O documento descreve o funcionamento da Circulação Extracorpórea (CEC), incluindo seu objetivo de substituir temporariamente as funções cardíacas e pulmonares, sua história, componentes e mecanismo. Também discute monitorização, proteção miocárdica, possíveis complicações e sistematização da assistência de enfermagem pré, durante e pós-CEC.
1. Circulação Extracorpórea (CEC)
Enfª R2 Mariana Barros
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares
Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade
Residência
Agosto
2015
2. Objetivos
• Conhecer o funcionamento da CEC
• Compreender seu mecanismo
• Identificar possíveis complicações nos
pacientes pós CEC.
3. CEC
• Finalidade: substituição temporária das
atividades cardiopulmonares, através da
utilização de um conjunto de técnicas e
equipamentos capazes de realizar as funções de
bombeamento e oxigenação do sangue,
garantindo a perfusão dos tecidos, a manutenção
do metabolismo e a integridade celular. O
bombeamento, oxigenação e circulação do
sangue são feitos fora do corpo do paciente.
4. Um pouco de história...
• 1813 - Le Gallois postula que “se fosse possível
substituir o coração por uma forma artificial de
bombeamento, não seria difícil manter viva ,por
um tempo indeterminado, qualquer parte do
organismo.”
• 1858 - Brown e Seguard obtém sangue “
oxigenado ” pela agitação de sangue com o ar.
• 1882 - Schroeder constrói o 1º oxigenador de
bolhas.
5. • 1885 - Von Frey e Gruber constroem o 1°
sistema coração-pulmão artificial.
• 1897 - Ludwing Rehn faz sutura cardíaca com
êxito.
• 1916 - Howel e Mclen descobrem a heparina.
• 1952- John Lewis faz Corr. de CIA c/ hipotermia
moderada e oclusão das Cavas. 1º cirurgia a céu
aberto com sucesso.
Um pouco de história...
6. Um pouco de história...
• 06/05/1953 John H. Gibbon, realizou com
sucesso a 1ª operação de coração aberto com
CEC; Tempo total= 26 min; Pcte sexo feminino,
18 anos, HD: CIA (realizado um fechamento
nesse septo); Recebeu alta após 13 dias; Foi a 4º
tentativa de Gibbon.
• 1957 - Hugo Feliposi - SP, primeiros casos com
CEC.
• 1958 – E. Zerbine (SP) e D. de Morais (RJ)
também realizam seus 1ºcasos.
10. Componentes da CEC
• Bombas propulsoras
• Oxigenadores
• Reservatório de cardiotomia
• Filtros
• Permutadores de calor
• Cânulas
• Conjunto de tubos
• Bomba de cardioplegia.
12. Reservatório de Cardiotomia
• É utilizado para receber, acumular e filtrar o
sangue venoso durante o procedimento de
circulação extracorpórea.
13. Oxigenadores
• Função: troca gasosa
Membrana Bolhas
Capaz de oxigenar 5 a 6L de sangue
venoso/min
Capaz de remover CO2, evitando a
eliminação e retenção excessiva
Mínima formação de microêmbolos
14. Permutadores de Calor
• Circula água aquecida através de um circuito
dentro do oxigenador, onde se processam trocas
térmicas.
15. Filtro Arterial
• Promove a retenção de partículas e microbolhas
presentes no sangue, e o sentido de fluxo
possibilita a retirada de macrobolhas de ar.
17. Circuito Extracorpóreo
• Conjunto de elementos que fazem a interligação
entre a bomba, o oxigenador e o paciente.
• Composição:
Cânulas, tubos plásticos, conectores,
reservatórios e filtros
18. Circuito Extracorpóreo
1. reservatório de cardiotomia integral; 2. compartimento das membranas; 3.
linha venosa; 4. linha arterial; 5. expurgo do filtro da linha arterial; 6. filtro
arterial; 7. bomba arterial; 8. bombas aspiradoras; 9. bomba de descompressão
ventricular; 10. bomba de cardioplegia; 11. cardioplegia cristaloide; 12. linha de
entrada de água; 13. linha de saída de água; 14. linha de gás.
