SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 32
Baixar para ler offline
1. Introdução ao Eletromagnetismo – Tópicos de Cálculo

A compreensão da teoria de eletromagnética é enormemente facilitada quando o
estudante tem uma boa compreensão da análise vetorial bem como das
operações como gradiente, divergente e rotacional entre outras. Por isso é
imprescindível compreender bem o significado geométrico/matemático dessas
operações.


1. Operador nabla; Gradiente; Divergência; Rotacional.


1.1 Operador nabla
O operador ∇ é um operador vetorial diferencial, denominado nabla ou del, o
qual é definido no sistema de coordenadas cartesiana como:
           ∂   ∂  ∂
    ∇=x      +y +z .                                                                     (1)
          ∂x   ∂y ∂z

Este operador não tem significado físico nem geométrico. Por ser um operador,
pode-se à esquerda aplica-lo a uma função à direita.
                     Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                    © Prof. João Antônio de Vasconcelos
Exemplo: Escreva a expressão do operador diferencial f ∇ ;                                           v⋅ ∇   e   v× ∇   .

1.2 Gradiente
Considere a função escalar f, contínua e com derivadas pelo menos até primeira
ordem:
     f = f (r = f ( x, y, z) .
             )                                                                                                             (2)
O gradiente da função f, grad f, é um vetor definido por:
          ∂f  ∂f  ∂f
    ∇f = x + y + z                .                                                                                        (3)
          ∂x  ∂y  ∂z

O grad f é um vetor que dá como resultado a máxima variação da função e a
direção em que esta máxima variação ocorre.

Verificação:
a) Qual o significado geométrico da direção fornecida pelo gradiente?
Considere o vetor posição r=xx+yy+zz. O deslocamento elementar dl = dr é
dado por:
                                 Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                                © Prof. João Antônio de Vasconcelos
dl = dr = xdx+ydy+zdz.                                                                      (4)
Realizando o produto escalar entre Eqs. (3) e (4) resulta em:


                ∂f     ∂f   ∂f
    ∇f ⋅ dl =      dx + dy + dz = df                                                             (5)
                ∂x     ∂y   ∂z

Esse resultado nada mais é do que a diferencial df. Se f(x,y,z) = C, onde C é uma
constante, o resultado obtido ao se substituir f(x,y,z) = C em (5) é df = 0. Se
f(x,y,z) não é uma constante, a diferencial de f é nula (df = 0) somente se
       ∇f ⊥ dl.                                                                                  (6)
Como a diferencial df ao longo da superfície equipotencial é nula (qualquer
deslocamento elementar dl deve ser tangente à superfície equipotencial)
concluímos através de (5) que o gradiente de uma função f(r) é perpendicular à
superfície (equipotencial) f = constante.
       ∇ f ⊥ f( r) = C   .                                                                       (7)
Da Eq. (5) vemos que a variação df é máxima quando o deslocamento dl for
paralelo ao gradiente. Por outro lado, o gradiente é perpendicular à superfície
                             Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                            © Prof. João Antônio de Vasconcelos
f = constante, donde podemos concluir que a direção do gradiente dá a máxima
variação df da função f.
    ∇f // direção de df max .                                                                   (8)
b) E o módulo do gradiente? O que ele fornece como informação?
Considere o elemento de arco em coordenadas cartesianas

    dl=|dl|=[dx2+dy2+dz2]1/2.                                                                   (9)

Dividindo membro a membro a Eq. (5) pela (9), obtém-se:

    ∇f ⋅ dl            df
            = ∇f ⋅ u =      .                                                                   (10)
     | dl|             dl

Se dl é paralelo ao gradiente de f, logo u é um vetor unitário na direção do
gradiente e o resultado ∇f ⋅ u = ∇f . Portanto, o módulo do gradiente de f dá como
resultado a máxima taxa de variação da função, isto é:

           df 
     ∇f =                                                                                     (11)
           dl  max

                            Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                           © Prof. João Antônio de Vasconcelos
grad f(P2)
                                                                  f = C2

                                          grad f(P1)
                                                             f = C1




Assim, podemos repetir: O grad f é um vetor que dá como resultado a máxima
variação da função e a direção em que esta máxima variação ocorre.

Expressões do Gradiente nos Sistemas de Coordenadas:
 a) Cartesianas
             ∂f   ∂f ∂f
    ∇f = x      +y +z     .                                                                (12)
             ∂x   ∂y ∂z

  b)Cilíndricas
             ∂f     ∂f   ∂f
    ∇f =       +.     +z     .                                                            (13)
             ∂ρ    ρ∂α   ∂z


                       Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                      © Prof. João Antônio de Vasconcelos
c) Esféricas
          ∂f    ∂f       1     ∂f
    ∇f = r +      +.                     .                                                 (14)
          ∂r   r∂θ    rsin(θ ) ∂α

1.3 A Divergência
Seja v = v(r) = vx(x,y,z)x + vy(x,y,z)y + vz(x,y,z)z uma função vetorial contínua
e com derivadas contínuas pelo menos até à primeira ordem. Por definição, o
escalar

             ∂v x ∂v y ∂v z
     ∇⋅v ≡       +    +                                                                     (15)
              ∂x   ∂y   ∂z

é a divergência do vetor v (div v).



Significado Físico:
A divergência de um campo vetorial v(r), div v(r), dá como resultado o fluxo
líquido (fluxo que sai – fluxo que entra) por unidade de volume.


                        Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                       © Prof. João Antônio de Vasconcelos
Obs.: A divergência se aplica a um campo vetorial e dá como resultado um
escalar.

Ilustração Geométrica:


                 div v(r)  0                               div v(r) = 0                     div v(r)  0




Dedução:
Considere a lei de Gauss:

    ∫ D.ds = Q
     s
                                                                                                            (16)
Vamos aplicá-la à superfície fechada que envolve o volume infinitesimal, com
centro no ponto P, ilustrado a seguir:


                                Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                               © Prof. João Antônio de Vasconcelos
z


                                                                                                 D = Dxox + Dyoy + Dzoz
                                                                   P
                                                ∆z


                                                                                   ∆x
                                                                   ∆y



                                                                                            y

                       x




A superfície que envolve o volume é o resultado da soma das superfícies laterais.
Logo,

    ∫ D.ds = ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds
     s        frente           atrás          esq .        dir .        topo        base
                                                                                                                          (17)

Vamos considerar separadamente cada uma das integrais do lado direito de (17).


                                       Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                                      © Prof. João Antônio de Vasconcelos
a) Face da Frente

    ∫ D.ds ≈ D.∆s
     frente
                      frente   = D.∆y∆zx = Dx , frente ∆y∆z                                           (18)

  O valor de Dx na face frontal pode ser aproximado através da expansão de
  Taylor:
                           ∆x ∂Dx
    Dx , frente = Dx 0 +                                                                              (19)
                           2 ∂x

  onde Dx0 é o valor de Dx no ponto central P. Substituindo este resultado em
  (18), tem-se:

                     ∆x ∂Dx 
    ∫frente 
      D.ds ≈  Dx 0 +
                      2 ∂x 
                              ∆y∆z                                                                   (20)

b) Face de Trás

    ∫ D.ds ≈ D.∆s
     atrás
                      atrás   = − D.∆y∆zx = − Dx , atrás ∆y∆z                                         (21)
  O valor de Dx na face de trás, empregando a expansão de Taylor, é:


                                  Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                                 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
∆x ∂Dx
    Dx , atrás = Dx 0 −                                                                                (22)
                          2 ∂x

  Substituindo este resultado em (21), tem-se:

                      ∆x ∂Dx 
    ∫atrás
      D.ds ≈ − Dx 0 −
                      2 ∂x 
                               ∆y∆z                                                                   (23)

Somando as contribuições das duas faces (Eqs. (20) + (23)) temos:
                           ∂Dx
    ∫ D.ds + ∫ D.ds ≈
     frente     atrás       ∂x
                               ∆x∆y∆z                                                                  (24)

Esta equação dá como resultado o fluxo líquido que deixa a superfície na direção
x.

