assistir o coito de vocês.
- E o meu namorado?
- É só não dizer a ele. Assim, ele nunca ficará sabendo.
A doméstica esteve pensativa. De repente, livrou-se das
roupas depressa, mostrando um corpo de mulherão. O pau
de “Jorge” deu um pulo. Ficou pulsando.
- Agora não, Beta. Deixe-me primeiro esterilizar o ca-
cete dele. Sabe-se lá onde ele andou metendo isso?
SANGUE RUIM 45
Beta estava ansiosa. Mas esperou a patroa cuidar dos
ferimentos do cara. No entanto, não quis perder tempo:
- Dê-me umas gazes e um chumaço de algodão, que
eu mesma cuido do caralho dele, dona Anitta, enquanto a
senhora cuida do resto.
Fim da quinta
SANGUE RUIM46
Sexta parte
Quando Eudes chegou, as duas já tinham dado um trato
no mulato. Mas não fizeram sexo. Esperaram o rapaz
chegar, para começarem as filmagens.
- Uau, vejo que já estão prontos para gravar. E você,
boazuda, quem é?
- Esta é Beta, minha funcionária. Sempre quis fazer
um filme de sacanagem. Convidei-a para a nossa estreia. -
Disse Anitta.
O jovem assoviou. Dispôs rapidamente a parafernália
de fios, câmeras, holofotes e outros apetrechos de cinegrafis-
tas. Só então, explicou:
- Estive pensando num roteiro simples: um cara sofre
um acidente automobilístico e para nesta mansão, para obter
ajuda. Está todo machucado, então vamos precisar simular o
sangue. Eu trouxe anilina rubra. Nós a usaremos.
- Ué, o roteiro é só isso? Não vai ter sexo? - Estranhou
SANGUE RUIM 47
o mulato.
- Claro que sim, cara. Sexo acontece em todo o resto
do filme. Isso, não precisa de roteiro. Faça com as mulheres
o que bem entender e elas concordarem...
- Eu não vou participar desse filme. Cedo meu lugar a
Beta.
O cara deu um suspiro. Não ficou claro que era de alí-
vio, por a namorada não ter que dar pro mulato. Ele ficaria
com ciúmes. Mesmo assim, ainda insistiu:
- Ficaria melhor para o meu roteiro se o cara acidenta-
do transasse com duas, ao mesmo tempo. Quando mais pu-
tarias, melhor para o demo que pretendo editar. Mas, quem
sabe é você.
- Eu tenho uma amiga que, decerto, gostaria de partici-
par. Quer que eu a chame? Ela não mora muito longe daqui.
O cinegrafista ficou indeciso. Pretendia aproveitar a
luz do dia para as cenas externas. Falou:
- Seria ótimo, se tua amiga for boazuda. Mas eu queria
terminar as filmagens hoje mesmo. E tem a cena da chegada
do personagem, depois que sofreu o acidente. À luz do dia, o
sangue estaria mais visível.
- Mas, à noite, seria mais verossímil. De dia, quem vis-
se o acidente, poderia socorrê-lo. Ele não precisaria vir até a
mansão. - Intrometeu-se Beta.
“Jorge” a apoiou:
- Ela tem razão. Gravaríamos de dia só as cenas se-
guintes, quando o sujeito despertasse de um desmaio, por
exemplo...
- Não sei, cara... Quanto tempo acha que leva para ir e
voltar aqui com tua amiga?
- Cerca de uma hora. Pena que não tenho telefone,
nem o número dela. Senão, era só ligar.
- Puxa, é o primeiro cara que vejo não usar um celular.
Eu não saberia viver sem o meu. - Disse Beta.
- Façamos o seguinte: eu estou de carro, portanto dá
SANGUE RUIM48
pra te levar e trazer mais rápido. Tem certeza de que irá en-
contrar essa tua amiga em casa?
O mulato titubeou. Foi sincero:
- Não, não tenho. Mas não custa nada arriscar, né?
Pouco depois, o jovem dava partida no carro. Deixara
tudo arrumado para começar as filmagens. Como estavam
sozinhos, “Jorge” aproveitou para dizer:
- É o seguinte, cara: te esperei logo cedo e, como você
não apareceu, aproveitei para dar uma foda com uma puta
do bar. Já tinha dado outras, de madrugada, com a nega que
estamos indo à procura. Estou extenuado, amigo. Me deram
uma gemada com suco, mas ainda não me sinto em condi-
ções de encarar uma sessão de fodas, ainda mais com duas,
entende?
O sujeito esteve indeciso. Depois falou:
- Está bem. Eu entendo. Poderia eu mesmo atuar no
demo, mas tenho a pica pequena. E quanto maior, mais visí-
vel em cena, melhor. Então, adiamos as filmagens para ama-
nhã, ok?
- Agradeço. E agora, voltamos?
- Não, cara. Estou afim de tomar umas. Andei muito à
procura de materiais de filmagens. Estou de garganta seca.
Conhece algum bar legal, que não seja o puteiro? Não quero
ter que me lembrar do que passei ontem lá.
O mulato sorriu. Disse:
- Tem dois bares melhorzinhos perto da pensão onde
eu moro. Poderíamos ir para lá.
- Vou achar mulher, lá? Estou afim de foder...
- Ah, para isso, tem um na avenida. Lá, é frequentado
mais por mulheres, apesar de eu achar que tem muitas lés-
bicas. Topa?
- Deixa eu ligar para as meninas, adiando as filma-
gens...
Pouco depois, entravam no bar. Apesar de ficar na ave-
SANGUE RUIM 49
nida, ele tinha a entrada voltada para uma rua lateral, pouco
movimentada. Estava lotado. Até parecia que ninguém que
o frequentava tinha emprego. Havia mais pessoas do sexo
feminino. Alguns casais de lésbicas, outros de bichas. Uma
mulher chamou logo a atenção de Eudes. Era uma magrinha,
bonitinha. Tomava uma dose de alguma bebida vermelha.
- Campari. Adoro mulheres que bebem Campari. Seus
beijos são amargos. Aprecio o sabor.
O mulato olhou na direção em que ele apontava. Fi-
cou surpreso por reconhecer a jovem. Tratava-se da doidi-
nha que ele havia visto desacordada no banheiro da pensão.
Alertou o jovem:
- Aquela mulher é maluca. Eu a conheci, ontem. Se eu
fosse você, não iria querer nem conversa com ela...
- Ah, seria uma personagem ideal para esse meu pri-
meiro filme. A loucura dela justificaria a foda imediata. Acho
que ela faria uma participação marcante. Quero conhecê-la.
Quando a moça viu os dois homens se aproximando
de onde estava bebendo, reconheceu logo o mulato.
- Você de novo? Eu disse para não me procurar...
- Nosso encontro aqui foi apenas uma coincidência.
Mas meu amigo tem uma proposta indecorosa pra te fazer.
Ela olhou bem para Eudes, depois pediu que se sen-
tassem à mesa. Ele foi logo dizendo de que se tratava. Ela
mostrou-se interessada. Mas avisou logo que era virgem, e
queria se manter assim.
- Você não cede o cuzinho? - Perguntou-lhe o rapaz.
- Para quem, para esse monstro? Esse cara tem uma
pica enorme. Não sei se vou aguentar. Mas topo.
O jovem bateu palmas. Ela acertou quanto queria ga-
nhar pela participação no filme. Ele concordou. Pediram
uma cerveja para brindarem ao compromisso. A jovem pa-
recia ter ficado interessada no cinegrafista. Perguntou seu
SANGUE RUIM50
nome.
- Oh, desculpe. Não nos apresentamos. Meu nome é
Eudes e meu amigo se chama Jorge. E você?
- Sabrina. Gostei de você. Queria que você fosse meu
parceiro no filme. O moreno é muito chato. Não gosto dele.
O mulato apenas sorriu. Ia dizer que a recíproca era
verdadeira, mas não quis fomentar a animosidade entre os
dois. Não demorou muito e os dois jovens conversavam ani-
madamente, como se fossem amigos de velhos tempos. “Jor-
ge” tinha ficado ali, esquecido. Não participou da conversa.
Ficou tomando sua cerveja, observando a clientela. Perce-
beu que uma morena linda olhava de forma insistente para
ele. Mas ela estava acompanhada, e pelo jeito, por uma sapa-
tão. Só que esta estava sentada de costas para ele, e não devia
tê-lo visto. O mulato sustentou o olhar que lhe era dirigido.
Aí, a companheira da morena notou que esta estava alheia
ao seu papo. Olhou para trás. Viu “Jorge” e fechou a cara
para ele. Depois, levantou-se e sentou-se ao lado da morena,
abraçando-a. Olhava para o mulato, de forma desafiadora.
Ele não mais a encarou. Temia uma nova confusão por per-
to de onde morava. Desviou sua atenção para uma morena
sentada sozinha.
Esta parecia estar esperando alguém. De vez em quan-
do olhava em direção à rua, ansiosa. Quando se sentiu ob-
servada por ele, no entanto, relaxou. Passou a prestar mais
atenção ao mulato. Ele fez-lhe um sinal, oferecendo o copo.
Ela o chamou para a mesa.
- Deem licença, que o prazer me chama. - E levantou-
se, caminhando em direção à morena.
- Olá, não estou atrapalhando? Vi que está ansiosa, à
espera de alguém...
- É verdade. Marquei com uma amiga, aqui. Mas ela
está demorando. Talvez nem venha. Qual é a tua graça?
- Jorge. E você, como se chama?
- Vera. Mas tenho uma proposta a te fazer, Jorge...
SANGUE RUIM 51
- E qual seria?
- Terminemos essa cerveja e saiamos daqui. Não gosto
deste bar. Vim só para encontrar minha amiga. Tem outro
bem melhor perto daqui, onde poderemos comer alguma
coisa. A comida daqui é péssima.
- Bem, já está mesmo na hora do almoço. Paguemos
nossas contas e vamos embora já.
- Você pode pagar a minha? Estou sem dinheiro troca-
do. Lá, dividimos o almoço.
Ele chamou o garçom, meteu a mão no bolso e man-
dou tirar as duas cervejas que tinha na mesa. Ele deixara a
sua na mesa de Eudes. Olhou para lá. O cara trocava um
demorado beijo com a doidinha. Iria embora sem avisá-lo.
Não iria interromper a futura foda do cara.
Pouco depois, chegava com a morena a um restaurante
enorme, a três quadras do que estavam. Ele não conhecia o
lugar.
- É novo. Abriu dia desses. Adoro a comida daqui. -
Disse ela.
Sentaram-se à espera de atendimento do garçom. Ela
teve uma atitude estranha: arrebitou o bumbum e girou o
olhar, varrendo o ambiente. Demorou-se olhando para um
grupo de três rapazes que estavam numa mesa próxima. Os
caras também olharam ao mesmo tempo para ela. Depois,
ficaram cochichando um com os outros. O mulato arrepen-
deu-se de estar ali. Pressentia encrenca. Resolveu testá-la.
Levantou-se e disse:
- Vou ao sanitário. Se o garçom aparecer, peça o que
quiser a ele. Volto já.
Ela pareceu nem prestar atenção ao que ele disse, en-
tretida, olhando para os caras. “Jorge” caminhou em direção
ao banheiro. Antes de entrar nele, no entanto, deu uma olha-
da para trás. A morena tinha se levantado e ia em direção à
mesa onde estavam os rapazes. O mulato entrou, cuspiu no
SANGUE RUIM52
mictório, e tirou a enorme jeba das calças. Estava chateado.
Não tivera sorte na escolha da companhia para o almoço.
Devia ter ficado com Eudes e a doidinha. - Pensou.
Demorou-se mijando. Quando voltou para a mesa,
não viu mais a morena. Percebeu que faltava um dos jovens
que estava na mesa próxima. Os outros olhavam para ele,
divertidos. Pareciam zombar do cara. Ele não deu a mínima.
Pouco depois, o garçom se aproximou do mulato. Pergun-
tou:
- A senhora que estava sentada nessa mesa me pediu
um galeto completo. Procede, senhor?
Ele ficou indeciso. Depois disse:
- Melhor suspender, amigo. Ela não estava passando
muito bem. Deve estar no sanitário, agora.
- Desculpe-me, senhor, mas ela foi embora com um
jovem daquela outra mesa. Já fez isso a semana passada com
um cara que trouxe aqui, e terminou tendo uma confusão
danada. Por isso, não te atendi logo que chegou. Não a aten-
deria, se tivesse vindo sozinha. Perdão pela sinceridade.
- Oh, eu te agradeço, cara. Por mim, não haverá confu-
são. Traga-me uma cerveja bem gelada. E suspenda mesmo
a refeição.
O garçom se afastou. Os dois jovens ficaram obser-
vando o mulato, rindo de vez em quando da cara dele. Ele
deu um tempo. Depois, levantou-se e caminhou em direção
aos rapazes. Estes ficaram tensos. Levantaram-se ao mesmo
tempo, intimidadores, quando o mulato chegou perto. Po-
rém, este perguntou:
- Viram uma nega que chegou comigo? Não a estou
vendo por perto...
Os caras deram uma gostosa risada. Um colocou a
mão no ombro de Jorge e falou, com um sorriso gozador:
- Ela acabou de sair com um cara, otário. E ainda dei-
xou um pedido de almoço pra tu pagar...
SANGUE RUIM 53
Jorge fez uma cara de contentamento. Os caras estra-
nharam. Perguntaram de quê ele ria. Jorge explicou:
- Aquela nega está com uma gonorreia do caralho.
Tentou me convencer a sair com ela, mas eu é que não sou
besta. Fico feliz que um otário, como vocês dizem, tenha sa-
ído com ela.
Os caras se entreolharam, surpresos. Jorge agradeceu a
informação e voltou ao seu lugar. Os caras ficaram lá, confa-
bulando. Depois, um deles pegou o celular e fez uma ligação.
O mulato sorriu. Tudo estava correndo como ele planejara.
Não demorou muito, e o cara que estivera sentado com os
amigos retornou. Olhou para Jorge e fez-lhe um sinal com o
polegar, agradecendo. O mulato continuou com um sorriso
nos lábios, sem dar muita importância ao cara. Esperava a
mulher aparecer de volta. Não teve que esperar muito. Ela
esteve indecisa, à porta do restaurante, depois entrou, sem
dirigir sequer um olhar ao mulato. Caminhou em direção à
mesa dos rapazes. O que havia saído com ela a barrou. Ela
insistiu. O cara a arrastou para fora e ela quis reagir. Levou
dois murros do sujeito, que a deixaram prostrada. O cara en-
trou e sentou-se à mesa. Chamou o garçom. Conversaram,
e ele apontou para a mesa do mulato. Jorge fez que não viu.
Não demorou e o garçom chegou com uma cerveja ge-
ladíssima na mesa.
- Cortesia dos rapazes daquela mesa. Deixaram mais
duas pagas, senhor. Disseram que é pelo senhor ter avisado
que a vigarista está infectada.
O mulato agradeceu ao garçom, depois fez um sinal
com o polegar para os rapazes. Sorveu um gole da nova
cerveja, pois o resto que sobrara na outra garrafa já estava
quente.
Depois de ingerir a quarta cerveja, saiu do restaurante.
SANGUE RUIM54
A morena não estava mais lá. Encaminhou-se para o res-
taurante chinês. Chegou bem na hora em que uma comitiva
adentrava o bar. Eram cinco chineses parrudos, um deles
numa cadeira de rodas. Dois deles se postaram na entrada.
Um disse, sem querer deixar que o mulato entrasse:
- Restarante fechô. Vote depôs.
- O velho chinês, no entanto, quando o viu, pediu que
os visitantes deixassem o mulato entrar. Abriram espaço.
Ele sentou-se a uma das mesas, olhando em volta. Todos os
clientes eram orientais. Ficou cismado. A chinesinha apare-
ceu para recepcionar os visitantes, mas o mulato notou que
ela estava bastante tensa. Parecia aliviada em vê-lo ali.
O cadeirante entrou no escritório com o velho chinês, e
fecharam a porta. A chinesinha ficou atendendo. Mas, quem
veio perguntar o que o mulato queria foi a coroa atendente.
- O de sempre?
- Sim, mas não traga agora. Algo está acontecendo
aqui, e quero ver o que é.
- Não devia se meter nesses assuntos dos outros. Ruim
para a saúde.
Então, Jorge teve a certeza de que algo estava errado,
mesmo. Disse:
- Chame a chinesinha. Quero falar com ela...
Pouco depois, a mocinha estava perto dele. Mas não se
sentou à mesa. Disse baixinho:
- Meu pai está encrencado. Este aleijado é da máfia
chinesa. Meu pai pediu dinheiro a ele dizendo que seria para
o meu casamento, mas pretendíamos fugir para os States. Ele
deve ter descoberto. Veio cobrar a grana ao meu pai.
- Ele não tem o dinheiro?
- Não, não tem. Depositou em meu nome, lá nos Esta-
dos Unidos. Disse que era para eu poder viver lá. Encomen-
dou até uma festa para o seu enterro.
- Estou sabendo. Quer que eu chame a Polícia?
- Melhor, não. Os sujeitos podem ficar com raiva e
SANGUE RUIM 55
promover uma chacina aqui. Eu queria que você pudesse me
tirar daqui e me levar para qualquer lugar, longe deles.
- E o teu pai?
- Ele já aceitou seu destino. E eu não poderia salvá-lo.
Por favor, ache uma maneira de me tirar daqui...
Ele pensou um pouco. Depois disse:
- Não é salutar eu estar me envolvendo com problemas
dos outros. Não ganho nada com isso. E já tenho passagem
pelo presídio, isso esculhambaria minha vida.
- Por favor. Salve-me e eu serei tua. Farei tudo o que
você quiser.
- Não é um pouco tarde para isso? Cadê teu noivo?
- Ele é filho do aleijado. Meu pai me prometeu em ca-
sório a ele, em troca de ajuda financeira para montar este
restaurante. Eu nunca quis o sujeito. Ele emana ruindade,
como o pai.
- Ok. Traga-me duas lâminas afiadas e espere que eu
me livre dos dois caras da entrada. Depois, corra atrás de
mim, o mais depressa que puder. Traga-me as lâminas já,
mas embrulhadas em algo.
Quando a jovem entrou na cozinha, no entanto, foi
barrada pela atendente. Esta disse:
- Não posso deixá-la sair. Eles me matariam.
- Eu sei que você veio trabalhar conosco para servir
de espiã, sua concubina gorda. Saia da minha frente, ou vai
sobrar pra ti.
Mas a mulher se armou de um macete de cortar car-
ne, e avançou para a chinesinha. Esta rodopiou o pé no ar,
acertando a gorda. Antes desta cair, teve um punhal cravado
no coração. A jovem a aparou, para ela não fazer barulho na
queda. Embrulhou duas facas peixeira numa toalha de prato
e levou-as para o mulato. Entregou-as, sem que o resto da
clientela percebesse.
- Tome. O resto dos clientes devem ser aliados dos ma-
fiosos. Nunca os vi por aqui.
