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Universo
                             dos
                         Heterónimos
                              &
                          Álvaro de
                           Campos

Margarida Rodrigues, Nº18, 12ºB
‘’Vi como um danado’’
                                             Albero Caeiro,          o ‘’Mestre’’ , o
                                             poeta do real concreto.
                                             Toma nos sentidos a única fonte de
                                             conhecimento do mundo real. Renuncia,
                                             assim, todo e qualquer pensamento.
                                             Vivendo exclusivamente de sensações.
                                             Sente sem pensar.

De todas as sensações o ato de ver é o mais importante, por traduzir a realidade imediata.

                          ϕ É um verdadeiro adorador da Natureza, ela é a eterna
 Nega ,então, tudo        novidade das coisas, é a total expressão da verdade e da
 o que é abstrato         inocência .
 inclusive a religião,    ϕA sua visão panteísta é a quase divinização da Natureza, já
 o mistério das           que tal fenómeno, tão belo e espontâneo nunca poderia ser
 coisas, a filosofia, a   menos que divinizado .
 medida do tempo ,        ϕA sua liberdade projeta-se na forma como faz poesia, de
 o pensamento …           métrica irregular, ( versilibrismo) linguagem familiar e
                          coloquial.
Pessoa diz : ‘’pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental’’

A sua poesia intelectual faz a apologia da
indiferença do Homem diante do arbítrio e do poder
dos deuses, faz renascer o objectivismo helénico        Inevitabilidade
                                                                            Destino
                                                                           implacável
reencarnando       uma       reexperimentação    de        da morte
pensamento e de estética que se distancia de
Pessoa, mas que o configura face à partilha das                    Fugacidade
mesmas angústias.                                                    da vida
Procura a serenidade, livre de afectos e de tudo o
que possa perturbar o seu espírito.
Há no seu pensamento, uma tensão, uma atitude de
luta contra tudo o que lhe tire o desassossego;
Próximo de Caeiro, há na sua poesia a aurea
mediocritas, o sossego do campo, o fascínio pela
natureza onde busca a felicidade relativa
Predomínio da ode Horaciana ; regularidade
métrica; uso frequente do hipérbato , do gerúndio , e
do presente do conjuntivo com valor de imperativo;                Angústia

                               RICARDO REIS
Reconhecendo a fraqueza humana e a
                                            inevitabilidade da morte, Reis procura uma
                                            forma de viver sem o mínimo de sofrimento.
                                            Por isso defende um esforço lúdico e
                                            disciplinado para obter uma calma qualquer,
                                            pratica uma filosofia de vida de inspiração
                                            Horaciana , Greco-Romana.




                                          Epicurismo: defesa do prazer para o caminho
                                          da felicidade. Trata-se , porém, de um prazer sem
                                          inquietação, em repouso e em equilíbrio com a
                                          natureza – viver o momento presente ‘’carpe
                                          diem’’. Este estado de serenidade só é conseguido
                                          pela ataraxia : que evita o excesso de emoções
                                          pela tranquilidade livre de perturbações mesmo
                                          perante o sofrimento causado .
Estoicismo: corrente filosófica que considera ser possível encontrar a felicidade desde que
se viva em conformidade com as leis do Destino que regem o Mundo. O ideal ético é a apatia,
que se define como ausência de paixão condenando o sujeito a um estado de indiferença
perante os acontecimentos.
Álvaro de Campos
É o heterónimo que descreve a curva evolutiva mais acentuada


Forma-se em engenharia naval, por isso todos os seus poemas contêm
experiências itinerantes ;
O seu universo poético passa por três fases distintas :


                                   Futurismo




                                               Intimismo
                   Decadentismo
Fase decadentista
•  É conhecida principalmente por um
  poema, ‘’Opiário’’, motivado por uma
  viagem de Campos ao oriente, a
  expressão do tédio, a morbidez o
  decadentismo, a sonolência provocam a
  necessidade de novas sensações;
• Envolvido nesta atmosfera decadente
  refugia-se no ópio , na embriaguez. Aqui
  os estupefacientes surgem como escape a
  monotonia e a um certo horror da vida.
  Embora, nada resolvam.
Atmosfera de uma vida
passiva, dependente de
estupefacientes ;
Falta de objetivos na vida;
Busca de novas sensações;
O ópio como refugio;
A frustração ;




      Marcado pelo
    Romantismo e pelo
       Simbolismo
‘’Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu
sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos
modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um
excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó
máquinas! (…)
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se
exprime!
Ser completo como uma máquina! ’’



