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▪ Já para o sociólogo Florestan Fernandes (-), o
preconceito de raça seria uma consequência da
posição de classe que o contingente de negros da
população brasileira ocupou em consequência da
escravidão.
▪ Para Florestan “As deformações introduzidas em
suas pessoas pela escravidão limitavam sua
capacidade de ajustamento à vida urbana, sob
regime capitalista, impedindo-os de tirar algum
proveito relevante e duradouro, em escala grupal,
das oportunidades novas”.
▪ O problema tinha origem na ordem econômica e
não cultural. Resolvido o problema da condição
social estaria resolvido o problema da
discriminação.
Interpretações sociológicas
▪ Em 1979, o sociólogo Carlos Hasenbalg (1942-2014)
publicou o livro “Discriminação e desigualdades
raciais no Brasil”. Segundo ele, a cor importa muito
quando se está diante de uma escolha entre pessoas
de cores diferentes. Em todos os planos (economia,
educação, hierarquia social) os não brancos são
desfavorecidos.
▪ Contrário à tese de que a miscigenação teria como
resultado a harmonia das relações inter-raciais. A
questão racial não pode ser também reduzida a um
problema econômico. Na sociedade competitiva, o
racismo e as desigualdades permaneceram,
agravando-se em muitos casos.
Interpretações sociológicas
▪ O sociólogo Oracy Nogueira (1917-1996) buscou
comparar o Brasil e os EUA. Elaborou os
conceitos de preconceito de marca e preconceito
de origem.
▪ Referência constante ao preconceito em todos os
estudos sobre a situação racial. Falar de questão
racial era necessariamente falar de preconceito.
▪ Nos EUA, na metade do século XX, os negros
eram proibidos de frequentar lugares destinados
aos brancos; em transportes públicos não podiam
se sentar em lugares reservados aos brancos; não
podiam utilizar o mesmo banheiro público. Eram
legalmente segregados, isolados, separados.
▪ Embora o Brasil também vivesse uma situação de
discriminação e preconceito contra os negros,
não havia uma separação radical e legalmente
garantida como na experiência norte-americana.
▪ Nas décadas de 1950 e 1960, os americanos
viveram uma luta aberta em torno da convivência
entre negros e brancos. No Brasil, tudo se
disfarçava.
▪ Existia uma diferença fundamental na natureza
dos preconceitos observados nos dois países. O
brasileiro seria o preconceito de marca, que
aparece, que se pode ver, que está na pele. O
norte-americano seria o preconceito de origem,
diz respeito à herança, ao sangue e pode não
aparecer.
▪ Um filho ou neto de negro pode nascer branco
por herança. No Brasil, essa pessoa descendente
de negros, mas branca na pele, seria
considerada branca. Nos EUA, são negros os que
se originam de negros, mesmo que a cor tenha
se alterado. É o que os americanos chamam de
“regra da única gota”.
▪ Se o que vale é o que aparece, mudando a
aparência o problema pode diminuir (tanto física
quanto materialmente). Se o que vale é a
origem, e o problema é interno, pois está no
sangue, não importa parecer branco.
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Desigualdade racial no Brasil

  • 1. Todos iguais ou muito diferentes? Discriminação racial no Brasil
  • 2. Discriminação racial ▪ Desigualdade social provocada por cor da pele ou por etnia.Tema permanente nos estudos sociológicos. ▪ Que oportunidades são estimuladas ou interditadas às pessoas por elas terem cor diferente da considerada branca?
  • 3. Teorias racialistas no Brasil ▪ Teses que influenciaram intelectuais brasileiros no final do século XIX e início do século XX. Buscavam compreender quais eram as possibilidades do Brasil se tornar uma nação desenvolvida, uma vez que a maior parte de sua população era mestiça. A saída para o país era o branqueamento da população, viável com a chegada de imigrantes. Quadro de Modesto Brocos y Gómez intitulado “A Redenção de Cam”, 1895
  • 4. Interpretações sociológicas ▪ Gilberto Freyre (1900-1987): defendia a ideia de que no Brasil a população foi perdendo a divisão nítida entre cores pela mistura, pela miscigenação. Aqui as raças teriam se fundido numa única comunidade religiosa e emocional. ▪ Em Casa Grande e Senzala (1933), enfatiza a intenção de romper com a tradição sociológica vigente até então, que via na colonização portuguesa e no contingente de negros trazidos da África o suposto atraso brasileiro.
