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Avaliação Fisioterapêutica do Quadril
                       Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

                                           Profa. Dra. Sílvia Maria Amado João




1. Anatomia Aplicada
Articulação do Quadril:
  É uma articulação sinovial esferóidea com 3 graus de liberdade;
  Posição de repouso: 30°de flexão, 30°de abdução, ligeira rotação lateral;
  Posição de aproximação máxima: extensão, rotação medial e abdução.



2. História Clínica
  Qual é a idade do paciente? Qual é a ocupação?
  Se trauma esteve envolvido, qual foi o mecanismo da lesão?
  Há dor? Onde? Que Tipo? É difusa? Contínua? Há irradiação da dor?
  Existem posturas ou ações que aumentam ou diminuam a dor?
  Há quaisquer movimentos que o paciente sinta que são fracos ou anormais?
  Qual é a atividade usual ou de lazer do paciente?



3. Observação e Triagem
  Exame das outras articulações adjacentes, acrescentando uma avaliação postural global;
  Avaliação da Marcha;
  Observação Geral: evidência de dano tecidual, edema, temperatura, hipersensibilidade, estalido ou crepitação;
  Observar as articulações periféricas.



4. Inspeção
São observados os seguintes aspectos nas vistas anterior, posterior e lateral:
  Postura: observar obliqüidade pélvica;
  Observar simetria de sustentação de peso;
  Equilíbrio: verificar o controle proprioceptivo nas articulações avaliadas;
  Observar posições dos membros se são iguais e simétricas;
  Cor e textura da pele, cicatrizes, fístulas, etc.
  Observar anormalidade dos contornos ósseos e dos tecidos moles.



5. Palpação
Durante a palpação do quadril e músculos associados, o fisioterapeuta deve observar
qualquer dor à palpação, temperatura, espasmo muscular ou outros sinais e sintomas.
  Face Anterior : Crista Ilíaca, trocânter maior e EIAS, articulação do quadril e sínfise púbica;
  Face Posterior: Crista Ilíaca, EIPS, túber isquiático, trocânter maior, articulações sacroilíacas, e lombossacrais.
Figura 1




Figura 2 – Palpalção – Crista Ilíaca / Espinha Ilíaca Postero-superior
Figura 3




6. Mobilidade dos Segmentos
Triagem para amplitude de movimento:
  Consiste em determinar onde e se é necessária uma avaliação goniométrica específica;
  Se forem identificadas limitações na amplitude de movimento articular, deverá ser realizado um teste
  goniométrico específico para se obter um quadro das restrições, estabilização e registro das limitações.



6.1 Mobilização
  Movimentos Ativos: Quantidade de movimento articular realizada por um indivíduo sem qualquer auxílio. Objetivo:
  o examinador tem a informação exata sobre a capacidade, coordenação e força muscular da amplitude de
  movimento do indivíduo.
  Movimentos Passivos: Quantidade de movimento realizada pelo examinador sem o auxílio do indivíduo. A ADM
  passiva fornece ao fisioterapeuta a informação exata sobre a integridade das superfícies articulares e a
  extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e músculos (Levangie & Norkin, 1997).



6.2 Movimento Ativo
O fisioterapeuta deve observar:
  Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor;
Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor;
  A quantidade de restrição observável;
  O padrão de movimento;
  O ritmo e a qualidade do movimento;
  O movimento das articulações associadas;
  Qualquer limitação e sua natureza.



6.3 Movimento Passivo
O fisioterapeuta deve observar:
  Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor;
  Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor;
  O padrão de limitação do movimento;
  A sensação final do movimento;
  O movimento das articulações associadas;
  A amplitude de movimento disponível.




                                              Figura 4 – Flexão




                                             Figura 5 - Abdução
Figura 6 - Adução




                                         Figura 7 - Rotação Lateral




                                         Figura 8 - Rotação Medial




7. Goniometria
 Método para medir os ângulos articulares do corpo;
 É utilizado pelos fisioterapeutas para quantificar a limitação dos ângulos articulares, decidir a intervenção
 fisioterapêutica mais adequada e, ainda documentar a eficácia da intervenção.
7.1 Informações dos dados goniométricos
  Determinar a presença ou não de disfunção;
  Estabelecer um diagnóstico;
  Estabelecer os objetivos do tratamento;
  Direcionar a fabricação de órteses;
  Avaliar a melhora ou recuperação funcional;
  Modificar o tratamento;
  Realizar pesquisas que envolvam a recuperação de limitações articulares



7.2 Amplitude Articular- Goniometria
7.2.1 Flexão do Quadril
  Ocorre no plano sagital entre a cabeça do fêmur e o acetábulo do ilíaco.
  Amplitude articular com o joelho fletido: 0°-125° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-135° (Magee, 2002).




