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O “OUTRO”
ANTROPOLOGIA =
ANTROPOS (HOMEM) +
LOGOS
(PENSAMENTO/RAZÃO)
Surge com o objetivo de
estudar todas as formas de
cultura humana.
Duvidar de certezas.
Dar voz aos “outros”.
ALTERIDADE: o termo
vem da palavra latina “alter”,
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“O conhecimento da nossa cultura passa inevitavelmente pelo
conhecimento das outras culturas; e devemos especialmente
reconhecer que somos uma cultura possível entres tantas outras,
mas não a única.” (LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia.
São Paulo: Brasiliense, 2000, p.21)
ETNOCENTRISMO: visão de
mundo característica de quem
considera o seu grupo étnico, nação
ou nacionalidade socialmente mais
importante do que os demais.
“O fato de que o homem vê o mundo
através de sua cultura tem como
consequência a propensão em
considerar o seu modo de vida como o
mais correto e o mais natural. Tal
tendência, denominada etnocentrismo, é
responsável em seus casos extremos
pela ocorrência de numerosos conflitos
sociais” (LARAIA, Roque de Barros.
Cultura: um conceito antropológico. Rio
de Janeiro: Zahar, 2002, p.72.
EVOLUCIONISMO SOCIAL: teorias
antropológicas de desenvolvimento
social que acreditavam que as
sociedades têm início em um estado
primitivo e gradualmente se tornam
mais civilizadas com o passar do
tempo. A humanidade era colocada em
uma única linha evolutiva, na qual a
sociedade passaria por estágios
sucessivos e obrigatórios.
Os “povos primitivos” seriam uma
etapa anterior pela qual o homem
civilizado já teria passado.
O conceito de CIVILIZAÇÃO era
utilizado para classificar, julgar e
justificar o domínio sobre outros
povos, com o argumento de que
caberia ao mais evoluído levar o
progresso aos mais primitivos.
The White Man's Burden
Rudyard Kipling
(...)
Tomai o fardo do Homem Branco -
As guerras selvagens pela paz -
Encha a boca dos Famintos,
E proclama, das doenças, o cessar;
E quando seu objetivo estiver perto
(O fim que todos procuram)
Olha a indolência e loucura pagã
Levando sua esperança ao chão.
Tomai o fardo do Homem Branco -
Tem a mão-de-ferro dos reis,
Mas, sim, servir e limpar -
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As portas que não deves entrar
As estradas que não deves passar
Vá, construa-as com a sua vida
E marque-as com a sua morte.
The White Man's Burden (Apologies to Kipling), de Victor Gillam,
revista "Judge", 1899.
RACIALISMO: “racismo
científico” que usava a
ciência para explicar
supostas diferenças
evolutivas entre os povos.
Filme “Vênus Negra”, baseado na história de Saartjie
Baartman.
Em “A Escala Unilinear das Raças Humanas e Seus Parentes
Inferiores”, de Nott e Gliddon”(1868), há comparações
feitas em imagens com crânios de negros falsamente
alargados para se parecerem com os de chimpanzés,
enquanto os crânios dos brancos são considerados
“normais”.
“Nas raças mais inteligentes, como é o caso dos parisienses, existe
um grande número de mulheres cujo cérebro se aproxima mais em
tamanho ao do gorila que ao do homem, mais desenvolvido. Essa
inferioridade é tão óbvia que ninguém pode jamais contestá-la;
apenas seu grau é digno de discussão. [...] Sem dúvida existem
algumas mulheres que se destacam, muito superiores ao homem
mediano, mas são tão excepcionais quanto o aparecimento de
qualquer monstruosidade, como um gorila com duas cabeças;
portanto, podemos deixá-las totalmente de lado.” (LE BON, 1879
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TEORIAS RACIALISTAS NO BRASIL
Teses que influenciaram intelectuais brasileiros
no final do século XIX e início do século XX.