De modo análogo, as contribuições das faces da base + topo e esq.+dir. são:
                            ∂D y
    ∫ D.ds + ∫ D.ds ≈
     esq.       dir .       ∂y
                                   ∆x∆y∆z                                                              (25)



                                   Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                                  © Prof. João Antônio de Vasconcelos
∂D z
    ∫ D .d s + ∫ D . d s ≈
     base             topo            ∂z
                                          ∆ x ∆ y∆ z                                                     (26)

Estes três resultados somados (Eqs. (24) + (25) + (26)) permitem então avaliar o
fluxo líquido que deixa a superfície fechada envolvendo o cubo, isto é:

    ∫ D.ds = ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds
     s            frente     atrás          esq.        dir .        topo         base

                 ∂D  ∂D y ∂Dz                                                                          (27)
               ≈ x +
                 ∂x      +     ∆x∆y∆z
                               
                      ∂y   ∂z 

Dividindo ambos os lados de (27) por ∆x∆y∆z e tomando o limite de
∆v = ∆x∆y∆z 0, tem-se:Æ
         lim
                 ∫ D.ds
                  s      ∂D
                       = x +
                              ∂D y ∂Dz 
                                  +     = ∇⋅ D
                         ∂x
                 ∆x∆y∆z       ∂y   ∂z                                                                  (28)
    ∆x∆y∆z → 0
                                       

Este resultado é por definicão a divergência do campo vetorial D.

Da lei de Gaus (Eq. (16)) , fica óbvio que
     ∇ ⋅ D = ρ (x, y, z)                                                                                 (29)
                                     Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                                    © Prof. João Antônio de Vasconcelos
Expressão da Divergência de um Potencial Vetor A nos Sistemas
de Coordenadas:
                           ∂D   ∂D   ∂D
Cartesianas(x,y,z): ∇⋅ D =    +    +  x         y         z

                                    ∂x       ∂y      ∂z

                                   1 ∂ ( ρDρ ) 1 ∂Dα ∂Dz
Cilíndricas(ρ,α,z):       ∇⋅D =               +      +
                                   ρ ∂ρ         ρ ∂α   ∂z

                                    1 ∂(r 2 Dr )     1 ∂( sinθDθ )     1 ∂Dα
Esféricas(r,θ,α):         ∇⋅D =                  +                 +
                                   r 2
                                         ∂r        rsinθ    ∂θ       rsinθ ∂α




1.4 Rotacional
Em coordenadas cartesianas, o produto vetorial entre o operador nabla e um
campo vetorial v pode ser escrito da seguinte forma:

             x      y      z
     ∇ × v = ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z
                                                                                             (30)
            vx      vy    vz

ou
                         Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                          © Prof. João Antônio de Vasconcelos
∇ × v = (∂v z ∂y − ∂v y ∂z )x + (∂v x ∂z − ∂v z ∂x )y + (∂v y ∂x − ∂v x ∂y )z               (31)
Significado Físico:
O rotacional de um campo vetorial v(r), rot v(r), dá como resultado um vetor
cujos componentes x,y e z dão a circulação desse campo vetorial por unidade de
área respectivamente nos planos normais a esses componentes.
Obs.: O rotacional se aplica a um campo vetorial e dá como resultado um vetor.

Ilustração Geométrica:


                                                z
                                                                      n
                                                                          (rot v)n




                                                                                 y


                                           x



                            Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                           © Prof. João Antônio de Vasconcelos
Dedução:
Considere a figura abaixo, a qual será utilizada para aplicação da lei de Ampère
ao percurso diferencial fechado.


                                    z
                                                               (rot H)n
                                                   4          n             3


                                                                      2
                                             1


                                                 H=H0=Hxox + Hyoy + Hz0z


                                                                             y



                                x




A integral de linha fechada de H.dl, Eq. (32), é conhecida como Lei de Ampère.


                      Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                     © Prof. João Antônio de Vasconcelos
∫ H .dl = ∫ J .ds                                                                                    (32)
É suposto que uma densidade de corrente, não especificada, produza no centro
da face um campo de referência Ho. Aplicando a Eq. (32) ao percurso fechado
1 -2-3-4-1 da figura anterior, obtem-se:
               2                  3          4           1

    ∫ H .dl = ∫ H .dl + ∫ H .dl + ∫ H .dl + ∫ H .dl
               1                  2          3           4
                                                                                                          (33)

A integral sobre o lado 1-2 pode ser aproximada por:
    2

    ∫ H .dl ≈ H
    1
                   y,1 - 2   ∆y                                                                           (34)

O valor de Hy sobre este lado pode ser aproximado por:

                             ∆x ∂H y
    H y,1 - 2 = H y0 +                                                                                    (35)
                             2 ∂x

Substituindo a Eq. (35) em (34) tem-se:



                                      Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                                     © Prof. João Antônio de Vasconcelos
        ∆x ∂H y 
    2

    ∫ H .dl ≈  H y0 +
              
                      2 ∂x 
                                ∆y
                                                                                                  (36)
    1


Se se considera agora o percurso 3-4, tem-se:

                       ∆x ∂H y 
    4

    ∫ H .dl ≈ − H y0 −
               
                       2 ∂x  .
                                 ∆y
                                                                                                  (37)
    3


Somando-se as contribuições dos percuros 1-2+3-4, Eqs. (36) + (37), tem-se:
    2        4
                          ∂H y
    ∫ H .dl + ∫ H .dl ≈   ∂x
                                 ∆x∆y .                                                            (38)
    1        3




De forma análoga, para a contribuição dos percursos 2-3+4-1, tem-se:
    3        1
                            ∂H x
    ∫ H .dl + ∫ H .dl ≈ −    ∂y
                                 ∆x∆y .                                                            (39)
    2        4




Com estes resultados, a integral de linha fechada para o elemento de área
diferencial se resume a:
                               Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                              © Prof. João Antônio de Vasconcelos
 ∂H y ∂H x            
     ∫ H .dl ≈ 
                ∂x − ∂y
               
                                       ∆x∆y .
                                      
                                      
                                                                                                         (40)

O lado direito da Eq. (32) pode ser avaliado no elemento de área diferencial
como:

     ∫ J .ds ≈ J ∆x∆y .
               z                                                                                         (41)
Assim, a Eq. (32), pode ser reescrita usando (40) e (41):

                ∂H y ∂H x            
     ∫ H .dl ≈ 
                ∂x − ∂y
               
                                      ∆x∆y ≈ J z ∆x∆y .
                                      
                                      
                                                                                                         (42)

ou

     ∫ H .dl ≈ ∂H       y
                            −
                                ∂H x
                                     ≈ Jz .
     ∆x∆y          ∂x            ∂y                                                                      (43)

Tomando o limite de ∆x∆x tendendo a zero, obtem-se:



                                     Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                                    © Prof. João Antônio de Vasconcelos
lim
              ∫ H .dl = ∂H   y
                                 −
                                     ∂H x
                                          = Jz
    ∆x∆y →0   ∆x∆y      ∂x            ∂y                                                                 (44)


Se se escolhe percursos fechados orientados perpendicularmente a x e y,
equações similares à Eq. (44) podem ser obtidas (veja Eqs. (45) e (46)).



     lim
              ∫ H .dl = ∂H   z
                                 −
                                     ∂H y
                                             = Jx
    ∆y∆z →0   ∆y∆z      ∂y             ∂z                                                                (45)




     lim
              ∫ H .dl = ∂H   x
                                 −
                                      ∂H z
                                           = Jy
    ∆x∆z →0   ∆x∆z      ∂z             ∂x                                                                (46)


As Eqs. (44) a (46) mostram que os componentes da densidade de corrente
podem ser obtidos tomando-se o quociente entre a integral de linha fechada do
campo magnético em um percurso infinitesimal no plano perpendicular a cada
um desses componentes pela área envolvida quando esta tende a zero.
                                     Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                                    © Prof. João Antônio de Vasconcelos
Este resultado recebe o nome de Rotacional.