                         Figura 9 - Goniometria – Flexão do Quadril com Joelho Fletido




                       Figura 10 - Goniometria - Flexão do Quadril com Joelho Extendido


Precauções
  Manter o membro oposto plano sobre a mesa para controlar a inclinação pélvica posterior;
  Evitar a movimentação lombossaccra.
7.2.2 Extensão do Quadril
  Ocorre no plano sagital.
  Amplitude Articular: 0°-10° (Marques, 2003); 0°-10/15° (Magee, 2002; Palmer & Epler, 2000).




                                      Figura 11 - Goniometria - Extensão


Precauções
  O indivíduo deverá manter as EIASs planas sobre a mesa para se ter certeza de que o movimento irá ocorrer nas
  artic. do quadril e não nas vértebras lombares;
  Evitar a inclinação pélvica anterior.



7.2.3 Abdução do Quadril
  Na posição anatômica, o movimento ocorre no plano frontal.
  Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-30/50° (Magee, 2002).




                                      Figura 12 – Goniometria - Abdução
Precauções
  Evitar a rotação medial ou lateral na articulação do quadril;
  Evitar a inclinação lateral da coluna;


7.2.4 Adução do Quadril
  Na posição teste, o movimento de adução ocorre no plano frontal.
  Amplitude Articular : 0°-15° (Marques, 2003); 0°-30° (Magee, 2002), 0°-20/30° (Palmer & Epler, 2000).




                                           Figura 13 – Goniometria - Adução




                                                      Figura 14


Precauções
  Evitar a rotação medial do quadril;
  Evitar a inclinação lateral da coluna.
7.2.5 Rotação Medial do Quadril
  Na posição teste, o movimento de rotação medial ocorre no plano transversal.
  Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003); 0°-30/40° (Magee, 2002), 0°-30/45° (Palmer & Epler, 2000).




                                    Figura 15 – Goniometria - Rotação Medial


Precauções
  Evitar a rotação e a inclinação lateral da pelve para o mesmo lado;
  Evitar que a pelve se afaste da mesa;
  Na posição sentada evitar a flexão contralateral do tronco;
  Evitar a adução na artic. do quadril.



7.2.6 Rotação Lateral do Quadril
  Na posição anatômica, o movimento de rotação medial ocorre no plano transversal.
  Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003); 0°-40/60° (Magee, 2002), 0°-30/45° (Palmer & Epler, 2000).




                                    Figura 16 - Goniometria - Rotação Lateral
Precauções
 Evitar a rotação da pelve para o lado oposto;
 Evitar a adução do quadril;
 Evitar a inclinação contralateral da pelve;
 Evitar a flexão ou rotação ipsilateral do tronco.




8. Movimento do Jogo Articular
 O teste para folga articular determina a integridade da cápsula;
 A folga articular deve ser sempre avaliada na posição destravada (decoaptação aberta) na qual a frouxidão da
 cápsula e dos ligamentos é maior e o contato ósseo é menor.
 Deslizamento caudal do fêmur (tração longitudinal da perna ou extensão no eixo longitudinal);
 Compressão;
 Distração lateral.



9. Princípios dos Testes de comprimento muscular
 A finalidade da avaliação do comprimento muscular (flexibilidade) consiste em determinar se a ADM que ocorre
 em uma articulação é limitada ou excessiva em virtude das estruturas articulares intrínsecas ou dos músculos
 que cruzam as articulações;
 O comprimento do músculo é determinado pela distância entre as extremidades proximal e distal do músculo,
 sendo medido por seu efeito sobre a ADM da articulação.



9.1 Testes de comprimento muscular
 Músculos flexores da articulação do quadril (iliopsoas, adutor longo e pectíneo, sartório, tensor da fáscia lata, reto
 femoral);
 Músculos extensores do quadril (glúteo máximo, semitendíneo e semimembranáceo).




                             Figura 17 - Teste de Comprimento Muscular - Isquitibiais
10. Testes Musculares Manuais
 parte integrante do exame físico, fornecendo informações úteis no diagnóstico diferencial, prognóstico e
 tratamento de patologias musculoesqueléticas e neuromusculares;
 A avaliação da força muscular manual deve ocorrer quando forem descartadas outras limitações articulares ou
 musculares (encurtamentos) impedindo ou dificultando o movimento.