Buscavam compreender quais eram as
possibilidades do Brasil se tornar uma nação
desenvolvida, uma vez que a maior parte de sua
população era mestiça. A saída para o país era
o branqueamento da população, viável com a
chegada de imigrantes.
Quadro de Modesto Brocos y
Gómez intitulado “A Redenção
de Cam”, 1895
Trecho de artigo do antropólogo e médico brasileiro
João Baptista Lacerda:
“A população mista do Brasil deverá ter pois, no
intervalo de um século, um aspecto bem diferente do
atual. As correntes de imigração europeia,
aumentando a cada dia mais o elemento branco
desta população, acabarão, depois de certo tempo,
por sufocar os elementos nos quais poderia persistir
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RELATIVISMO CULTURAL: para os adeptos
dessa corrente, o que estava em evidência
não era a sociedade humana no singular, mas
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sempre no plural.
CULTURALISMO: uma forma de
pensar a diversidade humana
na qual as noções de bem e
mal, certo e errado, são
relativas a cada cultura.
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“Acredito que o estado atual de nosso
conhecimento nos autoriza a dizer
que, embora os indivíduos difiram, as
diferenças biológicas entre as raças
são pequenas. Não há razão para
acreditar que uma raça seja
naturalmente mais inteligente, dotada
de grande força de vontade, ou
emocionalmente mais estável do que
outra, e que essa diferença iria
influenciar significativamente sua
cultura.” (BOAS, Franz. Antropologia
Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2009,
p. 82)
ANTROPOLOGIA ESTRUTURAL: a cultura, tal
como a vemos em diferentes grupos sociais,
reflete elementos que podem ser encontrados
em todos os seres humanos. Essa postura
implica a recusa à ideia de que a civilização
ocidental seria única e privilegiada, uma vez que
sugere que as estruturas mentais que organizam
as culturas chamadas selvagens são iguais às
que regem aquelas consideradas civilizadas.
Claude Lévi-Strauss
Como definiria em Raça e História: “Todas as
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as culturas humanas. Nas primeiras décadas do século
XX ficou claro que o pesquisador deveria “ir a campo”
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O olhar sobre o outro

  • 2.
  • 3. ANTROPOLOGIA = ANTROPOS (HOMEM) + LOGOS (PENSAMENTO/RAZÃO) Surge com o objetivo de estudar todas as formas de cultura humana. Duvidar de certezas. Dar voz aos “outros”.
  • 4. ALTERIDADE: o termo vem da palavra latina “alter”, que significa “outro”. Alteridade é o exercício de reconhecer o outro em sua diferença, sem que isso implique qualquer julgamento de valor. “O conhecimento da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento das outras culturas; e devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura possível entres tantas outras, mas não a única.” (LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2000, p.21)
  • 5. ETNOCENTRISMO: visão de mundo característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais importante do que os demais. “O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais” (LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2002, p.72.
  • 6. EVOLUCIONISMO SOCIAL: teorias antropológicas de desenvolvimento social que acreditavam que as sociedades têm início em um estado primitivo e gradualmente se tornam mais civilizadas com o passar do tempo. A humanidade era colocada em uma única linha evolutiva, na qual a sociedade passaria por estágios sucessivos e obrigatórios.
  • 7. Os “povos primitivos” seriam uma etapa anterior pela qual o homem civilizado já teria passado.
  • 8. O conceito de CIVILIZAÇÃO era utilizado para classificar, julgar e justificar o domínio sobre outros povos, com o argumento de que caberia ao mais evoluído levar o progresso aos mais primitivos. The White Man's Burden Rudyard Kipling (...) Tomai o fardo do Homem Branco - As guerras selvagens pela paz - Encha a boca dos Famintos, E proclama, das doenças, o cessar; E quando seu objetivo estiver perto (O fim que todos procuram) Olha a indolência e loucura pagã Levando sua esperança ao chão. Tomai o fardo do Homem Branco - Tem a mão-de-ferro dos reis, Mas, sim, servir e limpar - A história dos comuns. As portas que não deves entrar As estradas que não deves passar Vá, construa-as com a sua vida E marque-as com a sua morte. The White Man's Burden (Apologies to Kipling), de Victor Gillam, revista "Judge", 1899.