De uma forma geral, o componente n do rotacional de um campo vetorial A
qualquer, (rot A)n, é dada por:



    ( rot A) n = lim
                         ∫ A.dl
                ∆sn →0    ∆sn                                                                                   (47)



Expressão do Rotacional de um Campo Vetorial A nos Sistemas de
Coordenadas:
Cartesianas(x,y,z): ∇ × A =  ∂A − ∂A x +  ∂A − ∂A y +  ∂A − ∂A z
                            
                                      
                                      
                                           z      y
                                                           x
                                                                    z           x      z

                                       ∂y     ∂z       ∂z      ∂x        ∂z     ∂x 

                                  1 ∂A z ∂A α              ∂A ρ ∂A z         1 ∂(ρA α ) 1 ∂A ρ 
Cilíndricas(ρ,α,z):               ρ ∂α − ∂z
                            ∇× A=                      + 
                                                            ∂z − ∂ρ      . + 
                                                                                ρ ∂ρ − ρ ∂α  z   
                                                                                               
                                        1  ∂ (sin θA α ) ∂A θ  1  1 ∂A r ∂( rA α )  1  ∂( rA θ ) ∂A r 
Esféricas(r,θ,α):           ∇× A =                      −     r +         −         +          −     .
                                      rsin θ    ∂θ        ∂α  r  sin θ ∂α   ∂r  r  ∂r             ∂θ 



                                Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                               © Prof. João Antônio de Vasconcelos
2. Operadores e Operações de Segunda Ordem.

Pode-se formar com o operador diferencial nabla, dois operadores de segunda
ordem:
    ∇×∇                                                                                  (48)
e
    ∇⋅∇                                                                                  (49)

As expressões em coordenadas cartesianas são respectivamente:




                     Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                    © Prof. João Antônio de Vasconcelos
x     y     z
           ∂    ∂     ∂      ∂2      ∂2        ∂2      ∂2   ∂2           ∂2 
    ∇×∇ =                    ∂y∂z − ∂z∂y  + y  ∂z∂x − ∂x∂z  + z  ∂x∂y − ∂y∂x 
                         = x                                                 
          ∂x    ∂y    ∂z                                                              (50)
           ∂    ∂     ∂
          ∂x    ∂y    ∂z

e

              ∂2 ∂2  ∂2
    ∇⋅∇ = ∇ = 2 + 2 + 2
            2
                                                                                            (51)
             ∂x  ∂y  ∂z

A operação dada em (48) não tem um nome específico, entretanto em (49) o
operador é conhecido por Laplaciano.
Expressão do Laplaciano nos Sistemas de Coordenadas:
Cartesianas(x,y,z): ∇ = ∂ + ∂ + ∂
                                 2      2      2
                          2

                               ∂x 2   ∂y 2   ∂z 2

                               1 ∂   ∂    1 ∂2  ∂2
Cilíndricas(ρ,α,z):     ∇2 =       (ρ ) + 2    + 2
                               ρ ∂ρ ∂ρ ρ ∂α 2 ∂z

                               1 ∂ 2 ∂           1    ∂         ∂    1     ∂2
Esféricas(r,θ,α):       ∇2 =          (r    )+ 2         (sin θ ) + 2 2
                               r 2 ∂r    ∂r   r sin θ ∂θ       ∂θ r sin θ ∂α 2


                        Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                       © Prof. João Antônio de Vasconcelos
Sendo o operador Laplaciano é um escalar, ele pode ser aplicado a uma função
escalar ou vetorial.

    ∇ ⋅ ∇f = ∇ 2 f                                                                                  (52)

    ∇ 2 A = ∇ 2 ( A x x + A y y + A z z) = ∇ 2 A x x + ∇ 2 A y y + ∇ 2 A z z                        (53)
Em (52), o Laplaciano pode ser interpretado como sendo a divergência do
gradiente. Em (53) esta interpretação não é válida, pois o gradiente não se aplica
a uma função vetorial. Em (53), quando é o sitema de coordenadas cartesianas,
as componentes do Laplaciano de uma função vetorial são os Laplacianos das
componentes cartesianas.

Em sistemas de coordenadas curvilíneas, em geral tem-se:


    ∇ 2 A = ∇ 2 ( A 1 u 1 + A 2 u 2 + A 3 u 3 ) ≠ ∇ 2 A 1u 1 + ∇ 2 A 2 u 2 + ∇ 2 A 3 u 3            (54)

                                Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                               © Prof. João Antônio de Vasconcelos
Isto se deve ao fato de que os unitários curvilíneos são função do ponto e não
podem portanto serem extraídos da operação de diferenciação. As expressões em
coordenadas curvilíneas podem ser encontradas na página 17 do livro
Eletromagnetismo (Annita Macedo).

O operador ∇ × ∇ , dado em (48), aplicado a uma função de ponto será sempre nulo
se a função for contínua e tiver contínuas as derivadas segundas mistas. Isto só
não ocorre com as grandezas do eletromagnetismo [AnnitaMacedo]. A Tabela a
seguir mostra outras operações possíveis com este operador.

                             Operações com o Operador Nabla
     ( ∇ × ∇ )f = ∇ × ( ∇ f ) = 0                                                                (55)
     (∇ × ∇) ⋅ A = 0                                                                             (56)
     (∇ × ∇) × A = 0                                                                             (57)
                      ∂Ax        ∂Ay       ∂A
     ∇ (∇ ⋅ A) = ∇(       ) + ∇(     ) + ∇( z )                                                  (58)
                      ∂x          ∂y        ∂z


                             Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                            © Prof. João Antônio de Vasconcelos
∇ ⋅ (∇ × A ) = 0                                                                           (59)
     ∇ × (∇ × A) = ∇ (∇ ⋅ A) − ∇ 2 A                                                            (60)



De (55), pode-se concluir que se o campo é irrotacional, então ele pode ser
escrito como sendo o gradiente de um escalar:
    ∇×A = 0             ⇒    A = ∇f      .                                                      (61)

Se além de ser irrotacional, o campo for soleinodal (div A = 0), então:

    ∇⋅A = 0             ⇒    ∇2f = 0 .                                                          (62)

Se o gradiente de uma função for irrotacional e solenoidal, ela é dita ser
harmônica.




                            Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                             © Prof. João Antônio de Vasconcelos
3. Teoremas em Eletromagnetismo (Gauss e Stokes)

O teorema da divergência ou de Gauss estabelece que a integral de volume da
divergência de qualquer campo vetorial é igual à integral de superfície fechada
da componente normal desse campo à superfície S.



    ∫∫∫ ∇ ⋅ Adv = ∫∫ A ⋅ ds                                                              (63)


                                              n



             s
                                                  V




                     Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                    © Prof. João Antônio de Vasconcelos
O teorema de Stokes estabelece que a integral de superfície aberta da
componente normal do rotacional de qualquer campo vetorial à superfície S é
igual à integral desse campo ao longo do percurso fechado que limita S.



