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Álvaro de Campos
O futurista e sensacionista
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
Aparte isso, tenho em mim todos os
sonhos do mundo.
In Tabacaria, Álvaro de Campos
 A proximidade com o ortónimo: o fingimento poético comoA proximidade com o ortónimo: o fingimento poético como
forma de representação do drama interior do Poetaforma de representação do drama interior do Poeta
Toda a emoção verdadeira é mentira na
Inteligência, pois se não dá nela.
Toda a emoção verdadeira tem portanto uma
expressão falsa.
Exprimir-se é dizer o que não se sente.
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Sem as montadas, os cavaleiros seriam peões.
O lugar é que faz a localidade.
Estar é ser.
Fingir é conhecer-se.
Álvaro de Campos
 1ª fase
 Decadentismo: tédio, cansaço, náusea, abatimento,
necessidade de superação e de novas sensações. Nesta
fase, traduz a falta de um sentido para a vida e a
necessidade de fuga à monotonia:
“É antes do ópio que a minh’alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.”
 2ª fase
Futurista, Sensacionista: nesta fase, Álvaro de
Campos celebra o triunfo da máquina, da
energia mecânica e da civilização moderna.
Nos seus poemas exprime o excesso de
sensações perante a vida moderna, exalta a
máquina, a técnica, símbolos da vida
moderna, deixando transparecer um novo
conceito de beleza baseado na ideia de força.
Exalta o progresso técnico, essa “nova
revelação metálica e dinâmica de Deus”. A
Ode Marítima e a Ode Triunfal refletem a
intensidade e a força das sensações na poesia
de Campos.
 Futurismo:
Cantor lúcido do mundo moderno, Campos tece o elogio
à civilização industrial e técnica, sendo a Ode Triunfal
e a Ode Marítima os expoentes maiores de uma
Campos absorvido pela revolução tecnológica
“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!” (Ode
Triunfal)
- Campos rompe com o subjetivismo da lírica tradicional
e exalta as sensações da vida moderna;
- A exaltação da técnica e da vida moderna na poesia de
Campos revela-se uma atitude escandalosa, uma vez
que transgride o cânon artístico da época e a moral
estabelecida.
 Sensacionismo:
- A vivência em excesso das sensações
que derivam do progresso
tecnológico e cosmopolita afasta
Campos de Caeiro.
“Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças
centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
(…)”
 3ª fase
Intimismo e pessimismo:
- a incapacidade das realizações traz de volta
o abatimento e um “supremíssimo
cansaço”. Fechado em si mesmo, Campos
sofre e vive a angústia perante a
inadaptação à realidade. Tal como o
ortónimo, Campos sente a dor de pensar, o
ceticismo, a nostalgia de infância, a
frustração, o tédio, a solidão e a
“Eu cheio de todos os cansaços
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  • 1. Álvaro de Campos O futurista e sensacionista
  • 2. Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. Aparte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. In Tabacaria, Álvaro de Campos
  • 3.  A proximidade com o ortónimo: o fingimento poético comoA proximidade com o ortónimo: o fingimento poético como forma de representação do drama interior do Poetaforma de representação do drama interior do Poeta Toda a emoção verdadeira é mentira na Inteligência, pois se não dá nela. Toda a emoção verdadeira tem portanto uma expressão falsa. Exprimir-se é dizer o que não se sente. Os cavalos da cavalaria é que formam a cavalaria. Sem as montadas, os cavaleiros seriam peões. O lugar é que faz a localidade. Estar é ser. Fingir é conhecer-se. Álvaro de Campos
  • 4.  1ª fase  Decadentismo: tédio, cansaço, náusea, abatimento, necessidade de superação e de novas sensações. Nesta fase, traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia: “É antes do ópio que a minh’alma é doente. Sentir a vida convalesce e estiola E eu vou buscar ao ópio que consola Um Oriente ao oriente do Oriente.”
  • 5.  2ª fase Futurista, Sensacionista: nesta fase, Álvaro de Campos celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna. Nos seus poemas exprime o excesso de sensações perante a vida moderna, exalta a máquina, a técnica, símbolos da vida moderna, deixando transparecer um novo conceito de beleza baseado na ideia de força. Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”. A Ode Marítima e a Ode Triunfal refletem a intensidade e a força das sensações na poesia de Campos.
  • 6.  Futurismo: Cantor lúcido do mundo moderno, Campos tece o elogio à civilização industrial e técnica, sendo a Ode Triunfal e a Ode Marítima os expoentes maiores de uma Campos absorvido pela revolução tecnológica “Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!” (Ode Triunfal) - Campos rompe com o subjetivismo da lírica tradicional e exalta as sensações da vida moderna; - A exaltação da técnica e da vida moderna na poesia de Campos revela-se uma atitude escandalosa, uma vez que transgride o cânon artístico da época e a moral estabelecida.
  • 7.  Sensacionismo: - A vivência em excesso das sensações que derivam do progresso tecnológico e cosmopolita afasta Campos de Caeiro.
  • 8. “Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Sentir tudo de todas as maneiras. Sentir tudo excessivamente, Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas E toda a realidade é um excesso, uma violência, Uma alucinação extraordinariamente nítida Que vivemos todos em comum com a fúria das almas, O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos. (…)”
  • 9.  3ª fase Intimismo e pessimismo: - a incapacidade das realizações traz de volta o abatimento e um “supremíssimo cansaço”. Fechado em si mesmo, Campos sofre e vive a angústia perante a inadaptação à realidade. Tal como o ortónimo, Campos sente a dor de pensar, o ceticismo, a nostalgia de infância, a frustração, o tédio, a solidão e a
  • 10. “Eu cheio de todos os cansaços Quantos o mundo pode dar…” Álvaro de Campos