  • 9. RACIALISMO: “racismo científico” que usava a ciência para explicar supostas diferenças evolutivas entre os povos. Filme “Vênus Negra”, baseado na história de Saartjie Baartman. Em “A Escala Unilinear das Raças Humanas e Seus Parentes Inferiores”, de Nott e Gliddon”(1868), há comparações feitas em imagens com crânios de negros falsamente alargados para se parecerem com os de chimpanzés, enquanto os crânios dos brancos são considerados “normais”.
  • 10. “Nas raças mais inteligentes, como é o caso dos parisienses, existe um grande número de mulheres cujo cérebro se aproxima mais em tamanho ao do gorila que ao do homem, mais desenvolvido. Essa inferioridade é tão óbvia que ninguém pode jamais contestá-la; apenas seu grau é digno de discussão. [...] Sem dúvida existem algumas mulheres que se destacam, muito superiores ao homem mediano, mas são tão excepcionais quanto o aparecimento de qualquer monstruosidade, como um gorila com duas cabeças; portanto, podemos deixá-las totalmente de lado.” (LE BON, 1879 apud GOULD, 1991, p.99)
  • 11. TEORIAS RACIALISTAS NO BRASIL Teses que influenciaram intelectuais brasileiros no final do século XIX e início do século XX. Buscavam compreender quais eram as possibilidades do Brasil se tornar uma nação desenvolvida, uma vez que a maior parte de sua população era mestiça. A saída para o país era o branqueamento da população, viável com a chegada de imigrantes. Quadro de Modesto Brocos y Gómez intitulado “A Redenção de Cam”, 1895 Trecho de artigo do antropólogo e médico brasileiro João Baptista Lacerda: “A população mista do Brasil deverá ter pois, no intervalo de um século, um aspecto bem diferente do atual. As correntes de imigração europeia, aumentando a cada dia mais o elemento branco desta população, acabarão, depois de certo tempo, por sufocar os elementos nos quais poderia persistir ainda alguns traços do negro.”
  • 12. RELATIVISMO CULTURAL: para os adeptos dessa corrente, o que estava em evidência não era a sociedade humana no singular, mas as particularidades das culturas humanas, sempre no plural. CULTURALISMO: uma forma de pensar a diversidade humana na qual as noções de bem e mal, certo e errado, são relativas a cada cultura. Franz Boas “Acredito que o estado atual de nosso conhecimento nos autoriza a dizer que, embora os indivíduos difiram, as diferenças biológicas entre as raças são pequenas. Não há razão para acreditar que uma raça seja naturalmente mais inteligente, dotada de grande força de vontade, ou emocionalmente mais estável do que outra, e que essa diferença iria influenciar significativamente sua cultura.” (BOAS, Franz. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2009, p. 82)
  • 13. ANTROPOLOGIA ESTRUTURAL: a cultura, tal como a vemos em diferentes grupos sociais, reflete elementos que podem ser encontrados em todos os seres humanos. Essa postura implica a recusa à ideia de que a civilização ocidental seria única e privilegiada, uma vez que sugere que as estruturas mentais que organizam as culturas chamadas selvagens são iguais às que regem aquelas consideradas civilizadas. Claude Lévi-Strauss Como definiria em Raça e História: “Todas as sociedades humanas têm um passado da mesma ordem de grandeza… Não existem povos crianças, todos são adultos, mesmo aqueles que não tiveram diário de infância e de adolescência” (Lévi-Strauss, 1975, p. 35)
  • 14. ETNOGRAFIA (ETHNO=POVO + GRAPHEIN=ESCRITA): o método antropológico, forma especial de olhar para as culturas humanas. Nas primeiras décadas do século XX ficou claro que o pesquisador deveria “ir a campo” e não mais praticar a antropologia “de gabinete”. O antropólogo deveria ir até o nativo e coletar os próprios dados. Bronislaw Malinowski