  ‘’Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
  Sentir tudo de todas as maneiras.
  Sentir tudo excessivamente, ’’
Fase Futurista                      O poema ‘’ Ode Triunfal ‘’ combina a essência
           &                             desta fase, a celebração do triunfo da máquina
                                         e da civilização moderna, da força mecânica ;
      Ode Triunfal
Para Campos a sensação é tudo. O                  Já neste poema, Campos dá-nos a
sensacionismo torna a sensação a realidade        sensação de uma frustração radical, é
de vida e a base da arte. Quer ‘’sentir tudo de   na máquina irracional que se projetam
todas as maneiras’’, em especial a                os seus desejos ‘’ Ser completo como
complexidade e a dinâmica da vida moderna.        uma máquina’’
Procura sentir a violência e a força de todas
as sensações. Completamente integrado no
modernismo e nas vanguardas europeias,
exalta o progresso técnico , a beleza dos            A sua procura da chave do ser e
‘’maquinismos em fúria’’.                            da inteligência do Mundo torna-se
Há nele a vontade de ultrapassar os limites          desesperante;
das prórpias sensações da energia e do               A nova tecnologia das fábricas
movimento , que o leva a querer ‘’ser toda a         provoca-lhe     a   vontade       de
gente e toda a parte’’                               ultrapassar    os    limites     das
O sensacionismo inspirado em Walt                    sensações       numa       vertigem
Whitman, e no futurismo de Marinetti                 insaciável
Álvaro de Campos - O sensacionista
     Alberto Caeiro- O sensacionista




Ambos são sensacionistas, mas Campos como discípulo de Caeiro substitui a
serenidade da serenidade da Natureza do ‘’Mestre’’ pela visão exaltada do Mundo
moderno.
Campos deixa-se levar pelos excessos do futurismo, evidenciados nas onomatopeias,
nas aliterações, nas frases exclamativas, nas interjeições e nas repetições.
Fase Intimista
‘’Campos é Pessoa mais nu deixando correr à solta a torrente de angústia que o
sufoca, fazendo o processo da sua abulia’’
                                                         TÉDIO
                                 Incapacidade                   INCAPAZ DE SENTIR
     Exaltação
      heroica                         das                      REVOLTA
                                  realizações
                                                            CANSAÇO



    Passada uma fase de euforia, o desassossego que o toma, fá-lo desejar pela sua
    própria destuição. Há aí a abulia e a experiência do tédio, da melancolia.
    Tal como Pessoa, anseia por voltar a sua infância, onde foi feliz por ser
    inconsciente. Verifica-se a presença do niilismo sobre si próprio ( do nada , da
    falta de sentido da existência Humana) .
    Abulia : deterioração mais ou menos evidente da vontade de actuar, que se
    traduz na indecisão, na incapacidade para conceber ou concretizar acções e
    tomar decisões.
O que há em mim é sobretudo cansaço -
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas -
Essas e o que falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...
Bibliografia
• http://arquivopessoa.net/textos/
  458
• http://pt.scribd.com/doc/882614
  62/Comparacao-entre-Alberto-
  Caeiro-e-Alvaro-de-Campos
• http://multipessoa.net/labirinto/
  heteronimia/5
• https://sites.google.com/site/apo
  ntamentoslimareis/o-que-ha-em-
  mim-e-sobretudo-cansaco
• http://www.prof2000.pt/users/js
  afonso/port/reis.htm
• Manual ‘’Dimensões da Palavra’’

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Fernando Pessoa e heterónimos

