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Edméa Santos
          Professora do PROPED-UERJ
 Líder do GPDOC – Grupo de Pesquisa
                Docência e Cibercultura
          www.docenciaonline.pro.br




             Edméa Oliveira dos Santos   1
PESQUISA-FORMAÇÃO




     Que é pesquisa?

       SANTOS, Edméa Oliveira. Educação Online -
       Cibercultura e Pesquisa-formação na prática
       docente. Tese de doutorado. Salvador: FACED-
       UFBA. Orientador prof. Dr. Roberto Sidney Macedo.
       <defesa 4 de abril de 2005>.

       Online:
       http://docenciaonline.pro.br/moodle/mod/resource/view.php


                  Edméa Oliveira dos Santos                2
“Conhecer é negociar, trabalhar, discutir, debater-
     se com o desconhecido que se reconstitui
   incessantemente, porque toda solução produz
                 nova questão”.
                                          Edgar Morin


               CONHECIMENTO


PROBLEMA                              SOLUÇÃO
      DI
         SP
                     OS
                        I    TI
                                VO
                                  S


       Edméa Oliveira dos Santos                 3
PESQUISAR COMO SUJEITO




       O pesquisador não é apenas quem constata o que
       ocorre, mas também intervém como sujeito de
       ocorrências. Ser sujeito de ocorrências no contexto de
       pesquisa e prática pedagógica implica conceber a
       pesquisa-formação como processo de produção de
       conhecimentos sobre problemas vividos pelo sujeito
       em sua ação docente. A pesquisa-formação
       contempla a possibilidade da mudança das práticas,
       bem como dos sujeitos em formação. Assim, “a
       pessoa é, simultaneamente, objeto e sujeito da
       formação”. (NÓVOA, 2004, 15).




                    Edméa Oliveira dos Santos                   4
PROFESSOR-PESQUISADOR




    O professor pesquisador é, sobretudo aquele que aprende
enquanto ensina e que ensina enquanto aprende. Ser
epistemologicamente curioso implica na capacidade de aprender,
“de que decorre a de ensinar, sugere ou, mais do que isso
implica a nossa habilidade de aprender a substantividade do
objeto apreendido”. Aprender é “construir, reconstruir,
constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao
risco e à aventura do espírito”.(FREIRE, 1996, p.77).




                      Edméa Oliveira dos Santos                  5
PESQUISA ACADÊMICA E PEDAGOGIA



      “Ensinar exige pesquisa: não há ensino sem pesquisa
      e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se
      encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino
      continuo buscando, reprocurando. Ensino porque
      busco, porque indaguei, porque indago e me indago.
      (...). Pesquiso para conhecer o que ainda não
      conheço e comunicar ou anunciar a novidade”.

                                                Paulo Freire




                    Edméa Oliveira dos Santos                  6
SUJEITOS DA PESQUISA-FORMAÇÃO




    A participação coletiva é condição fundante da pesquisa-
    formação. Não há pesquisa-formação sem
    participação coletiva. É necessário o envolvimento
    pessoal multidimensional, que integre as dimensões do
    emocional, sensorial, imaginativo, criativo e também
    racional e implicado pela experiência. “Implicar-me
    consiste sempre em reconhecer simultaneamente
    que eu implico o outro e sou implicado pelo outro
    na sua situação interativa” (BARBIER, 2002, p.101)




                    Edméa Oliveira dos Santos                  7
O MÉTODO APRENDE




            “O método não precede a experiência,
            o    método    emerge     durante  a
            experiência e se apresenta ao final,
            talvez para uma nova viagem”.

