O documento resume a história do encontro e desencontro entre marxismo e feminismo ao longo dos séculos XIX e XX, desde as primeiras tentativas de união por Flora Tristan até os debates nas décadas de 1960-1970 sobre se o gênero é uma classe ou não. Também apresenta a autora Cinzia Arruzza e seu livro "Ligações Perigosas", que defende uma união queer e unitária entre as duas teorias.
2. Libertação social e
libertação feminina:
o primeiro encontro
Encontros e
desencontros da
primeira metade do
século XX: a classe
sem gênero
Uma união queer
entre marxismo e
feminismo
O novo feminismo a
partir dos anos
1960: gênero como
classe e gênero sem
classe
3. A autora e o livro
Cinzia Arruzza: tensão criativa entre a
filosofia antiga, marxismo e feminismo.
Ligações Perigosas (2010) e Feminismo
para os 99% (2019).
Ligações perigosas como resposta a “O
casamento infeliz entre marxismo e
feminismo” (1979), de Heidi Hartmann.
4. Libertação social e
libertação feminina
Libertação social: final do século XVIII e
início do XIX (socialismo utópico,
socialismo científico e anarquismo).
Libertação feminina: revoluções
Francesa e inglesa.
Olympe de Gouges e Mary
Wollstonecraft.
Flora Tristan: o primeiro encontro.
5. Encontros e desencontros da primeira
metade do século XX: a classe sem
gênero
Inglaterra: as sufragistas que abandonam a
classe e o sufrágio feminino como problema
para a esquerda marxista.
França: os avanços da Comuna e a família
como problema para o anarquismo.
Alemanha: Clara Zetkin, August Bebel e a
organização e emancipação das mulheres.
A defesa da família por Ferdinand de
Lassale.
Rússia: os primeiros anos após a
Revolução e o amor livre de Kollontai. A
burocratização stalinista e os retrocessos
nos direitos.
Cuba: a luta das mulheres pela participação
na Revolução e os primeiros anos. O
Código de Família (1975) e os retrocessos.
6. O novo feminismo a partir dos
anos 1960: classe como gênero e
gênero sem classe
A origem da opressão, o patriarcado e o
capitalismo.
A “segunda onda” feminista: diferença e
autodeterminação.
A Nova Esquerda: efervescência do marxismo.
Gênero como classe: Christine Delphy e o
feminismo materialista; o feminismo dos
“salários para o trabalho doméstico”.
Gênero sem classe: o feminismo radical, o
femismo da diferença (francês) e a teoria queer.
7. Uma união queer
entre marxismo e
feminismo
União queer e não mais um casamento
por conveniência.
O gênero que não é essencializado.
A importância da reprodução social da
vida.
A teoria unitária e a resposta a
Hartmann.
“Desenvolver uma visão que possa dar sentido às ligações e
decifrar a complexa relação entre os vestígios patriarcais que
se movem como fantasmas em um mundo capitalista
globalizado e estruturas patriarcais que, ao contrário, foram
integradas, usadas e transformadas pelo capitalismo exige
uma renovação do marxismo. [...] Nesse sentido, interessa
saber como a classe e o gênero podem ser combinados em um
projeto político capaz de agir evitando dois perigos: a tentação
de mesclar as duas realidades fazendo do gênero uma classe
ou da classe um gênero, e a tentação de pulverizar as relações
de poder e as relações de exploração em uma série de
opressões individuais alinhadas lado a lado e relutantes em ser
incluídas em um projeto de libertação abrangente”
(ARRUZZA, 2019, p.140)