  • 5. ▪ Gilberto Freyre rejeitava o racismo e valorizava a mestiçagem proporcionada pelo contato entre os portugueses, indígenas e brancos na formação do Brasil, afirmando que esse era o traço fundamental da riqueza nacional.
  • 6. Interpretações sociológicas ▪ Já para o sociólogo Florestan Fernandes (-), o preconceito de raça seria uma consequência da posição de classe que o contingente de negros da população brasileira ocupou em consequência da escravidão. ▪ Para Florestan “As deformações introduzidas em suas pessoas pela escravidão limitavam sua capacidade de ajustamento à vida urbana, sob regime capitalista, impedindo-os de tirar algum proveito relevante e duradouro, em escala grupal, das oportunidades novas”. ▪ O problema tinha origem na ordem econômica e não cultural. Resolvido o problema da condição social estaria resolvido o problema da discriminação.
  • 7. Interpretações sociológicas ▪ Em 1979, o sociólogo Carlos Hasenbalg (1942-2014) publicou o livro “Discriminação e desigualdades raciais no Brasil”. Segundo ele, a cor importa muito quando se está diante de uma escolha entre pessoas de cores diferentes. Em todos os planos (economia, educação, hierarquia social) os não brancos são desfavorecidos. ▪ Contrário à tese de que a miscigenação teria como resultado a harmonia das relações inter-raciais. A questão racial não pode ser também reduzida a um problema econômico. Na sociedade competitiva, o racismo e as desigualdades permaneceram, agravando-se em muitos casos.
  • 8. Interpretações sociológicas ▪ O sociólogo Oracy Nogueira (1917-1996) buscou comparar o Brasil e os EUA. Elaborou os conceitos de preconceito de marca e preconceito de origem. ▪ Referência constante ao preconceito em todos os estudos sobre a situação racial. Falar de questão racial era necessariamente falar de preconceito. ▪ Nos EUA, na metade do século XX, os negros eram proibidos de frequentar lugares destinados aos brancos; em transportes públicos não podiam se sentar em lugares reservados aos brancos; não podiam utilizar o mesmo banheiro público. Eram legalmente segregados, isolados, separados.
  • 9. ▪ Embora o Brasil também vivesse uma situação de discriminação e preconceito contra os negros, não havia uma separação radical e legalmente garantida como na experiência norte-americana. ▪ Nas décadas de 1950 e 1960, os americanos viveram uma luta aberta em torno da convivência entre negros e brancos. No Brasil, tudo se disfarçava. ▪ Existia uma diferença fundamental na natureza dos preconceitos observados nos dois países. O brasileiro seria o preconceito de marca, que aparece, que se pode ver, que está na pele. O norte-americano seria o preconceito de origem, diz respeito à herança, ao sangue e pode não aparecer.
  • 10. ▪ Um filho ou neto de negro pode nascer branco por herança. No Brasil, essa pessoa descendente de negros, mas branca na pele, seria considerada branca. Nos EUA, são negros os que se originam de negros, mesmo que a cor tenha se alterado. É o que os americanos chamam de “regra da única gota”. ▪ Se o que vale é o que aparece, mudando a aparência o problema pode diminuir (tanto física quanto materialmente). Se o que vale é a origem, e o problema é interno, pois está no sangue, não importa parecer branco. ▪ O preconceito racial no Brasil e nos EUA se manifesta de maneiras diferentes. A forma brasileira camuflava a diferença pela miscigenação, enquanto a norte-americana apresenta-se de forma mais segregacionista.
  • 11. A mulata que nunca chegou, Nátaly Neri