                                           Edgar Morin




               Edméa Oliveira dos Santos                 8
MÉTODO
           PROGRAMA                               ESTRATÉGIA
Organização predeterminada da          Encontra recursos, faz
     ação;                                  contornos, realiza
                                            investimentos e desvios;
Necessita de condições estáveis        Necessita da instabilidade –
     – repetição do mesmo no                aberta, evolutiva,
     mesmo, dose fraca e                    enfrenta o improviso, o
     superficial de risco e de              novo, situações
     obstáculos;                            aleatórias, utiliza o risco,
                                            o obstáculo, a
                                            diversidade;
Tolera dose fraca e superficial        Tira proveito e necessita de
      de erros;                              seus erros, para a
                                             concorrência, iniciativa,
                                             decisão e reflexão;
Ignora o contexto                      Depende do contexto. Não
                                           existe um método fora
                                           das condições em que se
                                           encontra o sujeito;
Ciência clássica                       Arte e Ciência
Busca acabamento eficaz e              Tensão entre o inacabamento e
     eficiente dos processos.               a síntese da última
                                            interpretação possível.

    Fonte: criado pela autora a partir de Morin, Ciurana e Motta (2003).

           Edméa Oliveira dos Santos                                       9
COMPLEXIDADE DO MÉTODO



 O método é uma estratégia do sujeito que também se apóia
 sem segmentos programados que são revistos em função da
 dialógica entre essas estratégias e o próprio caminhar. O
 método é simultaneamente programa e estratégia e, por
 retração de seus resultados, pode modificar o programa;
 portanto o método aprende. (MORIN, 2003, p.28).




                    Edméa Oliveira dos Santos            10
DADOS QUALITATIVOS



   “Os    dados    qualitativos   consistem     em
   descrições     detalhadas      de     situações,
   acontecimentos,     sujeitos,    interações    e
   condutas observadas; citações diretas de
   pessoas acerca das suas experiências,
   atitudes,   crenças     e    pensamentos;      e
   fragmentos ou passagens completas de
   documentos, correspondência, registros e
   histórias de casos”. (PATTON abud ZABALZA,
   1994, p. 18).




                      Edméa Oliveira dos Santos       11
DISPOSITIVOS


                                                 “dispositivo de
                                            observação e pesquisa,
“o dispositivo é    uma                         que é quando o
organização de meios                         etnógrafo procura os
materiais           e/ou                     meios para estar onde
intelectuais,    fazendo                      tem necessidade de
parte de uma estratégia                     estar, ver e ouvir o que
de conhecimento de um                        pode e desenvolver a
objeto”.      (ARDOINO,                        confiança entre os
2003, p. 80).                                 sujeitos a estudar e
                                            fazer mais perguntas”.
                                              (COULON, 1995, p.
                                                    90-91).



                    Edméa Oliveira dos Santos                      12
DISPOSITIVOS


   Entrevistas abertas ou semi-estruturadas;
   Questionários abertos;
   Formulários abertos;
   Diário de campo, aula, bordo, pesquisador;
   Grupos de foco;
   Análise de documentos;
   Análises de gêneros textuais diversos (chats, fóruns,
    blogs)




                       Edméa Oliveira dos Santos            13
A EMERGÊNCIA DOS NOÇÕES SUBSUNÇORAS



Nesse complexo jogo surgem, estabelecem e se atualizam as noções
subsunçoras. As noções subsunçoras são as categorias analíticas
frutos da análise e interpretação dialógica entre empiria e teoria num
processo de aprendizagem significativa. Para Ausubel (apud
MOREIRA, 1982) a aprendizagem significativa é um processo
dinâmico onde uma nova informação ancora-se em conceitos
relevantes preexistentes na estrutura cognitiva – estrutura
hierárquica de conceitos que são abstrações da experiência dos
indivíduos – do sujeito aprendente que se atualiza sempre que um
novo conceito é significado.




                          Edméa Oliveira dos Santos                14
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS




      À medida que a leitura interpretativa dos “dados” se
      dá – às vezes por várias oportunidades – aparecem
      significados e acontecimentos, recorrências, índices
      representativos de fatos observados, contradições
      profundas,    relações estruturadas,   ambigüidades
      marcantes.(MACEDO, 2000, p.204)




                   Edméa Oliveira dos Santos             15
COMO ANALISAR OS DADOS?