 Músculo Psoas Maior e Ilíaco;
 Músculo Sartório;
 Músculo Glúteo Máximo;
 Músculos Glúteo Médio e Mínimo;
 Músculo Tensor da Fáscia Lata;
 Músculos Adutores Longo, Magno e Curto, Grácil e Pectíneo;
 Músculos Obturador Interno e Externo, Gêmeo Superior e Inferior, Quadrado Femoral e Piriforme.




11. Avaliação Funcional
 Há várias escalas de graduação numérica para avaliar a função do quadril;
 A escala funcional de quadril de Harris (J. Bone Joint Surg. Am. 51:737-755, 1969) é útil para graduar o quadril
 antes e depois da cirurgia (enfatiza a dor e a função);
  O teste de Palmer e Apler, 1990 (“Clinical Assessment Procedures in Physical Therapy”) apresenta um esquema
 de testes da força e da resistência funcionais do quadril



11.1 Testes Funcionais do Quadril
 Agachar-se;
 Subir e descer escadas um degrau de cada vez;
 Cruzar as pernas;
 Subir e descer escadas 2 ou mais degraus de cada vez;
 Correr reto à frente;
Correr e desacelerar;
 Correr e fazer voltas;
 Pular em uma perna;
 Saltar.



12. Testes Clínicos Especiais
 Sinal de Trendelenburg;
 Discrepâncias no comprimento dos membros inferiores.
 Teste de Ely;
 Teste do Piriforme.
Referências Bibliográficas
1. Marques AP. Ângulos articulares dos membros inferiores. In: Manual de Goniometria. 2 ed. São Paulo: Manole;
2003. p.34-39.
2. Magee DJ. Quadril In: Magee, DJ, editor. Disfunção Musculoesquelética. 3 ed. São Paulo: Manole; 2002. p.525-
619. 3. Palmer, LM.; Epler, ME. Quadril: In: Palmer, LM.; Epler, ME. Fundamentos das Técnicas de Avaliação
Musculoesquelética. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p.250-274.
3. Gardner E, Gray DJ, O’Rahilly R. Anatomia. Estudo Regional do Corpo Humano. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1988.
4. Hoppenfeld, S. Exame do Quadril e Pelve. Propedêutica Ortopédica. Coluna e Extremidades. Rio de Janeiro:
Atheneu, 1987 pp. 149-177.
5. Sobotta, J. Atlas de Anatomia. 20ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.

