Este documento resume informações sobre ressuscitação cardiopulmonar (RCP), incluindo: 1) a RCP é uma série de manobras que melhoram a chance de sobrevivência após uma parada cardíaca, 2) a causa mais comum de morte súbita é cardíaca e o tratamento inicial é feito por quem estiver mais próximo através da RCP, 3) a RCP envolve compressões torácicas, ventilações e uso de desfibrilador quando disponível.
2. EpidemiologiaEpidemiologia
Parada cardíaca atendida por serviços
médicos de urgência (EUA e Canadá) -
50 a 55/100.000 pessoas/ano
25% apresentavam FV / TVsem pulso
Parada cardíaca em pacientes
hospitalizados - 3 a 6/1000 internamentos
25% apresentavam FV / TVsem pulso
3. Causas de Morte SúbitaCausas de Morte Súbita
Cardíaca
Outras causas
Trauma
Afogamento
Engasgamento
Eletrocussão
4. Morte súbita cardíaca é a morte naturalMorte súbita cardíaca é a morte natural
por causas cardíacas, manifestada pelapor causas cardíacas, manifestada pela
perda abrupta da consciência e paradaperda abrupta da consciência e parada
cardíaca, dentro de uma hora do início decardíaca, dentro de uma hora do início de
uma alteração cardiovascular agudauma alteração cardiovascular aguda
Pode haver ou não doença cardíaca pré-Pode haver ou não doença cardíaca pré-
existente, porém, o evento é inesperado.existente, porém, o evento é inesperado.
5. 2010 – Cinquentenário da2010 – Cinquentenário da
RCPRCP
Kouwenhoven WB, Jude JR, Knickerbocker GG. Closed-chest cardiac massage.
JAMA. 1960; 173: 1064-1067
““ Qualquer pessoa, emQualquer pessoa, em
qualquer lugar, pode iniciarqualquer lugar, pode iniciar
ressuscitação cardíaca…ressuscitação cardíaca…
tudo o que é necessário sãotudo o que é necessário são
duas mãos.”duas mãos.”
““ Qualquer pessoa, emQualquer pessoa, em
qualquer lugar, pode iniciarqualquer lugar, pode iniciar
ressuscitação cardíaca…ressuscitação cardíaca…
tudo o que é necessário sãotudo o que é necessário são
duas mãos.”duas mãos.”
6. Morte Súbita CardíacaMorte Súbita Cardíaca
60% a 70% das mortes súbitas
de causa cardíaca ocorrem
antes da hospitalização
Geralmente ocorrem sem que
o paciente tenha tido nenhum
sintoma prévio
7. 52%
19%
8%
21%
Pré hospitalar 24h. de internação
48h. de internação 30 dias pós IAM
Mortalidade noMortalidade no
Infarto do MiocárdioInfarto do Miocárdio
Circulation. 1994;90:2658-2655Circulation. 1994;90:2658-2655
8. Lesão Cerebral Após
Parada Cardíaca
10 seg. - Perda da consciência
4 min. - Acabam as reservas de glicose
6 min. - Depleção severa de ATP e começa
o dano celular
16 min. - Morte cerebral completa
O ATENDIMENTO DEVE SER INICIADO IMEDIATAMENTEO ATENDIMENTO DEVE SER INICIADO IMEDIATAMENTE
9. Prevenção da MortePrevenção da Morte
Súbita CardíacaSúbita Cardíaca
Deve ser o objetivo primordial
Correção dos fatores de risco
O atendimento inicial deve ser
feito por quem estiver mais
próximo
10. Fatores de RiscoFatores de Risco
CardiovascularCardiovascular
Fumo
Hipertensão arterial
Hipercolesterolemia
Diabetes
Obesidade
Sedentarismo
Idade
Sexo
História familiar
ModificáveisModificáveis Não modificáveisNão modificáveis
11. RessuscitaçãoRessuscitação
CardiopulmonarCardiopulmonar
É uma série de manobras
salvadoras de vida que
melhoram a chance de
sobrevida após uma parada
cardíaca.
Suporte básico de vida
Suporte avançado de vida
Sasson C, et al Predictors of survival from out-of-hospital cardiac arrest.
Circ. Cardiovas Qual Outcomes. 2010;3:63-81
12. Ritmos Cardíacos naRitmos Cardíacos na
Morte SúbitaMorte Súbita
Fibrilação Ventricular
Frequente no ataque cardíaco
O tratamento é a desfibrilação
elétrica
Assistolia
Especialmente quando a causa
for hipóxia. ex afogamento
Atividade elétrica sem pulso
13. Fibrilação VentricularFibrilação Ventricular
O tratamento é a desfibrilação elétrica
A desfibrilação, para ser eficaz, deve
ser feita rapidamente
A chegada rápida de um desfibrilador é
o fator que determina a sobrevida
A RCP deve ser feita de imediato até a
chegada do desfibrilador para manter a
viabilidade cerebral e cardíaca
14. Dr. Frank Paintridge
(1916-2004)
60% dos soldados americanos que
tiveram um ataque cardíaco na
Segunda Guerra Mundial morreram
na primeira hora
Teve a idéia de levar o desfibrilador
ao paciente
“Well, if that is so, we´d better go
outside and pick’em up, hadn´t
we?”