O estabelecimento consciente e criativo das noções subsunçoras exige do
pesquisador a mobilização de competências teórico-analíticas e
hermenêuticas, implicando operações cognitivas como:

•distinção do fenômeno em elementos significativos;
•exame minucioso destes elementos;
•codificação dos elementos examinados;
•reagrupamento dos elementos por noções subsunçoras;
•sistematização textual do conjunto;
•produção de uma meta-análise ou uma nova interpretação do fenômeno
estudado;
•estabelecimento de relações e/ou conexões entre as noções subsunçoras
e seus elementos; (MACEDO, 2000, p.204).



                          Edméa Oliveira dos Santos               16
FONTES


         Hoje, a Internet tornou-se um imenso laboratório de
         experimentações de todos os formatos. Assim, antes de
         entrar propriamente na análise dos gêneros virtuais,
         seria útil analisar os ambientes ou entornos virtuais em
         que esses gêneros se situam. (...) Não são domínios
         dos discursivos, mas domínios de produção e
         processamento textual em que surgem os gêneros.
         (MARCUSCHI, 2004, p. 26).


                                                      Vídeos
 Campo de pesquisa
                                 Periódicos
Livros          Falas dos sujeitos                    Fotos


                          Edméa Oliveira dos Santos                 17
CARTOGRAFIA COGNITIVA



   Mapas como dispositivos de pesquisa




                        Edméa Oliveira dos Santos   18
MAPAS DA MENTE




                 Edméa Oliveira dos Santos   19
MAPAS CONCEITUAIS




                    Edméa Oliveira dos Santos   20
WEB MAPAS




            Edméa Oliveira dos Santos   21
AUTORIA NA PESQUISA-FORMAÇÃO



  A autoria do pesquisador se constitui no diálogo sistematizado
   no formato dissertativo, produto de final aberto, entre a
    teoria e a prática da empiria. A realidade da pesquisa bem
  como seu processo e resultado é um retrato da subjetividade
 do pesquisador e a interpretação objetiva do diálogo do mesmo
                   com a teoria e a empiria.


      Produto de final aberto: monografias,
      dissertações, teses, artigos, relatos de experiência,
      relatórios, audiovisual.



                      Edméa Oliveira dos Santos               22
RESULTADOS



             “Nem tudo o que escrevo resulta
              numa realização, resulta mais
             uma tentativa. O que também é
               um prazer. Pois nem tudo eu
               quero pegar. Às vezes quero
             apenas tocar. Depois, o que toco
               às vezes floresce e os outros
                podem pegar com as duas
                          mãos”.

                                  Clarice Lispector




               Edméa Oliveira dos Santos              23

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Educação para Tolerância
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Educação para Tolerância
 