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Quadril

  • 1. Avaliação Fisioterapêutica do Quadril Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional Profa. Dra. Sílvia Maria Amado João 1. Anatomia Aplicada Articulação do Quadril: É uma articulação sinovial esferóidea com 3 graus de liberdade; Posição de repouso: 30°de flexão, 30°de abdução, ligeira rotação lateral; Posição de aproximação máxima: extensão, rotação medial e abdução. 2. História Clínica Qual é a idade do paciente? Qual é a ocupação? Se trauma esteve envolvido, qual foi o mecanismo da lesão? Há dor? Onde? Que Tipo? É difusa? Contínua? Há irradiação da dor? Existem posturas ou ações que aumentam ou diminuam a dor? Há quaisquer movimentos que o paciente sinta que são fracos ou anormais? Qual é a atividade usual ou de lazer do paciente? 3. Observação e Triagem Exame das outras articulações adjacentes, acrescentando uma avaliação postural global; Avaliação da Marcha; Observação Geral: evidência de dano tecidual, edema, temperatura, hipersensibilidade, estalido ou crepitação; Observar as articulações periféricas. 4. Inspeção São observados os seguintes aspectos nas vistas anterior, posterior e lateral: Postura: observar obliqüidade pélvica; Observar simetria de sustentação de peso; Equilíbrio: verificar o controle proprioceptivo nas articulações avaliadas; Observar posições dos membros se são iguais e simétricas; Cor e textura da pele, cicatrizes, fístulas, etc. Observar anormalidade dos contornos ósseos e dos tecidos moles. 5. Palpação Durante a palpação do quadril e músculos associados, o fisioterapeuta deve observar qualquer dor à palpação, temperatura, espasmo muscular ou outros sinais e sintomas. Face Anterior : Crista Ilíaca, trocânter maior e EIAS, articulação do quadril e sínfise púbica; Face Posterior: Crista Ilíaca, EIPS, túber isquiático, trocânter maior, articulações sacroilíacas, e lombossacrais.
  • 2. Figura 1 Figura 2 – Palpalção – Crista Ilíaca / Espinha Ilíaca Postero-superior
  • 3. Figura 3 6. Mobilidade dos Segmentos Triagem para amplitude de movimento: Consiste em determinar onde e se é necessária uma avaliação goniométrica específica; Se forem identificadas limitações na amplitude de movimento articular, deverá ser realizado um teste goniométrico específico para se obter um quadro das restrições, estabilização e registro das limitações. 6.1 Mobilização Movimentos Ativos: Quantidade de movimento articular realizada por um indivíduo sem qualquer auxílio. Objetivo: o examinador tem a informação exata sobre a capacidade, coordenação e força muscular da amplitude de movimento do indivíduo. Movimentos Passivos: Quantidade de movimento realizada pelo examinador sem o auxílio do indivíduo. A ADM passiva fornece ao fisioterapeuta a informação exata sobre a integridade das superfícies articulares e a extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e músculos (Levangie & Norkin, 1997). 6.2 Movimento Ativo O fisioterapeuta deve observar: Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor;
  • 4. Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor; A quantidade de restrição observável; O padrão de movimento; O ritmo e a qualidade do movimento; O movimento das articulações associadas; Qualquer limitação e sua natureza. 6.3 Movimento Passivo O fisioterapeuta deve observar: Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor; Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor; O padrão de limitação do movimento; A sensação final do movimento; O movimento das articulações associadas; A amplitude de movimento disponível. Figura 4 – Flexão Figura 5 - Abdução
  • 5. Figura 6 - Adução Figura 7 - Rotação Lateral Figura 8 - Rotação Medial 7. Goniometria Método para medir os ângulos articulares do corpo; É utilizado pelos fisioterapeutas para quantificar a limitação dos ângulos articulares, decidir a intervenção fisioterapêutica mais adequada e, ainda documentar a eficácia da intervenção.
  • 6. 7.1 Informações dos dados goniométricos Determinar a presença ou não de disfunção; Estabelecer um diagnóstico; Estabelecer os objetivos do tratamento; Direcionar a fabricação de órteses; Avaliar a melhora ou recuperação funcional; Modificar o tratamento; Realizar pesquisas que envolvam a recuperação de limitações articulares 7.2 Amplitude Articular- Goniometria 7.2.1 Flexão do Quadril Ocorre no plano sagital entre a cabeça do fêmur e o acetábulo do ilíaco. Amplitude articular com o joelho fletido: 0°-125° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-135° (Magee, 2002). Figura 9 - Goniometria – Flexão do Quadril com Joelho Fletido Figura 10 - Goniometria - Flexão do Quadril com Joelho Extendido Precauções Manter o membro oposto plano sobre a mesa para controlar a inclinação pélvica posterior; Evitar a movimentação lombossaccra.
  • 7. 7.2.2 Extensão do Quadril Ocorre no plano sagital. Amplitude Articular: 0°-10° (Marques, 2003); 0°-10/15° (Magee, 2002; Palmer & Epler, 2000). Figura 11 - Goniometria - Extensão Precauções O indivíduo deverá manter as EIASs planas sobre a mesa para se ter certeza de que o movimento irá ocorrer nas artic. do quadril e não nas vértebras lombares; Evitar a inclinação pélvica anterior. 7.2.3 Abdução do Quadril Na posição anatômica, o movimento ocorre no plano frontal. Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-30/50° (Magee, 2002). Figura 12 – Goniometria - Abdução