    ∫∫ ∇ × A ⋅ ds = ∫ A ⋅ d l
      s                                                                                     (64)




                                                                    (rot H)n
                                                          n



                                                                       s

                                  l

                         Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                        © Prof. João Antônio de Vasconcelos
4. Função Delta de Dirac
Essa função embora possa parecer um pouco estranha, ela é muito útil em
eletromagnetismo. Considere a função abaixo:


                     0             se | x − x 0 |  1
                                                                2m
    δm ( x − x 0 ) = 
                     1             se | x − x 0 |  1                                        (65)
                                                                2m
onde m é um escalar positivo com dimensão m-1. A figura abaixo ilustra esta
função.

Considere agora uma região qualquer R sobre o eixo x. Se R conter o intervalo
x-1/2m  x  x+1/2m, então a integral de δm(x-x0) sobre esta região será sempre
igual a unidade. Caso contrário será nula.




                          Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                         © Prof. João Antônio de Vasconcelos
δm(x-x0)



                m




                                  x0-1/2m            x0           x0+1/2m
                                                                                           x
                                                  1/m


Isto é:


                         0             se | x − x 0 |  1 / 2m ∉ R
     ∫ δm (x − x 0 )dx = 1
     R                                 se | x − x 0 |  1 / 2m ∈ R                            (66)



                       Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                      © Prof. João Antônio de Vasconcelos
Numericamete, essa integral é a área hachurada da figura anterior, a qual tem
valor unitário independente do valor de m.

A função delta de Dirac pode agora ser definida como:

     δ( x − x 0 ) ≡ lim δ m ( x − x 0 )                                                       (67)
                    m→∞


Com essa definição, verifica-se que δ( x − x 0 ) = 0 se x≠x0, e

                       0               se x 0 ∉ R
     ∫ δ(x − x 0 )dx = 1
     R                                 se x 0 ∈ R                                            (68)




                          Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                         © Prof. João Antônio de Vasconcelos
δ (x-x0)




                                                                 x0             x


As propriedades desta distribuição que nos interessam são dadas a seguir: Esta
distribuição é simétrica em relação a seu ponto singular e seu produto por uma
função finita será sempre igual a zero, exceto para o ponto singular, o que mostra
a equação.


    δ( x − x 0 ) = δ( x 0 − x )                                                                (69)

    f ( x )δ( x − x 0 ) = f ( x 0 )δ( x − x 0 )                                                (70)
                           Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                          © Prof. João Antônio de Vasconcelos
0        se x 0 ∉ R
     ∫ f (x)δ(x − x 0 )dx = f (x 0 ) se x 0 ∈ R
     R                                                                                      (71)


De forma sucinta, essa última equação estabelece que a integral do produto de
uma função pela delta de Dirac é igual ao valor da função no ponto que anula o
argumento da delta.

Para duas e três dimensões, análises similares podem ser feitas. Em duas e três
dimensões, a delta de Dirac é definida como:


    δ(r − r0 ) = δ( x − x 0 )δ( y − y 0 )                                Æ        em 2D      (72)

    δ(r − r0 ) = δ( x − x 0 )δ( y − y 0 )δ(z − z 0 )                     Æ        em 3D      (73)
As propriedades da delta em 2D e 3D são similares àquelas em 1D. Finalmente,
as expressões para a delta de Dirac em coordenadas cartesianas e esféricas são
dadas na pág. 28 do livro Eletromagnetismo (Annita Macedo).
                         Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                        © Prof. João Antônio de Vasconcelos
LISTA DE EXERCÍCIOS 01
DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO
PROF. JOÃO ANTÔNIO DE VASCONCELOS



1) Usando coordenadas e componentes cartesianas, demonstre as equações A.1.56 e A.1.57 (pág. 624) do livro
   texto.

2) Resolva o problema 1.3.5 da página 10 do livro texto.

3) Explique em poucas palavras o significado do gradiente, da divergência e do rotacional.

4) O que é um campo solenoidal? E irrotacional?

5) Explique o teorema de Stokes e da Divergência?

6) Resolva o problema 1.5.3 da página 19 do livro texto.

7) Resolva o problema 1.5.6 da página 19 do livro de eletromagnetismo.

                                                               .




                                Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000
                                               © Prof. João Antônio de Vasconcelos

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Função logarítmica como inversa da exponencial
Função logarítmica como inversa da exponencialFunção logarítmica como inversa da exponencial
Função logarítmica como inversa da exponencialPaulo Mutolo
 
Exercicios-resolvidos-de-calculo-i (1)
Exercicios-resolvidos-de-calculo-i (1)Exercicios-resolvidos-de-calculo-i (1)
Exercicios-resolvidos-de-calculo-i (1)Gi Olli
 
Energia potencial e conservaçao
Energia potencial e conservaçaoEnergia potencial e conservaçao
Energia potencial e conservaçaoAdrianne Mendonça
 
Potencial elétrico
Potencial elétricoPotencial elétrico
Potencial elétricofisicaatual
 
Fatoração de polinômios
Fatoração de polinômiosFatoração de polinômios
Fatoração de polinômiosCintia Frontino
 
Slides eletrostatica
Slides eletrostaticaSlides eletrostatica
Slides eletrostaticaWarlle1992
 
Soluções - Química geral para engenharia
Soluções - Química geral para engenhariaSoluções - Química geral para engenharia
Soluções - Química geral para engenhariaJoana Gomes
 
Operações com potências (parte i)
Operações com potências (parte i)Operações com potências (parte i)
Operações com potências (parte i)aldaalves
 
Equações Algébricas e Transcendentes - Isolamento de Raízes - @professorenan
Equações Algébricas e Transcendentes - Isolamento de Raízes - @professorenanEquações Algébricas e Transcendentes - Isolamento de Raízes - @professorenan
Equações Algébricas e Transcendentes - Isolamento de Raízes - @professorenanRenan Gustavo
 
Potencial elétrico
Potencial elétricoPotencial elétrico
Potencial elétricoBetine Rost
 
7. níveis de energia
7. níveis de energia7. níveis de energia
7. níveis de energiaRebeca Vale
 
Gráfico de uma função modular
Gráfico de uma função modularGráfico de uma função modular
Gráfico de uma função modularjvcastromattos
 
Cargas e processos de eletrização
Cargas e processos de eletrizaçãoCargas e processos de eletrização
Cargas e processos de eletrizaçãoviriginia
 
Aula 10 - Transformações químicas e energia
Aula 10 - Transformações químicas e energiaAula 10 - Transformações químicas e energia
Aula 10 - Transformações químicas e energiaMaiquel Vieira
 

Mais procurados (20)

Função logarítmica como inversa da exponencial
Função logarítmica como inversa da exponencialFunção logarítmica como inversa da exponencial
Função logarítmica como inversa da exponencial
 
Inequações
InequaçõesInequações
Inequações
 
Exercicios-resolvidos-de-calculo-i (1)
Exercicios-resolvidos-de-calculo-i (1)Exercicios-resolvidos-de-calculo-i (1)
Exercicios-resolvidos-de-calculo-i (1)
 
Energia potencial e conservaçao
Energia potencial e conservaçaoEnergia potencial e conservaçao
Energia potencial e conservaçao
 
Potencial elétrico
Potencial elétricoPotencial elétrico
Potencial elétrico
 
Fatoração de polinômios
Fatoração de polinômiosFatoração de polinômios
Fatoração de polinômios
 
Slides eletrostatica
Slides eletrostaticaSlides eletrostatica
Slides eletrostatica
 
Soluções - Química geral para engenharia
Soluções - Química geral para engenhariaSoluções - Química geral para engenharia
Soluções - Química geral para engenharia
 