Desenvolveu o primeiro desfibrilador
portátil (3,2kg)
Criou a primeira unidade coronariana
móvel do mundo em Belfast (1966)
Dr. Paintrige com seu desfibrilador de 3,2kg
Circulation.2008;116:145-148Circulation.2008;116:145-148
16. Travers, A. H. et al. Circulation 2010;122:S676-S684
Corrente daCorrente da
SobrevivênciaSobrevivência
17. Quando a corrente daQuando a corrente da
sobrevivência ésobrevivência é
implementada de maneiraimplementada de maneira
efetiva, a sobrevida daefetiva, a sobrevida da
fibrilação ventricularfibrilação ventricular
testemunhada, que ocorretestemunhada, que ocorre
fora do hospital, é de 50%.fora do hospital, é de 50%.
Rea TD et al. Increasing use of cardiopulmonary resuscitation during out-
of hospital ventricular fibrilation arrest: survival implications of guideline
changes. Circulation, 2006;114:2760-2765
18. Suporte Básico de Vida
(RCP ou CPR)
É o tratamento inicial para a
morte súbita
Objetiva manter a viabilidade
cerebral até a chegada de
socorro especializado ou
recuperação do paciente
19. Primeiro PassoPrimeiro Passo
Avaliar a segurança do local
DETERMINAR A INCONSCIÊNCIADETERMINAR A INCONSCIÊNCIA
Tocando nos ombros
Chamando a vítima
“Você está bem?”
a vítima responde, mas necessita
atendimento médico
• Chamar SME (SAMU 192)
• Ficar ao lado da vítima
21. Segundo Passo
Reanimador Profissional
Verifica se a vítima respira. Se não
respira (ou respiração ineficaz)
considera parada cardíaca e ativa o
sistema médico de urgência
CHAMAR POR AJUDA
ATIVAR O SISTEMA MÉDICO
DE URGÊNCIA (SAMU 192)
DESFIBRILADOR (DEA)
22. Segundo PassoSegundo Passo
CHAMAR POR AJUDA
1 REANIMADOR
Deixa a vítima, ativa o SME e
volta para reanimar
2 REANIMADORES
Um ativa o SME
O outro inicia a reanimação
23. Terceiro PassoTerceiro Passo
POSICIONAR A VÍTIMA
Evitar dano à coluna cervical
(com suspeita de trauma)
Colocar a vítima deitada de
costas em superfície dura
24. Reanimação Sem VentilaçãoReanimação Sem Ventilação
“Hands- Only CPR”“Hands- Only CPR”
Na fibrilação ventricular, com desfibrilação nos
primeiros minutos, a ausência de ventilação não
mudou a sobrevida
Leigos podem ter dificuldade em fazer boca a
boca
Na reanimação de adultos, vítimas de parada
cardíaca, leigos que não se sentem
confortáveis para fazer respiração boca a boca,
devem fazer somente compressão cardíaca até
a chegada do desfibrilador
Circulation. 2008;117- April 12, 2008Circulation. 2008;117- April 12, 2008
25. Quarto Passo
DETECTAR PULSO
REANIMADORES PROFISSIONAIS
PALPAR O PULSO CAROTÍDEO
( O coração está batendo? )
Em até 10 segundos devem decidir se há pulso
presente ou não
LEIGOS
Muita dificuldade em detectar pulso
Devem considerar que se a vítima está
inconsciente (e não respira), não tem pulso
26. Quinto Passo
COMPRESSÃO TORÁCICA EXTERNA
Comprimir o terço inferior do esterno, ao
nível dos mamilos, no mínimo 5
centímetros
Frequência acima de 100 compressões
por minuto
Tempo de compressão igual ao tempo
de relaxamento
27. Quinto Passo
COMPRESSÃO TORÁCICA EXTERNA
LEIGOS
Não interrompem a compressão até a
chegada do desfibrilador
REANIMADORES PROFISSIONAIS
Podem interromper as compressões POR
NO MÁXIMO 10 SEGUNDOS para
• Verificar o pulso
• Entubação traqueal
• Desfibrilar
28. Sexto PassoSexto Passo
DESFIBRILAÇÃO COM DEA
Buscar DEA (se disponível próximo)
Ligar e colocar os eletrodos do DEA
Seguir instruções do aparelho
Retomar compressões após o choque
(minimizar interrupções)
30. Reanimação Básica em Adultos
Algorítimo Simplificado
Não responde
Não respira ou
respiração ineficaz
(gasping)
Chame
Serviço Médico de Emergência
Obtenha o Desfibrilador
Inicie RCP
Cheque o ritmo /
desfibrile caso indicado
Repita a cada 2 minutos
Travers, A. H. et al. Circulation 2010;122:S676-S684
Pressione Forte
Pressione
Rápido
31. Sétimo PassoSétimo Passo
ABRIR AS VIAS AÉREAS
Há obstrução provocada pela
musculatura da língua e pela epiglote,
fechando a laringe
Extensão do pescoço
Levantamento do queixo
32. Técnicas para aTécnicas para a
Abertura da Via AéreaAbertura da Via Aérea