Análise de Dados Qualitativos na Pesquisa-Formação Docente

  • 1. Edméa Santos  Professora do PROPED-UERJ  Líder do GPDOC – Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura  www.docenciaonline.pro.br Edméa Oliveira dos Santos 1
  • 2. PESQUISA-FORMAÇÃO Que é pesquisa? SANTOS, Edméa Oliveira. Educação Online - Cibercultura e Pesquisa-formação na prática docente. Tese de doutorado. Salvador: FACED- UFBA. Orientador prof. Dr. Roberto Sidney Macedo. <defesa 4 de abril de 2005>. Online: http://docenciaonline.pro.br/moodle/mod/resource/view.php Edméa Oliveira dos Santos 2
  • 3. “Conhecer é negociar, trabalhar, discutir, debater- se com o desconhecido que se reconstitui incessantemente, porque toda solução produz nova questão”. Edgar Morin CONHECIMENTO PROBLEMA SOLUÇÃO DI SP OS I TI VO S Edméa Oliveira dos Santos 3
  • 4. PESQUISAR COMO SUJEITO O pesquisador não é apenas quem constata o que ocorre, mas também intervém como sujeito de ocorrências. Ser sujeito de ocorrências no contexto de pesquisa e prática pedagógica implica conceber a pesquisa-formação como processo de produção de conhecimentos sobre problemas vividos pelo sujeito em sua ação docente. A pesquisa-formação contempla a possibilidade da mudança das práticas, bem como dos sujeitos em formação. Assim, “a pessoa é, simultaneamente, objeto e sujeito da formação”. (NÓVOA, 2004, 15). Edméa Oliveira dos Santos 4
  • 5. PROFESSOR-PESQUISADOR O professor pesquisador é, sobretudo aquele que aprende enquanto ensina e que ensina enquanto aprende. Ser epistemologicamente curioso implica na capacidade de aprender, “de que decorre a de ensinar, sugere ou, mais do que isso implica a nossa habilidade de aprender a substantividade do objeto apreendido”. Aprender é “construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito”.(FREIRE, 1996, p.77). Edméa Oliveira dos Santos 5
  • 6. PESQUISA ACADÊMICA E PEDAGOGIA “Ensinar exige pesquisa: não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. (...). Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade”. Paulo Freire Edméa Oliveira dos Santos 6
  • 7. SUJEITOS DA PESQUISA-FORMAÇÃO A participação coletiva é condição fundante da pesquisa- formação. Não há pesquisa-formação sem participação coletiva. É necessário o envolvimento pessoal multidimensional, que integre as dimensões do emocional, sensorial, imaginativo, criativo e também racional e implicado pela experiência. “Implicar-me consiste sempre em reconhecer simultaneamente que eu implico o outro e sou implicado pelo outro na sua situação interativa” (BARBIER, 2002, p.101) Edméa Oliveira dos Santos 7
  • 8. O MÉTODO APRENDE “O método não precede a experiência, o método emerge durante a experiência e se apresenta ao final, talvez para uma nova viagem”. Edgar Morin Edméa Oliveira dos Santos 8
  • 9. MÉTODO PROGRAMA ESTRATÉGIA Organização predeterminada da Encontra recursos, faz ação; contornos, realiza investimentos e desvios; Necessita de condições estáveis Necessita da instabilidade – – repetição do mesmo no aberta, evolutiva, mesmo, dose fraca e enfrenta o improviso, o superficial de risco e de novo, situações obstáculos; aleatórias, utiliza o risco, o obstáculo, a diversidade; Tolera dose fraca e superficial Tira proveito e necessita de de erros; seus erros, para a concorrência, iniciativa, decisão e reflexão; Ignora o contexto Depende do contexto. Não existe um método fora das condições em que se encontra o sujeito; Ciência clássica Arte e Ciência Busca acabamento eficaz e Tensão entre o inacabamento e eficiente dos processos. a síntese da última interpretação possível. Fonte: criado pela autora a partir de Morin, Ciurana e Motta (2003). Edméa Oliveira dos Santos 9
  • 10. COMPLEXIDADE DO MÉTODO O método é uma estratégia do sujeito que também se apóia sem segmentos programados que são revistos em função da dialógica entre essas estratégias e o próprio caminhar. O método é simultaneamente programa e estratégia e, por retração de seus resultados, pode modificar o programa; portanto o método aprende. (MORIN, 2003, p.28). Edméa Oliveira dos Santos 10
  • 11. DADOS QUALITATIVOS “Os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações, acontecimentos, sujeitos, interações e condutas observadas; citações diretas de pessoas acerca das suas experiências, atitudes, crenças e pensamentos; e fragmentos ou passagens completas de documentos, correspondência, registros e histórias de casos”. (PATTON abud ZABALZA, 1994, p. 18). Edméa Oliveira dos Santos 11