Operações com potências (parte i)
Operações com potências (parte i)Operações com potências (parte i)
Operações com potências (parte i)
 
Equações Algébricas e Transcendentes - Isolamento de Raízes - @professorenan
Equações Algébricas e Transcendentes - Isolamento de Raízes - @professorenanEquações Algébricas e Transcendentes - Isolamento de Raízes - @professorenan
Equações Algébricas e Transcendentes - Isolamento de Raízes - @professorenan
 
Aula0803
Aula0803Aula0803
Aula0803
 
Eletrostática
EletrostáticaEletrostática
Eletrostática
 
Potencial elétrico
Potencial elétricoPotencial elétrico
Potencial elétrico
 
7. níveis de energia
7. níveis de energia7. níveis de energia
7. níveis de energia
 
Corrente elétrica
Corrente elétricaCorrente elétrica
Corrente elétrica
 
Gráfico de uma função modular
Gráfico de uma função modularGráfico de uma função modular
Gráfico de uma função modular
 
Cargas e processos de eletrização
Cargas e processos de eletrizaçãoCargas e processos de eletrização
Cargas e processos de eletrização
 
Potenciação
PotenciaçãoPotenciação
Potenciação
 
Aula 10 - Transformações químicas e energia
Aula 10 - Transformações químicas e energiaAula 10 - Transformações químicas e energia
Aula 10 - Transformações químicas e energia
 
Notação científica
Notação científicaNotação científica
Notação científica
 

Destaque

Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismoleirmmourao
 
Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismocristbarb
 
Física Aplicada - Eletromagnetismo
Física Aplicada - EletromagnetismoFísica Aplicada - Eletromagnetismo
Física Aplicada - EletromagnetismoThuan Saraiva
 
Aula 4 eletromagnetismo[2]
Aula 4 eletromagnetismo[2]Aula 4 eletromagnetismo[2]
Aula 4 eletromagnetismo[2]flaviomenesantos
 
Eletromagnetismo complexas
Eletromagnetismo complexasEletromagnetismo complexas
Eletromagnetismo complexaszeu1507
 
Elementos de eletromagnetismo matthew n. o. sadiku - 3ª edição
Elementos de eletromagnetismo   matthew n. o. sadiku - 3ª ediçãoElementos de eletromagnetismo   matthew n. o. sadiku - 3ª edição
Elementos de eletromagnetismo matthew n. o. sadiku - 3ª ediçãoWenderson Nascimento lopes
 
Apostila eletromagnetismo cefet
Apostila eletromagnetismo cefetApostila eletromagnetismo cefet
Apostila eletromagnetismo cefetzeu1507
 
Física 3 - Eletromagnetismo - UFRJ - Prof Elvis
Física 3 - Eletromagnetismo - UFRJ - Prof ElvisFísica 3 - Eletromagnetismo - UFRJ - Prof Elvis
Física 3 - Eletromagnetismo - UFRJ - Prof ElvisElvis Soares
 
Hans christian oersted (1777-1851)
Hans christian oersted    (1777-1851)Hans christian oersted    (1777-1851)
Hans christian oersted (1777-1851)FilipaFonseca
 
Manual de problemas_resolvidos_de_eletromagnetismo_vol.i
Manual de problemas_resolvidos_de_eletromagnetismo_vol.iManual de problemas_resolvidos_de_eletromagnetismo_vol.i
Manual de problemas_resolvidos_de_eletromagnetismo_vol.iandryellebatista
 

Destaque (20)

Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismo
 
Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismo
 
Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismo
 
Física Aplicada - Eletromagnetismo
Física Aplicada - EletromagnetismoFísica Aplicada - Eletromagnetismo
Física Aplicada - Eletromagnetismo
 
Aula 4 eletromagnetismo[2]
Aula 4 eletromagnetismo[2]Aula 4 eletromagnetismo[2]
Aula 4 eletromagnetismo[2]
 
Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismo
 
exercício calculo A 1.6
exercício calculo A 1.6exercício calculo A 1.6
exercício calculo A 1.6
 
Luz e eletromagnetismo
Luz e eletromagnetismoLuz e eletromagnetismo
Luz e eletromagnetismo
 
Eletromagnetismo complexas
Eletromagnetismo complexasEletromagnetismo complexas
Eletromagnetismo complexas
 
Unidade i física 13
Unidade i física 13Unidade i física 13
Unidade i física 13
 
Elementos de eletromagnetismo matthew n. o. sadiku - 3ª edição
Elementos de eletromagnetismo   matthew n. o. sadiku - 3ª ediçãoElementos de eletromagnetismo   matthew n. o. sadiku - 3ª edição
Elementos de eletromagnetismo matthew n. o. sadiku - 3ª edição
 
Campo magnético
Campo magnéticoCampo magnético
Campo magnético
 
AULA PRODUTO VETORIAL
AULA PRODUTO VETORIALAULA PRODUTO VETORIAL
AULA PRODUTO VETORIAL
 
Apostila eletromagnetismo cefet
Apostila eletromagnetismo cefetApostila eletromagnetismo cefet
Apostila eletromagnetismo cefet
 
Física 3 - Eletromagnetismo - UFRJ - Prof Elvis
Física 3 - Eletromagnetismo - UFRJ - Prof ElvisFísica 3 - Eletromagnetismo - UFRJ - Prof Elvis
Física 3 - Eletromagnetismo - UFRJ - Prof Elvis
 
Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismo
 
Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismo
 
Hans christian oersted (1777-1851)
Hans christian oersted    (1777-1851)Hans christian oersted    (1777-1851)
Hans christian oersted (1777-1851)
 
Manual de problemas_resolvidos_de_eletromagnetismo_vol.i
Manual de problemas_resolvidos_de_eletromagnetismo_vol.iManual de problemas_resolvidos_de_eletromagnetismo_vol.i
Manual de problemas_resolvidos_de_eletromagnetismo_vol.i
 
Equações de maxwell
Equações de maxwellEquações de maxwell
Equações de maxwell
 

Semelhante a Introdução ao Eletromagnetismo - Operador nabla, Gradiente, Divergência e Rotacional

Semelhante a Introdução ao Eletromagnetismo - Operador nabla, Gradiente, Divergência e Rotacional (20)

Aula6.pptx
Aula6.pptxAula6.pptx
Aula6.pptx
 
Suo
SuoSuo
Suo
 
Eletromag2
Eletromag2Eletromag2
Eletromag2
 
Eletromagnetismo/Parte2
Eletromagnetismo/Parte2Eletromagnetismo/Parte2
Eletromagnetismo/Parte2
 
Apostila 2 calculo i derivadas
Apostila 2 calculo i derivadasApostila 2 calculo i derivadas
Apostila 2 calculo i derivadas
 
potencial elétrico.
potencial elétrico.potencial elétrico.
potencial elétrico.
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Derivada como taxa de vari aca o
Derivada como taxa de vari aca oDerivada como taxa de vari aca o
Derivada como taxa de vari aca o
 
Apostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integraisApostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integrais
 
Relatorio integrais rev
Relatorio integrais  revRelatorio integrais  rev
Relatorio integrais rev
 
Editdocument15107902255388
Editdocument15107902255388Editdocument15107902255388
Editdocument15107902255388
 
Derivadas direcionais
Derivadas direcionaisDerivadas direcionais
Derivadas direcionais
 
Calculo1 aula14
Calculo1 aula14Calculo1 aula14
Calculo1 aula14
 
Aula 05 derivadas - conceitos iniciais
Aula 05   derivadas - conceitos iniciaisAula 05   derivadas - conceitos iniciais
Aula 05 derivadas - conceitos iniciais
 