SANGUE RUIM56
Ele respirou fundo, depois saiu com uma peixeira em
cada mão. Nem bem despontou na porta, atingiu os dois
parrudos na barriga. Eles ficaram surpresos e quiseram rea-
gir, mas o mulato tornou a golpear, fazendo-os cair no chão.
A chinesa passou por ele correndo, em direção à rua. Ele a
seguiu em disparada. Mas, ninguém os seguiu.
- Temos que passar na pensão onde moro. Preciso pe-
gar algo, lá. Você tem dinheiro?
- Aqui, não. Mas posso pegar num caixa eletrônico.
Pouco depois, estavam num motel barato, de subúrbio.
O mulato conhecia a dona, e ela não o denunciaria. Devia
a ele, por ter-lhe salvo de um assalto ali, anos antes. Ela o
atendeu com muito carinho. Ele explicou rapidamente sua
situação. Ela hospedou-o num quarto onde dava para ver to-
dos os arredores. Daquela janela, poderia ver quem se apro-
ximasse do local.
- Vieram correndo até aqui? Estão empapados de suor.
- Perguntou a coroa.
- Sim. Estávamos sujos de sangue, então não podería-
mos pegar uma condução. Só depois, quando tive que passar
na pensão onde moro. Troquei de roupas, mas a dela conti-
nua suja de sangue. - Apontou para a chinesa.
A dona do motel foi pegar umas roupas limpas e vol-
tou para perto do casal. Entregou dois vestidos.
- Veja se te cabem. É da minha filha mais nova.
Coube. A chinesa havia tirado as roupas, mostrando
seus seios pequeninos e eriçados a Jorge, sem nenhuma ver-
gonha. Ficou sem sutiã e sem calcinha, por baixo da roupa.
O mulato estava de cacete duro. A dona do motel percebeu.
- Bem, vou deixar vocês a sós. Logo os chamarei para
comer alguma coisa. A comida ainda não está pronta...
- E você, está pronto? - Perguntou a chinesinha, fe-
chando a porta do quarto, quando a coroa saiu.
- Pra você, sempre estive.
SANGUE RUIM 57
Ela atirou-se nos braços dele. Estava trêmula. Beijou-o
com sofreguidão, depois caiu no choro. Ele perguntou:
- Não quer tomar um banho antes, para relaxar? - Ele
estava retirando uma pistola que estava guardada às suas
costas. Depositou-a num móvel do quarto.
- Não. Quero me dar primeiro para você. Você não
sabe o quanto me contive, percebendo teus olhares gulosos.
Mas não podia ceder. Meu pai iria ficar zangado comigo.
Ela pulou e o abarcou com as pernas. Estava ainda de
vestido, mas nua por baixo. Ficou beijando-o, enquanto ele
continuava de pé, tirando as calças. Ficou só de camisa de
malha branca. Depois, apontou a cabeça da pica e esfregou
na xoxota dela.
- Devagar, amor. Eu sou virgem ainda...
- Melhor ainda.
Ela estava muito excitada. Sua xana pingava gozo. Ele
tentou invadi-la por ali.
- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, dói.
Ele a pegou pelas nádegas e a suspendeu um pouco.
- Uhhhhhhhhhhh, o que você vai fazer?...
- Relaxa. Você vai gostar...
Ela não relaxou. Nem quando ele aparou um pouco,
com a mão, do gozo dela e passou-lhe entre as nádegas.
- Não. Por aí, agora não. Vai doer. Tenho medo.
Mas ele já não a escutava. Havia tempos que desejava
fodê-la. Agora, tendo a oportunidade, não conseguiria mais
se conter. Apontou a cabeçorra para o buraquinho dela e de-
pois soltou-lhe o corpo. Como estavam ambos suados, ela
escorregou pelos flancos dele. Gritou, quando sentiu a trolha
lhe rasgar as pregas. Quis subir mais o corpo, mas escorre-
gou de novo.
Então, sentiu o cacete ir entrando, devagarzinho, ar-
rombando seu cu virgem. Chorou mais de arrependimento
por perder a virgindade anal tão tardiamente, pois a havia
SANGUE RUIM58
guardado para um casamento que não se realizaria. Nunca
tivera coragem de dar uma foda com alguém, temendo que
o noivo a rejeitasse depois. Então, começou a chorar de fe-
licidade, por ter finalmente se decidido a ceder seu cabaço.
Fim da sexta
SANGUE RUIM 59
Sétima parte
- Para. Para. Pára. Páraaaaaaaaaaaa...
A chinesinha ia dizendo a cada estocada do mulato.
Estava com os joelhos apoiados nos braços de um pequeno
sofá, que parecia ter sido feito para fodas, dentro do quarto
do motel. Sua anatomia tornava a posição confortável para o
coito anal, se a mulher se apoiasse no encosto do móvel.
O mulato a pegava pelas ancas e metia com força no
cu dela, como se quisesse se vingar das porradas que levou
da oriental, no rosto e no saco, na madrugada anterior. Era
a segunda vez, naquela tarde, que metia em seu cuzinho. A
primeira vez, havia sido penosa. Ela quase não aguentou a
invasão do seu ânus pela enorme peia dele. Mas a pequena
resistiu bravamente. Descansou um pouco, subiu no sofá e
pediu que ele viesse de novo, sem pena. Portanto, não iria
parar, só porque ela estava pedindo. Estava perto de gozar.
Continuou bombeando.
SANGUE RUIM60
- Páaaaaraaaaaaaaa. Assim, vai me matar de gozar, por-
ra. Não... aguento... mais...
Ele, no entanto, só parou quando ejaculou em seu reto.
Uma gozada pífia, pois já não tinha mais esperma, de tanto
foder. Mas, quando ela sentiu a rola inchar e lançar sêmen,
entrou em convulsão. Gozou também, chorando de prazer.
Começou a falar numa língua estranha, que ele supôs ser
Mandarim. Aí, ela desfaleceu. Ele retirou-se do cu dela. A
pica saiu suja de esperma e sangue.
A pobre havia perdido algumas pregas. Melhor. Não
sentiria tanta dor da próxima vez. - Pensou ele.
Ela ficou em má posição no sofá, e ele condoeu-se dela.
Pegou-a nos braços e deitou-a na cama. A oriental nem se
moveu. Parecia ter perdido os sentidos. No entanto, repetia
baixinho, quase inaudível:
- Bom... bom... bom... ah, como foi bom...
Ele sorriu. Havia tempos que queria fodê-la. Pressen-
tira que seria uma ótima foda. Não estivera enganado. Dei-
tou-se ao seu lado e procurou normalizar a respiração. Estava
resfolegante.
O delegado Enoque Alves desceu da viatura sem pres-
sa, falou com alguns subordinados que estavam na frente do
restaurante, depois se dirigiu para o interior deste. Havia um
bando de curiosos sendo mantidos à distância. Um detetive
jovem veio cumprimentá-lo:
- Boa tarde, senhor. Que bom que chegou. A situação
não está muito clara, aqui. Venha comigo, por favor. - E o
delegado o seguiu até um escritório.
- Veja: parece que a primeira morte aconteceu aqui. O
velho chinês teve os dez dedos das mãos decepados, antes de
morrer. Ainda estão sobre a mesa. Mas ele parece estar rindo.
Estranho, não? Qual seria o motivo?
SANGUE RUIM 61
Depois, o detetive chamou o superior à cozinha. Mos-
trou-lhe uma mulher gorducha esfaqueada no coração. Ha-
via, também, três chineses caídos no chão. Estavam mortos.
Um deles era um cadeirante.
- Esta aqui parece ter lutado, mas levou a pior. Foi apu-
nhalada no peito. - Disse ele, pegando um pedaço de carne
que estava numa grande panela wok, sobre o fogão. A comida
cheirava bem. Levou-a à boca, provando-lhe o sabor. - Os
outros não têm ferimentos visíveis.
- Muito gostosa. Mas não consigo identificar que carne
é essa... - Falou o detetive, após experimentar um pedaço.
- Os chineses apreciam carne de gato. - Disse o delega-
do, como se falasse consigo mesmo.
O detetive cuspiu o naco fora. Mas lambeu os beiços.
Nunca havia comido um desses bichanos. Seu chefe saiu da
cozinha e foi até o local onde eram atendidos os clientes. Vá-
rios chineses estavam caídos sobre as mesas, todos de olhos
arregalados. O delegado disse:
- Peça para te levarem a um hospital, imediatamente. Já
deu para eu saber o que aconteceu aqui: mataram o chinês,
mas este parece que tinha envenenado previamente a comi-
da. Vi uma foto do velho com uma mocinha. Deve ser filha
dele. Ela deve ter matado a gordinha, e depois acabou com os
dois brutamontes que estavam barrando a entrada dos clien-
tes. Alguém ligou para a delegacia, reclamando disso. Acho
que as mortes aconteceram logo depois do tal telefonema.
O detetive estava amarelo. Não sentia dor, mas uma es-
tranha letargia no corpo. Caiu de joelhos. Um policial acor-
reu. O delegado falou:
- Leve-o para um hospital. Diga que foi envenenado.
A droga deve causar letargia, já que os clientes que estão dis-
postos às mesas não conseguiram se levantar.
- Não deveriam ter morrido babando, senhor? Envene-
namento causa isso.
SANGUE RUIM62
- Deve ser um novo tipo de veneno. Causa paralisia,
antes de matar. Socorra o detetive depressa.
O policial levantou o companheiro do chão e carregou
-o correndo, levando-o às costas, até uma viatura. Logo, par-
tia em disparada.
O delegado tirou um celular do bolso e fez uma ligação.
**********************
Eudes ouviu seu celular tocar, mas não o atendeu ime-
diatamente. Estava sentado na cama, num quarto de motel.
Sabrina estava nua, deitada ao seu lado, e ele estava frustrado.
Primeiro, ela havia tirado várias selfies dos dois, no celular
dele, lá no bar onde a havia conhecido. Depois, ela mesma o
chamou para um motel, depois de beijá-lo várias vezes. No
entanto, quando chegaram no quarto, ela se fez de difícil.
Não queria mais trepar. Ele irritou-se e deu-lhes uns tapas.
Ela partiu pra cima dele, mas levou a pior. Então, o cara a
estuprou.
No início, a jovem se debateu. Depois, desfaleceu de
repente. Mas ele não parou. Continuou fodendo-lhe o cu, até
gozar. Ela não mais se moveu. Auscultou seu peito. Ela estava
viva, e ressonava como se estivesse a sono solto. Aí, o telefone
tocou. Atendeu, depois de olhar para a tela:
- Oi, mano. O que é que manda?
- Tenho um caso em mãos que acho que vai te inte-
ressar. Uma chacina. Venha para cá, antes que os malditos
repórteres saibam da notícia. Você pode cobrar pelo furo de
reportagem...
- Não vai dar, mano. Não estou com a minha câmera.
- Estás onde?
- Num motel.
- Reatou com a tua namorada?
- Sim e não. Mas não é com ela que estou.
- Entendo. Mas vai se arrepender de não ter vindo. Ti-
SANGUE RUIM 63
raria muitas fotografias. O crime vai ter repercussão interna-
cional. Há chineses envolvidos.
- Bem, fica pra próxima. Obrigado pela dica, mano.
Depois, te mando a foto da nega, nua. Sei que você curte. Já
vi várias fotos de mulheres nuas em teu computador.
- Você não anda espalhando isso para todo mundo, não
é? - Preocupou-se o delegado.
- Claro que não. Pode confiar. Mas vai cuidar da tua
vida, que eu quero foder mais um pouco...
**********************
A dona do motel bateu à porta. Gritou:
- Nego, liga a tevê. Estão falando do restaurante chinês.
O mulato agradeceu e ligou o pequeno aparelho, den-
tro do quarto. O delegado dava uma entrevista. A chinesa
despertou justamente quando falavam da morte do seu pai.
Começou a chorar. Jorge a confortou. Ela, no entanto, estava
com raiva:
- Ainda falta um filho da puta morrer. O filho do aleija-
do. Enquanto não acabarmos com ele, não poderei cuidar do
enterro do meu pai.
- O que pretende fazer?
- Ainda não sei. Mas vou precisar, de novo, que me aju-
de.
- Olha, eu estou preocupado. Não posso me envolver
mais nessa história. O melhor seria você se entregar ao dele-
gado e contar tudo. Ele, decerto, compreenderia a tua situa-
ção...
- E se ele estiver na folha de pagamento da Máfia chi-
nesa? Muitos recebem de nós, para proteger nossos negócios.
Esse delegado tem cara de corrupto. Não posso me arriscar.
- Eu tenho um amigo que disse que o irmão é delegado
de Polícia. Se for este, poderemos falar com meu amigo. Ele
dirá se o irmão é corrupto ou não.
- Você acha? Cuidado para não nos botar em encrenca.
SANGUE RUIM64
Lembre-se que você é meu cúmplice nesta história.
- Deixa comigo. - Disse o mulato, vestindo-se.
- Já vai? Claro que não vou te deixar ir embora.
- Eu volto, bela.
- Sei que volta. Mas não é isso. Quero dar outra foda
contigo, imediatamente. Desta vez, prefiro que descabace a
minha xoxotinha...
Fim da sétima
SANGUE RUIM 65
Oitava parte
Olhou para a chinesa, deitada ao seu lado. Ficou indeciso
se a acordava ou não. Temia que ela ainda quisesse mais
sexo. Mesmo assim, chamou-a, pois agora sabia o nome dela:
- Xia-Yan, vou ter que sair...
A chinesa estava dormindo de bruços. Ronronou al-
guma coisa, que ele não entendeu. Depois, virou-se para o
outro lado e continuou ressonando.
Havia sido uma tarde e uma noite estafante. A moci-
nha só queria saber de foder, foder, foder. Ele já estava esgo-
tado. Então, deu graças a Deus quando ela adormeceu. Saiu
do quarto e pediu dois copos de gemadas à dona do motel,
preparando-se para as filmagens. Aproveitaria e perguntaria
ao amigo Eudes sobre o irmão policial. Dependendo da sua
resposta, diria se estava ou não envolvido na chacina, com a
oriental. Pretendia levar o futuro cineasta até a casa da ad-
vogada, para saber se ela também queria participar do filme
SANGUE RUIM66
erótico. Mas, mais uma vez, ficou frustrado.
Eudes não apareceu na casa de Anitta. Ele, a namorada
do cara e a caseira que queria ser atriz esperaram em vão.
Anitta ligou várias vezes para o celular dele, mas só dava
desligado. O mulato pensou logo que o cara tinha pernoi-
tado com a magra da pensão, mas não disse nada às duas
mulheres. No fundo, agradecia a farrapada do cara. Ainda
estava exausto e acreditava que não iria conseguir foder a
contento, naquela manhã. Disse para a namorada do cara:
- Bem, não vou esperar mais. Também preciso resolver
umas coisas. Você conhece o irmão de Eudes, o cara é de
confiança?
- O delegado? Gente finíssima. Só o acho um pouqui-
nho tarado. Mas nunca me faltou com o respeito. Por quê?
- Nada, não. Uma bronca que tenho que resolver, e
preciso de um policial honesto. Bem, diga ao cara que não
volto mais hoje. Se ele quiser, que me procure lá no puteiro.
Vou-me embora.
- Ontem você estava muito chato, então cumpri com a
minha palavra de não insistir em trepar contigo. Mas, hoje,
eu até que queria, viu? Nem que seja uma rapidinha...
Ele esteve indeciso, depois disse:
- Se você continuar se comportando bem, prometo sa-
tisfazer a tua vontade. Contanto que Eudes não saiba. O cara
está sendo legal conosco, não quero lhe causar mal estar.
Ela ficou contente. Deu-lhe um beijo na boca. Desta
vez, ele não recuou. Apenas disse:
- Juízo, garota. Acabe com esse negócio de querer to-
dos os homens do mundo. Isso só te traria problemas.
- Não quero todos os homens, só quero você. Eu te de-
sejei desde a primeira vez que te vi. Não sossegarei enquanto
não fizermos amor, nós dois.
- Posso ir, dona Anitta? - Perguntou Beta, que ainda
SANGUE RUIM 67
estava por perto. Havia esperado o cinegrafista já nua, ape-
nas enrolada numa toalha.
- Pode ir, Beta. Esqueci que você ainda estava aqui.
Pode folgar o resto do dia. Mas amanhã, venha bem cedo.
Não é possível que não comecemos, finalmente, as filma-
gens...
Jorge rumou para a casa da advogada. Porém, não a
encontrou. O irmão dela disse que ela trabalhava um expe-
diente ao dia, e que podia ser encontrada, àquela hora, no
Fórum das Mulheres. Defendia causas femininas. Pediu para
o mulato esperá-la, mas este não quis. Deixou recado que, à
noite, regressaria lá.
Pouco depois, o mulato chegava ao puteiro. Recebeu
uma má notícia: dona Solange havia sido socorrida de ma-
drugada. Estava internada, e parecia mal. Queria falar com
ele.
- Eu quero ir com você. Não pude ir ontem, porque
fiquei responsável pelo puteiro. - Falou a garçonete magérri-
ma, que todos comentavam estar aidética. Jorge pediu que se
aprontasse. Fecharam o bar. Logo, estavam no hospital. Uma
senhora idosa estava ao lado da dona do prostíbulo.
- Quem é você? - Perguntou ao mulato.
- Este é o rapaz que dona Solange pediu que viesse. O
tal que ela gosta dele. - Respondeu a negra.
- Oh, que bom que veio. Temos que falar com Solange,
antes que ela piore...
- O que ela tem? - Jorge e a negra perguntaram ao mes-
mo tempo.
- Coração, meus filhos. Enfarte. Os médicos já a de-
senganaram. Disseram que ela não aguentaria uma cirurgia
coronária.
- E a senhora, quem é? - Quis saber o mulato.
- Sou Ana Lúcia, a advogada e contadora dela. A pobre
SANGUE RUIM68
me deu uma missão, pois pressente a morte. Ainda bem que
você veio.
- Do que se trata?
- Vamos até uma sala reservada. Lá, conversaremos. A
jovem poderia ficar tomando de conta dela por um tempo?
- Claro. Podem ir. - Respondeu a negra magricela.
Pouco depois, a advogada mostrava uns documentos
assinados ao mulato. Havia um inventário. Num testamento,
a dona do prostíbulo deixava para o rapaz a sua herança: o
prédio próprio do puteiro, uma casa de três quartos em Boa
Viagem, bairro de luxo da cidade, e uma soma em dinheiro
que daria para ele viver de renda pelo resto dos seus dias.
Mas havia uma exigência: ele teria que cuidar de uma sobri-
nha dela, até que ela casasse ou falecesse.
- E por que ela não deixou um montante de dinheiro,
para que a tal sobrinha pudesse viver sua vida sem aperreios?
A advogada titubeou, antes de responder. Disse que
não sabia o verdadeiro motivo daquele pedido, mas só pas-
saria os bens da moribunda para o rapaz se este aceitasse a
missão.
Antes do mulato responder, a negra veio correndo avi-
sar que a gorda senhora acabara de falecer.
