3. • A imagem que, permanentemente, vai
construindo de si próprio, as suas crenças e
representações de si mesmo constituem uma
estrutura psicológica que lhe permite seleccionar
as suas acções e as suas relações sociais.
7. Dimensões da Identidade
Pessoal
• A construção da identidade constitui para os
indivíduos um quadro psicológico (esquema mental,
sistema de representações e filtro de informações).
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8. Construção da Identidade
• O corpo constitui, para o bebé, a base da sua
identificação.
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9. Construção da Identidade
• Descobre-se a si mesmo através das
• suas percepções,
• das suas acções, mas também
• na sua relação com os outros e
• no olhar dos outros.
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10. Construção da Identidade
• Dos 12 aos 24 meses de idade, o bebé começa a
construir uma imagem de si, elemento essencial da
construção da identidade:
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11. Construção da Identidade
• começa por ser capaz de se reconhecer na imagem
de um espelho.
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12. Construção da Identidade
• a “imagem do corpo”, base da imagem de si, é
diferente da realidade anatómica:
• é fortemente marcada pela dinâmica afectiva, isto é, a
identidade corporal é também uma identidade sexual.
13. Construção da Identidade
• A partir do momento em que tem acesso à fala (por
volta dos 12 meses), o bebé começa a reconhecer-se
como rapaz ou rapariga.
14. Construção da Identidade
• A identidade sexual, nesta altura, não resulta
somente do sexo anatómico;
• resulta também das identificações com as diferenças de
género com que a criança convive.
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15. Construção da Identidade
• Mais tarde (a partir dos 3 anos), a identidade sexual
apoia-se sobretudo nos modelos de feminilidade e de
masculinidade propostos pela cultura de que faz
parte.
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16. Relações com os Outros e
Modelos Sociais
• Antes de tudo o mais, é na relação afectiva entre a
mãe e o bebé que este vai construir progressivamente
uma consciência estável de si mesmo.
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17. Relações com os Outros e
Modelos Sociais
Através da relação corporal –
numa comunicação feita de
cuidados, de alimentação, de
carícias, de canções de embalar e
de palavras – o bebé desenvolve a
percepção do seu corpo, ao
mesmo tempo dependente e
autónomo do da mãe.
18. Relações com os Outros e
Modelos Sociais
• O olhar da mãe
desempenha o
papel do espelho
que permite que o
bebé se perceba a
si mesmo como
objecto de afectos.
19. Organizadores da Identidade –
R. Spitz
• O primeiro é o sorriso, que é, ao mesmo tempo, sinal
de tranquilidade e serenidade interna e resposta aos
estímulos do meio; “constitui o protótipo de todas as
relações sociais posteriores” (Spitz, 1968).
20. Organizadores da Identidade –
R. Spitz
• O segundo é a angústia dos oito meses face a uma
pessoa estranha;
• esta angústia (fonte de um verdadeiro e sentido
sofrimento para a criança) põe em evidência o facto de
o bebé ser capaz de reconhecer a mãe e distingui-la das
pessoas desconhecidas.
21. Organizadores da Identidade –
R. Spitz
• O terceiro organizador é o “não”, cujo uso (e até
abuso) se inicia por volta do 2º ano de vida e que
permite à criança opor-se e portanto diferenciar-se
do seu ambiente;
• constitui uma nova etapa na afirmação e na percepção
de si como sujeito autónomo.
22. Identificação, Modelos e
Papeis
• A identificação sexual, que se desenvolve de forma
particularmente evidente entre os 3 e os 6 anos de
idade, é um dos mecanismos fundamentais da
dinâmica identitária.
24. Identificação, Modelos e
Papeis
a aptidão para a descentração relativamente ao
seu meio próximo, graças à qual a criança passa a
conseguir pôr-se no lugar dos outros e, assim, ver
as coisas e ver-se a si mesmo como os outros a
vêem.
26. Identificação, Modelos e
Papeis
Estes “nós” têm as suas raízes numa
estratificação social, em que as
crianças se situam umas relativamente
às outras, por relações
• de poder,
• de prestígio e
• de dinheiro,
numa história que deposita na
memória dos grupos um conjunto de
acontecimentos, de experiências, de
modelos e de representações.
27. Identificação, Modelos e
Papeis
• As identificações não se originam só nos grupos de
pertença, mas também nos grupos de referência, nos
quais o sujeito encontra os seus modelos e nos quais
procura integrar-se.
29. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização
• A identidade pessoal é o que cada um tem de mais
precioso:
• a perda de identidade é sinónimo de alienação, de
sofrimento, de angústia e de morte.
30. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
“uma passagem perpétua
de um estádio de menor
equilíbrio para um
estádio de equilíbrio
superior” (Piaget, 1964).
Estruturas e
Funcionamento
31. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
• Estruturas:
• variáveis, definidas como “formas de organização da
actividade mental”, na sua dupla dimensão cognitiva e
afectiva;
32. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
• Funcionamento:
• constante que provoca a passagem de uma forma para
outra, através de um movimento de desequilíbrio,
seguido por um restabelecimento do equilíbrio, através
da passagem a uma forma nova (estrutura nova).
33. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
Este desenvolvimento mental tem sempre
uma dupla dimensão individual e social:
As estruturas por que passam normalmente
todas as crianças são sempre, ao mesmo tempo:
cognitivas (internas ao
organismo).
afectivas, isto é relacionais
(orientadas para o
exterior).
34. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
A adaptação é descrita por Piaget, em cada
estádio, como a resultante e a articulação
de dois movimentos complementares,
embora de natureza diferente:
Assimilação Acomodação
35. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
• A assimilação - consiste em “incorporar as coisas e
as pessoas externas” nas estruturas já construídas.
• Deste modo, a sucção é antes de mais, para o recém-
nascido, um reflexo de incorporação bocal do mundo
(vivido como “realidade a chupar” de acordo com as
palavras de Piaget) que o conduz a generalizar essa
conduta (chupa o polegar, os dedos dos outros, os
objectos, etc.) a tudo o que lhe dá prazer, depois de ter
discriminado praticamente aquilo que correspondia à
sua necessidade vital (o seio da mãe, o biberão...).
36. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
• A acomodação – consiste em “reajustar as estruturas
em função das transformações exteriores”.
• Por esta via, as mudanças no meio envolvente são
fontes perpétuas de ajustamentos: quando o bebé passa
do seio para o biberão, o reflexo de sucção tem de se
modificar; os sorrisos mudam consoante as pessoas que
se debruçam sobre o bebé... Estas variações contribuem
para aquilo a que Piaget chamou a “construção do
esquema prático do Objecto”
37. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
Depois imita as pessoas próximas, diferenciando
nitidamente o pólo interno (o Eu) e o pólo externo (o
Objecto),
38. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
Enfim, passa do constrangimento à cooperação, graças à gestão conjunta
da “reflexão como discussão interiorizada consigo mesmo” e a discussão
como “reflexão socializada com outrem”, o que desenvolverá no
adolescente o sentido da justificação lógica e a autonomia moral.
39. Estádios de
Desenvolvimento
(versão mais comum)
Estádios de
Desenvolvimento
(versão de 1964)
Dimensão Individual:
Estruturas Mentais
Dimensão Social:
Formas de
Socialização
Estádio de Inteligência
Sensório-Motora
Estádio dos Reflexos
Tendências
Instintintivas
Egocentrismo inicial
Estádio dos Primeiros
Hábitos Motores
Percepções
Organizadas
Primeiros sentimentos
diferenciados
Estádio de Inteligência
Sensório-Motora
Regulações
elementares de ordem
prática
Imitação como
primeira “socialização
da acção”
Estádio de Inteligência
Pré-Operatória
Estádio de Inteligência
Intuitiva
Imagens e intuições
representativas,
“génese do
pensamento”
Submissão aos
constrangimentos dos
adultos
Estádio de Inteligência
de Operações
Concretas
Estádio de Inteligência
Concreta
Passagem às
operações: explicações
atomistas
Sentimentos e práticas
de cooperação
Estádio de Inteligência
de Operações Formais
Estádio de Inteligência
Formal - Abstracta
Construção de teorias;
Pensamento
hipotético-dedutivo;
Categoria do possível
Inserção social e
profissional
40. Perspectivas Teóricas sobre
Socialização - Piaget
Passagem do respeito absoluto pelos pais ao respeito mútuo (crianças/adulto e
crianças entre si);
Passagem da obediência personalizada ao sentimento da regra: esta torna-se,
no último estádio, a expressão de um acordo mútuo, um verdadeiro
“contrato”;
Passagem da heteronomia total à autonomia recíproca implicando, no último
estádio, a adopção de novos sentimentos como “a honestidade, a
camaradagem, o fair-play, a justiça”;
Passagem da energia à vontade que constitui uma “regulação activa da
energia”, que supõe uma hierarquização entre dever e prazer.