Capitulo4 deflexaode vigas
Capitulo4 deflexaode vigasCapitulo4 deflexaode vigas
Capitulo4 deflexaode vigas
 
Funcoes de varias variaveis calculo 2
Funcoes de varias variaveis  calculo 2Funcoes de varias variaveis  calculo 2
Funcoes de varias variaveis calculo 2
 
Flexão pura ii
Flexão pura iiFlexão pura ii
Flexão pura ii
 
Matematica2 5
Matematica2 5Matematica2 5
Matematica2 5
 
Aula quatro jornadas12_handout
Aula quatro jornadas12_handoutAula quatro jornadas12_handout
Aula quatro jornadas12_handout
 

Último

ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxKtiaOliveira68
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 

Último (20)

ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 

Introdução ao Eletromagnetismo - Operador nabla, Gradiente, Divergência e Rotacional

  • 1. 1. Introdução ao Eletromagnetismo – Tópicos de Cálculo A compreensão da teoria de eletromagnética é enormemente facilitada quando o estudante tem uma boa compreensão da análise vetorial bem como das operações como gradiente, divergente e rotacional entre outras. Por isso é imprescindível compreender bem o significado geométrico/matemático dessas operações. 1. Operador nabla; Gradiente; Divergência; Rotacional. 1.1 Operador nabla O operador ∇ é um operador vetorial diferencial, denominado nabla ou del, o qual é definido no sistema de coordenadas cartesiana como: ∂ ∂ ∂ ∇=x +y +z . (1) ∂x ∂y ∂z Este operador não tem significado físico nem geométrico. Por ser um operador, pode-se à esquerda aplica-lo a uma função à direita. Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 2. Exemplo: Escreva a expressão do operador diferencial f ∇ ; v⋅ ∇ e v× ∇ . 1.2 Gradiente Considere a função escalar f, contínua e com derivadas pelo menos até primeira ordem: f = f (r = f ( x, y, z) . ) (2) O gradiente da função f, grad f, é um vetor definido por: ∂f ∂f ∂f ∇f = x + y + z . (3) ∂x ∂y ∂z O grad f é um vetor que dá como resultado a máxima variação da função e a direção em que esta máxima variação ocorre. Verificação: a) Qual o significado geométrico da direção fornecida pelo gradiente? Considere o vetor posição r=xx+yy+zz. O deslocamento elementar dl = dr é dado por: Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 3. dl = dr = xdx+ydy+zdz. (4) Realizando o produto escalar entre Eqs. (3) e (4) resulta em: ∂f ∂f ∂f ∇f ⋅ dl = dx + dy + dz = df (5) ∂x ∂y ∂z Esse resultado nada mais é do que a diferencial df. Se f(x,y,z) = C, onde C é uma constante, o resultado obtido ao se substituir f(x,y,z) = C em (5) é df = 0. Se f(x,y,z) não é uma constante, a diferencial de f é nula (df = 0) somente se ∇f ⊥ dl. (6) Como a diferencial df ao longo da superfície equipotencial é nula (qualquer deslocamento elementar dl deve ser tangente à superfície equipotencial) concluímos através de (5) que o gradiente de uma função f(r) é perpendicular à superfície (equipotencial) f = constante. ∇ f ⊥ f( r) = C . (7) Da Eq. (5) vemos que a variação df é máxima quando o deslocamento dl for paralelo ao gradiente. Por outro lado, o gradiente é perpendicular à superfície Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 4. f = constante, donde podemos concluir que a direção do gradiente dá a máxima variação df da função f. ∇f // direção de df max . (8) b) E o módulo do gradiente? O que ele fornece como informação? Considere o elemento de arco em coordenadas cartesianas dl=|dl|=[dx2+dy2+dz2]1/2. (9) Dividindo membro a membro a Eq. (5) pela (9), obtém-se: ∇f ⋅ dl df = ∇f ⋅ u = . (10) | dl| dl Se dl é paralelo ao gradiente de f, logo u é um vetor unitário na direção do gradiente e o resultado ∇f ⋅ u = ∇f . Portanto, o módulo do gradiente de f dá como resultado a máxima taxa de variação da função, isto é:  df  ∇f =   (11)  dl  max Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 5. grad f(P2) f = C2 grad f(P1) f = C1 Assim, podemos repetir: O grad f é um vetor que dá como resultado a máxima variação da função e a direção em que esta máxima variação ocorre. Expressões do Gradiente nos Sistemas de Coordenadas: a) Cartesianas ∂f ∂f ∂f ∇f = x +y +z . (12) ∂x ∂y ∂z b)Cilíndricas ∂f ∂f ∂f ∇f = +. +z . (13) ∂ρ ρ∂α ∂z Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 6. c) Esféricas ∂f ∂f 1 ∂f ∇f = r + +. . (14) ∂r r∂θ rsin(θ ) ∂α 1.3 A Divergência Seja v = v(r) = vx(x,y,z)x + vy(x,y,z)y + vz(x,y,z)z uma função vetorial contínua e com derivadas contínuas pelo menos até à primeira ordem. Por definição, o escalar ∂v x ∂v y ∂v z ∇⋅v ≡ + + (15) ∂x ∂y ∂z é a divergência do vetor v (div v). Significado Físico: A divergência de um campo vetorial v(r), div v(r), dá como resultado o fluxo líquido (fluxo que sai – fluxo que entra) por unidade de volume. Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 7. Obs.: A divergência se aplica a um campo vetorial e dá como resultado um escalar. Ilustração Geométrica: div v(r) 0 div v(r) = 0 div v(r) 0 Dedução: Considere a lei de Gauss: ∫ D.ds = Q s (16) Vamos aplicá-la à superfície fechada que envolve o volume infinitesimal, com centro no ponto P, ilustrado a seguir: Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 8. z D = Dxox + Dyoy + Dzoz P ∆z ∆x ∆y y x A superfície que envolve o volume é o resultado da soma das superfícies laterais. Logo, ∫ D.ds = ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds s frente atrás esq . dir . topo base (17) Vamos considerar separadamente cada uma das integrais do lado direito de (17). Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 9. a) Face da Frente ∫ D.ds ≈ D.∆s frente frente = D.∆y∆zx = Dx , frente ∆y∆z (18) O valor de Dx na face frontal pode ser aproximado através da expansão de Taylor: ∆x ∂Dx Dx , frente = Dx 0 + (19) 2 ∂x onde Dx0 é o valor de Dx no ponto central P. Substituindo este resultado em (18), tem-se:  ∆x ∂Dx  ∫frente  D.ds ≈  Dx 0 + 2 ∂x   ∆y∆z (20) b) Face de Trás ∫ D.ds ≈ D.∆s atrás atrás = − D.