  • 8. Precauções Evitar a rotação medial ou lateral na articulação do quadril; Evitar a inclinação lateral da coluna; 7.2.4 Adução do Quadril Na posição teste, o movimento de adução ocorre no plano frontal. Amplitude Articular : 0°-15° (Marques, 2003); 0°-30° (Magee, 2002), 0°-20/30° (Palmer & Epler, 2000). Figura 13 – Goniometria - Adução Figura 14 Precauções Evitar a rotação medial do quadril; Evitar a inclinação lateral da coluna.
  • 9. 7.2.5 Rotação Medial do Quadril Na posição teste, o movimento de rotação medial ocorre no plano transversal. Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003); 0°-30/40° (Magee, 2002), 0°-30/45° (Palmer & Epler, 2000). Figura 15 – Goniometria - Rotação Medial Precauções Evitar a rotação e a inclinação lateral da pelve para o mesmo lado; Evitar que a pelve se afaste da mesa; Na posição sentada evitar a flexão contralateral do tronco; Evitar a adução na artic. do quadril. 7.2.6 Rotação Lateral do Quadril Na posição anatômica, o movimento de rotação medial ocorre no plano transversal. Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003); 0°-40/60° (Magee, 2002), 0°-30/45° (Palmer & Epler, 2000). Figura 16 - Goniometria - Rotação Lateral
  • 10. Precauções Evitar a rotação da pelve para o lado oposto; Evitar a adução do quadril; Evitar a inclinação contralateral da pelve; Evitar a flexão ou rotação ipsilateral do tronco. 8. Movimento do Jogo Articular O teste para folga articular determina a integridade da cápsula; A folga articular deve ser sempre avaliada na posição destravada (decoaptação aberta) na qual a frouxidão da cápsula e dos ligamentos é maior e o contato ósseo é menor. Deslizamento caudal do fêmur (tração longitudinal da perna ou extensão no eixo longitudinal); Compressão; Distração lateral. 9. Princípios dos Testes de comprimento muscular A finalidade da avaliação do comprimento muscular (flexibilidade) consiste em determinar se a ADM que ocorre em uma articulação é limitada ou excessiva em virtude das estruturas articulares intrínsecas ou dos músculos que cruzam as articulações; O comprimento do músculo é determinado pela distância entre as extremidades proximal e distal do músculo, sendo medido por seu efeito sobre a ADM da articulação. 9.1 Testes de comprimento muscular Músculos flexores da articulação do quadril (iliopsoas, adutor longo e pectíneo, sartório, tensor da fáscia lata, reto femoral); Músculos extensores do quadril (glúteo máximo, semitendíneo e semimembranáceo). Figura 17 - Teste de Comprimento Muscular - Isquitibiais
  • 11. 10. Testes Musculares Manuais parte integrante do exame físico, fornecendo informações úteis no diagnóstico diferencial, prognóstico e tratamento de patologias musculoesqueléticas e neuromusculares; A avaliação da força muscular manual deve ocorrer quando forem descartadas outras limitações articulares ou musculares (encurtamentos) impedindo ou dificultando o movimento. Músculo Psoas Maior e Ilíaco; Músculo Sartório; Músculo Glúteo Máximo; Músculos Glúteo Médio e Mínimo; Músculo Tensor da Fáscia Lata; Músculos Adutores Longo, Magno e Curto, Grácil e Pectíneo; Músculos Obturador Interno e Externo, Gêmeo Superior e Inferior, Quadrado Femoral e Piriforme. 11. Avaliação Funcional Há várias escalas de graduação numérica para avaliar a função do quadril; A escala funcional de quadril de Harris (J. Bone Joint Surg. Am. 51:737-755, 1969) é útil para graduar o quadril antes e depois da cirurgia (enfatiza a dor e a função); O teste de Palmer e Apler, 1990 (“Clinical Assessment Procedures in Physical Therapy”) apresenta um esquema de testes da força e da resistência funcionais do quadril 11.1 Testes Funcionais do Quadril Agachar-se; Subir e descer escadas um degrau de cada vez; Cruzar as pernas; Subir e descer escadas 2 ou mais degraus de cada vez; Correr reto à frente;
  • 12. Correr e desacelerar; Correr e fazer voltas; Pular em uma perna; Saltar. 12. Testes Clínicos Especiais Sinal de Trendelenburg; Discrepâncias no comprimento dos membros inferiores. Teste de Ely; Teste do Piriforme.
  • 13. Referências Bibliográficas 1. Marques AP. Ângulos articulares dos membros inferiores. In: Manual de Goniometria. 2 ed. São Paulo: Manole; 2003. p.34-39. 2. Magee DJ. Quadril In: Magee, DJ, editor. Disfunção Musculoesquelética. 3 ed. São Paulo: Manole; 2002. p.525- 619. 3. Palmer, LM.; Epler, ME. Quadril: In: Palmer, LM.; Epler, ME. Fundamentos das Técnicas de Avaliação Musculoesquelética. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p.250-274. 3. Gardner E, Gray DJ, O’Rahilly R. Anatomia. Estudo Regional do Corpo Humano. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 4. Hoppenfeld, S. Exame do Quadril e Pelve. Propedêutica Ortopédica. Coluna e Extremidades. Rio de Janeiro: Atheneu, 1987 pp. 149-177. 5. Sobotta, J. Atlas de Anatomia. 20ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.