**********************
O enterro foi simples. A tal sobrinha não conseguiu
chegar a tempo para os funerais. Viria só no dia seguinte.
Todas as putas estavam no cemitério, além de vários clientes
da casa. Não deu para avisar a muita gente. É que a nobre
senhora havia deixado pago seu próprio funeral, escolhendo
até o caixão no qual queria ser enterrada. Exigiu que fosse
feito o fúnebre no mesmo dia de sua morte, a menos que
morresse de madrugada.
Depois da cerimônia, o mulato reuniu todas as pro-
SANGUE RUIM 69
fissionais do sexo no puteiro. Informou que nenhuma de-
las precisaria mais pagar pela hospedagem lá, portanto, não
precisariam vender suas carnes para quitar o aluguel. Deram
vivas a ele. A advogada estava perto, filmando tudo. Era qua-
se noite. A cerimônia havia sido breve, lá no cemitério. O
prédio do prostíbulo possuía dez quartos, contando com o
da falecida cafetina. Havia nove putas morando nele. Mas,
apenas oito, permaneceriam lá. Jorge escolheu a puta negra,
magérrima, para morar na casa de Boa Viagem. Ela ficou
muito contente. As outras, com inveja. Mesmo assim, resol-
veram:
- Nós, aqui reunidas, combinamos de dar uma festa a
portas fechadas para o nosso benfeitor, em homenagem à fa-
lecida. Sabemos que dona Solange iria apreciar isso, pois ela
era muito festeira. Há bastante comida, e bebidas à vontade
no freezer. Contratamos uma cozinheira para preparar-nos
os pratos, e poderemos começar a farra já.
- Ué, apenas eu de homem nessa festa? -, Estranhou o
mulato - não é melhor cada uma ter o seu macho predileto
ao lado?
- Não. Está decidido. - Disse a puta loira gostosona,
que um dia quis transar com ele.
Todas aplaudiram, inclusive a advogada. Esta pediu
para participar da festa. Concordaram.
Pouco depois, haviam fechado as portas do puteiro.
Passavam das oito da noite. As mulheres despiram o mulato,
que foi logo avisando:
- Já sabem: não beijo na boca.
Elas não retrucaram. Despiram-se todas, inclusive a
advogada. Era uma coroa enxuta, de uns sessenta anos de
idade, mas muito bem conservada. Seu corpo fez inveja a
algumas das putas mais jovens. Ela quis ser a primeira a des-
frutar do corpo do mulato, mas a negra a brecou:
- Não, todas temos direitos iguais, a partir de agora.
SANGUE RUIM70
Vamos fazer um jogo. Uma espécie de roleta. Cada uma roda
uma vez, em ordem alfabética. Na roleta, que eu vi guardada
lá dentro, no quarto da finada dona Solange, tem uns temas
escritos. Vou trazê-la, para que saibam do que estou falan-
do...
Pouco depois, a negra chegou com o objeto. Devia ser
dos anos 1940, mas estava muito bem conservada. Dispos-
tas nos raios da peça, havia palavras escritas como: chupada,
bunda, boceta, punheta e outras categorias de sexo. Todas
riram. Jorge sugeriu que, ao invés de ser por ordem alfabéti-
ca, elas deveriam escrever seus nomes em pedaços de papel
e depois ir sorteando. A advogada foi a primeira ganhadora.
Rodou a roleta. Depois de um tempo, esta parou, indicando
a palavra Felação.
A negra disse:
- Esqueci de dizer: todas temos cinco minutos para
gozar ou fazê-lo gozar. Se não conseguir, passamos para a
próxima.
Aceitaram a regra. A advogada agarrou-se com o cara-
lho de Jorge, mas não conseguiu seu intento.
- A próxima. - Gritou a negra.
Jorge se prendia para não gozar logo. Até porque ainda
estava fraco, das gozadas com a chinesa. Mas aí, a loira bo-
azuda ganhou a vez. O marcador indicava anal. Todas aplau-
diram a sorte dela. Ela se preparou para a sua performan-
ce. O mulato estava deitado sobre um colchão de solteiro,
disposto no chão. A loira abriu as pernas e ajoelhou-se de
costas para ele. Levou uma garrafa de cerveja à boca, toman-
do-a pelo gargalo, de um grande gole. Empinou o bundão,
mostrando o seu buraquinho ao cara. Depois, pegou-lhe o
enorme caralho e apontou para o próprio rabo. Meteu só a
cabeçorra em si, deixando todo o mastro de fora. Depois,
gritou, desafiante:
- Quem tem um Viagra?
Uma das putas disse:
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SANGUE RUIM

  • 1. SANGUE RUIM 1 sangue ruim Angelo Tomasini LIVRO ERÓTICO
  • 3. SANGUE RUIM 3 Primeira parte Era um bar na zona portuária da cidade. Na verdade, um inferninho. Ele já estava na quinta cerveja. Terminaria a que estava tomando e iria embora. Voltaria para a pensão ba- rata, onde costumava se hospedar. Mas não antes de almoçar. Olhou para o velho relógio de pulso, ainda de ponteiros, e conferiu a hora: ia dar uma da tarde. Faltavam poucos mi- nutos. Então, chamou a garçonete. Atendeu-lhe uma negra jovem, mas tão magra que parecia estar aidética: - Quanto foi aqui? - Dona Solange pediu que não te cobrasse. Que você poderia tomar quantas cervejas quisesse. Depois, ela mesma vem acertar as contas. Ele pareceu nem ouvir o que a prostituta estava dizen- do. Botou a mão no bolso e tirou algum dinheiro. Jogou em cima da mesa e disse: - Pode ficar com o troco.
  • 4. SANGUE RUIM4 - E o que digo à patroa? - Nada. Aliás, diga-lhe que depois eu volto aqui. – Disse o mulato de quase dois metros de altura. Levantou-se e caminhou em direção à saída do putei- ro com passos seguros, como se não tivesse bebido. Quando cruzou a porta de saída, a negra gritou: - Vai para o chinês, como costuma ir a essa hora? Ele não respondeu. Mas, pouco depois, entrava num restaurante chinês, duas quadras depois. Sentou-se a uma das mesas e pediu: - O de sempre. De preferência, que eu seja atendido pelo dono, pois ouvi dizer que quer falar comigo. – Disse para uma atendente de olhos repuxados, com cerca de qua- renta anos de idade. Ela o atendeu sem muito entusiasmo, e sem a costumeira amabilidade com os clientes. Ainda falou, em voz alta, para que todos os clientes ouvissem: - O badron non se enconta. Non vô te servi. A meno qui pague ontes. Ele não retrucou, apesar de todos os olhares se volta- rem para ele. Pegou um cardápio na mesa ao lado, sem nem mesmo pedir aos seus ocupantes, e deu uma olhada. Pediu um macarrão shop suey. A chinesa fez que não ouviu o seu pedido, indo atender outro cliente numa mesa mais distan- te. Mesmo assim, ele não se alterou. Quando a mulher, no entanto, veio com um prato do macarrão, para servir em ou- tra mesa onde estava um casal, ele levantou-se e lhe tomou a bandeja com a comida que ela vinha trazendo. Mas a coroa puxou a bandeja de volta, derrubando toda o shop suey no chão. Antes do homem reagir, ouviu-se uma voz: - Deixar, Ming. Eu cuidar dele. - Mas a patron disse... A jovem, de cerca de vinte anos, também de olhos re- puxados, fez um sinal, pedindo que a outra se afastasse e lim- passe o piso. E sentou-se à mesa do negro, que aparentava ter o dobro de sua idade. Ele abriu-lhe o seu melhor sorriso.
  • 5. SANGUE RUIM 5 Disse: - É um enorme prazer desfrutar de tua companhia. Pensou em minha proposta? - A resposta é a mesma: sou comprometida e vou me casar em breve. Além disso, já disse que não gosto de você. – Disse ela, agora falando num excelente português. - É uma pena. Eu te foderia, assim mesmo. Cadê teu pai? - Deve estar vindo. Foi comprar algumas coisas e já era para estar aqui. - Estou com fome. Já que não posso te comer, posso pedir um macarrão? A jovem chamou a garçonete e ordenou, em chinês, que ela trouxesse outro shop suey. Depois, falou: - Não saia antes de meu pai vir. Não precisa pagar pela comida, dessa vez. - E a que eu devo a gentileza? - Meu pai quer algo de você. Ordenou-me que eu te tratasse bem. Mas que te impedisse de sair, caso comesse e quisesse ir embora. -Então, estou lascado. Aquele velho não dá nada sem querer algo maior em troca. Sabe do que se trata? - Sim, sei. Mas vou deixar que ele mesmo te diga. – Ela disse, levantando-se da mesa – E me dê licença, preciso aten- der aos outros clientes. Ele ia dizer alguma coisa, mas viu o velho chinês, dono do restaurante, chegar. Tinha uns sacos de compras em cada mão. Disse, se dirigindo a todos no local. - Tarde. Bem-vindo ao meu humilde casa. Chinês estar honrado. Brigado a todo. Entregou os pacotes à garçonete e sentou-se à mesa do negrão. Desculpou-se. - O senhor me desculpe o atraso. Queria falar urgente contigo. Já foi servido?
  • 6. SANGUE RUIM6 - Estou esperando o rango. Mas não sei porque insiste em falar errado minha língua, se sabe o português tão bem... - É uma demonstração de humildade. O povo daqui gosta de nos ver falando errado. Bom para os negócios. - Porra, é que isso me deixa com cara de otário. O que quer de mim? - Você tem comido minha comida e tem ido embora sem pagar. Chegou a hora de acertarmos as nossas contas... - Não tenho dinheiro. Nunca mais que consegui um bom biscate. Mas vou te pagar com juros, qualquer dia des- ses. -Vou direto ao assunto: minha filha vai casar em breve. O noivo chegará esta semana da China, para os acertos finais do casamento. Preciso preparar uma recepção digna dele. Então, vou precisar de você. - Pra quê? - Ele adora carne de gato. Quero que você capture al- guns e traga-os para mim. Quero preparar um prato à altura dele e de sua comitiva. - Puta que pariu. Coitados dos bichanos. Tenho que trazê-los vivos ou mortos? - O que preferir. Mas não quero que minha clientela tome ciência disso. A maioria é de brasileiros. E, se a Saúde Pública me flagrar, estarei em apuros. - Entendo. Claro que irei trazê-los mortos. Mais fácil para mim. Pode ser hoje, depois da meia-noite? - Já ia pedir isso. Então, sua dívida comigo estará paga. - Fechado. Agora, deixe-me comer meu almoço, que a barriga já está roncando... - Disse ao ver que a garçonete já lhe trazia o prato. Pouco depois, o cara estava de volta ao puteiro. Vie- ra pensando onde encontrar os bichanos, para cumprir seu trato. Sentou-se na mesma mesa de antes. Mas, dessa vez, a própria dona da pensão o veio atender.
  • 7. SANGUE RUIM 7 - Que bom que voltou -, disse a mulher gorducha, com cerca de sessenta anos de idade. Porém, sua pele enrugada no rosto e nos braços sugeriam bem mais – Pensou na minha proposta? - Esqueci. Qual seria? - Não se faça de filho da puta. Sabe muito bem do que estou falando... - Ah, sim. Trepar contigo, em troca de moradia gratuita neste puteiro. Eu passo. Estou muito bem lá na pensão onde moro... - Eu ficaria chateada com tua negativa, se não gostasse de você. Nenhuma mulher gosta de ser rejeitada. Sabe que sempre te desejei, desde que ainda era um pimpolho. Porém, estou precisando de umas bimbadas, rapaz. Ordens médicas. Ninguém mais procura uma velha, como eu, para foder. En- tão, estou de boceta ressecada e posso ter problemas de saú- de, depois. Eu te pago... Ele pensou um pouco. Depois, disse: - Okay. Podemos dar umas. Se é mesmo por indicação médica, não precisa me pagar por isso. Ela deu um largo sorriso. Depois, tentou beijá-lo na boca. Ele recusou: - Sem beijo na boca, por favor. Não beijo putas. Sabe muito bem disso. - Está bem. Seja feita a tua vontade. Vou arrumar nosso quarto. Logo, mando te chamar... Cerca de vinte minutos depois, ele entrou no quar- to da mulher. Trazia uma garrafa cheia de cerveja na mão e um cigarro no bico. Ela já estava nua, esperan- do por ele. Pediu que se aproximasse da cama e tirou-lhe as roupas. Ele continuou bebendo e fumando. Ela as- soviou, quando vislumbrou seu enorme cacete. Disse: - Uau, garoto. Bem que me disseram que você tem um pauenorme.Antesqueeutefoda,querodarumabelachupada.
  • 8. SANGUE RUIM8 - Vá em frente, mas não espere que te faça o mesmo. Não chupo putas. – Disse ele, cuspindo de lado. Ela não lhe deu ouvidos. Atracou-se com o caralho e ficou lambendo todo o mastro. Depois, quando este estava molhado, concentrou-se na cabeçorra. O pau estava ainda mole, mas, pouco depois, foi ganhando tamanho e grossura. Ela sorriu e passou a masturbá-lo, também. Não demorou a tê-lo em ponto de bala. Ele abriu mais as pernas. Jogou o ci- garro no chão e depositou a garrafa numa mesinha, perto da cama. Apoiou-se melhor e segurou a cabeça dela com ambas as mãos. Ficou forçando a invasão do membro em sua boca, fazendo-a engasgar várias vezes. Então, ela pediu que ele fi- casse parado. Em seguida, foi engolindo o mastro, até que não sobrasse fora da boca nenhum centímetro. Depois, ficou deglutindo com a goela, causando uma gostosa sensação ao rapaz. - Vai, puta. Massageia também as bolas. Já estou quase gozando... Ela balançou a cabeça e agitou o indicador, como se suplicasse que ele se prendesse. Ele voltou a segurar-lhe a cabeça com as duas mãos, fazendo movimentos para frente para trás, fodendo a goela dela. A mulher não mais se en- gasgou. Aguentava bravamente a invasão em sua garganta. Apenas babava com profusão, fazendo o líquido escorrer boca abaixo. Ele olhou para seus seios desnudos. Ainda eram razoavelmente durinhos, com os biquinhos enormes, duros, apontando para ele. Beliscou-os, e ela gemeu. Ele a empurrou com firmeza, mas de forma delicada, deitando-a na cama. Ela, imediatamente, dobrou as pernas e segurou-as com as mãos, facilitando a visão de sua vulva enorme. O talho, no entanto, era desproporcional ao sexo. Era pequeno, como uma boceta infantil. Ele apontou a cabeçorra para a entrada. Ela fechou os olhos e trincou os dentes. Pediu: - Bem devagar, meu anjo. Quero sentir cada centímetro entrar em mim...
  • 9. SANGUE RUIM 9 Ele cuspiu na mão e lambuzou o talho. Meteu um dedo, com cuidado. Ela era muito apertada, tal qual uma virgem. Quando ele conseguiu invadi-la com a cabeçorra, ela deu um gemido arrastado. Ele parou e deixou-a se acostumar com a penetração. - Vai. Continua. Mas devagarzinho, por favor... Ele retirou toda a peia, sob protestos dela. Untou-a, no- vamente, com saliva, e enfiou a trolha de novo. Entrou um pouco mais. - Uiiiiiiiiiiii, gato. Assim mesmo. Está doendo, mas tá gostoso. Enfia mais... Ele mais uma vez tirou tudo de dentro, e voltou a inva- di-la cada vez mais profundo. Ela abriu-se mais, para acolher melhor o enorme caralho dele. - Porra, que delícia. Enfia toda... Ele respirou fundo, retirou alguns centímetros de den- tro, depois forçou a introdução. Ela deu um grito. Ele sentiu algo se romper lá dentro. Também sentiu dor. Então, retirou tudo da bocetinha dela. - Não... não... nãaaaaaaaaaaaaao... Ele olhou para a sua peia. Sangrava. O cabresto havia rompido. Ardia muito. Ela abriu os olhos e viu o sangue pin- gar. Disse: - Põe de volta, que para de doer e de sangrar, meu anjo. Agora. Já... Ele fez o que ela pediu. De fato, a ardência não demo- rou muito. Ele tinha a metade da pica socada nela. Então, quando diminuiu bastante a dor, empurrou tudo de uma vez só. Ela não gritou. Apenas abriu desmesuradamente a boca e os olhos, como se a cabeçorra da rola tivesse chegado até ali. - Soca. Soca, meu nego. Soca e bombeia. Soca... soca... socaaaaaaaa... Ele iniciou os movimentos de cópula. A cada estoca- da, ela dava um gritinho. O negrão aumentou a velocidade das estocadas. Ela acompanhava o ritmo com gemidos. Aí
  • 10. SANGUE RUIM10 ela pediu: - Goooooooooza... goza agora... goz... E ele esporrou dentro dela, numa gozada cavalar. Ela fez um ruído quase inaudível, como se estivesse sem voz. De- pois, agarrou-o pelas ancas e entrou num ritmo frenético, até que ela mesma chegou ao orgasmo. Fim da primeira
  • 11. SANGUE RUIM 11 Segunda parte - Sabe onde consigo gatos em quantidade? - Perguntou o mulato. A dona do puteiro, ainda arfante, espantou-se: - Gatos? E pra que você precisa deles? - Fui contratado para pegar alguns bichanos. Querem dar uma festa à base de churrascos. - Cruz Credo. Coitados desses pobres animais. Quem seria tão filho de puta para comê-los? - Deixa quieto. Se não pode me ajudar, não precisa sa- ber de mais nada disso. A senhora esteve pensativa. Depois, disse: - Tem um terreno baldio perto daqui onde os gatos va- dios se reúnem, pois é cheio lixo, e no lixo se acumulam os ratos. É pasto cheio para os bichanos. Mas, a maioria é de gatos doentes. - Bem, não me falaram nada sobre eu capturar gatos
  • 12. SANGUE RUIM12 sadios. Eu os levarei já sem o couro, para que não percebam que são produtos estragados - riu-se ele. - Você é uma peça ruim. Um dia, ainda irá levar um desacerto de alguém, por causa disso. Ele fez uma expressão de desdém. Levantou-se, acen- deu um cigarro e pegou a garrafa de cerveja que estava sobre um móvel. Tomou um gole e cuspiu fora. Estava quente. - Porra, teria de tomar soprando, de tão quente que está. Posso pedir outra? Ela apontou-lhe um frigobar no quarto. Ele foi até lá, mas só encontrou cervejas de 350 ml. Ela pediu: - Traga uma para mim, também. - Por quê não coloca garrafas maiores? O espaço dá. - Costumo beber sozinha. E não bebo tanto. - Poderia convidar uma das tuas meninas... - Nem pensar. Nenhuma entra no meu quarto. Corro o risco de ser roubada, meu anjo. - Entendo. Mas, por que confiou em mim? - Já disse: faz tempo que sou afim de você. E tenho cer- teza de que não me roubará. Se precisar de grana, pode me pedir. Não será preciso roubá-la. - Bom saber que poderei contar contigo. - Mas não vale me explorar. Até porque já não ganho tanto dinheiro como antigamente. Ninguém mais procura as putas, hoje em dia. Nem as mais jovens. Passou o nosso tem- po. As menininhas de família estão aí, dando adoidado. - É verdade. E os machos estão nascendo cada vez mais boiolas. Já as mocinhas, cada vez mais lésbicas. - Mau exemplo da tevê, meu amigo. As novelas só ins- piram traição e homossexualidade, além de crimes. Ele esvaziou a long neck de um gole, enquanto ela to- mava devagar. Depois, vestiu a cueca. - Já vai? Tão cedo... - Vou à luta. Já está escurecendo. Obrigado pela dica. - Não quer outra chupadinha, de lambuja?