  • 12. DISPOSITIVOS “dispositivo de observação e pesquisa, “o dispositivo é uma que é quando o organização de meios etnógrafo procura os materiais e/ou meios para estar onde intelectuais, fazendo tem necessidade de parte de uma estratégia estar, ver e ouvir o que de conhecimento de um pode e desenvolver a objeto”. (ARDOINO, confiança entre os 2003, p. 80). sujeitos a estudar e fazer mais perguntas”. (COULON, 1995, p. 90-91). Edméa Oliveira dos Santos 12
  • 13. DISPOSITIVOS  Entrevistas abertas ou semi-estruturadas;  Questionários abertos;  Formulários abertos;  Diário de campo, aula, bordo, pesquisador;  Grupos de foco;  Análise de documentos;  Análises de gêneros textuais diversos (chats, fóruns, blogs) Edméa Oliveira dos Santos 13
  • 14. A EMERGÊNCIA DOS NOÇÕES SUBSUNÇORAS Nesse complexo jogo surgem, estabelecem e se atualizam as noções subsunçoras. As noções subsunçoras são as categorias analíticas frutos da análise e interpretação dialógica entre empiria e teoria num processo de aprendizagem significativa. Para Ausubel (apud MOREIRA, 1982) a aprendizagem significativa é um processo dinâmico onde uma nova informação ancora-se em conceitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva – estrutura hierárquica de conceitos que são abstrações da experiência dos indivíduos – do sujeito aprendente que se atualiza sempre que um novo conceito é significado. Edméa Oliveira dos Santos 14
  • 15. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS À medida que a leitura interpretativa dos “dados” se dá – às vezes por várias oportunidades – aparecem significados e acontecimentos, recorrências, índices representativos de fatos observados, contradições profundas, relações estruturadas, ambigüidades marcantes.(MACEDO, 2000, p.204) Edméa Oliveira dos Santos 15
  • 16. COMO ANALISAR OS DADOS? O estabelecimento consciente e criativo das noções subsunçoras exige do pesquisador a mobilização de competências teórico-analíticas e hermenêuticas, implicando operações cognitivas como: •distinção do fenômeno em elementos significativos; •exame minucioso destes elementos; •codificação dos elementos examinados; •reagrupamento dos elementos por noções subsunçoras; •sistematização textual do conjunto; •produção de uma meta-análise ou uma nova interpretação do fenômeno estudado; •estabelecimento de relações e/ou conexões entre as noções subsunçoras e seus elementos; (MACEDO, 2000, p.204). Edméa Oliveira dos Santos 16
  • 17. FONTES Hoje, a Internet tornou-se um imenso laboratório de experimentações de todos os formatos. Assim, antes de entrar propriamente na análise dos gêneros virtuais, seria útil analisar os ambientes ou entornos virtuais em que esses gêneros se situam. (...) Não são domínios dos discursivos, mas domínios de produção e processamento textual em que surgem os gêneros. (MARCUSCHI, 2004, p. 26). Vídeos Campo de pesquisa Periódicos Livros Falas dos sujeitos Fotos Edméa Oliveira dos Santos 17
  • 18. CARTOGRAFIA COGNITIVA  Mapas como dispositivos de pesquisa Edméa Oliveira dos Santos 18
  • 19. MAPAS DA MENTE Edméa Oliveira dos Santos 19
  • 20. MAPAS CONCEITUAIS Edméa Oliveira dos Santos 20
  • 21. WEB MAPAS Edméa Oliveira dos Santos 21
  • 22. AUTORIA NA PESQUISA-FORMAÇÃO A autoria do pesquisador se constitui no diálogo sistematizado no formato dissertativo, produto de final aberto, entre a teoria e a prática da empiria. A realidade da pesquisa bem como seu processo e resultado é um retrato da subjetividade do pesquisador e a interpretação objetiva do diálogo do mesmo com a teoria e a empiria. Produto de final aberto: monografias, dissertações, teses, artigos, relatos de experiência, relatórios, audiovisual. Edméa Oliveira dos Santos 22
  • 23. RESULTADOS “Nem tudo o que escrevo resulta numa realização, resulta mais uma tentativa. O que também é um prazer. Pois nem tudo eu quero pegar. Às vezes quero apenas tocar. Depois, o que toco às vezes floresce e os outros podem pegar com as duas mãos”. Clarice Lispector Edméa Oliveira dos Santos 23

Notas do Editor

  1. Está equipe será responsável em selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas; A equipe tem um papel fundamental para o processo ensino-aprendizagem nos cursos à distância;
  2. Está equipe será responsável em selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas; A equipe tem um papel fundamental para o processo ensino-aprendizagem nos cursos à distância;
  3. Está equipe será responsável em selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas; A equipe tem um papel fundamental para o processo ensino-aprendizagem nos cursos à distância;