∆y∆zx = − Dx , atrás ∆y∆z (21) O valor de Dx na face de trás, empregando a expansão de Taylor, é: Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 10. ∆x ∂Dx Dx , atrás = Dx 0 − (22) 2 ∂x Substituindo este resultado em (21), tem-se:  ∆x ∂Dx  ∫atrás D.ds ≈ − Dx 0 −  2 ∂x   ∆y∆z (23) Somando as contribuições das duas faces (Eqs. (20) + (23)) temos: ∂Dx ∫ D.ds + ∫ D.ds ≈ frente atrás ∂x ∆x∆y∆z (24) Esta equação dá como resultado o fluxo líquido que deixa a superfície na direção x. De modo análogo, as contribuições das faces da base + topo e esq.+dir. são: ∂D y ∫ D.ds + ∫ D.ds ≈ esq. dir . ∂y ∆x∆y∆z (25) Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 11. ∂D z ∫ D .d s + ∫ D . d s ≈ base topo ∂z ∆ x ∆ y∆ z (26) Estes três resultados somados (Eqs. (24) + (25) + (26)) permitem então avaliar o fluxo líquido que deixa a superfície fechada envolvendo o cubo, isto é: ∫ D.ds = ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds + ∫ D.ds s frente atrás esq. dir . topo base  ∂D ∂D y ∂Dz  (27) ≈ x +  ∂x +  ∆x∆y∆z   ∂y ∂z  Dividindo ambos os lados de (27) por ∆x∆y∆z e tomando o limite de ∆v = ∆x∆y∆z 0, tem-se:Æ lim ∫ D.ds s  ∂D = x + ∂D y ∂Dz  +  = ∇⋅ D  ∂x ∆x∆y∆z  ∂y ∂z  (28) ∆x∆y∆z → 0  Este resultado é por definicão a divergência do campo vetorial D. Da lei de Gaus (Eq. (16)) , fica óbvio que ∇ ⋅ D = ρ (x, y, z) (29) Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 12. Expressão da Divergência de um Potencial Vetor A nos Sistemas de Coordenadas: ∂D ∂D ∂D Cartesianas(x,y,z): ∇⋅ D = + + x y z ∂x ∂y ∂z 1 ∂ ( ρDρ ) 1 ∂Dα ∂Dz Cilíndricas(ρ,α,z): ∇⋅D = + + ρ ∂ρ ρ ∂α ∂z 1 ∂(r 2 Dr ) 1 ∂( sinθDθ ) 1 ∂Dα Esféricas(r,θ,α): ∇⋅D = + + r 2 ∂r rsinθ ∂θ rsinθ ∂α 1.4 Rotacional Em coordenadas cartesianas, o produto vetorial entre o operador nabla e um campo vetorial v pode ser escrito da seguinte forma: x y z ∇ × v = ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z (30) vx vy vz ou Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 13. ∇ × v = (∂v z ∂y − ∂v y ∂z )x + (∂v x ∂z − ∂v z ∂x )y + (∂v y ∂x − ∂v x ∂y )z (31) Significado Físico: O rotacional de um campo vetorial v(r), rot v(r), dá como resultado um vetor cujos componentes x,y e z dão a circulação desse campo vetorial por unidade de área respectivamente nos planos normais a esses componentes. Obs.: O rotacional se aplica a um campo vetorial e dá como resultado um vetor. Ilustração Geométrica: z n (rot v)n y x Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 14. Dedução: Considere a figura abaixo, a qual será utilizada para aplicação da lei de Ampère ao percurso diferencial fechado. z (rot H)n 4 n 3 2 1 H=H0=Hxox + Hyoy + Hz0z y x A integral de linha fechada de H.dl, Eq. (32), é conhecida como Lei de Ampère. Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 15. ∫ H .dl = ∫ J .ds (32) É suposto que uma densidade de corrente, não especificada, produza no centro da face um campo de referência Ho. Aplicando a Eq. (32) ao percurso fechado 1 -2-3-4-1 da figura anterior, obtem-se: 2 3 4 1 ∫ H .dl = ∫ H .dl + ∫ H .dl + ∫ H .dl + ∫ H .dl 1 2 3 4 (33) A integral sobre o lado 1-2 pode ser aproximada por: 2 ∫ H .dl ≈ H 1 y,1 - 2 ∆y (34) O valor de Hy sobre este lado pode ser aproximado por: ∆x ∂H y H y,1 - 2 = H y0 + (35) 2 ∂x Substituindo a Eq. (35) em (34) tem-se: Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 16. ∆x ∂H y  2 ∫ H .dl ≈  H y0 +   2 ∂x   ∆y  (36) 1 Se se considera agora o percurso 3-4, tem-se:  ∆x ∂H y  4 ∫ H .dl ≈ − H y0 −   2 ∂x  .  ∆y  (37) 3 Somando-se as contribuições dos percuros 1-2+3-4, Eqs. (36) + (37), tem-se: 2 4 ∂H y ∫ H .dl + ∫ H .dl ≈ ∂x ∆x∆y . (38) 1 3 De forma análoga, para a contribuição dos percursos 2-3+4-1, tem-se: 3 1 ∂H x ∫ H .dl + ∫ H .dl ≈ − ∂y ∆x∆y . (39) 2 4 Com estes resultados, a integral de linha fechada para o elemento de área diferencial se resume a: Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 17.  ∂H y ∂H x  ∫ H .dl ≈   ∂x − ∂y   ∆x∆y .   (40) O lado direito da Eq. (32) pode ser avaliado no elemento de área diferencial como: ∫ J .ds ≈ J ∆x∆y . z (41) Assim, a Eq. (32), pode ser reescrita usando (40) e (41):  ∂H y ∂H x  ∫ H .dl ≈   ∂x − ∂y  ∆x∆y ≈ J z ∆x∆y .   (42) ou ∫ H .dl ≈ ∂H y − ∂H x ≈ Jz . ∆x∆y ∂x ∂y (43) Tomando o limite de ∆x∆x tendendo a zero, obtem-se: Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 18. lim ∫ H .dl = ∂H y − ∂H x = Jz ∆x∆y →0 ∆x∆y ∂x ∂y (44) Se se escolhe percursos fechados orientados perpendicularmente a x e y, equações similares à Eq. (44) podem ser obtidas (veja Eqs. (45) e (46)). lim ∫ H .dl = ∂H z − ∂H y = Jx ∆y∆z →0 ∆y∆z ∂y ∂z (45) lim ∫ H .dl = ∂H x − ∂H z = Jy ∆x∆z →0 ∆x∆z ∂z ∂x (46) As Eqs. (44) a (46) mostram que os componentes da densidade de corrente podem ser obtidos tomando-se o quociente entre a integral de linha fechada do campo magnético em um percurso infinitesimal no plano perpendicular a cada um desses componentes pela área envolvida quando esta tende a zero. Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 19. Este resultado recebe o nome de Rotacional. De uma forma geral, o componente n do rotacional de um campo vetorial A qualquer, (rot A)n, é dada por: ( rot A) n = lim ∫ A.dl ∆sn →0 ∆sn (47) Expressão do Rotacional de um Campo Vetorial A nos Sistemas de Coordenadas: Cartesianas(x,y,z): ∇ × A =  ∂A − ∂A x +  ∂A − ∂A y +  ∂A − ∂A z      z y   x z x z  ∂y ∂z   ∂z ∂x   ∂z ∂x   1 ∂A z ∂A α   ∂A ρ ∂A z   1 ∂(ρA α ) 1 ∂A ρ  Cilíndricas(ρ,α,z):  ρ ∂α − ∂z ∇× A=  +    ∂z − ∂ρ . +    ρ ∂ρ − ρ ∂α  z        1  ∂ (sin θA α ) ∂A θ  1  1 ∂A r ∂( rA α )  1  ∂( rA θ ) ∂A r  Esféricas(r,θ,α): ∇× A =  − r +  −  +  − . rsin θ  ∂θ ∂α  r  sin θ ∂α ∂r  r  ∂r ∂θ  Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 20. 