20. Hemodiluição
Adição de soluções ao sangue do paciente. Pode ser total
ou parcial.
Benefícios:
• Menor utilização de sangue e hemoderivados
• Redução da viscosidade do sangue,
• Melhor perfusão dos Tecidos,
• Contrabalança a vasoconstricção,
• Menor destruição celular do sangue,
• Proteção aos elementos da coagulação.
22. Condição Consumo de Oxigênio
Batendo a 37ºC 9ml/100g/min
Parado a 37ºC 1ml/100g/min
Batendo a 22ºC 2ml/100g/min
Parado a 22ºC 0,3ml/100g/min
Proteção Miocárdica
A Solução Cardioplégica deve:
1.Interromper a atividade cardíaca imediata
2.Esfriar o miocádio
3.Fornecer substratos para o metabolismo
4.Ter efeito tampão contra acidose
5.Estabilizar a membrana com drogas específicas
6.Evitar o edema pela hiperosmolaridade
23. Monitorização
Pressão venosa central - veia jugular interna ou subclávia
Pressão arterial (invasiva) - Artéria radial ou femoral
Eletrocardiograma, oximetria de pulso
Temperatura central - esofágica ou orofaríngea ou retal
Débito urinário
Coagulação - tempo de coagulação ativado (T.C.A.)
Ácido-básico - gasometria arterial e venosa
Metabólico - Glicemia e outros quando necessários
24. Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica
• Reação inflamatória sistêmica que pode contribuir para a injúria
isquêmica perioperatória.
• Componentes de resposta: coagulopatia de consumo, liberação de
citocinas, substâncias vasoativas, proteases da coagulação e sistema
fibrinolítico.
• Principal causa: contato do sangue com o circuito.
• A resposta inflamatória sistêmica a uma variedade de agressões
clínicas severas que se manifesta por duas ou mais destas condições:
1. temperatura corporal > 38°C ou < 36°C;
2. frequência cardíaca >90 batidas por minuto;
3.frequência respiratória > 20 ipm ou PaCO2<32mmHg;
4. contagem de glóbulos brancos >12000/cumm, < 4000/cumm ou
>10% das formas imaturas.
26. Sistematização da Assistência
• Assistência pré CEC: Levantamento de dados junto
ao prontuário: identificação, peso, altura, condição
clínica, evolução da doença, doenças associadas, exames
pré-operatórios.
• Assistência durante a CEC: Controlar Oxi-
hemodinâmica, hemodiluição, equilíbrio eletrolítico e
ác.-base, anticoagulação, temperatura, proteção
miocárdica.
• Assistência pós CEC: Restabelecer a volemia e o
padrão de coagulação, manter o equipamento preparado
para possível retorno a CEC.
27. Pós-operatório
• Qual o procedimento cirúrgico?
• Houve intercorrência?
• Quanto tempo de CEC?
• Quanto tempo de Anóxia?
• Foi utilizado concentrado?
• Qual o TCA final?
• Qual o balanço hídrico ao final da cirurgia?
• Como está os parâmetros gasomêtricos do
paciente à chegada na UTI?
29. Referências
• DUARTE, S.C.M., et al. O cuidado de enfermagem no pós-
operatório de cirurgia cardíaca: um estudo de caso. Esc. Anna
Nery (impr.) 2012 out-dez: 16(4): 657-665.
• SOUZA, M.H.L.; ELIAS, D.O. Fundamentos da Circulação
Extracorpórea. 2ª Edição. Centro Editorial Alfa Rio – Rio de
Janeiro, 2006.
• TALLO, F.S., et al. Manual de perioperatório de cirurgia cardíaca da
AMIB. São Paulo. Editora Atheneu, 2012.