  • 13. SANGUE RUIM 13 - Desta vez, eu passo. Até amanhã. Pouco depois, ele estava no terreno baldio. Antes, ha- via passado na pensão onde residia e tinha pego alguns sa- cos grandes, daqueles usados para colocar lixo. A dona da pensão criava dois gatos e, semanalmente, comprava ração felina para eles. Surrupiou-lhe meio pacote e o levou consi- go. Também tinha um punhal de lâmina fina e muito afiada. Quando espalhou a ração no chão, amontoada, os bichanos correram a comer, todos eles. Ficou fácil ir fincando-lhes a lâ- mina na nuca, um a um. Alguns se assustaram quando viram os companheiros gritarem e caírem, mas não paravam de co- mer. Tinham muita fome, e adoraram a ração. Pouco depois, o mulato se afastava, com vários sacos de lixo cheio de gatos mortos. Não os matou todos. Apenas uma quantidade que considerou suficiente. Havia uma casa abandonada, fechada, perto dali. Não foi difícil o cara abrir a porta, usando uma gazua. O imóvel estava muito depredado, mas o dono ainda pagava energia elétrica e água. Sabia disso por já ter dormido ali, algumas vezes, quando ficava bêbado e não tinha dinheiro para pagar a pensão. As lâmpadas permaneciam na residência. Acendeu uma e sentou-se sobre um entulho de tijolos, preparando-se para tirar o couro dos bichanos. Alguns ainda agonizavam, e ele teve que aplicar novas punhaladas. Antes, porém, tirou toda a roupa e deixou-a num canto, para não sujar de sangue. Já era mais de meia-noite, quando terminou seu traba- lho. Tinha o corpo todo sujo de sangue de bicho, então to- mou um banho demorado. Vestiu-se e saiu da casa, voltando a fechá-la à gazua. Pouco depois, batia à porta do restaurante chinês. A filha do dono, sonolenta, veio atendê-lo à porta, vestida com uma camisola de seda vermelha, com um gene- roso decote, onde apareciam seus seios.
  • 14. SANGUE RUIM14 - Estava esperando-o, mas adormeci. Papi disse que vi- ria. - Posso dar um beijo nesses seios lindos? Ela não respondeu. Pegou os sacos de gatos e depositou -os em algum lugar. Só depois, abriu mais o decote e botou os peitos para fora. Tinha os olhos fechados, como se estivesse dormindo. Ele lambeu cada biquinho, deixando-a toda arre- piada. Ela gemeu: - Aaaai, assim não. Não quero gozar. E você lambe gos- toso... - Posso te dar uma lambida na xoxota. - Não. Deixei-te me mamar apenas em agradecimento por você estar ajudando na festa de Papi. Mas, agora, chega. Vá-se embora. Ele estava tarado. Sem parar de lhe chupar o mamilo, meteu a mão entre as pernas da jovem. Levou uma joelhada certeira, nos testículos. Quando gemeu e vergou-se, levando as mãos ao órgão atingido, ela rodou o pé no ar, aplicando- lhe um golpe de caratê na cabeça. Ele caiu no chão, com todo o corpo. Ela não se alterou. Arrastou-o para fora do restau- rante e fechou a porta, deixando-o lá, desmaiado. Quando acordou, o mulato ainda sentia uma dor terrí- vel no saco e no rosto, onde tinha sido atingido. Ao invés de ficar fulo, sorriu. Gostava cada vez mais daquela chinesinha. Levantou-se e foi embora. Resolveu passar pelo puteiro, para tomar umas. Encontrou o local cheio, como nunca vira antes, a não ser nos finais de semana. Perguntou à negrinha, com cara de aidética: - Que está acontecendo? Por que tanta gente, hoje? - Chegou uma puta nova. Disse que treparia com todo mundo, de graça, hoje. Uns devem ter telefonado para ou- tros, avisando da novidade. Logo, isso aqui estava lotado. - E cadê ela? - Está no quarto, nesse momento, fodendo com três de
  • 15. SANGUE RUIM 15 uma vez. O mulato sorriu. Procurou uma mesa desocupada e não encontrou. Aí, viu um cara ainda imberbe, com uma câ- mera de filmagem, sentado e bebendo. Foi até ele. - Posso me sentar aqui, amigo? O cara dirigiu-lhe um olhar de bêbado e acenou com a cabeça. Nem se deu ao trabalho de responder com a voz. O mulato sentou-se e pediu uma cerveja. A negra esquelética a foi buscar. - Não tem medo de ter a máquina roubada, cara? - Per- guntou o mulato. - Ninguém se atreveria. Meu irmão é delegado, logo prenderia o safado que me roubasse. Quer tentar? O mulato riu. Havia gostado do jeitão do fedelho que devia ter, no máximo, uns vinte anos. - Como é teu nome? - Ouviu o rapaz perguntar - nunca te vi por aqui. - Meu nome não importa. Mas, me chamam de Sangue Ruim. Desde pequeno. E você? - Eudes. Prazer - , disse o rapaz, estendendo a mão para o mulato. Este apertou a mão estendida, bem na hora em que lhe traziam a cerveja. Agradeceu, levou a mão ao bolso, mas a negra disse: - Você não precisa pagar. Ordens da dona. Ele tirou uns trocados do bolso e deu para ela. - Então, tome. Pago-te uma cerveja. Ela sorriu. Agradeceu com um beijo na testa dele. De- pois, falou: - Não posso beber agora, pois ainda estou trabalhando. Mas, quando largar, eu tomo a cerveja. Pode ser? - Faça como quiser. Ela se afastou, guardando o dinheiro entre os seios. O mulato terminou de encher o copo do rapaz, mesmo ainda tendo cerveja na garrafa dele. Fez um brinde:
  • 16. SANGUE RUIM16 - A todas as mulheres safadas do mundo. O rapaz desabou no choro. O biscateiro ficou sem en- tender. Deixou-o se acalmar e perguntou: - Que foi isso, cara? Disse algo que não devia? - É que... a garota que está levando rola, lá dentro, já foi minha namorada. Não era puta, até hoje. Faz o que faz para me agredir. Eu a fodi e depois a abandonei. Mas gosto muito dela, entende? - Ela já havia te traído alguma vez? - Nada. A bichinha era virgem e eu mexi com ela. De- pois, lhe disse na cara que ela era ruim de foda. Aí, ela disse que eu iria pagar por minhas palavras... - Puta merda. Estás lascado, se está tardiamente apai- xonado por ela. Ele voltou a chorar. Depois, perguntou: - Acha que eu deveria ir lá e arrastá-la à força para casa? - Pretende casar com ela? - Não, porra. Mas me dói ela se destruindo por causa de mim... - Deixe que ela se foda, rapaz. Leite derramado. Procu- re outra, mas tente não ser sacana com ela. O cara baixou a cabeça. Pareceu estar pensando nas pa- lavras do mulato. Depois, falou: - Não dá. Acho que a amo. Só não sabia disso, antes. O mulato terminou de tomar a cerveja de um gole, de- pois levantou-se. Abriu espaço entre os caras que faziam fila, aguardando a vez. Reclamaram quando ele seguiu em dire- ção à porta. Um deles, um sarará parrudo, disse: - Aguarde sua vez lá no fim da fila, velhote. Você não vai passar na nossa frente. O mulato nem ligou para as suas palavras. Postou-se na frente da porta, com os braços cruzados, e disse: - Bem, gente, acabou a festa. Não haverá mais fodelan- ça aqui, hoje. Quem quiser sexo, terá que chupar meu pau. Houve um silêncio geral. Uns olharam para os outros,
  • 17. SANGUE RUIM 17 surpresos. Aí, o sarará avançou: - Não, negrão. Você é quem vai chupar meu cacete, se não sair daí rápido. - Me tira daqui, se puder. O sarará lançou o braço. O biscateiro se esquivou e re- agiu imediatamente. O cara levou um murro no queixo que o fez desabar. Mas aí, os outros caras atacaram ao mesmo tempo. O mulato jogou dois contra a porta, pondo-a abaixo. Os três caras que estavam com a mocinha se assustaram. Mas vieram ajudar os outros, por terem a transa interrompida. O cinegrafista tentou se levantar, para ajudar o sujeito, mas caiu sentado de novo. Estava muito bêbado. Aí, ligou a câmera e ficou gravando a cena. Um cara quebrou uma garrafa de cer- veja na nuca do mulato, deixando-o semi desacordado. Aí, a turba partiu para cima, chutando-o várias vezes. Finalmente, o cara desabou. O mulato acordou deitado numa cama. Ainda tinha as vistas turvas, mas vislumbrou um rosto jovem e bonito em sua frente. - Ele está acordando - a jovem disse. - Porra, ainda bem. - Você está bem, querido? Reconheceu a terceira voz. Pertencia à dona do bordel. O cara quis sentar-se, mas o corpo estava todo dolorido. Dei- tou-se, novamente. - O que houve? - Você levou um pau daqueles, querido. Mas teve sorte. Ia passando um carro da Polícia na hora, e a garçonete cha- mou-os. Senão, poderia estar morto, agora. - Que loucura, cara, enfrentar aquela gente toda sozi- nho... - O rapaz disse, sorrindo. Já estava bom da cachaça. - Por que fez aquilo? Queria trepar comigo primeiro? - Perguntou-lhe uma voz melodiosa.
  • 18. SANGUE RUIM18 Agora, o mulato a via bem. Mas, apenas por um olho. O outro estava inchado demais. Era uma jovem muito boni- ta. Se muito tivesse, era uns dezoito anos de idade. - Eu nem sei porque fiz aquilo, moça. Sempre fui muito impetuoso. Faço as coisas sem nem pensar... - Pois merece um trepada, por tentar me salvar. Me co- bre isso, depois. - Disse-o olhando para o ex namorado. Ele ficou desconcertado. Depois, falou: - Eu vou querer filmar a foda de vocês. - Uau, que legal. Depois, você posta na Internet? Vou adorar. - Alegrou-se a mocinha. - Bem, gente. Deixemos que descanse -, disse a dona do puteiro, enciumada - e saiamos todos do quarto. Ele não está em condições de trepar com ninguém. Todos saíram, e a dona do prostíbulo fechou a porta à chave. Pouco depois, a negra magérrima entrou, trazendo uma bacia com água e uns panos limpos. - Vamos limpar esses ferimentos? Depois, vou botar remédio... Ela passou um pano úmido em todos os machucados, com cuidado para não doer mais do que já estavam. Aí, viu o saco dele inchado. Havia tirado todas a suas roupas, até a cueca, deixando-o nu. Nossa, te acertaram feio aí. Vou pegar uma pomada. - Quando voltou, o mulato parecia adormecido. Con- doeu-se dele. Passou-lhe uma pomada no escroto, com cui- dado para não despertá-lo. Mas aí, o pau do cara acordou. Adquiriu mais do dobro do tamanho. Aquilo deixou-a ex- citada. Deu mais uma volta na chave e aproximou-se dele. Manuseou com cuidado seu caralho, temendo que ele des- pertasse. Quando o membro ficou duríssimo, levou-o à boca. Ele gemeu e se mexeu, aí ela deu um tempo. Quando voltou a mexer com ele, o cara não mais se moveu. A boceta miúda dela pingava gozo. Mas tinha receio de
  • 19. SANGUE RUIM 19 se enfiar na pica do cara e acordá-lo. Continuou chupando-o, enquanto friccionava a vulva. Quando estava para gozar, ba- teram na porta. Era a dona do bordel: - O que está fazendo, trancada com o meu macho, va- dia? Abra já essa porta! Não adiantava tentar esconder o fato de estar mexendo com o mulato. A dona do puteiro era experiente, e veria isso em seus olhos. Abriu a porta, empulhada. - Ah, interrompi tua foda, não é, vagabunda? Você sabe que amo este homem, catraia. - Eu também gosto dele. - a negra a enfrentou. A coroa esteve olhando para ela. Primeiro, fechou a cara. Depois, abrandou. Falou: - Está bem. Dá pra nós duas. Sei que deve estar afim de foder, já que ninguém te procura. Mas, só desta vez, viu? - A coroa já estava tirando a roupa. A magrinha sorriu e deu um beijo na bochecha dela. Ajudou-a a se despir. - Antes, me responda uma coisa, tire-me uma dúvida, ok? - A senhora pode dizer. - É verdade o que dizem, que está com AIDS? Se assim for, vamos ter que botar uma camisinha nele. - É boato, dona Solange. Antes de vir para cá, passei muita fome. Por isso, sou tão magra. - Ok. Mas, por via das dúvidas, coloque-lhe uma ca- misinha. Depois, me ajude a sentar em seu colo. Fique me apoiando, para eu não cair. Depois, ele será todo seu. A coroa gozou várias vezes sentada na pica do cara. Ele acordou justamente na hora em que ela se estrepava em seu pau. Tentou pegá-la pelas ancas, mas seus braços estavam muito doloridos. Ouviu a voz da negra: - Ele acordou, dona Solange. A mulher teve um orgasmo prolongado, ao ouvir essas palavras. Depois, saiu de cima do cara, com a ajuda da garço-
  • 20. SANGUE RUIM20 nete. A negra perguntou: - Posso continuar? A coroa balançou afirmativamente a cabeça. Estava resfolegando demais para falar. Quando a magrinha se ajoe- lhou de pernas abertas sobre o corpo do mulato, lhe pingou gozo da boceta. Ela passou a mão na tabaca e levou-a à boca, lambendo o próprio néctar. Ele disse: - Também quero um pouco. Ela sorriu. Aproximou a xoxota da cara dele e esfre- gou-a. Mesmo com os lábios doloridos, ele a lambeu ali. Fi- cou brincando com a língua no seu pinguelo. Ela gemeu alto e gozou pela primeira vez. Espirrou um jato de esperma no rosto dele. - Hummmmmmmm, é doce e cheiroso... - Ele falou. - Ai, morde meu grelinho. Me faz gozar, amor... Ele fez o que era pedido. Logo, ela começou a estre- mecer todo o corpo e espirrou gozo mais uma vez. A dona do puteiro levou a mão à boceta, numa siririca veloz. Ficou excitada, ao ver a outra gozando. - Ahhhhhhh, como eu gostaria de poder lançar porra igual a você, menina... Aí, a negra gozou mais uma vez, quando o cara lhe mordeu o clitóris com os lábios, para não machucá-la. - Ah, puto gostoso. Agora, mete depressa esse pauzão na minha xoxotinha, mete... Fim da segunda
  • 21. SANGUE RUIM 21 Terceira parte Depois que fez o mulato gozar, a negra retirou-lhe a ca- misinha e sorveu todo o líquido contido nela. Lambeu os lábios e depois jogou o objeto fora, no lixo. O cara tinha o rosto cada vez mais inchado, mas parecia satisfeito. A coroa aninhou-se num braço dele e a negra no outro. Mesmo com dores, ele afagou as duas. - Cadê o casal que vi aqui? - Perguntou ele. - Estão lá fora, amor. Deixei-os tomando uma cerveja. Parece que tinham muito a falar, um para o outro... - Expli- cou a garçonete. - Não me diga que está querendo, mesmo, foder aquela catraia? - Reagiu a coroa. - E por que não? Minha vida fora deste puteiro perten- ce apenas a mim. - O jovenzinho parece gostar dela. Falo só por causa disso. Se eu fosse você, a deixava para ele.
  • 22. SANGUE RUIM22 O mulato não respondeu. Levantou-se e vestiu-se. Logo, saía do quarto da coroa. Avistou o casal sentado a uma mesa. Caminhou até eles. O puteiro estava fechado, com eles dentro. - Folgo em saber que está melhor, amigo. Venha beber uma cerveja conosco... O homem aceitou o copo que lhe era oferecido. Sen- tou-se, saboreou um gole e elogiou a bebida estar geladíssi- ma. Depois, falou: - E aí, já chegaram a um acordo? O cara baixou a cabeça. Ela foi quem respondeu: - Cada um segue sua vida. Eu adorei foder com todos. Pena que nenhum tivesse um caralho bem grande, como eu gostaria. - Tamanho não é documento, mocinha. Vai aprender isso. O importante é que o cara saiba trepar. - Você sabe? - Não me provoque. Teu namorado ainda gosta de ti, e é bem capaz de aproveitar meu estado para me dar nova sova. - Disse ele, rindo. Todos caíram na risada. Depois, muito sério, Eudes fa- lou: - Não me importo que ela dê umas contigo. Você fez por merecer. Mas insisto em filmar a foda dos dois. - Você me paga quanto, para que eu faça o papel de fodelão da tua namorada? O jovem ficou vermelho. Depois, explicou: - Nunca filmei uma foda. Filmo casamentos, festas em geral. Nem saberia quanto pagar a atores, para produzir um filme. Nunca pensei nisso... - Certa vez, fui procurado por um cara para foder-lhe a nega, enquanto ele assistia. Ganhei uma boa grana. Mas aí, a nega quis transar outras vezes comigo, me encontrando às escondidas. O marido descobriu e veio pra cima de mim. Por
  • 23. SANGUE RUIM 23 pouco, não me matou. Tomei-lhe a arma e atirei nele. Por isso, passei uns anos preso. - Ah, tadinho. Mas estou pensando em algo que pode dar certo... - Afirmou a mocinha. - E o que seria? Ela se ajeitou melhor na cadeira, disposta a alongar a conversa. Falou que tinha algumas amigas que iriam adorar posar de atriz pornô, gravando um filme curto. Se fosse com alguém desconhecido, ao invés do namorado, que pudesse se passar por garanhão, seria melhor ainda. Então, explicou que a ideia era usar o mulato como ator pornô, oferecendo-o às amigas. Eudes filmaria as cenas. Cobraríamos por isso. Era só pesquisar por quanto sairia uma produção dessas. As amigas tinham grana, pagariam na certa. - Bem bolado - disse o mulato. - Então, começaremos as filmagens amanhã. - Afirmou o jovem. - O amigo aqui será o nosso modelo. Faremos um demo, para você, Anitta, apresentar às tuas amigas. - Mas, já? Não é melhor deixar nosso amigo sarar dos machucados? - Não, não... Assim, fica mais interessante. Pensarei numa historinha convincente, para justificar os machucões. Deixa comigo. Tomaram mais duas cervejas, depois o casal foi-se em- bora. O mulato despediu-se das duas mulheres do bordel e foi para a pensão onde morava. No entanto, a caminho de lá, avistou o sarará que havia iniciado a briga, pouco antes. O cara estava bebendo numa mesa disposta à calçada de um barzinho, com dois amigos que também participaram do lin- chamento. Reconheceram-no. - Ei, olha lá o otário que levou uma surra da gente. Tá todo arrombado. Kkkkkkkkkkkk... O mulato nem olhou para eles. Seguiu seu caminho. No entanto, quando chegou na pensão onde morava, pegou um martelo grande entre as ferramentas que usava para fazer
  • 24. SANGUE RUIM24 biscates, e voltou ao bar. Quando os três caras o viram de volta, levantaram-se da mesa. Fecharam a cara e partiram pra cima do mulato. Os poucos clientes do bar logo pressentiram que ia ter confusão. Mas as coisas aconteceram muito rápido. A primeira marte- lada atingiu o sarará, abrindo-lhe a cabeça. Ele caiu. Antes mesmo que atingisse o chão, outro sujeito recebeu o golpe de martelo no antebraço, causando-lhe fratura exposta. Ajo- elhou-se de dor. Em seguida, o mulato arremessou, com for- ça, a ferramenta contra o rosto do terceiro, quebrando-lhe o nariz. O cara gritou de dor. O mulato apanhou o martelo em pleno ar, quando este ricocheteou no cara, e golpeou de novo. Acertou-lhe o joelho, destroçando-o. O sujeito desmaiou. O sarará gemia, vertendo sangue do ferimento na cabeça. Rece- beu um novo golpe no queixo que lhe destroçou a mandíbu- la. O cara ruiu. O mulato limpou o martelo sujo de sangue nas roupas do sarará, depois sentou-se na mesa onde os sujeitos estive- ram bebendo. Sorveu um gole do copo de um deles, depois chamou o garçom: - Os nobres cavalheiros vão me pagar umas cervejas. Autorizaram-me a pegar a grana dos bolsos deles. Faça-me o favor de trazer uma bem gelada... - Sinto muito, mas vou ter que chamar a polícia, cida- dão. - Tudo bem. Contanto que faça isso depois que eu to- mar uma duas cervejas e for embora... - Disse ele, entregando o martelo ao cara. - Não precisamos disso aqui, senhor. Mas deixe seu cartão. De vez em quando acontece de precisarmos de um marceneiro. O mulato sorriu. O garçom aproveitou para ir buscar a cerveja. O pessoal voltou aos seus lugares. Um cara veio parabenizá-lo.
