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TERCEIRA GERAÇÃO DO
ROMANTISMO
CONDOREIRISMOCONDOREIRISMO
Profª Ms. Daniele Onodera
Os poetas condoreiros foram
influenciados diretamente
pela poesia social de Vitor Hugo
Um de seus símbolos mais frequentes é a
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que representa a liberdade da América.
O Condoreirismo foi um movimento
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• uma poesia retórica, repleta de
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Antônio Frederico de Castro Alves
(Bahia 1847-1871)
Patrono da Cadeira nº 7 da Academia
Brasileira de Letras
POEMA “MOCIDADE E MORTE”
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
- Árabe errante, vou dormir à tarde
A sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
[...] Eu sinto em mim o borbulhar do gênio,
Vejo além um futuro radiante:
Avante! - brada-me o talento n'alma
E o eco ao longe me repete - avante! -
O futuro... o futuro... no seu seio...
Entre louros e bênçãos dorme a glória!Entre louros e bênçãos dorme a glória!
Após - um nome do universo n’alma,
Um nome escrito no Panteon da história.
E a mesma voz repete funerária:
Teu Panteon - a pedra mortuária!
Morrer - é ver extinto dentre as névoas
O fanal, que nos guia na tormenta:
Condenado - escutar dobres de sino,
- Voz da morte, que a morte lhe lamenta -- Voz da morte, que a morte lhe lamenta -
Ai! morrer - é trocar astros por círios,
Leito macio por esquife imundo,
Trocar os beijos da mulher - no visco
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E eu sei que vou morrer... dentro em meu
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Um mal terrível me devora a vida:
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Resta-me agora por futuro - a terra,
Por glória - nada, por amor - a campa.Por glória - nada, por amor - a campa.
Adeus... arrasta-me uma voz sombria,
Já me foge a razão na noite fria! ...
Duas vertentes se distinguem na
poesia de Castro Alves:
- a lírico-amorosa- a lírico-amorosa
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Um de seus símbolos mais frequentes é a
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que representa a liberdade da América.
POESIA SOCIAL
Retórica Oratória
INFLUÊNCIA DAS IDEIAS
REVOLUCIONÁRIAS E
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CASTRO ALVES
Drama mais amplo e abstrato:
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presa dos desajustamentos da história.
O negro, escravizado, misturado à vida
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não se podia elevar a objeto estético.
O Condoreirismo foi um movimento
caracterizado por:
• uma poesia retórica, repleta de
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• temas sociais e políticos, ( abolição da
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OUTROS AUTORES
consciência literária como problema
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apenas como sentimento humanitário
CASTRO ALVES
o negro como herói, como ser
integralmente humano.
POEMA MAIS FAMOSO
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REAÇÃO
Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico
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Era um sonho dantesco... o tombadilho
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Negras mulheres, suspendendo às tetasNegras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
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denúncia da miséria a que
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água) dourado das espumas reflete
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levam, boiando nas solidões
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CASTRO ALVES IN: Prefácio de Espumas Flutuantes
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O Condoreirismo e a Poesia Social de Castro Alves

  • 2. Os poetas condoreiros foram influenciados diretamente pela poesia social de Vitor Hugo
  • 3. Um de seus símbolos mais frequentes é a imagem do condor dos Andes, pássaro que representa a liberdade da América.
  • 4. O Condoreirismo foi um movimento caracterizado por: • uma poesia retórica, repleta de hipérboles e antíteseshipérboles e antíteses • temas sociais e políticos, ( abolição da escravatura e a apologia da república)
  • 5. Antônio Frederico de Castro Alves (Bahia 1847-1871) Patrono da Cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras
  • 7. Oh! eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh'alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n'amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida...Nos seus beijos de fogo há tanta vida... - Árabe errante, vou dormir à tarde A sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria.