Levantamento do queixo (chin lift)
Mais fácil
Leigos treinados e Reanimadores
profissionais
Levantamento do ângulo da
mandíbula (jaw thrust)
Reanimadores profissionais
Quando houver suspeita de trauma
cervical (2% dos casos de trauma)
33. Oitavo PassoOitavo Passo
VENTILAÇÃO BOCA A BOCA
Iniciar com 2 ventilações suficientes para que
possa ver o tórax da vítima elevar-se
Respirar normalmente antes de ventilar
Ventilações rápidas causam distensão gástrica
Cada ventilação em 1 segundo
Não fazer ventilações superpostas (efeito em
escada)
34. Ventilação X CompressãoVentilação X Compressão
Frequência de compressão acima
100 por minuto com 1 ou 2
reanimadores
Fazer pausa curta para ventilação
(2X) após a 30a
compressão (30x2)
Após entubar o paciente não é
necessária a pausa
35. Técnica com 2
Reanimadores
DOIS REANIMADORES
O segundo reanimador ativa o
serviço médico de urgência e
providencia o desfibrilador
Os reanimadores se alternam na
compressão cardíaca a cada 2
minutos
36. Mensagens ImportantesMensagens Importantes
“Hands only CPR” só deve ser feita
nos primeiros minutos após uma
parada cardíaca.
Após alguns minutos a ventilação é
importante. Abrir a via aérea e ventilar
Numa vítima de afogamento ou outra
causa de asfixia, fazer 5 ciclos de
CRP convencional (A-B-C) antes de
ativar o Sistema Médico de Urgência
37. Outras causas de MorteOutras causas de Morte
SúbitaSúbita
Eletrocussão
Afogamento
Engasgamento
38. Corpo EstranhoCorpo Estranho
A obstrução completa da via aérea é uma
emergência que, se não tratada, leva a
óbito em poucos minutos
Em adultos ocorre frequentemente durante
a refeição. A carne é a maior causa de
obstrução
Esta relacionada à tentativa de engolir
pedaços grandes de comida, associada a
pouca mastigação, a ingestão de bebidas
alcoólicas e ao uso de dentaduras
Deve ser diferenciada do ataque cardíaco
40. Corpo EstranhoCorpo Estranho
A manobra de Heimlich é o tratamento
recomendado para obstrução de via
aérea por corpo estranho, exceto em
obesos e grávidas.
Deve ser repetida até desobstruir ou
até a vítima desmaiar. Se desmaiar,
eleva-se a mandíbula e tenta-se
remover o corpo estranho com o dedo.
42. Algoritmo de Suporte Básico de Vida
Inconsciente
Sem respiração
ou respiração ineficaz
Ativar Sistema Médico de Emergência
Obter DEA/Desfibrilador
ou enviar um segundo socorrista
(se disponível) para realizar esta tarefa
Checar pulso
(por até 10 s)
. Ventilar 1x cada 5s
Reavaliar pulso com
intervalos de 2 min
11
22
33
3A3A
RCP de Alta Qualidade
• Frequência de no mínimo
100/min
• Compressão cardíaca de ao
menos 5 cm
• Permite a desinsuflação
completa do tórax após cada
compressão
• Minimiza as interrupções na
compressão do tórax
• Evita ventilação excessiva
RCP de Alta Qualidade
• Frequência de no mínimo
100/min
• Compressão cardíaca de ao
menos 5 cm
• Permite a desinsuflação
completa do tórax após cada
compressão
• Minimiza as interrupções na
compressão do tórax
• Evita ventilação excessiva
Com Pulso
Sem Pulso
Iniciar ciclos de
30 COMPRESSÕES e 2 VENTILAÇÕES
44
Chegada do desfibrilador
55
Checar ritmo
Ritmo? FV/TV
66
Retomar RCP imediatamente por 2 min
Checar o ritmo em intervalos de 2 min; continuar
até ser substituído por socorristas do S A V,
ou até a vítima começar a movimentar-se
88
NãoSim
Administrar 1 choque
Retomar RCP
imediatamente por 2 min
77
Nota: As caixas delimitadas por linhas
pontilhadas devem ser realizadas
somente por reanimadores profissionais
e não por socorristas leigos
43. BibliografiaBibliografia
Consenso Nacional de Ressuscitação
Cardiorespiratória, SBC, Comissão Nacional de
Ressuscitação Cardiorespiratória Arq Bras
Cardiol. Junho , 1996- Vol 66, N 06
2005 International Consensus on Cardiopulmonary
Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care
Science with Treatment Recommendations
Circulation Vol 112, N 22 November 22 2005
American Heart Association Guidelines for
Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
Cardiovascular Care.
Circulation. 2010;122(suppl 3);S640-946 (Oct 2010)