  • 25. SANGUE RUIM 25 - Mandou bem, coroa. Três contra um é covardia. Pos- so te pagar uma cerveja? - Não, obrigado. Os cidadãos caídos já deixaram algu- mas pagas, para mim. Mas pode se acercar, se quiser tomar uns goles... - Obrigado. Posso chamar minha nega pra cá? Pouco depois, uma morena linda e rabuda se acercou da mesa. Pediu licença e sentou-se. Olhava embevecida para o mulato. - Esta é Rosa, minha companheira. Adora estar comigo aqui, no baixo meretrício. Ficou interessada em você. Deixo os dois transarem, se eu participar da orgia. Que tal? - Bem direto, você. Mas, detesto gigolôs. - Disse o mu- lato. - Nada feito. Porém, podem continuar bebendo em mi- nha mesa. Não estou pagando, mesmo... A mulher fez um aceno para o companheiro. Este pe- diu licença e levantou-se. Logo, ela ficou a sós com o mulato. Viu seus machucados e perguntou: - Que foi isso? Outra briga? - Sim, levei um desacerto desses caras. Voltei para me vigar. - Vi quando eles galhofaram contigo. Como passaste direto, achei que eras um covarde. Gostei do que vi agora. - O que você quer comigo, dona? Vá logo desembu- chando, que prefiro ficar sozinho. - Calma, bonitão. Não sou o que você está pensando... - E você é o quê? Ela ajeitou-se na cadeira. Passou as mãos nos longos cabelos, como se quisesse ficar mais bonita para ele. Então, falou: - Sou advogada e ninfomaníaca. O cara que estava aqui é meu irmão, um desempregado que vive às minhas custas. Nós acabamos de transar, mas não me sinto satisfeita. Então, pedi-lhe que procurasse homens para me satisfazer. Eu pago
  • 26. SANGUE RUIM26 bem. E fiquei interessada em você. O mulato sorveu um grande gole de cerveja, sem olhar para ela. Quando o fez, avaliou-a da cabeça aos pés. Ela em- pertigou-se, para facilitar sua opinião. - Você é bonita, não precisa pagar ninguém para trepar. - Você é que pensa. Quando os homens sabem que sou rica, sempre querem arrancar dinheiro de mim. Por isso, uso-os e descarto-os. Queria encontrar alguém que topasse ser meu marido, mas só encontro broxas. Quero um homem viril, que possa trepar comigo todos os dias. Em troca, dou tudo que ele quiser. - Uma mulher, por mais bonita e gostosa que seja, um dia a enjoamos, dona. Aí, a trocamos por outras. Não sou um bom negócio. Melhor procurar outro. Ela olhou demoradamente para ele. Num ímpeto, deu- lhe um beijo na boca. Ele ia dizer que não beijava putas, mas ela parecia, realmente, uma mulher tipo família, apesar de es- tar naquela zona. Vestia-se bem, e não tinha cara de quenga. Deixou-se beijar. Quando ela afastou os lábios, disse para ele: - Quero estar contigo, nem que seja só uma única vez. Vamos para o meu apê? Já estou molhadinha... O garçom, finalmente chegou com uma cerveja gela- díssima. Falou: - Oferta da casa, cavalheiro. Tem direito a mais duas, contanto que pague a conta dos senhores dorminhocos... O mulato sorriu. Levantou-se, mexeu nos bolsos dos caras desacordados e entregou um tufo de dinheiro ao gar- çom, sem contar quanto tinha. - Tome, fique com o troco. O garçom ficou contente, mas dividiu o montante ao meio e entregou a metade a ele: - Para mim, é o suficiente. O resto, o cavalheiro tem direito, por ser tão honesto e pagar a conta alheia. A advogada deu uma gargalhada. Achava os dois muito divertidos. Mas, reforçou o convite, antes que o garçom se
  • 27. SANGUE RUIM 27 retirasse: - Pegue quantas garrafas quiser e levemo-las para mi- nha casa. Depois eu me acerto com Duduzinho. - Quem é esse tal de Duduzinho, teu irmão? - Não, cavalheiro. Sou eu. A quem tenho a honra de conhecer? - Perguntou o atendente. - Este é um amigo meu, Dudu. Chama-se Jorge. - Disse a moça, antes que o mulato respondesse. Pouco depois, os dois chegavam ao apê dela, localiza- do num bairro nobre da cidade. Ele trazia quatro garrafas de cervejas geladas nas mãos. Ela parou no meio da sala e o bei- jou efusivamente. Depois, foi descendo a boca, enquanto o despia. Ele disse: - Deixe-me tomar um banho primeiro, dona. Estou fe- dendo a boceta. Ela deu uma bela gargalhada. Reclamou: - Você é muito afoito. Outra, desistiria de trepar conti- go no ato, por estar fedendo a sexo. Mas esse cheiro é muito excitante para mim. Não vou deixá-lo tomar uma ducha ago- ra, só depois. E continuou despindo-o, enquanto lambia e beijava o seu corpo, a caminho do pênis. Quando tirou-lhe a cueca, o caralho saltou em direção à sua boca. Ela beijou-o e lhe elo- giou o tamanho e grossura. Lambeu-o com volúpia, chupan- do a cabeçorra. Ele continuava com as quatro cervejas nas duas mãos. Falou: - Essa tua boca quentíssima vai acabar esquentando as bebidas. Não é melhor pô-las na geladeira? Ela deu mais uma risada. Adorava o bom humor dele. Pegou-o pelos flancos e levou-o em direção ao enorme quar- to. Havia um grande freezer, lá. Ela guardou três, depois abriu uma das garrafas. Tomou um gole, bebericou e deu um gole a ele. Depois, inesperadamente, despejou o líquido no peito do mulato. Agachou-se e sorveu a bebida em seu pau.
  • 28. SANGUE RUIM28 - Para disfarçar o cheiro de boceta da tua rola. - Disse ela. Ele retrucou: - Acho um desperdício. E estou com sede... Ela não lhe deu atenção. Estava concentrada na felação. Parou. Ainda estava vestida com um blazer, e uma saia de tamanho médio, muito elegante, com uns botões. Virou-se de costas, para que ele desabotoasse a peça. O mulato desco- briu um corpo perfeito, já sem calcinha. Meteu o dedo no seu cuzinho. Ela não se retraiu. E disse: - Uma grande ideia. Assim, nos livramos desse cheiro de boceta do teu caralho. Empinou a bunda para ele. Em pé mesmo, ele apontou- lhe o membro entre as nádegas. Ela se abriu, usando as duas mãos, expondo um cuzinho rosado e cheiroso. Ele empur- rou mais um pouco do pênis. Ela gemeu. Arreganhou mais as pernas. Ele acomodou-se melhor e mandou pica. Aí, algo se enroscou entre as pernas do mulato. Ele tomou um baita susto. Fim da terceira
  • 29. SANGUE RUIM 29 Quarta parte - Jorge, te apresento Jorge, meu gatinho persa. Não é lindo? O bichano estava se esfregando entre as pernas do mu- lato. Este deu só uma rápida olhada, antes de dizer. - Não acho que esta seja uma boa hora para apresen- tações. - Não seja ciumento. Ele até gostou de você. E olha que ele não costuma fazer amizades com pessoas. - Ele ainda não me conhece. Depois, vai querer distân- cia de mim... - Mesmo? Por que? - Detesto gatos. Não os aprecio nem como churrascos. Ela riu. Achou que ele estava brincando. Beijou-o com volúpia, antes de se virar de costas, novamente, para ele. Ar- rebitou o bundão, e ele a lambeu entre as nádegas. - Uau, que gostoso. Pelo jeito, vou ser muito feliz hoje.
  • 30. SANGUE RUIM30 – Ela disse. Ele a pegou nos braços e levou-a para a cama. Deixou-a de quatro, na borda do leito. Continuou lambendo-a. O gato enorme pulou para cima da cama e sentou-se sobre as patas traseiras, como se estivesse assistindo a foda. Ela falou: - Pode meter sem pena, amor. Teu caralho é grande, mas eu aguen... Não terminou a frase. Ele enfiou-lhe, devagar e sempre, o enorme cacete no rabo dela, até que não ficou um só centí- metro de fora. - Uhhhhhhhhhh, que gostoso. Agora, mete... Ao invés disso, ele retirou tudo de vez. Ela gemeu: - Não, escroto. Estava tão gostoso. Bota tudo de novo, bota... Ele voltou a enfiar sua trolha no cuzinho dela, que ge- meu arrastado. Mas retirou-se de novo do seu ânus, deixan- do-a ansiosa. - Porra, caralho. Deixa dentro. Quero gozar, seu puto... Ele continuou tirando e botando a pica inteira, até que ela começou a chorar: - Não, não judie de mim. Assim eu morro de gozar, seu cachorro. Deixa dentro. Deixa dentro... Então, o mulato retirou-se do seu buraquinho e enfiou a rola de vez, na boceta dela. Ela deu um urro e quis se afas- tar, mas ele voltou a penetrar-lhe o reto. Ela urrava, de tanto chorar. - Cachorro escroto... assim... eu só... vou aguentar... uma foda. Ele a pegou pelas ancas e meteu tudo dentro, depois ficou parado. - Mete. Mete, seu puto. Ou me deixa rebolar... E foi o que ela fez. Chorando, passou a mexer a bun- dona, se esfregando nele. Fazia movimentos circulares, e co- meçava a sentir a aproximação do gozo. Com pouco tempo, gritou:
  • 31. SANGUE RUIM 31 - Estou gozando. Estou gozando. Não tira... Estou... go- zan... dooooooooo... Aí, ela levou a mão ao grelo e friccionou-o. Não demo- rou muito a ter um orgasmo prolongado, lançando um líqui- do esbranquiçado pela vagina. Retirou-se do caralho dele e deitou-se de costas na cama. Ficou mijando para cima, mo- lhando-o todo de gozo. Quando parou de ejacular, ele meteu a boca em seu grelo. Ela deu um grito de surpresa e de prazer. Gemeu: - Não. Mais não. Você vai me matar de gozar, seu es- croto. Para... Ele não parou. Só o fez quando ela gozou novamente, lançando um jato em seu rosto. Ele se afastou um pouco, mas meteu dois dedos da mão direita dentro do cu dela. - Puta que pariu, seu cachorro doido. Se me fi- zer gozar mais uma vez, te dou um chute no saco... Uhhhhhhhhhhhhhhhhh... Ele ficou rodando e enfiando mais os dedos dentro dela, depois os retirava totalmente. Ela revirou os olhos e pa- recia que ia ter um treco. - Nãoooooooooo... Piedade... Chega... Então, o mulato retirou os dedos e enfiou o caralho de- vagar, até o talo. Ela tentou se arrastar na cama, fugindo dele. Mas não conseguiu. Chutou-o várias vezes, até que ele lhe agarrou os dois pés. Ela aperreou-se. Já não tinha mais voz para gritar. Então, desfaleceu. Quando ela acordou, o mulato não estava mais lá. Dei- xara um bilhete de agradecimento, pela foda. Ela rangeu os dentes: - Está muito enganado se acha que vai conseguir fu- gir de mim, seu puto. Agora, fodeu-se. Não saio mais do teu pé. Que gozada doida arretada. Nunca me havia acontecido isso...
  • 32. SANGUE RUIM32 O cara havia voltado para a pensão onde costumava dormir. O dia estava quase amanhecendo, e ele ficara de se encontrar com Eudes e sua namorada, para combinarem o roteiro do filme de putarias. Precisava descansar. E tomar um banho, pois não tinha se banhado na casa da advogada. Gos- tara de fodê-la, mas, se tivesse ficado, ela não o deixaria mais ir embora. Tinha certeza disso. E ele não queria faltar com o compromisso marcado com o fedelho. Pegou uma roupa limpa e se dirigiu ao único banheiro da pensão. Encontrou-o fechado. Esperou um tempo, depois resolveu bater à porta. Ninguém respondeu. Estranhou. Bateu de novo. Nada. En- tão, arrombou a porta. Uma mocinha estava caída no chão do banheiro, com o chuveiro ligado. Parecia desfalecida. Tentou reanimá-la, mas ela não reagiu. Tinha uma das mãos metida na vagina. Decer- to estava se masturbando, quando algo aconteceu. Desligou o chuveiro, pegou-a nos braços e levou-a para o seu próprio quarto. Não conhecia a moça, que aparentava uns 30 anos de idade. Devia ser novata na pensão. No entanto, quando a depositou na cama, ela acordou: - Meu Deus, estou no Céu. Obrigada por atender mi- nhas preces, Senhor. É justamente de um cacete deste tama- nho que eu estou precisando... Fim da quarta
  • 33. SANGUE RUIM 33 Quinta parte Só depois do segundo tapa no rosto é que a mocinha rea- giu. Primeiro, aboticou os olhos. Em seguida, fez cara de zangada. Gritou: - O que é que você está fazendo comigo? Quem é você? - Acalme-se, dona. Você estava delirando. Tive que ba- ter-lhe, para que voltasse ao normal. Mas não bati com for- ça... - Quem é você? E o que está fazendo no meu quarto? Diga logo, senão vou gritar. - Pode gritar à vontade, não ligo. E você é quem está no meu quarto. Encontrei-a desmaiada no banheiro e te trou- xe para cá, pois não sei em que quarto está hospedada. Vou buscar tuas roupas que ficaram lá no chão. Depois, vista-se e vá-se embora. Só então ela percebeu que estava totalmente nua. As- sustou-se e cobriu os seios e o sexo com dois travesseiros.
  • 34. SANGUE RUIM34 Olhou em volta e concordou estar em dormitório alheio. - V-Você não vai me estuprar? Ele sorriu. Disse: - Não, moça. Já esgotei minha participação em fodas, por hoje. Quem sabe outro dia? - Não fez nada comigo, enquanto eu estava desacorda- da? - Fiz, sim. Trouxe-a nos braços para cá. Para isso, tive que tirar seu dedo que estava enfiado na boceta. - Mentiroso. Não poderia enfiar nem o mindinho na vulva. Sou virgem, tá vendo? E ela abriu as pernas, afastou os lábios vaginais e mos- trou para ele. Realmente, deu para ver seu hímen intacto. Ele reagiu com desdém: - Além de virgem, é doida. Dá pra mim não. Deixe-me ir buscar suas roupas. - Não vai mesmo me estuprar? - Não, dona. Tenho um compromisso amanhã, logo cedo, e quero dormir. Ainda bem que você acordou. Estava já pensando em chamar a dona da pensão´- E o mulato abriu a porta e saiu. Voltou quase que imediatamente, com as roupas dela na mão. Entregou-as. - Vire-se para o outro lado, para que eu me vista. - Sinto muito, mas não vou fazer isso. Já a vi nua o tem- po inteiro. Nem por isso, te tarei. Você não faz o meu tipo. - Não me acha bonita? - Perguntou ela, vestindo-se à sua frente, sem um pingo de vergonha. - Também não é feia. Apenas não faz o meu tipo. Talvez por ser magra demais pro meu gosto. Prefiro as mais cheii- nhas. - Gosta de mulheres gordas? - Não. Gosto das boazudas. E por favor, vá embora. Quero dormir. - Chato. Chato de galocha. Eu bem que poderia te dar
  • 35. SANGUE RUIM 35 uma chupadinha, se fosse mais simpático comigo. - Eu passo. Já tive a minha cota de sexo hoje. Quero tomar um banho, pois meu cacete só cheira a cu. - Credo, que cara depravado. Vou-me embora, mesmo. E não me procure. Se eu quiser, procuro você. - Não tem pra quê. Deixe quieto. Faça de conta que nunca nos encontramos. Ela saiu batendo a porta. Ele voltou ao banheiro, onde tinha deixado as suas roupas. Tomou um banho rápido e vol- tou ao seu quarto. Logo, estava dormindo. De manhã cedo, por volta das oito da manhã, desceu as escadas da pensão para tomar café, como sempre fazia. A novata não estava lá. Perguntou à cozinheira: - Cadê a novata? Já tomou café? - Ah, vocês já se conheceram? Aquela doidinha já saiu. Disse que iria para alguma praia. Gostou dela? - Detestei. Discutimos, mas nada que valha a pena co- mentar. - Eu ouvi umas falas ontem, mas não sabia que eram vocês. Ele não respondeu. Fez o desjejum e despediu-se da cozinheira. Rumou para o puteiro, onde havia marcado com o rapaz cinegrafista. O cara, porém, não apareceu. Ficou cha- teado. Não costumava farrapar seus encontros, e detestava quem fazia isso. Ainda esperou mais meia hora, mas o jovem não apareceu. Então, a garçonete com cara de aidética veio até ele. - Bom dia, gato. Dona Solange acordou indisposta, hoje. Não quis se levantar. Mas disse que, se você viesse, ti- nha direito a cervejas. Posso pegar uma pra mim, já que ela não está aqui? - Faça o que quiser. Mas não vou beber agora, tão cedo. Me dá um refrigerante. - Tenho suco de tangerina na geladeira. Mais saudável.