  • 8. [...] Eu sinto em mim o borbulhar do gênio, Vejo além um futuro radiante: Avante! - brada-me o talento n'alma E o eco ao longe me repete - avante! - O futuro... o futuro... no seu seio... Entre louros e bênçãos dorme a glória!Entre louros e bênçãos dorme a glória! Após - um nome do universo n’alma, Um nome escrito no Panteon da história.
  • 9. E a mesma voz repete funerária: Teu Panteon - a pedra mortuária! Morrer - é ver extinto dentre as névoas O fanal, que nos guia na tormenta: Condenado - escutar dobres de sino, - Voz da morte, que a morte lhe lamenta -- Voz da morte, que a morte lhe lamenta - Ai! morrer - é trocar astros por círios, Leito macio por esquife imundo, Trocar os beijos da mulher - no visco Da larva errante no sepulcro fundo,
  • 10. E eu sei que vou morrer... dentro em meu peito Um mal terrível me devora a vida: [...] Resta-me agora por futuro - a terra, Por glória - nada, por amor - a campa.Por glória - nada, por amor - a campa. Adeus... arrasta-me uma voz sombria, Já me foge a razão na noite fria! ...
  • 11. Duas vertentes se distinguem na poesia de Castro Alves: - a lírico-amorosa- a lírico-amorosa - a social e humanitária
  • 12. Um de seus símbolos mais frequentes é a imagem do condor dos Andes, pássaro que representa a liberdade da América.
  • 13.
  • 14. POESIA SOCIAL Retórica Oratória INFLUÊNCIA DAS IDEIAS REVOLUCIONÁRIAS E LIBERAIS DO SÉC. XIX Anunciador da Abolição e da República “POETA DOS ESCRAVOS” TEATRO : “Gonzaga”
  • 15. Visão do escravo como realidade presente. CASTRO ALVES Drama mais amplo e abstrato: o do próprio destino humano presa dos desajustamentos da história.
  • 16. O negro, escravizado, misturado à vida cotidiana em posição de inferioridade, não se podia elevar a objeto estético.
  • 17.
  • 18.
  • 19. O Condoreirismo foi um movimento caracterizado por: • uma poesia retórica, repleta de hipérboles e antíteseshipérboles e antíteses • temas sociais e políticos, ( abolição da escravatura e a apologia da república)
  • 20. OUTROS AUTORES consciência literária como problema social - o abolicionismo era visto apenas como sentimento humanitário CASTRO ALVES o negro como herói, como ser integralmente humano.
  • 21. POEMA MAIS FAMOSO O Navio Negreiro – Tragédia no Mar (1868). REAÇÃO Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos, de 4 de setembro de 1850.
  • 22. Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetasNegras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!
  • 23. E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!
  • 24. Castro Alves se empenha na denúncia da miséria a que eram submetidos os africanos na cruel travessia oceânica. Em média, menos da metadeEm média, menos da metade dos escravos embarcados nos navios negreiros completavam a viagem com vida.
  • 25. Interior do navio negreiro
  • 26. E o que são na verdade estes meus cantos?... Como as espumas, que nascem do mar e do céu, da vaga e do vento, eles são filhos da musa— este sopro do alto: do coração - estesopro do alto: do coração - este pélago (mar profundo) da alma.
  • 27. E como as espumas são, às vezes, a flora sombria da tempestade, eles por vezes rebentaram ao estalar fatídico do látego (chicote) da desgraça
  • 28. E como também o aljofre (gotas de água) dourado das espumas reflete as opalas, rutilantes do arco-íris, eles por acaso refletiram o prisma fantástico da ventura ou do entusiasmo— estes signosentusiasmo— estes signos brilhantes da aliança de Deus com a juventude!
  • 29. Mas, como as espumas flutuantes levam, boiando nas solidões marinhas, a lágrima saudosa do marujo... possam eles, ó meus amigos!—efêmeros filhos de minh'ahna — levar uma lembrança de mim às vossas plagas (país/de mim às vossas plagas (país/ região) ! CASTRO ALVES IN: Prefácio de Espumas Flutuantes