O documento discute a doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo barbeiro. A doença pode ser assintomática por anos ou causar sintomas cardíacos e digestivos. Existem formas de transmissão vetorial, transfusional, congênita e oral. O ciclo de vida do parasita e os métodos de controle e vigilância epidemiológica são descritos.
1. Doença de Chagas
Um problema sanitário
Aline Santamgelo Vargas
Edimilson Cebin Ferraz
Paula Coelho
Sérgio Guterres
2. O que é?
Doença parasitária descoberta por Carlos Chagas em 1909,
também chamada de tripanossomísase americana.
É causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, nomeado em
homenagem a Oswaldo Cruz.
Pode ser considerada uma antropozoonose, resultado de
alterações humanas no meio ambiente.
O ser humano foi incluído em seu ciclo acidentalmente ao
invadir ecótopos naturais.
3. Sintomatologia
Pode permanecer assintomática por anos.
Alguns dias após a picada pode haver febre, mal estar,
inapetência, sinais de inflamação, aumento do baço e fígado
e distúrbios cardíacos.
Na fase aguda:
Chagoma
Sinal de Romaña
O tratamento ainda é possível
Criança com sinal de Romaña
4. Sintomatologia
Na fase crônica:
Pode ocorrer muitos anos depois da infecção
Geralmente o coração já está comprometido
Várias manifestações clínicas como falta de ar, tonturas,
taquicardia, braquicardia e inchaço nas pernas.
Pode haver lesões em outros órgãos como fígado.
Pode comprometer o sistema nervoso e linfático.
Não há tratamento.
Aumento do coração
5. Formas de transmissão
Vetorial
O barbeiro é o principal vetor da doença, responsável por mais
de 50% dos casos, e habita 11 estados brasileiros que é
infectado ao sugar o sangue de um organismo já infectado.
No intestino do vetor tripomastigoto, que não se reproduz,
desenvolve-se para epimastigoto que se reproduz.
6. Formas de transmissão
Transfusão de Sangue
Também pode se feita pela transfusão de sangue ou
transplante de órgãos, ou por via placentária. Diversos
programas de saúde em países latino-americanos procuram
controlar a incidência e as de taxas de infecção do T.
infestans foram reduzidas de 8,4% (1983) a 2,9% (em 1997).
7. Formas de transmissão
Vertical (placentária)
Não existem ainda medidas que evitem a transmissão vertical
do parasita, logo a estratégia de controle da infecção
congênita é centrada no diagnóstico precoce da infecção em
recém-nascidos de mães infectadas e em tratamento
específico imediato das crianças ao nascimento. Não se trata
o Chagas durante a gravidez pois é difícil acompanhar
eficazmente as reações do feto no útero e as crianças
tratadas ao nascer tem altos índices de cura.
8. Formas de transmissão
Oral (ingestão de alimentos contaminados)
Há ainda casos recentes no Pará que podem estar ligados ao
consumo de açaí, estão sendo pesquisados para comprovar
essa ligação, pois a fruta pode ser tirada junto com o inseto
transmissor e o preparo do alimento talvez não seja seguro.
Para impedir a transmissão a cana e o açaí devem ser
pasteurizados, como normalmente é feito nos produtos
industrializados, porém não pelos vendedores de sucos
artesanais. Em 2007 estimam que 37 contaminações por mal
de Chagas ocorreram no Pará dessa forma.
9. O parasita
Trypanosoma cruzi
Formas evolutivas:
Epimastigota
fica no tubo digestivo do vetor, não é infectante para os vertebrados. É
fusiforme e apresenta o cinetoplasto junto ao núcleo, há diferenciação
para tripomastigotas metacíclicos na porção final do intestino e infecta os
vertebrados. Possui flagelo e membrana ondulante.
Amastigota
após a penetração em vertebrados, modifica-se para amastigota
multiplicativo, que é intracelular, sem organelas de locomoção, com
pouco citoplasma e núcleo grande. O cinetoplasto encontra-se ao lado
do núcleo e é um pouco menor. Está na fase crônica da doença.
Tripomastigota
fase extracelular, que circula no sangue. Apresenta flagelo e membrana
13. Vetores
Os vetores da doença de Chagas são animais pertencentes
ao Filo: Arthropoda, Classe: Insecta, Ordem Hemiptera,
Família: Reduvidae, Subfamília: Triatominae, vulgarmente
conhecidos como barbeiros ou chupanças.
Há em torno de 137 espécies descritas, porém poucas são
vetores da doença, Triatoma infestans, T. dimidiata, T.
sordida, T. brasiliensis, T. pseudomaculata, Panstrongylus
megistus e Rhodnius prolixus.
18. Vigilância epidemiológica
Conceito:
A Lei Orgânica da Saúde conceitua Vigilância Epidemiológica (VE) como
um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos. Estão restritas à área de doenças transmissíveis.
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/gve_7ed_web_atual.pdf
19. Vigilância epidemiológica
Redução da transmissão natural:
Com a implementação dos controles de casos de doenças ocorridas,
através dos órgãos de saúde e a comunicação da ocorrência feita à
autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para
elaborar estratégias de intervenção tem controlado a transmissão natural no
território nacional.
20. Vigilância epidemiológica
Controles e envolvimento da população:
Os controles são desenvolvidos pelo poder público com ações de
combate diretamente nos locais possíveis de infecção, como a
desinsetização, e a visita dos agentes às comunidades para fins de
educação à preservação da saúde. A incidência do barbeiro também
tem ações direcionadas, principalmente junto às populações ribeirinhas
e de menor renda, cujas moradias à base do "adobe", são alvos
perfeitos dos vetores.