  • 36. SANGUE RUIM36 Você quer? - Sim, obrigado. Boa ideia. Dormiu bem? - Demorei a dormir, pensando na nossa foda de ontem. Nunca mais eu havia feito sexo. Acho que os homens pensam que sou aidética. Não querem nem conversa comigo. - E você é? - Não. Passei muita fome antes de vir para cá. Emagreci muito. Deixa eu te mostrar uma foto do ano passado... A mulher desapareceu por uma porta, mas voltou logo, com uma fotografia na mão. Mostrou a ele: - Veja, pra não dizer que eu estava mentindo... De fato, ela era muito bonita e gostosa. Estava de biquí- ni, numa praia, e o corpo era de fazer qualquer cacete aplau- dir de pé. Ele levou a mão ao pau. Ela riu. Perguntou: - Quer que eu te alivie o tesão? Irei adorar... - Pode entrar alguém, a dona não iria gostar. - Vamos pro meu quarto. Fechamos a porta e ninguém irá ver. Chamo uma outra puta pra ficar despachando. Sabe onde é meu quarto? Ele sabia. Foi para lá, enquanto ela gritava por alguém. Logo, ela estava com o mulato. Ele estava deitado na cama, ainda de roupas. Ela disse: - Por que não tira a roupa? Fica melhor para mim. - Sei. Mas aviso que não vou te chupar. Deve saber que eu não chupo putas. Ela abriu o fecho da calça dele. Libertou seu enorme caralho. Baixou as calças até os joelhos e acariciou a jeba. Fa- lou: - Nunca fui puta, sabia? Era uma mulher casada, bem casada. Amava meu marido. Tivemos um casal de filhos. Aí, ele nos deixou para ir morar com outra, que devia ter uns quinze anos de idade. Fez mal a ela e a família obrigou-o a ca- sar. Acho que ele nunca disse que já era casado. Eu me deses- perei. Não trabalhava. Também não consegui emprego, nem em casa de família. Como eu era muito bonita, as esposas não
  • 37. SANGUE RUIM 37 me queriam, temendo que eu seduzisse seus maridos. Passei a beber muito, às custas de amigos. Depois, aceitava dinheiro de quem nem conhecia. Mas não fodia com ninguém. Ainda esperava voltar para o meu marido. Eu só vivia embriaga- da, então minha sogra tomou meus filhos na justiça. Alegou abandono do lar. Hoje, meus filhos não querem nem me ver. Nem a menina, que antes era apegada comigo. Passei a beber mais ainda. Dona Solange me encontrou caída na rua e me trouxe para cá. Devo minha vida a ela. - Ela te paga, aqui? - Não aceito dinheiro dela. Já fez muito por mim. - Entendo. Agora chupa, por favor, que estou de cacete já doendo. Ela lambeu todo o membro. Tremulou a língua no bu- raquinho da pica. Depois, começou a chupar a chapeleta. Ti- nha técnica apurada, de chupar, que ele quase não sentia sua boca em seu pau. - Onde aprendeu a chupar assim? - Na Internet. Antes de meu marido ir embora, eu pas- sava o dia aprendendo essas coisas, para deixá-lo mais con- tente... Ela parou só por um segundo, para responder-lhe a pergunta, depois voltou à ação. Espalmou uma mão acima do umbigo dele, deixando-o sem fôlego, enquanto continu- ava chupando. De vez em quando lhe mordiscava o pau. O mulato tentava puxar o ar, mas em vão. Aproximava-se do momento do gozo. Quando ela percebeu seu membro inchar, meteu-o mais profundo na garganta. - Vou gozar... Ela conseguiu deglutir todo o cacete. Ficou movimen- tando a cabeça, e ele sentiu como se estivesse fodendo um cuzinho apertado. Esse pensamento apressou-lhe o orgasmo. Explodiu na garganta dela, gemendo: - Uhhhhhhhhhhhhhh... Foi uma gozada cavalar. Ela se engasgou, mas não lar-
  • 38. SANGUE RUIM38 gou o nervo. Ficou parada, de olhos fechados, curtindo o gozo dele. O mulato estava trêmulo. Suspirou: - Que gozada do caralho. Você chupa muito bem... Quando ela tirou o falo da boca, não pingou nem um tiquinho de porra. Ela terminou de engolir, antes de prome- ter: - Se vier dormir aqui comigo, hoje à noite, te dou outra chupada dessas. Talvez, até, melhor... - Não posso. Dona Solange ficaria com ciúmes, e é bem capaz de te botar de casa pra fora. - Tem razão. Que ela não saiba que eu fiz isso. Já me alertou que você é dela. Eu é que não consegui me conter... - Se você não disser, ela nunca vai saber. - Eu fiz a besteira de dizer à puta que está lá no bar que ia foder contigo. É bem capaz de me alcaguetar à dona. - Deixa comigo. Eu resolvo isso. Quando ele saiu, a puta olhou para ele, sorridente. Era uma loira boazuda, mas parecia ter escrito na testa: rapariga. - Já treparam? Achei que iam demorar... - Foi uma rapidinha. Estou com pressa. - Ah, que pena. Se não estivesse apressado, eu ia querer uma foda, também. Você é um mulato bonitão, e tem cara de quem trepa bem. Não quer me experimentar? - Outro dia. Tenho mesmo que ir. Fico te devendo. - Vou cobrar, viu? Se farrapar comigo, digo à dona. Sei que ela gosta de você. Na certa, expulsaria a quenga traidora. Ele fez que não ouviu. Saiu do prostíbulo, que nunca fechava. A única vez que viu o local fechado foi quando ele perdeu a briga. Não acreditava que a puta loira iria fazer in- ferno com a dona do puteiro, dedurando a outra. Pretendia passar na casa da advogada, já que o rapaz não viera encon- trar-se com ele. Quando ia atravessando a rua, para pegar um ônibus, eis que avista a namorada de Eudes. Ela também o viu. Veio até ele. - Olá. Encontrou Eudes?
  • 39. SANGUE RUIM 39 - Não. Esperei até agora e o cara não apareceu. Nem acho que venha mais. Portanto, estou indo embora. - Vai pra onde? - Não é da tua conta. - Eh, calma... Eu só queria saber se vai tomar umas. Estou me convidando. Ele esteve indeciso. Depois, resolveu: - Ok, te pago umas. Mas não vou beber. É cedo pra isso. - Ah, assim não vale. Quero deixar você bêbado, pra te convencer de dar uma foda comigo. Fiquei afim, desde on- tem. Aproveito para limpar esses machucados. Compre as cervejas e levamos para a minha casa. - Melhor não, mocinha. Teu namorado gosta de ti. Não quero encrenca. - Tem medo dele? Ele riu. Respondeu: - Não tenho medo de ninguém, se quer saber. Fui cria- do nas ruas, aprendi a me defender. - É, eu vi a surra que levou. - Eram muitos. E me pegaram pelas costas. Senão, teria vencido todos. Mas isso não vem ao caso. Desisto de te pagar as cervejas. - Tem medo de mim? - Perguntou ela, com um riso maldoso. Antes que ele dissesse algo, ela se atirou nos braços dele, beijando-o. Ele a afastou com firmeza: - Sem beijos. Eu não beijo putas. - Não sou puta. Fiz aquilo para matar de raiva Eudinho. Ele fez por merecer. - Conheço a história. Mas, pra fazer aquilo, é preciso ser muito puta. Ela amuou. Depois, agarrou-se ao braço dele. Disse: - Então, me pague uns refrigerantes. E eu prometo não insistir mais. Ele levou-a para o restaurante chinês. A filha do dono
  • 40. SANGUE RUIM40 fechou a cara, quando o viu acompanhado. Mesmo assim, aproximou-se e disse baixinho: - Meu pai quer falar contigo de novo. Pediu que eu dis- sesse a ele quando você aparecesse. Está lá dentro. Pode en- trar. - Dê um refrigerante a essa guria. E, virando-se para a namorada de Eudes, disse: - Volto logo. Tome o refrigerante devagar. - E sumiu porta adentro de uma sala que parecia um escritório. O velho estava lá, triste. - O que houve, chinês? Não gostou da mercadoria que eu te trouxe ontem? - Chinês gostô sim. Né disso que chinês qué falá. - Ótimo. Mas fale sem essa frescura. Eu sei que você consegue se expressar em bom português. - Certo. Chinês quer outro trabalho. Sei que você pode quebrar galho de chinês. - De que se trata? - Chinês quer dar uma festa. Precisa de putas bonitas. Você deve conhecer muitas. - Quem te disse? - Boatos. Onde há fumaça, há fogo. - Okay. O que essas putas bonitas fariam na festa? - Atenderiam o último desejo de um homem. É cos- tume chinês contratar putas para enterros. E pagar a muita gente, para dar a impressão de que o defunto era muito co- nhecido e querido. Já contratei muita gente. Faltam as putas. - Uau, não sabia desse costume de vocês. Quem mor- reu? - Você não precisa saber logo. No dia, saberá. - Por que, o cara ainda está vivo? - Sim, mas vai morrer logo. O mulato esteve pensativo. Depois disse: - Não está me metendo em encrencas, velho? Olhe lá... - Sei que é destemido. Não estou te pedindo nada pe-
  • 41. SANGUE RUIM 41 rigoso, não? - Está bem. Para quando quer as putas? - Depois de amanhã. Quanto vai me cobrar? - Depende. Tenho que falar primeiro com as putas. De- pois, te digo o preço. - Fechado. Quando o mulato saiu do escritório do chinês, viu a chinesinha conversando com a namorada de Eudes. Assim que o viu voltar, a oriental saiu de perto da outra. Tinha o rosto carrancudo. - O que estiveram conversando? A mocinha riu. Disse: - Ela veio me perguntar o que eu era tua. Disse-lhe que era tua noiva. Ela parece que não gostou muito da informa- ção. Vocês namoram? - Sim, mas no dia que ela souber disso, acaba o namoro na mesma hora. A jovem deu uma gargalhada que fez os poucos clien- tes do restaurante se voltarem para ela. Aí, seu telefone tocou. Ela atendeu: - Diga?... Sim, ele está aqui. Está bem, eu direi. Quando encerrou a ligação, ela disse: - Eudinho esteve pesquisando preços, e já comprou al- gumas coisas. Quer que estejamos na minha casa, pois ele quer começar a trabalhar já. Vamos? - Vamos. Mas não vamos filmar já. Não me sinto dis- posto. - Eu te faço ficar disposto. Deixa comigo. - Disse ela, sorrindo. Ele pagou o refrigerante, levantou-se e ela pegou em sua mão. Queria mesmo convencer a chinesa de que era mes- mo namorada dele. O mulato entrou no seu jogo. Ainda ti- nha o saco dolorido da patada que a oriental lhe deu. Mas não olhou para trás, pra ver a sua reação. Perguntou à mocinha: - Você mora aonde?
  • 42. SANGUE RUIM42 Pouco depois, saltavam do ônibus em frente a uma enorme casa, num bairro nobre da cidade. Ele ficou embas- bacado com o tamanho e luxo da residência, mesmo antes de entrar. - Quantas pessoas moram aí? - Eu e mais cinco caseiras. - Teus pais são vivos? - Não. Faleceram há dois anos, num acidente de carro. Eu não tenho irmãos. Herdei tudo sozinha. A casa e uma gor- da conta no banco. Eu posso ser chamada de rica. - Estou impressionado. Você não deveria frequentar puteiros. - Foi só aquela vez. Não irei mais. Eudinho já teve o seu castigo. Agora, já posso voltar para ele. Mas quero dar uma trepada contigo, antes. - Pretende viver da renda dos filminhos? - Claro que não. Não preciso trabalhar. Tenho muita grana, tanta que nem sei quanto. - O Eudes também é rico? - Que nada. Mas, não ligo para isso. No início, ele nem sabia onde eu morava. Só nos encontrávamos na rua ou na casa dele. Só depois que me deixou é que soube. - Entendo. E pretende se casar com ele? - Não. Poderemos ser felizes, sem precisar que nos ca- semos. Ele continuará na casa dele e eu na minha. Por quê? - Nada. Parece que você não confia muito nele, só isso. - É, eu não confio, mesmo. Ele sempre foi muito apega- do ao dinheiro. Casaria comigo, só para se tornar rico. E eu não quero isso, sabe? - Acho que te entendo. Mas, se o ama mesmo, isso não deveria ser um empecilho. - Eu deixei de amá-lo, quando ele me rejeitou. Mas, to- das as vezes que precisei dele, esteve por perto. Me ajudou a superar a morte dos meus pais.
  • 43. SANGUE RUIM 43 Duas caseiras vieram perguntar se ela queria algo. Uma delas era muito bonita. O corpão era fácil de se imaginar, por baixo do uniforme. - Vai precisar de alguma coisa, dona Anitta? Preparo um suco para ambos? - Sim, Beta. Prepare-nos dois sucos, com ovos crus dentro. Quero ele bem forte, para fazer o que eu pretendo. - Está bem. Desculpe perguntar, mas ele é seu namo- rado? - Sim, Beta. É meu novo namorado. Rompi com Eudi- nho. Mas ainda somos amigos. Logo, ele estará aqui. Prepare- lhe um suco, também, mas sem os ovos. O mulato não quis desmenti-la. Achava divertido ela dizer que namorava com ele. Agora, sabia o nome dela. Igual a uma cantora famosa. Lhe admirou o corpo. Ela tinha uma bunda redonda, tal qual a cantora. Os cabelos eram grandes e lisos, quase chegando-lhe à regada da bunda. Era bonita, a danada. Seu pau ficou duro, antes mesmo de tomar o suco afrodisíaco. Anitta disse para a outra criada: - Alda, traga-me umas pomadas e gazes, para eu limpar esses ferimentos dele, por favor. - Não quer que eu lhe faça o curativo? Sabe bem que já fui enfermeira... - Não, Alda. Eu mesma cuido dele. Quero vê-lo gritar na minha mão. - Disse-o rindo. A doméstica saiu sorrindo, mas estava com pena do ra- paz. Anitta pediu: - Vamos para o quarto e você tira a roupa. Quero dar uma olhada melhor nesses ferimentos. Pouco depois, estavam num amplo quarto, decorado por profissionais. Quando Beta chegou com os sucos, ele es- tava só de cueca. - Obrigada, Beta. Mas não vá embora ainda. Quero que me ajude a cuidar dos machucões dele.
  • 44. SANGUE RUIM44 - Está certo, dona Anitta. O que devo fazer? - Tire-lhe a cueca. Mas não ligue, se ele ficar de pau duro. Homem é assim mesmo. - Eh, não precisa tirar minha cueca para limpar meus ferimentos... - As enfermeiras somos nós, e você fará tudo o que nós dissermos. Beta sorriu. Achava a patroa divertida. E, pelo volume da cueca, o cara tinha um pau enorme. Tinha namorado, mas o pau dele era pequeno. Estava curiosa para ver a jeba do mulato. Achara-o muito bonito, mas não pretendia roubá-lo da patroa. - Como é o nome dele, dona Anitta? - Antes que a jovem respondesse que não sabia, o mu- lato falou: - Meu nome é Jorge, Beta. Muito prazer. Ele ergueu os quadris, ajudando-a a tirar a peça de rou- pa. Ela arregalou os olhos, quando vislumbrou o pênis dele. - Nooossa, dona Anitta. Ele é muito grande. A senhora vai aguentar tudo isso? A jovem riu gostosamente. Depois, disse: - Não sou eu, e sim você que vai aguentá-lo, Beta. Não queria ser atriz pornô? Agora é a tua chance... - Ah, não... Eu queria ser atriz pornô antes de conhecer meu namorado. Hoje, já não quero mais. - Vai ter que querer. Já, já o Eudinho estará aqui com material para fazer um teste de filmagem, e você vai foder com Jorge. Eu quero só assistir o coito de vocês. - E o meu namorado? - É só não dizer a ele. Assim, ele nunca ficará sabendo. A doméstica esteve pensativa. De repente, livrou-se das roupas depressa, mostrando um corpo de mulherão. O pau de “Jorge” deu um pulo. Ficou pulsando. - Agora não, Beta. Deixe-me primeiro esterilizar o ca- cete dele. Sabe-se lá onde ele andou metendo isso?