  • 1. Universo dos Heterónimos & Álvaro de Campos Margarida Rodrigues, Nº18, 12ºB
  • 2. ‘’Vi como um danado’’ Albero Caeiro, o ‘’Mestre’’ , o poeta do real concreto. Toma nos sentidos a única fonte de conhecimento do mundo real. Renuncia, assim, todo e qualquer pensamento. Vivendo exclusivamente de sensações. Sente sem pensar. De todas as sensações o ato de ver é o mais importante, por traduzir a realidade imediata. ϕ É um verdadeiro adorador da Natureza, ela é a eterna Nega ,então, tudo novidade das coisas, é a total expressão da verdade e da o que é abstrato inocência . inclusive a religião, ϕA sua visão panteísta é a quase divinização da Natureza, já o mistério das que tal fenómeno, tão belo e espontâneo nunca poderia ser coisas, a filosofia, a menos que divinizado . medida do tempo , ϕA sua liberdade projeta-se na forma como faz poesia, de o pensamento … métrica irregular, ( versilibrismo) linguagem familiar e coloquial.
  • 3. Pessoa diz : ‘’pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental’’ A sua poesia intelectual faz a apologia da indiferença do Homem diante do arbítrio e do poder dos deuses, faz renascer o objectivismo helénico Inevitabilidade Destino implacável reencarnando uma reexperimentação de da morte pensamento e de estética que se distancia de Pessoa, mas que o configura face à partilha das Fugacidade mesmas angústias. da vida Procura a serenidade, livre de afectos e de tudo o que possa perturbar o seu espírito. Há no seu pensamento, uma tensão, uma atitude de luta contra tudo o que lhe tire o desassossego; Próximo de Caeiro, há na sua poesia a aurea mediocritas, o sossego do campo, o fascínio pela natureza onde busca a felicidade relativa Predomínio da ode Horaciana ; regularidade métrica; uso frequente do hipérbato , do gerúndio , e do presente do conjuntivo com valor de imperativo; Angústia RICARDO REIS
  • 4. Reconhecendo a fraqueza humana e a inevitabilidade da morte, Reis procura uma forma de viver sem o mínimo de sofrimento. Por isso defende um esforço lúdico e disciplinado para obter uma calma qualquer, pratica uma filosofia de vida de inspiração Horaciana , Greco-Romana. Epicurismo: defesa do prazer para o caminho da felicidade. Trata-se , porém, de um prazer sem inquietação, em repouso e em equilíbrio com a natureza – viver o momento presente ‘’carpe diem’’. Este estado de serenidade só é conseguido pela ataraxia : que evita o excesso de emoções pela tranquilidade livre de perturbações mesmo perante o sofrimento causado . Estoicismo: corrente filosófica que considera ser possível encontrar a felicidade desde que se viva em conformidade com as leis do Destino que regem o Mundo. O ideal ético é a apatia, que se define como ausência de paixão condenando o sujeito a um estado de indiferença perante os acontecimentos.
  • 6. É o heterónimo que descreve a curva evolutiva mais acentuada Forma-se em engenharia naval, por isso todos os seus poemas contêm experiências itinerantes ; O seu universo poético passa por três fases distintas : Futurismo Intimismo Decadentismo
  • 7. Fase decadentista • É conhecida principalmente por um poema, ‘’Opiário’’, motivado por uma viagem de Campos ao oriente, a expressão do tédio, a morbidez o decadentismo, a sonolência provocam a necessidade de novas sensações; • Envolvido nesta atmosfera decadente refugia-se no ópio , na embriaguez. Aqui os estupefacientes surgem como escape a monotonia e a um certo horror da vida. Embora, nada resolvam.
  • 8. Atmosfera de uma vida passiva, dependente de estupefacientes ; Falta de objetivos na vida; Busca de novas sensações; O ópio como refugio; A frustração ; Marcado pelo Romantismo e pelo Simbolismo
  • 9. ‘’Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! (…) Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina! ’’ ‘’Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Sentir tudo de todas as maneiras. Sentir tudo excessivamente, ’’
  • 10. Fase Futurista O poema ‘’ Ode Triunfal ‘’ combina a essência & desta fase, a celebração do triunfo da máquina e da civilização moderna, da força mecânica ; Ode Triunfal Para Campos a sensação é tudo. O Já neste poema, Campos dá-nos a sensacionismo torna a sensação a realidade sensação de uma frustração radical, é de vida e a base da arte. Quer ‘’sentir tudo de na máquina irracional que se projetam todas as maneiras’’, em especial a os seus desejos ‘’ Ser completo como complexidade e a dinâmica da vida moderna. uma máquina’’ Procura sentir a violência e a força de todas as sensações. Completamente integrado no modernismo e nas vanguardas europeias, exalta o progresso técnico , a beleza dos A sua procura da chave do ser e ‘’maquinismos em fúria’’. da inteligência do Mundo torna-se Há nele a vontade de ultrapassar os limites desesperante; das prórpias sensações da energia e do A nova tecnologia das fábricas movimento , que o leva a querer ‘’ser toda a provoca-lhe a vontade de gente e toda a parte’’ ultrapassar os limites das O sensacionismo inspirado em Walt sensações numa vertigem Whitman, e no futurismo de Marinetti insaciável
  • 11. Álvaro de Campos - O sensacionista Alberto Caeiro- O sensacionista Ambos são sensacionistas, mas Campos como discípulo de Caeiro substitui a serenidade da serenidade da Natureza do ‘’Mestre’’ pela visão exaltada do Mundo moderno. Campos deixa-se levar pelos excessos do futurismo, evidenciados nas onomatopeias, nas aliterações, nas frases exclamativas, nas interjeições e nas repetições.
  • 12. Fase Intimista ‘’Campos é Pessoa mais nu deixando correr à solta a torrente de angústia que o sufoca, fazendo o processo da sua abulia’’ TÉDIO Incapacidade INCAPAZ DE SENTIR Exaltação heroica das REVOLTA realizações CANSAÇO Passada uma fase de euforia, o desassossego que o toma, fá-lo desejar pela sua própria destuição. Há aí a abulia e a experiência do tédio, da melancolia. Tal como Pessoa, anseia por voltar a sua infância, onde foi feliz por ser inconsciente. Verifica-se a presença do niilismo sobre si próprio ( do nada , da falta de sentido da existência Humana) . Abulia : deterioração mais ou menos evidente da vontade de actuar, que se traduz na indecisão, na incapacidade para conceber ou concretizar acções e tomar decisões.
  • 13. O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimno, íssimo, íssimo, Cansaço...
  • 14. Bibliografia • http://arquivopessoa.net/textos/ 458 • http://pt.scribd.com/doc/882614 62/Comparacao-entre-Alberto- Caeiro-e-Alvaro-de-Campos • http://multipessoa.net/labirinto/ heteronimia/5 • https://sites.google.com/site/apo ntamentoslimareis/o-que-ha-em- mim-e-sobretudo-cansaco • http://www.prof2000.pt/users/js afonso/port/reis.htm • Manual ‘’Dimensões da Palavra’’