2. Operadores e Operações de Segunda Ordem. Pode-se formar com o operador diferencial nabla, dois operadores de segunda ordem: ∇×∇ (48) e ∇⋅∇ (49) As expressões em coordenadas cartesianas são respectivamente: Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 21. x y z ∂ ∂ ∂  ∂2 ∂2   ∂2 ∂2   ∂2 ∂2  ∇×∇ =  ∂y∂z − ∂z∂y  + y  ∂z∂x − ∂x∂z  + z  ∂x∂y − ∂y∂x  = x      ∂x ∂y ∂z       (50) ∂ ∂ ∂ ∂x ∂y ∂z e ∂2 ∂2 ∂2 ∇⋅∇ = ∇ = 2 + 2 + 2 2 (51) ∂x ∂y ∂z A operação dada em (48) não tem um nome específico, entretanto em (49) o operador é conhecido por Laplaciano. Expressão do Laplaciano nos Sistemas de Coordenadas: Cartesianas(x,y,z): ∇ = ∂ + ∂ + ∂ 2 2 2 2 ∂x 2 ∂y 2 ∂z 2 1 ∂ ∂ 1 ∂2 ∂2 Cilíndricas(ρ,α,z): ∇2 = (ρ ) + 2 + 2 ρ ∂ρ ∂ρ ρ ∂α 2 ∂z 1 ∂ 2 ∂ 1 ∂ ∂ 1 ∂2 Esféricas(r,θ,α): ∇2 = (r )+ 2 (sin θ ) + 2 2 r 2 ∂r ∂r r sin θ ∂θ ∂θ r sin θ ∂α 2 Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 22. Sendo o operador Laplaciano é um escalar, ele pode ser aplicado a uma função escalar ou vetorial. ∇ ⋅ ∇f = ∇ 2 f (52) ∇ 2 A = ∇ 2 ( A x x + A y y + A z z) = ∇ 2 A x x + ∇ 2 A y y + ∇ 2 A z z (53) Em (52), o Laplaciano pode ser interpretado como sendo a divergência do gradiente. Em (53) esta interpretação não é válida, pois o gradiente não se aplica a uma função vetorial. Em (53), quando é o sitema de coordenadas cartesianas, as componentes do Laplaciano de uma função vetorial são os Laplacianos das componentes cartesianas. Em sistemas de coordenadas curvilíneas, em geral tem-se: ∇ 2 A = ∇ 2 ( A 1 u 1 + A 2 u 2 + A 3 u 3 ) ≠ ∇ 2 A 1u 1 + ∇ 2 A 2 u 2 + ∇ 2 A 3 u 3 (54) Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 23. Isto se deve ao fato de que os unitários curvilíneos são função do ponto e não podem portanto serem extraídos da operação de diferenciação. As expressões em coordenadas curvilíneas podem ser encontradas na página 17 do livro Eletromagnetismo (Annita Macedo). O operador ∇ × ∇ , dado em (48), aplicado a uma função de ponto será sempre nulo se a função for contínua e tiver contínuas as derivadas segundas mistas. Isto só não ocorre com as grandezas do eletromagnetismo [AnnitaMacedo]. A Tabela a seguir mostra outras operações possíveis com este operador. Operações com o Operador Nabla ( ∇ × ∇ )f = ∇ × ( ∇ f ) = 0 (55) (∇ × ∇) ⋅ A = 0 (56) (∇ × ∇) × A = 0 (57) ∂Ax ∂Ay ∂A ∇ (∇ ⋅ A) = ∇( ) + ∇( ) + ∇( z ) (58) ∂x ∂y ∂z Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 24. ∇ ⋅ (∇ × A ) = 0 (59) ∇ × (∇ × A) = ∇ (∇ ⋅ A) − ∇ 2 A (60) De (55), pode-se concluir que se o campo é irrotacional, então ele pode ser escrito como sendo o gradiente de um escalar: ∇×A = 0 ⇒ A = ∇f . (61) Se além de ser irrotacional, o campo for soleinodal (div A = 0), então: ∇⋅A = 0 ⇒ ∇2f = 0 . (62) Se o gradiente de uma função for irrotacional e solenoidal, ela é dita ser harmônica. Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 25. 3. Teoremas em Eletromagnetismo (Gauss e Stokes) O teorema da divergência ou de Gauss estabelece que a integral de volume da divergência de qualquer campo vetorial é igual à integral de superfície fechada da componente normal desse campo à superfície S. ∫∫∫ ∇ ⋅ Adv = ∫∫ A ⋅ ds (63) n s V Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 26. O teorema de Stokes estabelece que a integral de superfície aberta da componente normal do rotacional de qualquer campo vetorial à superfície S é igual à integral desse campo ao longo do percurso fechado que limita S. ∫∫ ∇ × A ⋅ ds = ∫ A ⋅ d l s (64) (rot H)n n s l Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 27. 4. Função Delta de Dirac Essa função embora possa parecer um pouco estranha, ela é muito útil em eletromagnetismo. Considere a função abaixo: 0 se | x − x 0 | 1  2m δm ( x − x 0 ) =  1 se | x − x 0 | 1 (65)  2m onde m é um escalar positivo com dimensão m-1. A figura abaixo ilustra esta função. Considere agora uma região qualquer R sobre o eixo x. Se R conter o intervalo x-1/2m x x+1/2m, então a integral de δm(x-x0) sobre esta região será sempre igual a unidade. Caso contrário será nula. Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 28. δm(x-x0) m x0-1/2m x0 x0+1/2m x 1/m Isto é: 0 se | x − x 0 | 1 / 2m ∉ R ∫ δm (x − x 0 )dx = 1 R  se | x − x 0 | 1 / 2m ∈ R (66) Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 29. Numericamete, essa integral é a área hachurada da figura anterior, a qual tem valor unitário independente do valor de m. A função delta de Dirac pode agora ser definida como: δ( x − x 0 ) ≡ lim δ m ( x − x 0 ) (67) m→∞ Com essa definição, verifica-se que δ( x − x 0 ) = 0 se x≠x0, e 0 se x 0 ∉ R ∫ δ(x − x 0 )dx = 1 R  se x 0 ∈ R (68) Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 30. δ (x-x0) x0 x As propriedades desta distribuição que nos interessam são dadas a seguir: Esta distribuição é simétrica em relação a seu ponto singular e seu produto por uma função finita será sempre igual a zero, exceto para o ponto singular, o que mostra a equação. δ( x − x 0 ) = δ( x 0 − x ) (69) f ( x )δ( x − x 0 ) = f ( x 0 )δ( x − x 0 ) (70) Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 31. 0 se x 0 ∉ R ∫ f (x)δ(x − x 0 )dx = f (x 0 ) se x 0 ∈ R R  (71) De forma sucinta, essa última equação estabelece que a integral do produto de uma função pela delta de Dirac é igual ao valor da função no ponto que anula o argumento da delta. Para duas e três dimensões, análises similares podem ser feitas. Em duas e três dimensões, a delta de Dirac é definida como: δ(r − r0 ) = δ( x − x 0 )δ( y − y 0 ) Æ em 2D (72) δ(r − r0 ) = δ( x − x 0 )δ( y − y 0 )δ(z − z 0 ) Æ em 3D (73) As propriedades da delta em 2D e 3D são similares àquelas em 1D. Finalmente, as expressões para a delta de Dirac em coordenadas cartesianas e esféricas são dadas na pág. 28 do livro Eletromagnetismo (Annita Macedo). Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos
  • 32. LISTA DE EXERCÍCIOS 01 DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO PROF. JOÃO ANTÔNIO DE VASCONCELOS 1) Usando coordenadas e componentes cartesianas, demonstre as equações A.1.56 e A.1.57 (pág. 624) do livro texto. 2) Resolva o problema 1.3.5 da página 10 do livro texto. 3) Explique em poucas palavras o significado do gradiente, da divergência e do rotacional. 4) O que é um campo solenoidal? E irrotacional? 5) Explique o teorema de Stokes e da Divergência? 6) Resolva o problema 1.5.3 da página 19 do livro texto. 7) Resolva o problema 1.5.6 da página 19 do livro de eletromagnetismo. . Eletromagnetismo – Departamento de Engenharia Elétrica – Ano 2000 © Prof. João Antônio de Vasconcelos