  • 45. SANGUE RUIM 45 Beta estava ansiosa. Mas esperou a patroa cuidar dos ferimentos do cara. No entanto, não quis perder tempo: - Dê-me umas gazes e um chumaço de algodão, que eu mesma cuido do caralho dele, dona Anitta, enquanto a senhora cuida do resto. Fim da quinta
  • 46. SANGUE RUIM46 Sexta parte Quando Eudes chegou, as duas já tinham dado um trato no mulato. Mas não fizeram sexo. Esperaram o rapaz chegar, para começarem as filmagens. - Uau, vejo que já estão prontos para gravar. E você, boazuda, quem é? - Esta é Beta, minha funcionária. Sempre quis fazer um filme de sacanagem. Convidei-a para a nossa estreia. - Disse Anitta. O jovem assoviou. Dispôs rapidamente a parafernália de fios, câmeras, holofotes e outros apetrechos de cinegrafis- tas. Só então, explicou: - Estive pensando num roteiro simples: um cara sofre um acidente automobilístico e para nesta mansão, para obter ajuda. Está todo machucado, então vamos precisar simular o sangue. Eu trouxe anilina rubra. Nós a usaremos. - Ué, o roteiro é só isso? Não vai ter sexo? - Estranhou
  • 47. SANGUE RUIM 47 o mulato. - Claro que sim, cara. Sexo acontece em todo o resto do filme. Isso, não precisa de roteiro. Faça com as mulheres o que bem entender e elas concordarem... - Eu não vou participar desse filme. Cedo meu lugar a Beta. O cara deu um suspiro. Não ficou claro que era de alí- vio, por a namorada não ter que dar pro mulato. Ele ficaria com ciúmes. Mesmo assim, ainda insistiu: - Ficaria melhor para o meu roteiro se o cara acidenta- do transasse com duas, ao mesmo tempo. Quando mais pu- tarias, melhor para o demo que pretendo editar. Mas, quem sabe é você. - Eu tenho uma amiga que, decerto, gostaria de partici- par. Quer que eu a chame? Ela não mora muito longe daqui. O cinegrafista ficou indeciso. Pretendia aproveitar a luz do dia para as cenas externas. Falou: - Seria ótimo, se tua amiga for boazuda. Mas eu queria terminar as filmagens hoje mesmo. E tem a cena da chegada do personagem, depois que sofreu o acidente. À luz do dia, o sangue estaria mais visível. - Mas, à noite, seria mais verossímil. De dia, quem vis- se o acidente, poderia socorrê-lo. Ele não precisaria vir até a mansão. - Intrometeu-se Beta. “Jorge” a apoiou: - Ela tem razão. Gravaríamos de dia só as cenas se- guintes, quando o sujeito despertasse de um desmaio, por exemplo... - Não sei, cara... Quanto tempo acha que leva para ir e voltar aqui com tua amiga? - Cerca de uma hora. Pena que não tenho telefone, nem o número dela. Senão, era só ligar. - Puxa, é o primeiro cara que vejo não usar um celular. Eu não saberia viver sem o meu. - Disse Beta. - Façamos o seguinte: eu estou de carro, portanto dá
  • 48. SANGUE RUIM48 pra te levar e trazer mais rápido. Tem certeza de que irá en- contrar essa tua amiga em casa? O mulato titubeou. Foi sincero: - Não, não tenho. Mas não custa nada arriscar, né? Pouco depois, o jovem dava partida no carro. Deixara tudo arrumado para começar as filmagens. Como estavam sozinhos, “Jorge” aproveitou para dizer: - É o seguinte, cara: te esperei logo cedo e, como você não apareceu, aproveitei para dar uma foda com uma puta do bar. Já tinha dado outras, de madrugada, com a nega que estamos indo à procura. Estou extenuado, amigo. Me deram uma gemada com suco, mas ainda não me sinto em condi- ções de encarar uma sessão de fodas, ainda mais com duas, entende? O sujeito esteve indeciso. Depois falou: - Está bem. Eu entendo. Poderia eu mesmo atuar no demo, mas tenho a pica pequena. E quanto maior, mais visí- vel em cena, melhor. Então, adiamos as filmagens para ama- nhã, ok? - Agradeço. E agora, voltamos? - Não, cara. Estou afim de tomar umas. Andei muito à procura de materiais de filmagens. Estou de garganta seca. Conhece algum bar legal, que não seja o puteiro? Não quero ter que me lembrar do que passei ontem lá. O mulato sorriu. Disse: - Tem dois bares melhorzinhos perto da pensão onde eu moro. Poderíamos ir para lá. - Vou achar mulher, lá? Estou afim de foder... - Ah, para isso, tem um na avenida. Lá, é frequentado mais por mulheres, apesar de eu achar que tem muitas lés- bicas. Topa? - Deixa eu ligar para as meninas, adiando as filma- gens... Pouco depois, entravam no bar. Apesar de ficar na ave-
  • 49. SANGUE RUIM 49 nida, ele tinha a entrada voltada para uma rua lateral, pouco movimentada. Estava lotado. Até parecia que ninguém que o frequentava tinha emprego. Havia mais pessoas do sexo feminino. Alguns casais de lésbicas, outros de bichas. Uma mulher chamou logo a atenção de Eudes. Era uma magrinha, bonitinha. Tomava uma dose de alguma bebida vermelha. - Campari. Adoro mulheres que bebem Campari. Seus beijos são amargos. Aprecio o sabor. O mulato olhou na direção em que ele apontava. Fi- cou surpreso por reconhecer a jovem. Tratava-se da doidi- nha que ele havia visto desacordada no banheiro da pensão. Alertou o jovem: - Aquela mulher é maluca. Eu a conheci, ontem. Se eu fosse você, não iria querer nem conversa com ela... - Ah, seria uma personagem ideal para esse meu pri- meiro filme. A loucura dela justificaria a foda imediata. Acho que ela faria uma participação marcante. Quero conhecê-la. Quando a moça viu os dois homens se aproximando de onde estava bebendo, reconheceu logo o mulato. - Você de novo? Eu disse para não me procurar... - Nosso encontro aqui foi apenas uma coincidência. Mas meu amigo tem uma proposta indecorosa pra te fazer. Ela olhou bem para Eudes, depois pediu que se sen- tassem à mesa. Ele foi logo dizendo de que se tratava. Ela mostrou-se interessada. Mas avisou logo que era virgem, e queria se manter assim. - Você não cede o cuzinho? - Perguntou-lhe o rapaz. - Para quem, para esse monstro? Esse cara tem uma pica enorme. Não sei se vou aguentar. Mas topo. O jovem bateu palmas. Ela acertou quanto queria ga- nhar pela participação no filme. Ele concordou. Pediram uma cerveja para brindarem ao compromisso. A jovem pa- recia ter ficado interessada no cinegrafista. Perguntou seu
  • 50. SANGUE RUIM50 nome. - Oh, desculpe. Não nos apresentamos. Meu nome é Eudes e meu amigo se chama Jorge. E você? - Sabrina. Gostei de você. Queria que você fosse meu parceiro no filme. O moreno é muito chato. Não gosto dele. O mulato apenas sorriu. Ia dizer que a recíproca era verdadeira, mas não quis fomentar a animosidade entre os dois. Não demorou muito e os dois jovens conversavam ani- madamente, como se fossem amigos de velhos tempos. “Jor- ge” tinha ficado ali, esquecido. Não participou da conversa. Ficou tomando sua cerveja, observando a clientela. Perce- beu que uma morena linda olhava de forma insistente para ele. Mas ela estava acompanhada, e pelo jeito, por uma sapa- tão. Só que esta estava sentada de costas para ele, e não devia tê-lo visto. O mulato sustentou o olhar que lhe era dirigido. Aí, a companheira da morena notou que esta estava alheia ao seu papo. Olhou para trás. Viu “Jorge” e fechou a cara para ele. Depois, levantou-se e sentou-se ao lado da morena, abraçando-a. Olhava para o mulato, de forma desafiadora. Ele não mais a encarou. Temia uma nova confusão por per- to de onde morava. Desviou sua atenção para uma morena sentada sozinha. Esta parecia estar esperando alguém. De vez em quan- do olhava em direção à rua, ansiosa. Quando se sentiu ob- servada por ele, no entanto, relaxou. Passou a prestar mais atenção ao mulato. Ele fez-lhe um sinal, oferecendo o copo. Ela o chamou para a mesa. - Deem licença, que o prazer me chama. - E levantou- se, caminhando em direção à morena. - Olá, não estou atrapalhando? Vi que está ansiosa, à espera de alguém... - É verdade. Marquei com uma amiga, aqui. Mas ela está demorando. Talvez nem venha. Qual é a tua graça? - Jorge. E você, como se chama? - Vera. Mas tenho uma proposta a te fazer, Jorge...
  • 51. SANGUE RUIM 51 - E qual seria? - Terminemos essa cerveja e saiamos daqui. Não gosto deste bar. Vim só para encontrar minha amiga. Tem outro bem melhor perto daqui, onde poderemos comer alguma coisa. A comida daqui é péssima. - Bem, já está mesmo na hora do almoço. Paguemos nossas contas e vamos embora já. - Você pode pagar a minha? Estou sem dinheiro troca- do. Lá, dividimos o almoço. Ele chamou o garçom, meteu a mão no bolso e man- dou tirar as duas cervejas que tinha na mesa. Ele deixara a sua na mesa de Eudes. Olhou para lá. O cara trocava um demorado beijo com a doidinha. Iria embora sem avisá-lo. Não iria interromper a futura foda do cara. Pouco depois, chegava com a morena a um restaurante enorme, a três quadras do que estavam. Ele não conhecia o lugar. - É novo. Abriu dia desses. Adoro a comida daqui. - Disse ela. Sentaram-se à espera de atendimento do garçom. Ela teve uma atitude estranha: arrebitou o bumbum e girou o olhar, varrendo o ambiente. Demorou-se olhando para um grupo de três rapazes que estavam numa mesa próxima. Os caras também olharam ao mesmo tempo para ela. Depois, ficaram cochichando um com os outros. O mulato arrepen- deu-se de estar ali. Pressentia encrenca. Resolveu testá-la. Levantou-se e disse: - Vou ao sanitário. Se o garçom aparecer, peça o que quiser a ele. Volto já. Ela pareceu nem prestar atenção ao que ele disse, en- tretida, olhando para os caras. “Jorge” caminhou em direção ao banheiro. Antes de entrar nele, no entanto, deu uma olha- da para trás. A morena tinha se levantado e ia em direção à mesa onde estavam os rapazes. O mulato entrou, cuspiu no
  • 52. SANGUE RUIM52 mictório, e tirou a enorme jeba das calças. Estava chateado. Não tivera sorte na escolha da companhia para o almoço. Devia ter ficado com Eudes e a doidinha. - Pensou. Demorou-se mijando. Quando voltou para a mesa, não viu mais a morena. Percebeu que faltava um dos jovens que estava na mesa próxima. Os outros olhavam para ele, divertidos. Pareciam zombar do cara. Ele não deu a mínima. Pouco depois, o garçom se aproximou do mulato. Pergun- tou: - A senhora que estava sentada nessa mesa me pediu um galeto completo. Procede, senhor? Ele ficou indeciso. Depois disse: - Melhor suspender, amigo. Ela não estava passando muito bem. Deve estar no sanitário, agora. - Desculpe-me, senhor, mas ela foi embora com um jovem daquela outra mesa. Já fez isso a semana passada com um cara que trouxe aqui, e terminou tendo uma confusão danada. Por isso, não te atendi logo que chegou. Não a aten- deria, se tivesse vindo sozinha. Perdão pela sinceridade. - Oh, eu te agradeço, cara. Por mim, não haverá confu- são. Traga-me uma cerveja bem gelada. E suspenda mesmo a refeição. O garçom se afastou. Os dois jovens ficaram obser- vando o mulato, rindo de vez em quando da cara dele. Ele deu um tempo. Depois, levantou-se e caminhou em direção aos rapazes. Estes ficaram tensos. Levantaram-se ao mesmo tempo, intimidadores, quando o mulato chegou perto. Po- rém, este perguntou: - Viram uma nega que chegou comigo? Não a estou vendo por perto... Os caras deram uma gostosa risada. Um colocou a mão no ombro de Jorge e falou, com um sorriso gozador: - Ela acabou de sair com um cara, otário. E ainda dei- xou um pedido de almoço pra tu pagar...
  • 53. SANGUE RUIM 53 Jorge fez uma cara de contentamento. Os caras estra- nharam. Perguntaram de quê ele ria. Jorge explicou: - Aquela nega está com uma gonorreia do caralho. Tentou me convencer a sair com ela, mas eu é que não sou besta. Fico feliz que um otário, como vocês dizem, tenha sa- ído com ela. Os caras se entreolharam, surpresos. Jorge agradeceu a informação e voltou ao seu lugar. Os caras ficaram lá, confa- bulando. Depois, um deles pegou o celular e fez uma ligação. O mulato sorriu. Tudo estava correndo como ele planejara. Não demorou muito, e o cara que estivera sentado com os amigos retornou. Olhou para Jorge e fez-lhe um sinal com o polegar, agradecendo. O mulato continuou com um sorriso nos lábios, sem dar muita importância ao cara. Esperava a mulher aparecer de volta. Não teve que esperar muito. Ela esteve indecisa, à porta do restaurante, depois entrou, sem dirigir sequer um olhar ao mulato. Caminhou em direção à mesa dos rapazes. O que havia saído com ela a barrou. Ela insistiu. O cara a arrastou para fora e ela quis reagir. Levou dois murros do sujeito, que a deixaram prostrada. O cara en- trou e sentou-se à mesa. Chamou o garçom. Conversaram, e ele apontou para a mesa do mulato. Jorge fez que não viu. Não demorou e o garçom chegou com uma cerveja ge- ladíssima na mesa. - Cortesia dos rapazes daquela mesa. Deixaram mais duas pagas, senhor. Disseram que é pelo senhor ter avisado que a vigarista está infectada. O mulato agradeceu ao garçom, depois fez um sinal com o polegar para os rapazes. Sorveu um gole da nova cerveja, pois o resto que sobrara na outra garrafa já estava quente. Depois de ingerir a quarta cerveja, saiu do restaurante.
  • 54. SANGUE RUIM54 A morena não estava mais lá. Encaminhou-se para o res- taurante chinês. Chegou bem na hora em que uma comitiva adentrava o bar. Eram cinco chineses parrudos, um deles numa cadeira de rodas. Dois deles se postaram na entrada. Um disse, sem querer deixar que o mulato entrasse: - Restarante fechô. Vote depôs. - O velho chinês, no entanto, quando o viu, pediu que os visitantes deixassem o mulato entrar. Abriram espaço. Ele sentou-se a uma das mesas, olhando em volta. Todos os clientes eram orientais. Ficou cismado. A chinesinha apare- ceu para recepcionar os visitantes, mas o mulato notou que ela estava bastante tensa. Parecia aliviada em vê-lo ali. O cadeirante entrou no escritório com o velho chinês, e fecharam a porta. A chinesinha ficou atendendo. Mas, quem veio perguntar o que o mulato queria foi a coroa atendente. - O de sempre? - Sim, mas não traga agora. Algo está acontecendo aqui, e quero ver o que é. - Não devia se meter nesses assuntos dos outros. Ruim para a saúde. Então, Jorge teve a certeza de que algo estava errado, mesmo. Disse: - Chame a chinesinha. Quero falar com ela... Pouco depois, a mocinha estava perto dele. Mas não se sentou à mesa. Disse baixinho: - Meu pai está encrencado. Este aleijado é da máfia chinesa. Meu pai pediu dinheiro a ele dizendo que seria para o meu casamento, mas pretendíamos fugir para os States. Ele deve ter descoberto. Veio cobrar a grana ao meu pai. - Ele não tem o dinheiro? - Não, não tem. Depositou em meu nome, lá nos Esta- dos Unidos. Disse que era para eu poder viver lá. Encomen- dou até uma festa para o seu enterro. - Estou sabendo. Quer que eu chame a Polícia? - Melhor, não. Os sujeitos podem ficar com raiva e
  • 55. SANGUE RUIM 55 promover uma chacina aqui. Eu queria que você pudesse me tirar daqui e me levar para qualquer lugar, longe deles. - E o teu pai? - Ele já aceitou seu destino. E eu não poderia salvá-lo. Por favor, ache uma maneira de me tirar daqui... Ele pensou um pouco. Depois disse: - Não é salutar eu estar me envolvendo com problemas dos outros. Não ganho nada com isso. E já tenho passagem pelo presídio, isso esculhambaria minha vida. - Por favor. Salve-me e eu serei tua. Farei tudo o que você quiser. - Não é um pouco tarde para isso? Cadê teu noivo? - Ele é filho do aleijado. Meu pai me prometeu em ca- sório a ele, em troca de ajuda financeira para montar este restaurante. Eu nunca quis o sujeito. Ele emana ruindade, como o pai. - Ok. Traga-me duas lâminas afiadas e espere que eu me livre dos dois caras da entrada. Depois, corra atrás de mim, o mais depressa que puder. Traga-me as lâminas já, mas embrulhadas em algo. Quando a jovem entrou na cozinha, no entanto, foi barrada pela atendente. Esta disse: - Não posso deixá-la sair. Eles me matariam. - Eu sei que você veio trabalhar conosco para servir de espiã, sua concubina gorda. Saia da minha frente, ou vai sobrar pra ti. Mas a mulher se armou de um macete de cortar car- ne, e avançou para a chinesinha. Esta rodopiou o pé no ar, acertando a gorda. Antes desta cair, teve um punhal cravado no coração. A jovem a aparou, para ela não fazer barulho na queda. Embrulhou duas facas peixeira numa toalha de prato e levou-as para o mulato. Entregou-as, sem que o resto da clientela percebesse. - Tome. O resto dos clientes devem ser aliados dos ma- fiosos. Nunca os vi por aqui.
  • 56. SANGUE RUIM56 Ele respirou fundo, depois saiu com uma peixeira em cada mão. Nem bem despontou na porta, atingiu os dois parrudos na barriga. Eles ficaram surpresos e quiseram rea- gir, mas o mulato tornou a golpear, fazendo-os cair no chão. A chinesa passou por ele correndo, em direção à rua. Ele a seguiu em disparada. Mas, ninguém os seguiu. - Temos que passar na pensão onde moro. Preciso pe- gar algo, lá. Você tem dinheiro? - Aqui, não. Mas posso pegar num caixa eletrônico. Pouco depois, estavam num motel barato, de subúrbio. O mulato conhecia a dona, e ela não o denunciaria. Devia a ele, por ter-lhe salvo de um assalto ali, anos antes. Ela o atendeu com muito carinho. Ele explicou rapidamente sua situação. Ela hospedou-o num quarto onde dava para ver to- dos os arredores. Daquela janela, poderia ver quem se apro- ximasse do local. - Vieram correndo até aqui? Estão empapados de suor. - Perguntou a coroa. - Sim. Estávamos sujos de sangue, então não podería- mos pegar uma condução. Só depois, quando tive que passar na pensão onde moro. Troquei de roupas, mas a dela conti- nua suja de sangue. - Apontou para a chinesa. A dona do motel foi pegar umas roupas limpas e vol- tou para perto do casal. Entregou dois vestidos. - Veja se te cabem. É da minha filha mais nova. Coube. A chinesa havia tirado as roupas, mostrando seus seios pequeninos e eriçados a Jorge, sem nenhuma ver- gonha. Ficou sem sutiã e sem calcinha, por baixo da roupa. O mulato estava de cacete duro. A dona do motel percebeu. - Bem, vou deixar vocês a sós. Logo os chamarei para comer alguma coisa. A comida ainda não está pronta... - E você, está pronto? - Perguntou a chinesinha, fe- chando a porta do quarto, quando a coroa saiu. - Pra você, sempre estive.
  • 57. SANGUE RUIM 57 Ela atirou-se nos braços dele. Estava trêmula. Beijou-o com sofreguidão, depois caiu no choro. Ele perguntou: - Não quer tomar um banho antes, para relaxar? - Ele estava retirando uma pistola que estava guardada às suas costas. Depositou-a num móvel do quarto. - Não. Quero me dar primeiro para você. Você não sabe o quanto me contive, percebendo teus olhares gulosos. Mas não podia ceder. Meu pai iria ficar zangado comigo. Ela pulou e o abarcou com as pernas. Estava ainda de vestido, mas nua por baixo. Ficou beijando-o, enquanto ele continuava de pé, tirando as calças. Ficou só de camisa de malha branca. Depois, apontou a cabeça da pica e esfregou na xoxota dela. - Devagar, amor. Eu sou virgem ainda... - Melhor ainda. Ela estava muito excitada. Sua xana pingava gozo. Ele tentou invadi-la por ali. - Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, dói. Ele a pegou pelas nádegas e a suspendeu um pouco. - Uhhhhhhhhhhh, o que você vai fazer?... - Relaxa. Você vai gostar... Ela não relaxou. Nem quando ele aparou um pouco, com a mão, do gozo dela e passou-lhe entre as nádegas. - Não. Por aí, agora não. Vai doer. Tenho medo. Mas ele já não a escutava. Havia tempos que desejava fodê-la. Agora, tendo a oportunidade, não conseguiria mais se conter. Apontou a cabeçorra para o buraquinho dela e de- pois soltou-lhe o corpo. Como estavam ambos suados, ela escorregou pelos flancos dele. Gritou, quando sentiu a trolha lhe rasgar as pregas. Quis subir mais o corpo, mas escorre- gou de novo. Então, sentiu o cacete ir entrando, devagarzinho, ar- rombando seu cu virgem. Chorou mais de arrependimento por perder a virgindade anal tão tardiamente, pois a havia
  • 58. SANGUE RUIM58 guardado para um casamento que não se realizaria. Nunca tivera coragem de dar uma foda com alguém, temendo que o noivo a rejeitasse depois. Então, começou a chorar de fe- licidade, por ter finalmente se decidido a ceder seu cabaço. Fim da sexta
  • 59. SANGUE RUIM 59 Sétima parte - Para. Para. Pára. Páraaaaaaaaaaaa... A chinesinha ia dizendo a cada estocada do mulato. Estava com os joelhos apoiados nos braços de um pequeno sofá, que parecia ter sido feito para fodas, dentro do quarto do motel. Sua anatomia tornava a posição confortável para o coito anal, se a mulher se apoiasse no encosto do móvel. O mulato a pegava pelas ancas e metia com força no cu dela, como se quisesse se vingar das porradas que levou da oriental, no rosto e no saco, na madrugada anterior. Era a segunda vez, naquela tarde, que metia em seu cuzinho. A primeira vez, havia sido penosa. Ela quase não aguentou a invasão do seu ânus pela enorme peia dele. Mas a pequena resistiu bravamente. Descansou um pouco, subiu no sofá e pediu que ele viesse de novo, sem pena. Portanto, não iria parar, só porque ela estava pedindo. Estava perto de gozar. Continuou bombeando.
  • 60. SANGUE RUIM60 - Páaaaaraaaaaaaaa. Assim, vai me matar de gozar, por- ra. Não... aguento... mais... Ele, no entanto, só parou quando ejaculou em seu reto. Uma gozada pífia, pois já não tinha mais esperma, de tanto foder. Mas, quando ela sentiu a rola inchar e lançar sêmen, entrou em convulsão. Gozou também, chorando de prazer. Começou a falar numa língua estranha, que ele supôs ser Mandarim. Aí, ela desfaleceu. Ele retirou-se do cu dela. A pica saiu suja de esperma e sangue. A pobre havia perdido algumas pregas. Melhor. Não sentiria tanta dor da próxima vez. - Pensou ele. Ela ficou em má posição no sofá, e ele condoeu-se dela. Pegou-a nos braços e deitou-a na cama. A oriental nem se moveu. Parecia ter perdido os sentidos. No entanto, repetia baixinho, quase inaudível: - Bom... bom... bom... ah, como foi bom... Ele sorriu. Havia tempos que queria fodê-la. Pressen- tira que seria uma ótima foda. Não estivera enganado. Dei- tou-se ao seu lado e procurou normalizar a respiração. Estava resfolegante. O delegado Enoque Alves desceu da viatura sem pres- sa, falou com alguns subordinados que estavam na frente do restaurante, depois se dirigiu para o interior deste. Havia um bando de curiosos sendo mantidos à distância. Um detetive jovem veio cumprimentá-lo: - Boa tarde, senhor. Que bom que chegou. A situação não está muito clara, aqui. Venha comigo, por favor. - E o delegado o seguiu até um escritório. - Veja: parece que a primeira morte aconteceu aqui. O velho chinês teve os dez dedos das mãos decepados, antes de morrer. Ainda estão sobre a mesa. Mas ele parece estar rindo. Estranho, não? Qual seria o motivo?
  • 61. SANGUE RUIM 61 Depois, o detetive chamou o superior à cozinha. Mos- trou-lhe uma mulher gorducha esfaqueada no coração. Ha- via, também, três chineses caídos no chão. Estavam mortos. Um deles era um cadeirante. - Esta aqui parece ter lutado, mas levou a pior. Foi apu- nhalada no peito. - Disse ele, pegando um pedaço de carne que estava numa grande panela wok, sobre o fogão. A comida cheirava bem. Levou-a à boca, provando-lhe o sabor. - Os outros não têm ferimentos visíveis. - Muito gostosa. Mas não consigo identificar que carne é essa... - Falou o detetive, após experimentar um pedaço. - Os chineses apreciam carne de gato. - Disse o delega- do, como se falasse consigo mesmo. O detetive cuspiu o naco fora. Mas lambeu os beiços. Nunca havia comido um desses bichanos. Seu chefe saiu da cozinha e foi até o local onde eram atendidos os clientes. Vá- rios chineses estavam caídos sobre as mesas, todos de olhos arregalados. O delegado disse: - Peça para te levarem a um hospital, imediatamente. Já deu para eu saber o que aconteceu aqui: mataram o chinês, mas este parece que tinha envenenado previamente a comi- da. Vi uma foto do velho com uma mocinha. Deve ser filha dele. Ela deve ter matado a gordinha, e depois acabou com os dois brutamontes que estavam barrando a entrada dos clien- tes. Alguém ligou para a delegacia, reclamando disso. Acho que as mortes aconteceram logo depois do tal telefonema. O detetive estava amarelo. Não sentia dor, mas uma es- tranha letargia no corpo. Caiu de joelhos. Um policial acor- reu. O delegado falou: - Leve-o para um hospital. Diga que foi envenenado. A droga deve causar letargia, já que os clientes que estão dis- postos às mesas não conseguiram se levantar. - Não deveriam ter morrido babando, senhor? Envene- namento causa isso.
  • 62. SANGUE RUIM62 - Deve ser um novo tipo de veneno. Causa paralisia, antes de matar. Socorra o detetive depressa. O policial levantou o companheiro do chão e carregou -o correndo, levando-o às costas, até uma viatura. Logo, par- tia em disparada. O delegado tirou um celular do bolso e fez uma ligação. ********************** Eudes ouviu seu celular tocar, mas não o atendeu ime- diatamente. Estava sentado na cama, num quarto de motel. Sabrina estava nua, deitada ao seu lado, e ele estava frustrado. Primeiro, ela havia tirado várias selfies dos dois, no celular dele, lá no bar onde a havia conhecido. Depois, ela mesma o chamou para um motel, depois de beijá-lo várias vezes. No entanto, quando chegaram no quarto, ela se fez de difícil. Não queria mais trepar. Ele irritou-se e deu-lhes uns tapas. Ela partiu pra cima dele, mas levou a pior. Então, o cara a estuprou. No início, a jovem se debateu. Depois, desfaleceu de repente. Mas ele não parou. Continuou fodendo-lhe o cu, até gozar. Ela não mais se moveu. Auscultou seu peito. Ela estava viva, e ressonava como se estivesse a sono solto. Aí, o telefone tocou. Atendeu, depois de olhar para a tela: - Oi, mano. O que é que manda? - Tenho um caso em mãos que acho que vai te inte- ressar. Uma chacina. Venha para cá, antes que os malditos repórteres saibam da notícia. Você pode cobrar pelo furo de reportagem... - Não vai dar, mano. Não estou com a minha câmera. - Estás onde? - Num motel. - Reatou com a tua namorada? - Sim e não. Mas não é com ela que estou. - Entendo. Mas vai se arrepender de não ter vindo. Ti-
  • 63. SANGUE RUIM 63 raria muitas fotografias. O crime vai ter repercussão interna- cional. Há chineses envolvidos. - Bem, fica pra próxima. Obrigado pela dica, mano. Depois, te mando a foto da nega, nua. Sei que você curte. Já vi várias fotos de mulheres nuas em teu computador. - Você não anda espalhando isso para todo mundo, não é? - Preocupou-se o delegado. - Claro que não. Pode confiar. Mas vai cuidar da tua vida, que eu quero foder mais um pouco... ********************** A dona do motel bateu à porta. Gritou: - Nego, liga a tevê. Estão falando do restaurante chinês. O mulato agradeceu e ligou o pequeno aparelho, den- tro do quarto. O delegado dava uma entrevista. A chinesa despertou justamente quando falavam da morte do seu pai. Começou a chorar. Jorge a confortou. Ela, no entanto, estava com raiva: - Ainda falta um filho da puta morrer. O filho do aleija- do. Enquanto não acabarmos com ele, não poderei cuidar do enterro do meu pai. - O que pretende fazer? - Ainda não sei. Mas vou precisar, de novo, que me aju- de. - Olha, eu estou preocupado. Não posso me envolver mais nessa história. O melhor seria você se entregar ao dele- gado e contar tudo. Ele, decerto, compreenderia a tua situa- ção... - E se ele estiver na folha de pagamento da Máfia chi- nesa? Muitos recebem de nós, para proteger nossos negócios. Esse delegado tem cara de corrupto. Não posso me arriscar. - Eu tenho um amigo que disse que o irmão é delegado de Polícia. Se for este, poderemos falar com meu amigo. Ele dirá se o irmão é corrupto ou não. - Você acha? Cuidado para não nos botar em encrenca.
  • 64. SANGUE RUIM64 Lembre-se que você é meu cúmplice nesta história. - Deixa comigo. - Disse o mulato, vestindo-se. - Já vai? Claro que não vou te deixar ir embora. - Eu volto, bela. - Sei que volta. Mas não é isso. Quero dar outra foda contigo, imediatamente. Desta vez, prefiro que descabace a minha xoxotinha... Fim da sétima
  • 65. SANGUE RUIM 65 Oitava parte Olhou para a chinesa, deitada ao seu lado. Ficou indeciso se a acordava ou não. Temia que ela ainda quisesse mais sexo. Mesmo assim, chamou-a, pois agora sabia o nome dela: - Xia-Yan, vou ter que sair... A chinesa estava dormindo de bruços. Ronronou al- guma coisa, que ele não entendeu. Depois, virou-se para o outro lado e continuou ressonando. Havia sido uma tarde e uma noite estafante. A moci- nha só queria saber de foder, foder, foder. Ele já estava esgo- tado. Então, deu graças a Deus quando ela adormeceu. Saiu do quarto e pediu dois copos de gemadas à dona do motel, preparando-se para as filmagens. Aproveitaria e perguntaria ao amigo Eudes sobre o irmão policial. Dependendo da sua resposta, diria se estava ou não envolvido na chacina, com a oriental. Pretendia levar o futuro cineasta até a casa da ad- vogada, para saber se ela também queria participar do filme
  • 66. SANGUE RUIM66 erótico. Mas, mais uma vez, ficou frustrado. Eudes não apareceu na casa de Anitta. Ele, a namorada do cara e a caseira que queria ser atriz esperaram em vão. Anitta ligou várias vezes para o celular dele, mas só dava desligado. O mulato pensou logo que o cara tinha pernoi- tado com a magra da pensão, mas não disse nada às duas mulheres. No fundo, agradecia a farrapada do cara. Ainda estava exausto e acreditava que não iria conseguir foder a contento, naquela manhã. Disse para a namorada do cara: - Bem, não vou esperar mais. Também preciso resolver umas coisas. Você conhece o irmão de Eudes, o cara é de confiança? - O delegado? Gente finíssima. Só o acho um pouqui- nho tarado. Mas nunca me faltou com o respeito. Por quê? - Nada, não. Uma bronca que tenho que resolver, e preciso de um policial honesto. Bem, diga ao cara que não volto mais hoje. Se ele quiser, que me procure lá no puteiro. Vou-me embora. - Ontem você estava muito chato, então cumpri com a minha palavra de não insistir em trepar contigo. Mas, hoje, eu até que queria, viu? Nem que seja uma rapidinha... Ele esteve indeciso, depois disse: - Se você continuar se comportando bem, prometo sa- tisfazer a tua vontade. Contanto que Eudes não saiba. O cara está sendo legal conosco, não quero lhe causar mal estar. Ela ficou contente. Deu-lhe um beijo na boca. Desta vez, ele não recuou. Apenas disse: - Juízo, garota. Acabe com esse negócio de querer to- dos os homens do mundo. Isso só te traria problemas. - Não quero todos os homens, só quero você. Eu te de- sejei desde a primeira vez que te vi. Não sossegarei enquanto não fizermos amor, nós dois. - Posso ir, dona Anitta? - Perguntou Beta, que ainda
  • 67. SANGUE RUIM 67 estava por perto. Havia esperado o cinegrafista já nua, ape- nas enrolada numa toalha. - Pode ir, Beta. Esqueci que você ainda estava aqui. Pode folgar o resto do dia. Mas amanhã, venha bem cedo. Não é possível que não comecemos, finalmente, as filma- gens... Jorge rumou para a casa da advogada. Porém, não a encontrou. O irmão dela disse que ela trabalhava um expe- diente ao dia, e que podia ser encontrada, àquela hora, no Fórum das Mulheres. Defendia causas femininas. Pediu para o mulato esperá-la, mas este não quis. Deixou recado que, à noite, regressaria lá. Pouco depois, o mulato chegava ao puteiro. Recebeu uma má notícia: dona Solange havia sido socorrida de ma- drugada. Estava internada, e parecia mal. Queria falar com ele. - Eu quero ir com você. Não pude ir ontem, porque fiquei responsável pelo puteiro. - Falou a garçonete magérri- ma, que todos comentavam estar aidética. Jorge pediu que se aprontasse. Fecharam o bar. Logo, estavam no hospital. Uma senhora idosa estava ao lado da dona do prostíbulo. - Quem é você? - Perguntou ao mulato. - Este é o rapaz que dona Solange pediu que viesse. O tal que ela gosta dele. - Respondeu a negra. - Oh, que bom que veio. Temos que falar com Solange, antes que ela piore... - O que ela tem? - Jorge e a negra perguntaram ao mes- mo tempo. - Coração, meus filhos. Enfarte. Os médicos já a de- senganaram. Disseram que ela não aguentaria uma cirurgia coronária. - E a senhora, quem é? - Quis saber o mulato. - Sou Ana Lúcia, a advogada e contadora dela. A pobre
  • 68. SANGUE RUIM68 me deu uma missão, pois pressente a morte. Ainda bem que você veio. - Do que se trata? - Vamos até uma sala reservada. Lá, conversaremos. A jovem poderia ficar tomando de conta dela por um tempo? - Claro. Podem ir. - Respondeu a negra magricela. Pouco depois, a advogada mostrava uns documentos assinados ao mulato. Havia um inventário. Num testamento, a dona do prostíbulo deixava para o rapaz a sua herança: o prédio próprio do puteiro, uma casa de três quartos em Boa Viagem, bairro de luxo da cidade, e uma soma em dinheiro que daria para ele viver de renda pelo resto dos seus dias. Mas havia uma exigência: ele teria que cuidar de uma sobri- nha dela, até que ela casasse ou falecesse. - E por que ela não deixou um montante de dinheiro, para que a tal sobrinha pudesse viver sua vida sem aperreios? A advogada titubeou, antes de responder. Disse que não sabia o verdadeiro motivo daquele pedido, mas só pas- saria os bens da moribunda para o rapaz se este aceitasse a missão. Antes do mulato responder, a negra veio correndo avi- sar que a gorda senhora acabara de falecer. ********************** O enterro foi simples. A tal sobrinha não conseguiu chegar a tempo para os funerais. Viria só no dia seguinte. Todas as putas estavam no cemitério, além de vários clientes da casa. Não deu para avisar a muita gente. É que a nobre senhora havia deixado pago seu próprio funeral, escolhendo até o caixão no qual queria ser enterrada. Exigiu que fosse feito o fúnebre no mesmo dia de sua morte, a menos que morresse de madrugada. Depois da cerimônia, o mulato reuniu todas as pro-
  • 69. SANGUE RUIM 69 fissionais do sexo no puteiro. Informou que nenhuma de- las precisaria mais pagar pela hospedagem lá, portanto, não precisariam vender suas carnes para quitar o aluguel. Deram vivas a ele. A advogada estava perto, filmando tudo. Era qua- se noite. A cerimônia havia sido breve, lá no cemitério. O prédio do prostíbulo possuía dez quartos, contando com o da falecida cafetina. Havia nove putas morando nele. Mas, apenas oito, permaneceriam lá. Jorge escolheu a puta negra, magérrima, para morar na casa de Boa Viagem. Ela ficou muito contente. As outras, com inveja. Mesmo assim, resol- veram: - Nós, aqui reunidas, combinamos de dar uma festa a portas fechadas para o nosso benfeitor, em homenagem à fa- lecida. Sabemos que dona Solange iria apreciar isso, pois ela era muito festeira. Há bastante comida, e bebidas à vontade no freezer. Contratamos uma cozinheira para preparar-nos os pratos, e poderemos começar a farra já. - Ué, apenas eu de homem nessa festa? -, Estranhou o mulato - não é melhor cada uma ter o seu macho predileto ao lado? - Não. Está decidido. - Disse a puta loira gostosona, que um dia quis transar com ele. Todas aplaudiram, inclusive a advogada. Esta pediu para participar da festa. Concordaram. Pouco depois, haviam fechado as portas do puteiro. Passavam das oito da noite. As mulheres despiram o mulato, que foi logo avisando: - Já sabem: não beijo na boca. Elas não retrucaram. Despiram-se todas, inclusive a advogada. Era uma coroa enxuta, de uns sessenta anos de idade, mas muito bem conservada. Seu corpo fez inveja a algumas das putas mais jovens. Ela quis ser a primeira a des- frutar do corpo do mulato, mas a negra a brecou: - Não, todas temos direitos iguais, a partir de agora.
  • 70. SANGUE RUIM70 Vamos fazer um jogo. Uma espécie de roleta. Cada uma roda uma vez, em ordem alfabética. Na roleta, que eu vi guardada lá dentro, no quarto da finada dona Solange, tem uns temas escritos. Vou trazê-la, para que saibam do que estou falan- do... Pouco depois, a negra chegou com o objeto. Devia ser dos anos 1940, mas estava muito bem conservada. Dispos- tas nos raios da peça, havia palavras escritas como: chupada, bunda, boceta, punheta e outras categorias de sexo. Todas riram. Jorge sugeriu que, ao invés de ser por ordem alfabéti- ca, elas deveriam escrever seus nomes em pedaços de papel e depois ir sorteando. A advogada foi a primeira ganhadora. Rodou a roleta. Depois de um tempo, esta parou, indicando a palavra Felação. A negra disse: - Esqueci de dizer: todas temos cinco minutos para gozar ou fazê-lo gozar. Se não conseguir, passamos para a próxima. Aceitaram a regra. A advogada agarrou-se com o cara- lho de Jorge, mas não conseguiu seu intento. - A próxima. - Gritou a negra. Jorge se prendia para não gozar logo. Até porque ainda estava fraco, das gozadas com a chinesa. Mas aí, a loira bo- azuda ganhou a vez. O marcador indicava anal. Todas aplau- diram a sorte dela. Ela se preparou para a sua performan- ce. O mulato estava deitado sobre um colchão de solteiro, disposto no chão. A loira abriu as pernas e ajoelhou-se de costas para ele. Levou uma garrafa de cerveja à boca, toman- do-a pelo gargalo, de um grande gole. Empinou o bundão, mostrando o seu buraquinho ao cara. Depois, pegou-lhe o enorme caralho e apontou para o próprio rabo. Meteu só a cabeçorra em si, deixando todo o mastro de fora. Depois, gritou, desafiante: - Quem tem um Viagra? Uma das putas disse: